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História Uma Vilã (Ou não) - Problemas


Escrita por: BiancaRios

Notas do Autor


Boa leitura❤

Ps: leiam as notas finais plisss❤

Capítulo 7 - Problemas


Fanfic / Fanfiction Uma Vilã (Ou não) - Problemas

Pulei a janela, deslizando com calma e sem fazer barulho pelo telhado, conseguindo me atrair em silêncio até o chão sem dificuldade. Os tempos treinando com Aizawa me ajudam muito. Ele foi um ótimo professor....

Balancei a cabeça, afastando memórias que não queria relembrar.

Caminhei com passos calmos, mas ainda assim recebendo olhares variados os guardas e dos poucos cidadãos nas ruas. Estavam silenciosas e escuras, não havia iluminação de postes de luz, apenas lamparinas penduradas em algumas casas. Parecia realmente uma cidade perdida no passado, se não fosse pela estrutura do outro lado da ilha. Me aproximei da cerca, tomando cuidado para não tocá-la e acabar sendo eletrocutada e observei a cidade, me atentando aos sons que ela emitia. Cheio de luzes, alguns sons de televisão, conversas, pessoas passeando com as crianças ou seus animais. Eram mundos completamente opostos e eu não conseguia entender como isso era possível. Me afastei do cercado, procurando por alguma abertura sem ter que usar minha individualidade para isso. Mas antes que eu pudesse, dois guardas se aproximaram a passos rápidos e pesados de mim. Aparentemente não é comum andar pela cidade naquele horário... há não ser por algumas pessoas em especial...

- Você aí, prostituta. - Um deles apontou para mim.

Senti meu sangue ferver nas veias quando direcionei meus olhos para os dele e junto dela, minhas mãos acenderem. Tive que escondê-las atrás do corpo para não despedaçá-los naquela hora.

- Como é? - Perguntei com uma falsa calma.

- Você mesma, putinha. - Ele sorriu com escárnio pela palavra que proferiu.- É seu dia de sorte, venha conosco agora.

Senti meu braço esquerdo ser agarrado com força, enquanto o outro guarda tentava me arrastar com ele. Não movi um músculo, e ele me olhou assustado. Arqueei a sobrancelha, com um sorriso curvo.

- Acho que vocês encontraram a pessoa errada, garotos. - Falei, o repulsando para longe de mim.- Não sou uma prostituta, e mesmo se fosse, não iria a lugar algum com vocês.

Ergui os punhos, sentindo meu poder principal fluir, enquanto os outros ansiavam dentro de mim. O outro guarda me olhou parcialmente, como se avaliasse se valia a pena ou não me enfrentar. Por fim, deu os ombros e sacou uma pistola, apontando para meu peito.

Não consegui conter um sorriso de ironia, ele acabou de ver o que eu fiz com o colega, e tem a coragem de apontar uma pistola de merda pra mim?

Antes que eu brincasse com ele, a arma dispara e consigo parar a tempo o projétil antes que me atinja. Seguro entre o polegar e o indicador, sentindo o calor quase insuportável da bala... o exato sentimento que senti quando fiz pela primeira vez. Êxtase, poder. Suspirei, abrindo os olhos e sorrindo para ele ao deixar a bala cair com um tilintar na calçada.

- Não vai me derrubar com algo tão minúsculo... - Quando terminei a frase, senti uma fraqueza nas pernas, quase caindo. Segurei a cabeça com as mãos, tentando manter os olhos abertos, mas os sentindo pesados demais para isso.

Olhei para trás, e vi. Escondido em uma torre do lado Alpha, tinha um atirador. Sua mira estava fixa em mim enquanto seus olhos me analisavam. Foi nesse momento que senti, como se fosse uma coceira na parte de trás da nuca. Levei minha mão trêmula até o local onde senti a razão disso. Devia ter uns três centímetros no máximo. Era no mesmo formato de um dardo tranquilizante... e devia ser exatamente aquilo.

Olhei para o guarda, que se aproximava a passos lentos enquanto seus olhos transbordavam crueldade. Ele sabia que eu me distrairia parando a bala ao invés de terminar de investigar o local...

Minhas pernas ficam dormentes no momento que ele segura meus ombros, sustentando meu peso sem dificuldade enquanto eu perdia o controle dos meus membros. Me esforcei para mover a língua, mas ela já estava tão ou mais paralisada que o restante do corpo. Sua mão asquerosa desliza por minha bochecha, colocando minha franja atrás da orelha, mesmo que ela não parasse mais ali.

