- O Kenma sorriu?
- Sim, sorriu.
- Meu Deus.
- Quem é ela?
- Não sei.
Eu e o Kenma ainda nos olhávamos, mas nossos sorrisos mudaram. Ennoshita que estava mais afastado bufa e vem até nós dois e sussurra no ouvido de Kenma e o rapaz me olha sem expressão. Logo o Ennoshita também me olha sorrindo de lado e eu reviro os olhos.
- Eu sei onde ele está.
- Onde?
- Vocês vão me ignorar mesmo? Assim na cara dura?
Ambos me olham e o Kenma vem até em mim, ele estica sua mão e eu sorrio, pego na mesma e fazemos nosso toque. Mas no fim eu seguro sua mão e o puxa sussurrando em seu ouvido.
- Eu não vou atrás desse retardado.
- Mas precisa ir.
- Não preciso. Nós podemos dar conta.
Em um simples ato, O Kenma se afasta e faz uma pistola com a mão apontando em minha testa.
- É isso o que você quer?
Ele sussurra e eu suspiro não querendo admitir. Ele fica parado na minha frente e me abraça.
- Já ficamos tempo o suficiente separadas, então vai atrás dele e junta a equipe devolta. Você sabe que sem ele nada vai estar completo.
- Não preciso dele.
- Não precisa ou não quer?
Eu fico em silêncio e olho pro chão, ele coloca sua mão em minha cabeça E sai. Eu olho para Ennoshita e ele sorria, eu viro meu rosto bufando.
O treinador Ukai vem até em mim e me leva até o banco para não atrapalhar os meninos.
- Quer ser nossa assistente?
Eu sorrio de lado e o olho com tédio.
- Não sei de nada sobre vôlei, não gosto de vôlei e não vou ajudar em nada.
- Você é inteligente, pode ajudar nas técnicas.
- Já disse que não sei de nada.
- Você pensa rápido.
- Okay, qual vai ser minha recompensa?
O Ukai ri.
- O que você quer?
- O que conseguir me dar.
- Você podia facilitar.
- Aceito sorvete então ou leite rosa. Você decide.
- Começa por hoje?
- Pode ser amanhã.
O Ukai levanta pra falar com os meninos e eu continuo sentada. Eu pego meu celular e começo a conversar com as meninas.
Eu guardo meu celular e continuo a observar os meninos com tédio, não que era chato, mas é que não entendia nada. Se só era fazer a bola bater na área do outro, pra que tanta coisa..... repetida?
- Aish, que saco.... e se eu.... Não.... aquele babaca desgraçado.... Mas.... sem chance.... a culpa foi dele.
Eu levanto com raiva e saio da quadra indo beber água. Eu pego um copo descartável e bebo a água.
- Eu vou.
Eu jogo o copo no lixo e volto pra quadra. Eu vou até o Kenma e ele levanta ficando de frente pra mim.
- Onde ele está?
- Rua ********, n **. Na escola....
Antes de ele falar o Ennoshita aparece tampando a boca dele. O Kenma o olha mas ele apenas nega com a cabeça. Ele me olha e fica na frente de Kenma.
- Você precisa se acalmar primeiro. Não vai adiantar nada você ir assim.
- Você realmente acha que EU tô me importando com isso? Você esqueceu o que ele fez? Você realmente perdoou ele depois de tudo aquilo?
- Eu sei que o que ele fez foi totalmente errado e traiçoeiro, e sei que você foi a que mais levou os danos da ação dele, mas... Você precisa dele agora.
- Eu vou pra casa. Kenma... depois nos falamos.
Eu me viro e vou até o Ukai.
- Eu começo amanhã, não esquece do trato.
Eu saio da quadra olhando para os dois e vou pra salinha pegando minhas coisas. Pego minha bicicleta e vou pra casa, subo pro meu quarto e vou pros post-it.
Karasuno- Ennoshita
Nekoma- Kenma
Shiratorizawa- Semi
Fukurodani
Aoba Johsei
Eu desço pra cozinha e sento na mesa olhando a Sra. Mori fazer café.
- Sra. Mori, você pode me ajudar em uma coisa?
Ela me olha e sorri simpática.
- Claro. No que?
- Eu vou falar de uma coisa e quero saber o que você faria. Tudo bem?
- Tudo bem.
