1. Spirit Fanfics >
  2. Uma Princesa Entre Nós >
  3. A Doce Ilusão da Calmaria

História Uma Princesa Entre Nós - A Doce Ilusão da Calmaria


Escrita por: srfish

Notas do Autor


Olá pessoal, tudo bem com vocês?
Espero que estejam gostando dos capítulos

Quero agradecer a vocês pelos 500 favoritos! Muito, muito, muito obrigado ♥

Capítulo 15 - A Doce Ilusão da Calmaria


Fanfic / Fanfiction Uma Princesa Entre Nós - A Doce Ilusão da Calmaria

O baile aconteceu na mesma noite do dia em que Henry descobriu que seria pai. A festa deveria começar depressa, pois o rei queria comemorar junto com os seus amigos a conquista do seu mais novo território

Ali em Avilan a fumaça dos carros não ofuscava o brilho das estrelas, muito menos a lua minguante que aparecia lentamente no céu, mas as vezes tímida se escondia entre as grossas nuvens de inverno

Carros chegavam em carreata no castelo. Helicópteros pousavam, deixavam gente e decolavam.

A burguesia em peso, vestidas com as suas melhores e mais brilhosas vestes, se alojavam pelo castelo aviliano. Logo que entravam sentiam o baque e não paravam mais de comentar sobre a decoração caprichada em flores exóticas que Maria tinha escolhido e ordenado por na escadaria central, o teto com uma iluminação azul e as luzes que refletidas no chão davam o efeito de cristais coloridos na parede. Uma incrível e diferente obra de arte!

A rainha, acostumada com as suas monótomas rosas espalhadas pelo castelo, ficou estarrecida com o exagero e loucura de Maria

-Aquilo é um pavão? -questionou ela

Sim, dois pavões de mentira davam um toque final

-Maria sabe como me tirar do sério -diz a majestade

-Eu adorei -diz o rei sorrindo para os quatro cantos -Tem um ar de Brasil...

-E quando é que você não gosta das palhaçadas dessa menina, Robert?

-Essa decoração me trás alegria, Amélia! E é isso que eu quero que o pessoal sinta quando entra aqui...alegria! Vencemos uma guerra, Amélia! -comemorava o rei abraçando a rainha que ainda não estava muito convencida

Maria só então desceu as escadarias com o vestido mais lindo já visto por todos ali. Um vestido de ombros caidos e na cor de ouro, em sua cabeça não podia falar a coroa

-Temos uma princesa entre nós -diz o rei ainda mais contente pela família perfeita que tinha

-Pelo menos um belo vestido sabe escolher -diz a rainha

-Na verdade foi a Catarina quem escolheu -diz Maria rindo

Robert foi falar com os seus aliados, amigos e chefes de exército. Amélia e Maria foram conversar com as donzelas e primeiras damas

As senhoras daquela noite do baile das autoridades em Paris estavam ali também. A senhora do sorriso amarelo, que se chamava Majorie, não perdeu tempo e correu para conversa com a sua querida e velha amiga Amélia. Arabella, a moça do chapéu gigante e azul, não poupou elogios para a educação de Maria. A rainha se deleitou ao ouvir aquilo

-Combinamos, naquela noite, de fazer uma ação beneficente. Mas, não deu certo -diz Majorie -Não arracadamos fundos suficientes

-Era só vocês completarem o que faltava -diz Maria

-Não podemos investir tanto o nosso dinheiro numa coisa que não vai nos trazer lucro -diz Majorie rindo -Além do mais, o Rei Robert nos deixou com suspeitas de guerra...

