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História Uma ressaca de nove meses. - Novo vizinho


Escrita por: MaryAckerman

Capítulo 10 - Novo vizinho


- Ellie? 

- Entre!

Travando a música que tocava no meu celular eu também tiro o pé do pedal da máquina de costura e arremato a linha que sobrou. Olho para o lado onde Mael está encostado no batente da porta sorrindo ladino.

- Já está tarde, Elizabeth.

- Que horas são? 

- Quase nove da noite.

- Nossa, eu perdi a noção do tempo! - Espreguiçando-me eu levanto da cadeira giratória e visto no manequim a saia midi que eu estava costurando.

- Que eu me lembre você tinha pedido para tirar minhas medidas hoje e me usar como seu modelo no desfile de outono.

- Eu tinha esquecido!

- Quer remarcar?

- Não, você faz comida?

- Faço.

Sorrio satisfeita eu desligo a máquinac e ponho o celular no bolso da calça e com a chave do carro em mãos eu enrosco meu braço no dele e descemos até o térreo do prédio.

- E então, como estão as coisas? - Entro na cozinha e sorrio ao ver Mael terminando de montar a lasanha a bolonhesa que eu pedi durante o trajeto até meu apartamento.

- Tá tudo bem, o forno já está pré aquecido também.

- Precisa da minha ajuda? 

Mael ri e balança a cabeça negando.

- Você é boa costurando somente.

- Estou ultrajada. - Faço careta e ele ri colocando a travessa no forno, com calma ele lava os pratos que sujou e sai da cozinha enxugando as mãos no avental.

- E então, tudo pronto? 

Concordo e aponto para a terceira porta do corredor que dá acesso ao banheiro. Mael entende e vai se trocar enquanto eu pego a fita métrica e um bloco de anotações.

Faço careta ao ouvir barulho de móveis arrastando no apartamento ao lado e tiro um alfinete que segurava entre os lábios assim que Rammstein começa a tocar num volume mais alto do que gostaria para a hora da noite.

- Vizinho barulhento hein. - Mael comenta ao entrar na sala, ele sorri ladino quando viro-me em sua direção e finje dançar para se exibir.

- Meu ano de paz e amor acabou pelo visto. - Me aproximo dele que ergue o braço e flexiona o bíceps no momento que passo a fita métrica. - Sério, não faz isso, suas roupas ficarão largas se eu fazer a medição errada.

Ele ri desculpando-se e fica quieto por alguns segundos antes de bufar.

- Eu te deixo sozinha por três meses e você tá toda diferente.

Sem me distrair muito eu olho para ele sob os cílios e respiro fundo. Mael é meu primo biológico por parte de mãe, significa que ele sabe muito bem o fim que minha mãe - sua tia - teve após me entregar de papel passado para o casal Liones.

Meus pais não fizeram questão para que eu tivesse o máximo de contato possível com minha família biológica e incentivaram muito para que Mael e eu crescessemos com bastante contato.

- Eu... - Suspiro assim que paro para marcar a medição no papel e olho de esguelha para meu primo que está apenas de cueca no meio da minha sala. - Estou grávida.

- Tá brincando? - Os olhos escuros dele se estreitam e eu balanço a cabeça negando. - Caramba, Ellie... Deveria ter me levado pra cama antes de tentar me dar o golpe.

- Eu tô falando sério, seu idiota! - Soco as costelas dele que se curva e ri alisando a área - Não brincaria com isso nem ferrando! 

- E só me contou agora? Me sinto descartável.

- Você estava em Belialuin até ontem eu não ia ligar pra te contar e te deixar de cabeça quente.

- O Baltra já sabe?

- Não.

- Ellie... Ele vai pirar. - Mael comenta sério e se senta no sofá.

Sem forças para manter a pose eu me jogo do seu lado no móvel e suspiro longamente me sentindo mentalmente exausta.

- De quantos meses você está?

- Dois, é uma gestação de risco.

- Mas que maravilha! - Ele debocha e segura minha mão. - Quem é o pai?

- Longa história.

- Ainda bem que vou passar a noite aqui, vai me dar tempo de me contar tudo.

- Então vamos deixar a medição para amanhã, vou tomar banho e quero jantar logo.