Eu suspiro e olho pro teto pegando coragem em falar.
- Se um dia você e um amigo seu fossem chamados para caçar um leão, aí vocês fazem os planos certinhos e toda sua equipe estivesse pronta. Mas no dia que você foi fazer um plano, só você e seu amigo fossem pra cima do leão ao ponto de o matar, mas na hora que você ia fazer o plano.... Ele começa a gritar atrapalhando todo o plano, o Leão acorda e vai pra cima de vocês. Está você e seu amigo lutando contra o Leão, mas seu amigo foge te deixando sozinha e você fica ferida, mas as outra pessoas da sua equipe te ajuda...... Depois de um tempo, você tem outra caça e não vai conseguir fazer sem ajuda, e você não fala com seu amigo desde o outro dia. Você precisa da ajuda dele, mas não quer o chamar por puro ódio.... O que você faria?
A Sra. Mori senta na minha frente e eu ajeito a postura a olhando, ela olhava no fundo dos meus olhos e deixa um sorriso de lado escapar.
- Tem certeza que é ódio que sente?
- Sim, não é medo de ser traída denovo.
- E se for saudades, mas não quer admitir ?
- Eu não sinto saudades dele.
- Tem certeza?
Eu aperto minhas mãos em baixo da mesa e mordo meu lábios.
- Não, eu não sei. É que...
- O problema é ele, a culpa não é sua. Mas se você precisa da ajuda dele, vai atrás dele. Se for melhor pra você, bate nele e fale tudo na cara dele. Aí você vai ver de quem é, realmente, a culpa.
- Obrigada Sra. Mori.
- Denada querida. Agora vamos tomar café, ou ainda vai trabalhar?
- Posso ir mais tarde.
Depois de tomar café com a Sra. Mori, Eu volto pro meu quarto e me jogo na cama. Eu fecho os olhos para descansar um pouco, mas..... meu celular começa a tocar.
- Não posso mais ter paz nessa Merda. Quem é?
- Oi também S/N.
- Que que você quer Ennoshita?
Eu deito de bruços na maior preguiça.
- Os meninos vai ter uma prova na próxima semana. Você pode ajudar eles a estudar? É que você é inteligente.
- Tenho cara de professora agora?
- Por favor S/N.
- O que ganho em troca?
- Qualquer coisa, os meninos só precisam passar nessa prova. Só dessa vez, S/N, por favor.
- Ninguém mandou serem burros, se virem.
Eu encerro a ligação e levanto, coloco uma camiseta preta, uma calça jeans e um tênis preto, É deixo meu cabelo solto.
Desço pra sala e olho para a Sra. Mori.
- Vou andar por aí. Não sei que horas eu volto.
- Tome cuidado querida.
- Pode deixar.
Eu saio de casa e começo a andar pela rua. Eu andava devagar já que estava sem pressa, até que sinto alguém me seguindo.
- Tá de zueira com a minha cara.
A pessoa vai chegando mais perto e mais perto, até parar atrás de mim. Eu dou um chute para trás mas a pessoa desvia, ele tenta dar um soco na minha cara mas eu desvio e pego em seu pescoço.
- Você me assustou.
- Desculpa.
Eu o solto e olho em volta.
- Cadê seu amigo? Da outra equipe?
- Já tá vindo, estávamos em uma lojinha e eu te vi, aí eu te segui e aqui estamos.
- Deixou o moleque sozinho Kenma?
- Moleque? Eu não sou um moleque.
Eu ouço uma voz atrás de mim e eu o olho.
- Claro, me desculpe adulto.
- Kenma, quem é ela?
- Sou a S/N, amiga e companheira do Kenma, equipe vermelha, prazer.
Eu estico minha mão, ele me olha sorrindo e pega em minha mão.
- Tetsuro Kuroo, amigo do Kenma, equipe branca, prazer.
- Pra onde você está indo?
Eu olho pro Kenma e passo meu braço pelos seus, e começo a andar ao seu lado.
- Kenma, Kenmazinho. Você me conhece, a escuridão da noite chama pelo meu nome e eu apenas a sigo.
- O que aconteceu durante esse tempo?
- Nada.
- O que aconteceu depois que você foi embora?
- ... nada.
- S/N, S/Nzinha.