-O marido de vocês ameaçaram subir os nossos impostos -diz a rainha defendendo o seu amado

-Eles estavam só brincando, Amélia! -dizia Majorie rindo -Sabe como são os homens né? Imaturos pra sempre

-Meninos são imaturos, homens não -diz Maria

-Não tem idade para saber do que fala -diz Majorie olhando com raiva para a alteza

-Me deem licença, por favor... -diz Maria se distanciando do grupo e indo em direção a Henry que acabava de chegar

O soldado Caballero cruzou a mesma porta de madeira que entrou várias e várias vezes. Mas, nessa noite, Henry vestia um terno de gravata borboleta e tinha sido convidado, não estava a trabalho

-Está parecendo um lorde -diz Maria se aproximando

-E você está igualzinha uma princesa -diz Henry fazendo Maria rir

-Meu tio me emprestou esse negócio que penica mais do que agulha

-O que esse plebeu está fazendo aqui?! -chega a rainha Amélia portando toda sua arrogância

Rei Robert vendo o escândalo que estava prestes a estourar, se aproximou para tentar acalmar as coisas

-Como o vô disse que o soldado Caballero ajudou a vencermos a guerra...achei melhor chama-lo pra comemorar também -explica Maria

-Tem toda razão Maria -diz o rei

-Não Robert, isso eu não vou suportar! -reclamava a rainha

-Venha rapaz, vou te levar pra conhecer um pessoal -diz meu avô conduzindo Henry pelo palácio

-Você sabe muito bem que eu sou contra plebeus entre nós -diz a rainha -Maria, você sabe da minha condição de saúde e mesmo assim me faz passar raiva com tudo! -diz ela prestes a ter outro ataque

-Vó, eu sou a última pessoa que quer o seu mal -digo me aproximando dela e segurando suas mãos trêmulas -Eu fiz tudo isso pra que a senhora tenha orgulho de mim! Pra senhora ver que eu sou capaz de fazer um baile! Eu me esforcei muito pra fazer algo inovador, que o pessoal vá se surpreender, falar bem da nossa família, pra deixar o meu avô feliz

-Podia ter pelo menos cortado os pavões -diz ela

-O pavão é símbolo do amor, da compaixão e da paz...tudo o que você e o meu avô são para mim, por isso tem dois. E quanto a Henry...ele ajudou o seu reino conquistar mais um território

-Desculpe...vou tentar me controlar -diz a rainha finalmente a abraçando -Só essa noite

Rei Robert levou Henry para o meio dos plebeus esnobes, alguém ainda tem dúvidas de que isso vai dar merda!?

Rei Auro, o tal rei da Espanha, chegou com a sua família. Ele prontamente se uniu ao seu velho amigo

-Mais um território, Robert? -perguntou ele com o seu peito estufado parecendo um pombo e comprimentando todos da roda

-É sim! E esse é dos bons -respondeu o rei

-Já falei pra você parar com essas guerras e passar pro lado da democracia -diz Auro rindo -Você não me é desconhecido rapaz -diz apertando a mão de Henry e a segurando

-Trabalho desde pequeno nesse castelo -responde Henry

-Um plebeu? -Auro larga a mão do soldado como quem tinha nojo

-Com muita honra -resiste Henry com orgulho de suas origens

-Esse é o meu melhor, o mais corajoso, leal e esperto soldado -diz Robert

-Mesmo assim não deveria misturar-nos com plebeus. Qual é o próximo passo? Abrir a festa para o povo? -questiona Auro fazendo os outros rirem

-Eu vou procurar algo pra beber. Com licença, majestade -diz Henry magoado saindo daquele lugar extremamente tóxico

Maria o viu andando apressadamente em direção a cozinha

-Aonde você vai? -questionou-o parando em sua frente e pondo a mão em seu peito

-Embora! Esse lugar não é pra mim -responde Henry nervoso

-Bem vindo ao clube! Achei que você pensasse que isso era besteira minha -diz Maria relembrando do dia em que Henry esnobou os seus sentimentos naquele quartinho perto da cozinha

-Esse pessoal não está preparado pra ver um plebeu. Eles acham que eu sou uma atração da festa -reclama Henry

Começou a tocar a música da valsa tradicional de todos os bailes avilianos. Enquanto a banda começava a tocar os casais ja se juntavam, os garotos já chamavam as pretendentes para dançar

-Me concederia essa dança, alteza? -pergunta Albert estendendo a mão entre Henry e Maria