- Beleza. Tem sorvete no freezer?

- Tem! - Grito já no meu quarto e abro a porta do meu guarda roupa para escolher qual pijama vou por para dormir.

                      ~★~

Confortável com meu pijama de algodão eu penteio meu cabelo ainda úmido do banho quando ouço a campainha do apartamento tocar pelos cômodos. Da cozinha os xingamentos de susto de Mael são ouvidos.

- Você abre?

- Pode deixar!

Tranquila coloco minha escova sobre a pia e saio do banheiro tirando alguns fios que grudaram na minha roupa, o cheio da lasanha assada me deixa desesperada para comer mas logo minha vontade desaparece assim que vejo o que está acontecendo na porta da sala.

- Droga. - Murmuro não acreditando no que meus olhos vêem.

- Quem é você? - Meliodas pergunta olhando de cima a baixo para Mael, que até o momento ainda estava só de samba canção.

- Mael e você?

- Meliodas! - Exclamo e me aproximo dos dois em passos rápidos. - O que faz aqui?

- Eu pergunto quem é ele? - O loiro aponta para meu primo que cruza os braços sobre o peito.

- Meu primo.

- Por que o interesse, vizinho?

- Acabo de ver um homem semi-nu na casa da mãe do meu filho e não devo estranhar?

- Aha, não pensei que seria tão rápido assim pra eu conhecer o cara, Ellie.

- Meu Deus. - Bufo irritada com os dois - Vão ficar na porta ou entrar de uma vez?

★★★

Finalmente a sós com Meliodas após Mael se retirar para ir dormir, vencido pelo jet lag eu sinto o olhar irritado do loiro sobre minha pessoa assim que puxo meu notebook para meu colo.

- Vizinho então? -  Pergunto curiosa - Desistiu da sua casa? 

- Não, nós tínhamos dito que iríamos fazer dar certo entre nós e eu também não me senti muito confortável em morar do outro lado da cidade enquanto você mora aqui.

- Por isso alugou o apartamento vazio do meu andar?

- Comprei na verdade. - Ele da de ombros em seguida. - Será melhor assim.

- Certo, eu mal paro em casa mesmo. Só evite fazer barulho quando eu estiver, gosto de silêncio.

O loiro ri baixo e estica as pernas para acomodar as mãos nos bolsos da calça jogger que está usando.

- Eu tenho um Pug, silêncio é o que menos tem na minha casa. 

- Eu deveria arrumar um cachorro então. - Retruco e ele me ignora analisando sobre a mesinha de centro meus desenhos de roupas e junto um papel onde anotei o dia e horário da próxima consulta no obstetra, que será amanhã.

- Eu posso ir com você? 

- Onde?

- Na consulta com o obstetra.

O desinteresse que eu mantinha some e eu paro de digitar no meu computador e estranho o gelo que sinto na barriga em pensar que ele estará na sala amanhã, porém fico mais nervosa ainda ao lembrar que marquei um jantar na casa do meu pai sábado que vem.

- Pode. E sábado que vem vou anunciar para minha família minha gravidez.

- Quer que eu vá?

- Será bom.

Ele assente e se levanta do sofá assim que seu celular começa a tocar no bolso da calça.

- Bom, a boate me espera.

Levanto do sofá para acompanhá-lo a porta e me surpreendo com o beijo no canto da boca que ele me dá na saída.

- Tem chocolate na sacola que deixei no balcão da cozinha. - Ele de vira para me falar assim que aperta o botão do elevador e eu sinto o rosto aquecer por timidez.

- Obrigada.

- Te chamo amanhã para irmos no médico. - Meliodas acena antes das portas se fecharem e assim que me vejo sozinha no corredor do meu andar eu me viro para o apartamento 32 e suspiro profundamente.

Meu novo vizinho é o pai do meu bebê.

Que coisa mais legal.



Notas Finais


Olá mores!
Por motivos que eu sempre achei que poderia mudar o rumo da estória e dar um enredo mais elaborado e menos possessivo, eu decidi reescrever mudando muuuuita coisa.
Aliás, aqui Mael e Estarossa são pessoas diferentes, okay?


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