Eu e o Kenma olhamos pro Kuroo por ter me chamado daquele jeito e cerro meus olhos o olhando. E ele continua a falar.
- Depois de um acidente nem parece que sofreu as consequências.
- Claro, cada ação tem sua consequência.
- Mesmo que não seja SUA ação?
Ele fala dando ênfase em "sua", eu reviro os olhos e olho pro Kenma, que já me olhava.
- Não me olha assim.
- Por que vai atrás dele?
- Por que quer saber?
- Parece que tem muitos segredo Srta. Nikolaev.
Kuroo fala e sinto meus olhos pegarem fogo, eu me viro pra ele e seguro em seu colarinho, ele me olha surpreso e eu sorrio de lado.
- Você não é da minha equipe, mas posso muito bem lutar com você.
Kenma vê o que estava acontecendo e me puxa de leve para o lado dele, ficando no meio entre eu e Kuroo.
- Não faça mais isso Kuroo, ela está em um nível bem a cima da gente em luta e inteligência. Aliás, que, você pode arranjar problemas fazendo isso.
- Vou indo na frente.
Eu começo a andar um pouco mais rápido e reviro os olhos quando ouço os dois pedirem para esperar, eu apenas mostro o dedo do meio e continuo a andar.
Eu estava andando de boa até parar em uma rua cruzada, eu olho pro lado pra outra rua e tinha um menino me olhando.
Era ele.
Eu ando até ele e ele começa a correr, eu corro atrás dele. Ouço os meninos me chamarem mas apenas ignoro.
Vou acabar com esse garoto.
Eu viro uma rua e não o vejo mais, só encontro um grupo de meninos com o uniforme de uma escola.
Uns minutos depois e o Kenma e Kuroo pararam em meu lado. Eu aperto meus punhos com força e respiro fundo. Pego meu celular e ligo para o Sr. Smith, que não demora pra atender.
- Oi Sr. Smith. Desculpa o horário mas.... tem como você mandar outra coisa junto com os equipamentos?
- Claro, o que você gostaria?
- Um arco e flecha, e se não for incômodo uns coletes a mais.
- Okay, não esquece de pegar as coisas amanhã.
- Eu sei.
- Já foi ver eles de perto?
- Tô indo agora.
- Okay, não vou mais atrapalhar.
- Okay.
Eu encerro a ligação e coloco ele no bolso da calça. Me viro pro Kenma e sorrio.
- Trabalho me chama, já vou indo.
Eu passo por eles na Kenma segura meu braço, olho pra ele e ficamos nos olhando.
- Vou fazer isso com ou sem ele, não me importo com isso. Se ele ainda guarda rancor ou culpa, problema dele.
Eu me solto e chamo um táxi.
- Pra avenida principal por favor.
Depois de alguns minutos o homem para e eu o pago. Eu saio do carro e subo para o topo de um prédio.
Já em cima, eu fico na ponta observando o outro prédio da frente e lá estava ele.
Lao Gozume
Ele estava ali, mas não tinha como fazer nada. Estava sem nada. Estava desarmada. Eu pego uma caixa que tinha ali e sento observando tudo o que o outro fazia.
Eu sentia meu celular vibrar mas ignorei, depois apitar e ignorei novamente. Eu bufo e pego o celular e atendo a ligação.
- Alô.
- Onde você está?
- no prédio de frente a Kalon.
- Já estou indo.
Ele desliga na minha cara e eu relaxo já entediada de observar aquele velho nojento. Já era quatro da manhã e o velho ainda estava ali, sem fazer nada.
Eu levanto e olho pra rua embaixo e volto observar o Sr. Lao. Era a madrugada de uma terça, e nesse horário o velho deveria estar na sua casa, por que ainda estava ali?
- Isso não está certo.
- O que não está certo?
Eu me viro e era o Semi, eu o puxo pro meu lado e ficamos observando o prédio da frente.
- Já são quatro da manhã de terça, se o que me lembre, nesse horário....
Eu olho pro Semi e ele arregala os olhos puxando a gente pra ficar agachados no chão atrás do muro.
- Era pra ele estar no galpão das drogas, mas ele está aqui.... Antes você disse que você e o Ennoshita quase foram localizados, né?
Eu concordo e arregalou os olhos.
- Só se a gente realmente fomos localizados. Preciso ligar para o Ennoshita. E você liga pro Kenma.
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