Henry olhava para Maria ainda magoado com o que tinha acontecido durante a noite e, agora, com a presença de Albert

-Essa noite eu tenho par, Albert -responde Maria

-Tem? Não estou vendo ninguém -responde ele procurando pelos arredores

-Soldado Caballero -responde a alteza fazendo Albert o olhar de cima a baixo

-Alteza, não deve-se nem encostar em um plebeu quanto mais dançar com um -fala Albert

-Quem é você para meu dizer o que devo ou não fazer? -responde ela fazendo Albert fechar a boca e sair nervoso

-Vai dançar comigo? Na frente de todo mundo? -pergunta Henry

-Só se você me conceder essa majestosa dança -diz Maria rindo, saindo da frente de Henry e indo mais pro centro do salão nobre

Soldado Caballero já tinha assistido a muitos bailes como soldado, ou espiando atrás da viga. Então, logo que chegaram no centro ele rapidamente se curvou diante da sua alteza e segurou-lhe a mão que em seguida foi beijada.

Henry juntou uma de suas mãos a de Maria no alto, enquanto a outra deslizou pela sua cintura parando em seu quadril. Mantiveram ali uma certa distância, mas os olhos mantiveram firmes um no outro

-Eu não sei fazer isso muito bem -dizia Henry enquanto seus pés iam de um lado pro outro

-E só fazer igual a gente fez no quarto...tirando a parte do beijo...isso sim lhe causaria uma decapitação -diz Maria o fazendo rir fraco

-É a primeira vez que eu danço com tanta gente em volta, muito provavelmente olhando -fala Henry

-Pode se acostumar com isso? -pergunta ela

-Não sei -diz ele sério

O clichê do plebeu e a alteza que daria uma linda cena num filme. Jack e Rose da vida real, batendo de frente com os burgueses que viam aquilo como um absurdo

Eles não se importavam com quem tava olhando, com o que o rei ia iria falar ou a rainha fazer. Eram só os dois ali naquele salão rodopiando e dançando levemente

-Vou acabar agora com essa palhaçada -diz Abigail saindo de trás de uma viga

-Nada disso, minha filha -diz Hortênsia a puxando pelo braço -Você não vê que se fizer isso vai afastar ainda mais o pai do seu filho de você

-E o que quer que eu faça? Que fique vendo os dois se amando sendo que devia ser EU no lugar dela?

-Aparentemente Henry gosta de garotas calmas e compreensivas...seja uma delas. Henry é um idiota, mas é um bom garoto...ele um hora vai deixar a altezinha pra construir uma família com você

-Assim eu espero...mas se demorar muito...

-Espere o tempo dele e ganhará o seu coração -diz Hortênsia

Maria nem podia acreditar que aquilo estava acontecendo. Feliz, o seu sorriso não saia dos lábios. Henry, ah...Henry estava nas nuvens por, sem medo, poder demonstrar o amor e carinho que sentia por sua alteza

-Olhe para mim Amélia. Olhe para mim -pedia o rei enquanto bailava com a Rainha que não tirava os olhos de Maria e o soldado

-Eu não mandei você dar um fim nesse plebeu? -questionou ela -Quando eu ordenei a morte era pra aquilo não acontecer! Maria está nos braços daquele sujeito que com certeza só tem má intenção! Plebeus são nojentos

-É só um baile, Amélia! É só uma dança!

-Não se lembra que foi assim que você me conheceu? Em um baile me chamou pra dançar, durante uma simples dança conversamos durante e me apaixonei por você...de um fim nesse plebeu imundo!

Ah rainha deu a sua ordem e o rei, será que vai executar?

POV MARIA

Rapidamente empurrei as pesadas cortinas e abri a porta saindo na varanda respirando o ar mais puro que já senti. Abrindo meus olhos olhei pro céu e notei que tínhamos nuvens limpas e alinhadas entorno de um limpo céu azul

Me questionei onde estava aquele nevoeiro todo dos dias anteriores, e a grande frente fria que Thomas profetizou fazia semanas

-Acordou animada hoje em Maria!? -perguntou Catarina entrando no quarto

-Não tem como não acorda feliz num dia como esse -digo voltando pra dentro

-Sei que o motivo da sua felicidade não é um dia bonito...ela tem nome, sobrenome e cargo no exército -diz Catarina me fazendo rir -Maria, você e o Henry...

