As coisas em casa estavam bem agitadas, os empregados e o Jungkook não queriam permitir a minha saída da casa. O pirralho queria passar sobre minha decisão a qualquer custo.
— Noona, não vá, certeza que irá me deixar aqui? - O meu irmão era um pé no saco, porém eu o amava incondicionalmente, meu coração estava se partindo ao ver ele chorar enquanto implorava para que eu ficasse.
— Jungkook, levanta! Você não é mais uma criança, se recomponha. Pense que agora você terá duas casas, dois quartos, dois lugares para comer e ter mordomia em dobro.- Aliso a face do rapaz que negava com a cabeça ao ouvir minha palavras. As vezes eu achava que o Jungkook ainda era um bebê e que eu tinha a obrigação de cuidar dele até ele alcançar a fase adulta.
De verdade, era esse o meu desejo, mas meus pais me fizeram escolher algo que me fazia deixar esse desejo de lado por alguns momentos. Jungkook ouviu o barulho do portão se abrindo, logo me deu passagem.
– Vá e se cuide, o papai chegou, eu irei segurar as pontas aqui enquanto você vai embora... Você vai para o seu apartamento vazio?- O mais novo perguntou enquanto secava o rosto.
— Obrigada, meu bebê! E sim, estarei morando lá, por enquanto só terei mesmo meu colchão de ar e comerei fora, então não apareça lá em casa por agora, espere eu ter condições de te deixar de barriga cheia!- Disse antes de me retirar, coloquei o restante das minhas coisas no carro e o adentrei, sendo mais rápida possível em me retirar daquele lugar.
A minha mente estava tão bagunçada naquele momento, meu coração estava apertado. Eu sentia culpa por algo que não fiz, algo que não foi culpa minha, por que isso? O amor que eu sentia por meus pais não podia ser enterrado de um dia para o outro, mas, ele já estava fraco e acabado. Um sentimento desgastado que conforme eu sofria ele era atingido.
— Sai da frente!!
— Adianta logo com esse carro!
Mais uma vez eu havia me distraído em meus pensamentos e estava parada no trânsito. Algumas pessoas reclamavam e com razão, obviamente, até que quando me ajeito no assento escuto batidas na janela do meu veículo. Abaixei o vidro e pude vislumbrar o belo rosto de uma mulher de face simpática. Era uma mulher muito linda e encantadora, ela abriu um sorriso tão puro e colocou uma mecha de seus cabelos negros atrás da orelha e se inclinou para perto do meu rosto.
— A senhorita está bem? Está parada aí a alguns minutos, estamos tentando chamar sua atenção por um tempo, mas não conseguimos. - A mulher olhava para mim enquanto dizia aquelas palavras, ela havia perguntado se eu estava bem?, ela realmente perguntou isso?
— Oh, perdão! Eu já estou de saída, e... Sim, estou bem, obrigada por perguntar.
— Me chamo Kim Jisoo! Qual é o seu nome?
— Jeon Ae-chan, prazer senhorita Kim. Agora eu tenho que ir. - Disse ao reparar o olhar da mulher nas minhas coisas no banco de trás.
Adiantei o meu percurso até meu apartamento, eu havia literalmente escolhido um bairro ótimo de se morar, era escondido de tudo aqui em Busan. Peguei algumas caixas com coisas básicas e comecei a levar até meu apartamento, eu estava tentando ao máximo em relaxar enquanto fazia aquilo mais eu falhava miseravelmente.
Na minha mente só vinha todo sofrimento que eu vivi naquela empresa, naquela casa, com aqueles pais. O tapa que papai me deu nunca seria esquecido por mim, aquilo estava marcado não só na minha mente como no meu coração, sempre que eu lembrava meu peito doía. Segurei as lágrimas ao máximo, até que, quando uma de minhas caixas de livros caiu de minhas mãos, não pude evitar e deixei que minhas lágrimas caíssem sem excitação.
— Chorar não fará seus livros voltarem para dentro da caixa! - Ouço uma voz suave e que não me era tão estranha assim falar tais coisas. Até parece que eu estava chorando apenas por causa dos livros, antes fosse apenas isso.
— Eu sei disso! - Passo as minhas destras sobre meu rosto e olho para frente, avistando então; Kim Jisoo, a moça de mais cedo.
— Senhorita Jeon, és uma nova moradora do local? - Apenas afirmei com a cabeça enquanto me abaixava para pegar os livros.
A mulher começou me ajudar a guardar meus livros e deu um sorriso simpático ao me olhar algumas vezes, a mesma se ofereceu em me ajudar a arrumar as minhas coisas. Ninguém nunca me ajudou em algo, eu sempre tive que fazer tudo por conta própria, era tudo tão sufocando, tão exaustivo. Meu celular tocou assim que guardamos a última caixa, era o Jungkook, minha mente estava uma bagunça achava que naquele momento não era bom eu manter contato com ninguém daquela família, não por hoje.
— Ae-chan, estou indo para casa, passe lá qualquer dia desses! - Jisoo subia as escadas enquanto acenava brevemente para mim, apenas acenti com a cabeça e adentrei em casa.
— Irei começar do zero! Amanhã irei atrás de um emprego, e enfim eu abrirei a minha cafeteria. - Afirmei enquanto pegava o meu colchão de ar de dentro da caixa.
Tudo que aquele local precisava era de uma boa faxina e organização, em breve os meus móveis estarão no lugar e finalmente terei meu cantinho arrumado.
Enquanto isso na casa Jeon...
— Para onde sua irmã foi, Jeon Jungkook?
— Pai, já lhe disse que eu não sei, e mãe nem adianta ligar ela não vai atender. E Lee... Deixa a minha irmã em paz! - Jungkook serrou as mãos enquanto acumulava o ódio que habitava em si, com relação aquele rapaz.
O garoto sabia o mal que Park Lee havia feito a sua irmã, embora seus pais não acreditassem em Ae-chan o Jungkook acreditava. Tudo que ele mais queria era quebrar a cara daquele homem a sua frente, ele queria bater nele igual ele batia em sua irmã quando estavam noivos.
— Saia dessa casa agora! - Jungkook gritou ao ver o sorriso sarcástico de Lee. Pigarreou, e deu um soco no Park Lee, que com o impacto do soco caiu sobre a mesa de vidro no centro da sala.
— Ei, Jungkook!! - Dois rapazes gritaram ao ver Jungkook querer partir para cima do homem no chão.
— Me solta Jimin, me solta Taehyung! Esse canalha maltratava a Ae-chan, agora é minha vez de fazer isso com ele. - O moreno tentava se soltar, mas seus amigos o segurava com força enquanto tentava tirá-lo do local.
— Não pague o mal com o mal, Jungkook! - o menor entre os três falava calmamente enquanto olhava no rosto do moreno.
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