- Como eu falei, é o seu dia de sorte. - Ele repetiu com um sorriso maldoso.

Desviei o olhar, procurando qualquer pessoa para pedir ajuda, mas não encontrei ninguém. Eu havia saído sozinha, depois de uma discussão idiota. Eles provavelmente vão achar que me arrependi e voltei para a U.A. Estou sozinha outra vez.

Ele levantou minhas pernas, me segurando em seus braços firmemente. Ironicamente, estava indo exatamente para o lugar que queria entrar. Passamos sem dificuldade pelo portão gigante que dividia a ilha, entramos em um carro preto, onde ele jogou meu corpo no banco traseiro. Eu não estava conseguindo mais manter os olhos abertos, e a última coisa que vi foi a entrada gigantesca de uma casa ainda maior.

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Acordei de forma brusca, levantando o corpo de repente, o que me causou um sufocamento forte. Meu corpo todo ardia, como se eu tivesse apanhado sem cessar. Minha cabeça também estava pesada, mas talvez a causa disso fosse a coleira que estava presa no meu pescoço, era ligada diretamente a cabeceira da cama onde tinha um cadeado ali. Por precaução aparentemente, meus pulsos estavam presos com algemas ligadas por longas correntes também. Estreitei os olhos, tentando entender o que aconteceu, conseguindo, o que me fez ficar com raiva.

Me levantei, notando que estava deitada em uma cama relativamente grande, assim como o quarto que estava. Era tudo tudo decorado com estética da era vitoriana, parecia que eu estava dentro de um dos castelos chiques da época. Sacudi as correntes para testar a força delas, sentindo um arrepio pelo tilintar. Dei os ombros, forçando a repulsão delas de mim, esperando os nós dela se quebrarem sem dificuldade, mas quebrei a cara. Olhei em choque sem entender o que estava acontecendo... Era pra ter quebrado com facilidade!

Tomei impulso, correndo de costas contra a corrente e tudo o que senti foi uma dor forte nos ombros e o tilintar forte da corrente.

- Isso não é possível... - Murmurei sem acreditar.- O- o que...?

Se a corrente não rompia de modo algum, eu teria que destruir a parede em pedaços pra soltá-la. Sem mensurar a força que apliquei no punho, soquei sem medo a parede ao redor do cadeado. Soquei e soquei, até sentir minha mão escorregar pelo sangue que já manchava a parede em volta do metal.

Olhei com olhos arregalados para minhas mãos trêmulas e agora, esfoladas, finalmente entendendo o que estava acontecendo.

- Minha... Minhas individualidades... - Balbuciei sem acreditar.

Meus poderes, eles não estavam funcionando como deveriam, como sempre funcionaram. Nem a Attraction, nem o All for One, nem o Overhaul... nenhuma!

Busquei meus bolsos e sapatos, em busca de pelo menos uma arma e não encontrei nada. Busquei qualquer lugar dolorido em meu corpo que poderia indicar qualquer marca de individualidade que estivesse menosprezando minhas quirks. Pensei até na bala feita com o DNA de Eri, mas não tinha ferimento algum pelo meu corpo para que ela fosse ejetada. Exceto o dardo que me acertou na nuca... mas era apenas um sonífero... deveria ser apenas isso.

Não havia nada que eu pudesse fazer além de esperar para ver o que iria acontecer. Mas eu não iria esperar de mãos vazias. Me arrastei pelo chão, até debaixo da cama e puxei uma das vigas com força. Demorou um pouco, mas consegui arrancá-la sem muito barulho. Joguei uma das xícaras que estavam no criado mudo em cima da cama e cobri com um travesseiro, dando um soco para quebrá-la. Peguei uma das lascas e comecei lascar a madeira. O formato cilíndrico facilitou bastante para eu esculpir até conseguir uma ponta meramente afiada, não se comparava a minhas facas, ou uma espada, mas causaria um bom ferimento se eu conseguisse acertar com precisão. O tamanho não era muito favorável, um pouco menor que meu antebraço, mesmo assim, consegui esconder na manga da blusa. Incomodava, mas nada insuportável. Me sentei novamente na cama, analisando o lugar, tentando me lembrar de rostos, mas tentando não me distrair da porta. Quando ela abrisse eu teria uma única oportunidade de ver o que me esperava lá fora.

Não sei se era efeito do resto do sonífero ou das noites mal dormidas, mas meus olhos ainda estavam pesados. Minha cabeça pendeu para frente e fechei os olhos, mas mantendo meus ouvidos atentos o suficiente para qualquer barulho.