-Vai dizer denovo o quanto minha vó pode matá-lo, estraçalhar, queimar...

-Não! Não! Não! Eu já mudei a minha opinião...torço por vocês igual torcia para Cinderela -fala ela me fazendo rir -Só me preocupo

-Também me preocupo -digo me deitando na cama de papo pra cima -Mas, ao mesmo tempo eu amo tanto Henry que não quero ficar longe dele...não quero deixar tudo o que eu sinto guardado dentro de mim

-Eu te entendo! Henry é tudo o que há de bom no mundo: guerreiro, inteligente e bonito -diz Catarina fazendo Maria rir

POV HENRY

-Tadeu vive falando sobre você e Maria pra todos daqui...isso vai dar merda -diz Victor enquanto caminhávamos pelos corredores do batalhão

-E você acha que eu não sei? Mas cara, eu não consigo não pensar nela...eu só quero ficar perto da Maria, proteger e amar ela

-É só uma mulher, Henry! Tem milhares de outras pelo reino a fora

-Não é qualquer mulher! -digo parando os passos e o olhando nervoso -É Maria, nossa alteza

-Sim eu sei nossa alteza, herdeira do trono de Avilan, neta de Amélia a rainha que mata sem pudor...eu não quero ir no seu enterro -ele diz isso e continua andando me deixando ali parado

Por mais que eu amasse Maria, isso tinha que acabar. Eu seria pai daqui a alguns meses. Sei que quando Maria descobrir sobre isso vai ficar nervosa, e que nunca mais vai querer olhar na minha cara. Então, decidi passar os melhores momentos juntos com ela antes de tudo acabar

POV MARIA

Depois das minhas aulas pela manhã, viajamos a tarde para o novo território do Egito

A multidão se aglomerou na frente do novo palácio, e aumentava cada vez mais. Todos queriam ver a nova realeza do Egito

Meu avô, como sempre fez o seu discurso motivador:

-Avilan asssegurará a segurança, saúde e educação de vocês. Concluo dizendo que agora são um povo totalmente livre

-Do que meu avô está falando? -pergunto para minha vó que estava do meu lado

-O antigo rei dominava o povo e os faziam de escravos para fazer artesanato baratos, serviços de casa, trabalhos em pedreiras, minas e pra construir palácios território a fora -explica minha vó olhando pra frente. Ela parecia piedosa com aqueles

-É qual a diferença entre esse pobre povo e os serventes do castelo? -pergunto a fazendo me olhar nervosa

-Nós pagamos muito bem aqueles plebeus, Maria! Não escravizamos ninguém! -responde ela -Escravizar é algo que reis sem força fazem

Olha...finalmente ela falou algo coerente

-Seu avô libertou todo esse povo e agora

-ISSO É UM REINO DE PESSOAS LIVRES! -gritou o meu avô completando a frase da rainha

O povo todo começou a gritar e a comemorar

Okay! Eu estava me sentindo uma babaca por ter feito tando estardaçalho por essa guerra acontecer

-Viu só Maria...guerras não trazem só coisas ruins -dizia minha vó entre sorissos e acenos

Passamos a tarde comprimentando o povo que cruzava o palacio e vinha até a nós receber um simples aperto de mão ou sorriso amarelo da rainha. Eles eram muito gratos pelo fim da guerra e da vida miserável que levavam

Logicamente passamos a noite ali no Egito. Um lugar quente que até parecia o Brasil

-Maria, quero te devolver isso -diz minha vó antes d'eu entrar no quarto

Ela me estendeu um novo celular lançamento

-Mantenha isso sempre ligado e perto de você. Caso aconteça alguma coisa pelo menos eu posso te ligar

-Já disse que a senhora é a melhor vó do mundo? -digo a abraçando e novamente recebendo o seu caloroso e sincero abraço

Pela manhã andei pelo palacio para conhecê-lo melhor e também buscando sinal. O castelo era bem menor do que o nosso aviliano, bem menor mesmo! As portas eram ovais, as paredes e tetos quase todas pintadas de branco ou bege. Os quartos tinham uma cama comum e uma janela média. Não se tinha aquelas espalhafatosas pinturas e esculturas, era tudo bem simples e eu simplesmente adorei!

