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História Ume — A Paixão De Kakashi - Primeiro Dia De Muitos


Escrita por: Thay-27

Capítulo 30 - Primeiro Dia De Muitos


Tsunade andava de um lado para o outro no centro da sala principal, os conselheiros e Naruto estavam sentados na ponta da grande mesa arredondada. Kakashi tinha o rosto escorado na mão enquanto todos ali esperavam pela entrada de Daimyō, eu e os assessores entramos logo em seguida.


Mesmo sabendo que essa reunião seria para que Kakashi finalmente passasse seu cargo e enfim se livrasse dos conselheiros, todos pareciam um pouco tensos.


A sala cheia, eu me acomodei com Shikamaru e Shizune no canto da sala. Tudo parecia ir finalmente conforme o planejado, tirando o grande fato que fazia o ar pesar, Koharu e Homura tinham uma grande carranca e não faziam questão de esconder a desaprovação que sentiam ao serem desprovidos de seus atuais postos. 


— Muito bem, Rokudaime, me diga o que quer de mim hoje.


Kakashi se levantou e enfiando as mãos nos bolsos, com um longo suspiro aumentou a voz.


— Estou oficialmente e finalmente passando o meu cargo para Naruto, graças ao treinamento intensivo e o trabalho que a Godaime tem feito com ele, creio que ele já está mais do que apto para exercer a função que tanto tomou conta de seus pensamentos enquanto era meu aluno. 


— Rokudaime, não acho... — Homura se levantou e a mão de Daimyō o fez se calar. 


— Sei muito bem que prezam pelo bem da vila, mas eu prezo pelo bem do país e da relação com os outros países Homura. Se o garoto da Kyuubi estiver preparado e se os Hokages estão certos de que realmente está na hora, estou pronto para fazer o anúncio para os outros senhores.


— Então estou oficialmente me aposentando desse cargo, e espero que traga suas coisas logo, Naruto. É uma honra te passar esse cargo.


Observei tudo em silêncio, segurando a pasta com força na frente do meu vestido azul rodado. Eufórica e sentindo meu rosto corar sem controle, eu sorria minimamente contida quando os olhos negros passeavam devagar por mim.


Claro que havia vestido aquela cor de propósito, não consegui esquecer da noite anterior. Acabei corando com a lembrança e desviei os olhos para o chão, essa não era a intenção, queria apenas agradá-lo naquele dia em que decidiu dar um cargo tão importante ao loiro resmungão que se fazia silencioso naquele momento. 


— Espero que cuide bem dessa vila, garoto. 


— Eu irei Sensei. 


Daimyō se levantou e se ausentou da sala após se despedir, Kakashi não precisava da presença dele, mas sabia que para que os conselheiros calassem a boca isso era necessário.


— Muito bem, faremos a posse oficial dele amanhã à noite. Preciso que deixem tudo preparado. — Kakashi olhou na direção de Shikamaru que logo se mobilizou e saiu da sala. — Agora mais uma coisa, quero anunciar que após a posse do Naruto, irei passar um tempo preocupado com os preparativos do meu casamento.


Eu arregalei os olhos e precisei encostar na parede, teria ido ao chão se aquela maldita separação entre a sala e o corredor não tivesse bem firme no lugar. Senti um extremo calor tomado pela imensa vergonha enquanto Kakashi parecia se divertir com minha súbita perda de jeito dentro daquela sala. 


— Caramba Sensei, eu achei que você iria ficar sozinho para o resto da vida. — Naruto suspirou. — Mas desde quando está saindo com alguém? Nunca vi você com mulher nenhuma até pensei...


— Cale a boca imbecil! — Foi um grande estalo e a cabeça loira do futuro Hokage abanou para frente quase batendo na mesa.


— Minha vida pessoal não diz respeito a ninguém, Naruto. Mas já que estamos aqui, Ume... 


Travei, fiquei congelada e completamente em outra dimensão. Era assim que eu estava, Shizune precisou me empurrar para perto de onde Kakashi ainda estava. Ele passou o braço pela minha cintura e me segurou na frente de todos daquela sala.


Eu iria desmaiar.


— Mas ela não é uma criança Kakashi-Sensei! Não pode se casar com uma cri... 


— Cale a maldita boca, imbecil! Ume é mais velha do que você, idiota. Comporte-se como um adulto e tenha respeito.


— Pare de me bater e me explique então, vovó Tsunade.


— Então não haja como um idiota.


Eu apertei ainda mais a pasta contra o corpo e suspirei, sabia que uma hora ou outra seria vista com ele em algum lugar, afinal, estavam noivos. Fazer compras ou apenas passear pela vila com ele seria algo frequente. Por mais que a vergonha tomasse conta da minha vida, eu estava feliz, depois de tanto tempo sofrendo por alguém que me menosprezava e me diminuía, tive a sorte de encontrar o homem mais amável que já havia conhecido. 


— Nós não temos uma data e não iremos correr com a preparação, mas queria que ficassem cientes caso batessem em meu apartamento e a encontrassem lá. 


— Já decidiram morar juntos? 


— Não tive muita escolha, Kakashi é muito persuasivo. — Resmunguei olhando para a mesa.


A sala riu e Kakashi tremia rindo enquanto me segurava, eu relaxei o corpo e olhei para cima, ele ria com as sobrancelhas erguidas e tocou meu rosto com a mão enluvada devagar. 


— Mesmo que não tivesse conseguido te persuadir, iria morar comigo de um jeito ou de outro Ume. 


— Está abusando de seu poder de Hokage. 