Demorou, mas finalmente alguém apareceu. Levantei a cabeça, mantendo uma expressão neutra, não poderiam saber o que eu iria fazer se eu não demonstrasse. A porta se abriu e aquele cara entrou, o que era chamado de deus. Do lado de fora do quarto onde eu estava, tinha pelo menos três guardas pelo que eu consegui ver. Não era uma desvantagem tão grande, mas seria ainda menor se eu conseguisse saber as individualidade deles.

Deus se aproximou a passos silenciosos e curtos, analisando-me complemente. Se sentou na poltrona a minha frente, cruzando as pernas com uma elegância exagerada. Em suas mãos, tinha uma pasta preta que ele abriu e passou os olhos rapidamente. Um sorriso puxado surgiu em seu rosto, ainda sem olhar para mim.

- Izumi Midoriya. - Chamou.- Ou prefere que eu lhe chame pelo seu codinome, Sirius?

Não posso mentir que fiquei surpresa, mas dada as circunstâncias que estou, provavelmente meu nome já está sendo comentado pelo governo japonês. Mas estávamos longe demais para que a notícia chegasse tão rápido.

- Fiquei sabendo de você, e estava muito curioso, devo dizer. - Ele aproximou o rosto.- Ouvi que seus poderes são magníficos...

- Posso testá-los em você se quiser. - Rebati.

- E sua língua extremamente afiada. - Completou.- Nenhum dos dois foi engano, aparentemente.

- Vai ficar enrolando mesmo ou pretende me dizer ainda hoje o que significa isso? - Puxei a corrente do pescoço com raiva.

- Se é assim que deseja.

Ele se levantou, abotoando o botão do meio do terno, de uma forma irritantemente formal. Abriu a porta e sinalizou para um guarda entrar. Senti meus sangue esquentar quando vi o mesmo homem que me pegou entrar com um molho de chaves na mão, caminhou até mim com um sorriso presunçoso e soltou o cadeado que me prendia a parede.

- Isso vai ser bem útil. - Falou, puxando a corrente do meu pescoço, me sufocando com o puxão.

Aproveitei a aproximação, e sacudi o pulso, puxando a estaca de madeira e dando um sorriso antes de enfiá-la em seu estômago. Puxei e enfiei, várias e várias vezes. Até sentir meu pulso inteiro molhado e o corpo cair de joelhos. Chutei a cara de merda daquele desgraçado enquanto observava o sangue manchar o carpete.

Tudo isso aconteceu em segundos, que mais pareciam horas. Quando o corpo caiu, os outros dois guardas entraram e me empurraram com força para o chão, pressionando minhas costas e cabeça com os joelhos. As correntes ficaram mais apertadas e as mãos ficaram mais firmes. Infelizmente por meu ataque de raiva precipitado, perdi a única arma que eu tinha. Apesar de ter os cacos de cerâmica em meu bolso, não seriam nada úteis pelo tamanho mínimo. Suspirei, enquanto era arrastada até outro cômodo daquela casa gigantesca.

Em meio a empurrões raivosos, chegamos ao que parecia a mistura de um consultório com um laboratório sinistro de filme de ficção. Tinha cilindros gigantes com coisas dentro, algumas portas brancas trancadas e várias macas com tiras de couro.

Deus se sentou com calma e elegância em uma cadeira de frente para mim, cruzando os dedos enquanto me observava.

- Quero estudar você. - Falou sem rodeios.- Suas individualidades, mais precisamente. Quanto mais cooperar, mais benéfico será para você também.

Não consegui conter uma risada, balançando a cabeça negativamente.

- Acha mesmo que vou deixar que me disseque como um animal? - Perguntei o encarando.- E mesmo se deixasse, o que faria com seus estudos?

- Nada demais. - Ele deu os ombros.- Saber como suas individualidades funcionam pode vir a calhar um dia, se necessário.

O modo enigmático com que ele falava deixa tudo mais estranho.

- Quem realmente é você? - Perguntei-lhe.- Parece um cientista inteligente, por que não está na IEXPO?

Pela primeira vez, sua feição mostrou algo além de indiferença. Seu rosto ficou duro e se levantou irritado.

- Quer ouvir uma história? - indagou enquanto acenava para os guardas me levarem até ele.

- Não. - Respondi enquanto tentava me desvencilhar deles.

- Foi uma pergunta retórica. - Ele apontou para uma maca enquanto colocava instrumentos cirúrgicos em uma bandeja ao lado. - Eu era um cientista da IEXPO se quer saber. Era o maior deles. Eu estava no topo, nada era suficiente para saciar minha curiosidade, queria me alimentar de conhecimento a todo custo. Acabei me aliando a pessoas que não tinham muito escrúpulos, digamos assim. Fiz experiências com diversas individualidades, aprendi suas limitações e evoluções. Mas não aprendi como transmutá-las. Esse foi o meu único fracasso.