Logo na entrada do palácio tinha uma escada e uma larga varanda. A única coisa que separava o castelo da cidade, em que o povo morava e comercializava, era um pequeno jardim facilmente atravessavel

Dava claramente para o povo me ver daqui, eles até acenaram -risos

O celular vibrou em minha mão notificando que finalmente ali tinha sinal.

Ligação on

Mãe: Alô quem é?

Eu: MÃE! Sou eu! -grito contente

Mãe: Filha graças a Deus você ligou! Estávamos com saudades! Tentamos ligar pra você, mas você nunca atendia

Eu: Ah, é que meu celular quebrou

Mãe: Está tudo bem?

Eu: Está sim e com vocês?

Mãe: Estamos muito bem também -risos -Onde você está agora? Isso aí não parece Avilan

Eu: Estou no Egito...meu avô tem um novo território por aqui

Mãe: Já está chamando eles de vovô e vovó?

Eu: É isso que eles são né? -risos -Não vou me esquecer de vocês...vocês sempre seram os meus pais

Mãe: Assim eu espero...mas a verdade é que você nem liga mais pra gente

Eu: Agora irei ligar sempre... Eu juro -risos

Mãe: Promessa pra mim é dívida! Maria...eu preciso terminar de limpar a casa da patroa se não ela vai fazer um escândalo

Eu: Ah sim! Claro...diz pro pai que eu amo ele e tô com saudade

Mãe: Pode deixar...tchau!

Ligação off

Respirei fundo e olhei pra frente. A essa altura da minha vida eu já tinha aceitado o meu destino e nenhuma tristeza relacionada a estar longe dos meus pais me abalava mais. Sempre que eu falava com eles eu sentia uma paz muito grande...

Bendito tinha sido o dia em que decidi largar tudo e vir pra cá. Machucou, doeu, me feri, mas pelo menos eu tentei e até esse ponto deu certo. Olhar com leveza as mudanças nos da a oportunidade de olhar com doçura para um futuro melhor e cheio de oportunidades

Aquele ar quente e abafado nas primeiras horas do dia me fazia lembrar dos dias de verão no Brasil. Da minha rotina, das meninas com quem eu não falava fazia meses

Como uma flor me arrancaram de onde eu era mais feliz. Mas, eu soube reviver minhas raízes em um solo totalmente estragado, que vinha melhorando com o tempo

POV HENRY

Fazendo meu trabalho de guarda-costa da alteza, segui Maria mesmo sem ela perceber

Maria parou na varanda, comprimentou um pessoal e em seguida ligou para os pais. Não demorou muito na ligação, e logo desligou. Ela caminhou alguns pequenos passos até parar e ficar longos minutos encarando a paisagem

Na varanda o seu vestido comprido e branco esvoaçava, sobre o sol forte sua silhueta se amostrava

Ao ver aquilo o meu coroação palpitou mais forte. E eu nunca me senti tão excitado em toda a minha vida

Maria se virou pra mim e sorriu

-Você está bem? -questionou ela

-Sim -respondi quase que sem ar

-Então o que você está fazendo aí a meio quilômetro de distância de mim? -pergunta Maria caminhando em minha direção

-Nada...só olhando a bela vista

Ela sorri e com uma de suas mãos alisa meu rosto olhando friamente nos meus olhos, talvez percebendo algo de diferente. Maria desliza sua mão pelo meu pescoço. Fecho meus olhos e sinto sua mão ainda deslizando pelo meu peito. O seu toque me causa segurança, uma explosão de sentimentos, confusão, um frio na barriga. Sua mão então para na altura do meu coração. Abro meus olhos e a vejo sorrindo. Seus olhos castanhos e adoráveis pareciam brilhar com uma excitação imprudente

E assim, sem dizer nada, ela passa por mim

Suspiro fundo segurando os ânimos. Só Deus sabe o quanto eu me segurei para não avançar sobre o seus lábios rosados

POV MARIA

Depois do café eu e minha vó voltamos para Avilan, meu avô ainda ficou para resolver algumas questões

Devo dizer que esses dias se passaram rapidamente e uma longa semana terminou. Foram os dias mais leve que tive

Catarina alegrava as minhas horas de estudos pesados. Enquanto Henry...ah...ele me enchia de amor

A cada dia que se passou eu me senti ainda mais e mais atraída, grudada e predestinada ao amor de Henry. Amor que eu sempre quis sentir. Amor de conto de fadas. Amor que deveria ser escondido a sete chaves dos monarcas

Eu adorava estar em sua companhia. Eu adora o seu cheiro, o seu toque, o seu jeito fofo de cuidar de mim. Amava o seu cabelo escorrido, os seus lábios finos sobre os meus. Adorava o seus beijos, o seu calor, o seu abraço

Aos poucos voltei a frequentar a cozinha e ali já não era mais segredo pra ninguém o nosso amor. Talvez Dona Iolanda não nos aceitava. Talvez ela achasse que eu estava apenas brincando com o enorme coração de seu filho, algo que nunca faria

POV HENRY

-Henry, meu filho...você precisa contar pra alteza o que está acontecendo! Você não pode simplesmente ignorar Abigail desse jeito! A coitada está sofrendo sem ter o seu cuidado. E olha eu entendendo o lado dela, sei muito bem o que Abigail está passando porque eu passei por esse abandono quando estive grávida de você! Parece que você quer fazer com a Abigail a mesma coisa que seu pai fez comigo...abandona-la!

-A senhora sabe que eu nunca faria isso

-Honre as suas calças, Henry! Você fez a merda agora arque com as conseguências

-Irei falar com a Maria...eu só preciso...saber como irei fazer isso sem machucá-la

-Não há jeito! Uma das duas você vai ter que escolher machucar. E eu espero que você não escolha a que sempre esteve do seu lado, te apoiando, a que te conhece a anos, a que a avó não te jurou de morte! -minha mãe se levanta da cama e sai do quarto me deixando sozinho com os meus pensamentos

É, talvez a melhor saída seria fugir e nunca mais voltar. Mas, não era isso o que eu realmente deveria fazer

POV MARIA

Pela manhã, enquanto eu terminada de arrumar o meu cabelo, Catarina abriu as cortinas do quarto deixando entrar a claridade

-Ah...olha, está nevando -diz Catarina

No primeiro momento eu nem dei ligança, mas logo me dei conta daquele fenômeno

-PERA! ESTÁ NEVANDO? -pergunto assustada correndo pra varanda

-É inverno e estamos na Europa. É óbvio que está nevando -responde Catarina já totalmente acostumada com aqueles flocos pesados caindo do céu, ao contrário de mim que nunca tinha visto aquela cena e comecei a pular feito louca

-Preciso ver isso com os meus próprios olhos -falo abandonando tudo e correndo

Ao abrir a porta dei de cara com Henry

-Maria, eu preciso falar com você -diz ele com os seus olhos caídos, sérios e sua feição nervosa e ansiosa

-Agora não Henry! Está nevando!

Passei por ele ainda correndo pelo corredor e descendo as escadas deslizando pelo corrimão

-Aí meu Deus! Aí meu Deus! Aí meu Deus! -falo rodopiando e sentindo a neve gelada caindo sobre meu rosto entendido pra o céu

A neve era fria, molhada e fofinha. Nunca tinha tocado na neve, sentido a neve, deitado na neve. Aquilo era tão gostoso!