- É claro que não aprendeu. Isso é impossível. - Respondi lutando contra os dois homens que tentavam me empurrar em direção a maca.

Acabei levando um soco no estômago por causa disso. Fiquei sem ar, e me forçaram na maca, passando as tiras de couro por cima das correntes que ainda permaneciam em meus punhos e pescoço.

- Acreditam que não. Com esse fracasso e por me aliar a vilania, fui expulso da IEXPO. Mas não desisti de provar que era possível. E aí está. Você, seu poder é a prova. O All for One pode tanto tomar quanto dar individualidades a vontade? Como funciona com individualidades mutantes? O membro extra simplesmente some do corpo da vítima e reaparece no seu? Ah, isso é tão excitante. - Ele secou o suor da minha testa com um lenço.- Mal posso esperar para ter todas essas respostas.

O medo começou a crescer deliberadamente em meu peito ao ver o quão insano aquele homem aparentava ser. Nunca vi nada daquele jeito, e não posso negar que estava com medo do que viria a acontecer.

Uma tira de couro é posta cobrindo minha boca e amarrada firmemente atrás da cabeça. Não era um bom sinal.

- Não se preocupe, não vou deixar marcas muito evidentes. - Ele sorriu, exibindo presas protuberantes.- Agora, não posso falar que não vá doer. Mas tenho certeza que você vai aguentar, não vai?

Ele acariciou minha bochecha, secando uma das lágrimas involuntárias que escaraparam pelo canto dos olhos. Quando senti o frio do bisturi na pele, apertei os olhos e pensei em Eri. Ela passou por coisas semelhantes a que estou passando. Ela, que é tão pequena e frágil, aguentou anos sendo torturada. Não posso fraquejar, preciso pensar, preciso fugir. Mas era difícil quando era retalhada e costurada novamente.  Ele analisou os furos em minhas mãos, a estrutura dos meus ossos, meus olhos. Me sentia como um pedaço de pano velho, que foi cortado e costurado milhares de vezes. Pequenos toques dele faziam minhas individualidades se manifestarem inconscientemente, enquanto um assistente dele anotava e gravava os experimentos que faziam em meu corpo. Minha memória daqueles momentos são vagos, lembro-me de sentir tanta dor que pensei que não iria suportar. Não sei quanto tempo fiquei presa naquele lugar, apaguei diversas vezes, recobrando a consciência em meio a gritos de dor presos na tira de couro sufocante.

Quando finalmente me soltaram, fui jogada em um dos quartos brancos que ficavam perto dos experimentos. Me sentei na cama, sentindo dores absurdas pelo corpo a cada movimento que fazia. Os pontos repuxavam causando maior incômodo, enquanto minha cabeça ardia por causa dos meus próprios gritos sufocados.

Caminhei pela sala, não conseguindo sequer deitar novamente. Estava escuro, não conseguia enxergar um palmo a frente dos olhos, o que me fez tropeçar e cair com tudo no chão. Soltei um xingamento de dor, enquanto já sentia os pontos da barriga molhados. Rastejei e sentei escorada na parede, segurando com força o local para estancar o sangue.

Ouvi um choramingo do lugar que tropecei e me levantei as pressas, com medo.

- Quem é você? - Rosnei assustada.- Se for outro guarda eu juro que...

- Não sou um deles. - Ouvi, tão baixo quanto um sussurro.

Era a voz de uma criança.

Me abaixei, tentando me aproximar sem assustá-la.

- Tá tudo bem, eu não vou te fazer mal. - tentei tranquilizar a ele, mas a mim mesma também.- Qual o seu nome, criança?

Ele levantou seus olhos, tão negros quanto o breu que nos encontrávamos, em um impulso, me afastei de seu rosto, tentando entender o que eu vi, ou melhor, do que não vi.

- Akihiro. Meu nome é Akihiro.


Notas Finais


Então, o que acharam? Comentem e até a próxima❤
Pessoal, tô postando a fic no wattpad então quem tiver conta lá e quiser me ajudar com as estrelinhas e visualizações eu ficaria bem feliz☺❤
É só, até mais💕

Playlist da fic:

https://open.spotify.com/playlist/7eHfEhSJgeS2n2XqvkorIV?si=RuQ2ZHtjSS2f71RRLdqftg&utm_source=copy-link


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