Peguei-a em minha mão, fiz uma bolinha e taquei em Catarina que de braços cruzados observava tudo

-MARIA! -diz ela tirando a neve da cara

Bufando de raiva ela faz outra bolinha, iniciando assim uma guerra. Catarina mirou em mim, mas antes de me acertar Henry a acertou novamente na cara me fazendo gargalhar

-Pega essa, então! -digo tacando uma bola em Henry que se abaixa e a bola acaba acertando em cheio Thomas

-Desculpa Thomas -digo rindo

-O que a princesa está fazendo aqui fora a essa hora da manhã? -pergunta Thomas nervoso tirando a neve do rosto 

-Tentando acertar o primeiro bobão que aparecer -digo rindo -Estamos só brincando, Thomas

-Princesas não... 

-Princesas não brincam! Princesas não fazem isso, princesas não fazem aquilo blá blá blá -completo sua frase

-Todos estão a espera da vossa alteza para o café da manhã -diz ele entrando no castelo

Tirei o pouco de neve que existia sobre mim e acompanhei Thomas

POV HENRY

Eu ainda estava com uma bolinha de neve na mão, a qual arremecei com violência contra uma árvore

-Está nervoso soldado? -perguntou Catarina

-E confuso, angustiado, sem saída

Eu e Catarina fomos pra cozinha aguardar os próximos passos da alteza.

-Já contou pra altezinha? -pergunta Abigail assim que me ve entrando

-Ainda não, Abigail -digo me sentando em uma baqueta de madeira que tinha ali

-VOCÊ ESTÁ ENROLANDO A MINHA FILHA! -gritou dona Hortênsia -E se você acha que pode fazer isso está muito enganado!

-Não estou enrolando ninguém. Só estou tentando arrumar isso da melhor maneira possível sem que ninguém se machuque! -respondo

-Deveria ter pensado nisso antes de ter se deitado com Abigail -diz Dulce

-Precisamos marcar o casamento antes que a barriga cresça. Não quero que povo fique por aí falando besteira -diz Abigail com sua voz manhosa que me dava nojo

-Casamento? -pergunto sem nem ter pensado nessa questão

-Sim meu melzinho -responde Abigail alisando meus ombros -Eu não quero nada muito chamativo. Só um casamento básico com um padre, flores, recepção dos convidados...

-Não temos condições para isso -falo franzindo a testa

-Eu pensei que já que você e o rei são bem chegados...talvez ele libere o castelo pra gente

-Aposto que a Rainha ajudará, já que a neta estará fora de suas garras -diz Hortênsia

-Eu não vou fazer isso -digo me levantando. A raiva percorria o meu corpo me deixando inteiramente vermelho. Saí dali antes que eu explodisse

-Henry? -grita Adão

-Me deixa! -grito de volta -Maldita hora em que eu bebi!

POV MARIA

Na mesa do café todos já estavam, incluindo Dona Amélia que deu o ar da graça. Estava muito feliz por essa evolução dela

-Gostou da neve, querida? -perguntou meu avô sorrindo pra mim

-Sim! -digo ainda eufórica fazendo todos rirem -Talvez até demais -risos

Thomas estava sempre de olho para ver se eu estava com a postura correta. As vezes me perdia por meio dos talheres, mas olhava para Julie que foi criada nesse mundinho e provavelmente faria as coisas certas

-Vô? Vó? -digo limpando minha boca com o guardanapo. Eles me olham e eu respiro fundo -Eu...gostaria muito de...conhecer o reino além desses muros -digo com medo da reação escolhendo muito bem as palavras

-Ah! Aonde estive com a cabeça? Me esqueci totalmente de te levar para conhecer o reino! Me desculpe, querida! -pede o rei -Mas, hoje não posso...amanhã tenho um reunião...talvez quarta-feira o que acha?

-Mas, vai demorar muito...eu gostaria mesmo é de ir hoje -digo meio que dando entrada ideia d'eu ir sozinha

-Nem olhem pra mim, não suporto essa cidade! -diz Julie

-Eu tenho hora no salão -diz Morgana

-Eu posso levar a alteza -se voluntariza Edward com o seu olhar sanguinário

-Não há com o que se preocupar -diz minha vó -Podemos mandar o nosso motorista te levar pra um tour, querida! Ele conhece essa cidade melhor do que ninguém

-É que na verdade eu queria ir a pé sabe? Andar pelo meio do povo...

-Você está ficando inteiramente louca -fala a rainha prestes a levar a xícara a boca

-Mas não vai acontecer absolutamente nada! Eu só conversar com um pessoal, ir na feira...

-Você não vai! -fala a rainha irredutível -Você tem muitas aulas hoje

-Hoje é sábado -falo

-Então, Thomas irá colocar algumas coisinhas na sua agenda -fala ela

-Vó a senhora já encheu a minha semana para eu não ter tempo de ir na cozinha, e isso realmente está dando certo -ia falando quando fui interrompida

-Uma princesa na cozinha? -pergunta Morgana dando um risinho no final

-Tá aí uma coisa que eu não faria -fala Julie tomando o seu suco detox

-Por que você não é igual a Julie? -pergunta minha vó batendo nervosa os punhos na mesa

-Porque as pessoas são diferentes, majestade. São diferentes de você, são diferentes da Julie, são diferentes! -respondo -Eu só quero nessa minha folga ver o mundo lá fora, ver pessoas diferentes, conhecer o meu povo!

-O que eu fiz para merecer isso Jesus -reclama minha vó

-Calma-se Amélia -dizia meu avô segurando a mão da rainha em cima da mesa -Até parece que você não conhece a sua neta -risos -Sabe que se não deixa-lá ir é capaz de a vermos pulando o muro

-Lembra quando Mark pulou aquele muro só porque queria ir atrás de você no batalhão? -pergunta a rainha mudando totalmente sua feição e rindo sem parar

-Lembro sim querida -diz meu avô alisando a mão dela -Maria estará segura com o soldado Caballero

-Claro...o soldado -repete ela não gostando

-Então isso é um sim? -pergunto sorrindo duvidosa

-Tome cuidado, Maria...pode se esperar de tudo desses selvagens -diz a rainha

-AÍ MEU DEUS! -grito me levando da mesa e correndo para abraçá-la -Te amo! Te amo! Te amo! -digo apertando suas bochechas e a abraçando

Como já tinha terminado o meu café fui atrás de Henry que na cozinha não estava. Adão me indicou a porta por onde ele tinha passado

Henry estava no jardim sentado no meio da imensidão branca. Parecia estar com os pensamentos bem distante...tanto que nem mesmo viu minha aproximação

-Henry -o chamo -Aconteceu alguma coisa?

Ele me estende o os olhos e depois os desvia olhando pra frente

-Maria, eu preciso te contar uma coisa muito séria -diz ele

-Que vai estragar com o meu dia? -pergunto o fazendo se calar por alguns instantes

-Sim

-Pode ser depois do nosso rolê?

-Ro...le? O que é isso? -perguntou ele me olhando de olhos serrados

-Dar um volta por aí -digo rindo -Poderia me levar para conhecer o reino?

-Não! Seus avós me proibiram de te levar além daquele portão -diz ele apo tando pro portão principal do castelo

-Isso é fácil de resolver é só a gente sair por outro portão -digo rindo -Eu acabei de consegui convencer os monarcas de me deixarem ir além desses muros! Até rainha nos deu carta branca, cê acredita nisso?

-Acredito! Claro que eu acredito! Você é a única neta dela. Tudo o que você pede com jetinho ela faz -diz ele em tom bastante grosso

-Okay, olha só! Eu só estou te pedindo para me levar para conhecer o reino não para...ah deixa da lá! Eu vou sozinha!

Henry estava insuportável e eu não era obrigada a suportar aquilo, por isso passei por ele bufando de raiva e fui rumo ao portão pesado de ouro

-Eu te odeio sabia?

Me virei e o vi de cara fechada me encarando

-Ah você me odeia!? Imagina só se a rainha fica sabendo disso -digo rindo


Notas Finais


Já favoritou a fic? Clica aí nesse coraçãozinho ❤️


Ai aí esse menino Henry...


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...