— Então me deixe aproveitar porque só o terei até amanhã. — Ele curvou os olhos em um sorriso leve e virou o rosto para frente. — Shizune, pode pedir para que os ANBUS levem os pertences de Ume para meu apartamento?


— Agora mesmo.


Eu tinha ido para casa apenas para pegar alguma peça de roupa, ainda não tinham tirado minhas coisas de lá e também não havia conhecido o apartamento que até então, moraria com ele. 


Mas não importava, a suavidade nos olhos negros dele era tão bonito, acolhedor, iria com ele a qualquer lugar do mundo e faria qualquer coisa por ele. 


— Estamos indo, parece que é nosso último dia também. 


— Já vão tarde, insuportáveis. — Tsunade sibilou. — Tenham uma boa vida, nós também iremos. 


A sala esvaziou, eu me movi para sair do abraço do meu noivo, mas ele me segurou com firmeza e virou meu corpo me prensando contra a mesa. 


— Onde pensa que vai? 


— Voltar ao trabalho...


Gentilmente, Kakashi puxou uma mecha do meu cabelo e a prendeu atrás da orelha, abaixou a máscara devagar e ergueu o meu rosto devagar. Recebi um beijo calmo mas tão cheio de carinho que poderia explodir ali mesmo, eu amoleci o corpo sem deixar a pasta de lado. 


— Eu te amo pequena, sei o quanto ama seu trabalho e tenho certeza do quanto quer continuar trabalhando, mas preciso te levar ao nosso apartamento antes.


Eu coreu como um inferno o fazendo sorrir, ele então me puxou me abraçando e beijou a ponta do meu nariz.


— Ficará me tirando da minha sala depois que passar o cargo, querido?


Kakashi pareceu pensar por um instante, ainda não tínhamos conversado sobre como as coisas seriam. Mas eu sabia que mesmo depois que deixasse o cargo, não deixaria de fazer suas missões e auxiliar Naruto quando precisasse.


— Sabe que não irei parar de fazer missões não é? No entanto, me consome a vontade de tê-la em casa todos os dias... seria de fato maravilhoso. — E eu estava certa.


— Mas preciso traba...


— Não Ume, não precisa... nunca mais em sua vida, mas respeito sua decisão se preferir continuar aqui. Mas será apenas por hobby, já que pedirei para que diminua o horário de seu expediente.


— Mas... 


— Não quero passar tanto tempo longe de você, e isso inclui o tempo que não estarei em missão, quero poder estar com você sempre que a vir e com você trabalhando não posso roubá-la para te amar em horário comercial.


— Você só pensa nisso, Kakashi?


— Não meu amor, quero dizer que demorei muito para encontrar você e pensar em ficar muito tempo longe me deixa irritado. Ainda tenho sonhos e por mais que o tempo esteja passando quero você para o resto da minha vida e tudo mais, entende? 


Eu suspirei, mas dessa vez foi com um largo sorriso no rosto. Ele era tudo e muito mais do que eu precisava, com Hyō preso eu não tinha mais o que temer e podia apenas aproveitar a vida cheia de amor e carinho com ele. Toquei a parte exposta do rosto liso e sorri para ele.


— Apenas por Hobby então, não quero ficar sem fazer nada enquanto estiver em missão, tudo bem?


— Sem discussão.


Era fácil, tão fácil quanto a água que corria das nascentes da aldeia. Eu sorri tímida ao ser levada para dentro do apartamento dele, metade de suas coisas estavam pela sala e hora ou outra os ANBUS traziam mais coisas.


Explorei devagar passando por cima das caixas enquanto Kakashi fazia questão de não soltar meus dedos, eu amava isso nele. Pouco a pouco a animação tomou conta de mim e vi tantas possibilidades que pode ser que eu tenha me empolgado, Kakashi abaixou a máscara no meio da minha sessão de “o que eu mudaria em seu apartamento” para sorrir hora ou outra para mim.


Então invadi o próximo cômodo e me deparei com a cama.


— Por Kami, essa cama é grande demais! — Eu praticamente berrei, pois realmente era maior que a minha que tinha espaço para duas pessoas. — Tem espaço para um batalhão, Kakashi! 


Ele riu, e outra vez eu me esqueci que ele era alto demais comparado a mim o que dava munição para ele zombar do meu tamanho constantemente.


— É do tamanho certo, Ume, principalmente para as coisas que tenho intenção de fazer com você aqui. 


Eu estremeci e senti o rosto esquentar.


— Você realmente é um pervertido, já pensou em procurar ajuda profissional? Sua perversão é algo muito preocupante.


— Tão forte quanto o que sinto por você... eu te amo Ume... e espero que eu esteja te fazendo ser tão feliz quanto você tem me feito.


Eu não contive o sorriso que tomou conta de mim, ele ficou sem jeito e coçou a nuca. Tão bonito que as vezes era difícil olhá-lo tão de perto, mas me forcei a ficar na ponta dos pés e arrancar aquela maldita bandana. Me apoiei em seu pescoço e o puxei para perto.


— Kakashi... eu nunca fui tão feliz quanto agora, sequer cheguei a descobrir o que era felicidade antes de estar com você. Jamais duvide dos meus sorrisos, por que eles são tão sinceros quanto o amor que sinto por você. Além de me amar como jamais pensei ser amada, você me salvou de um poço tão fundo e de uma insegurança tão cruel que não consigo mais imaginar uma vida sem você. Eu te amo e não quero que duvide mais disso.


Aproveitei o espanto e as bochechas coradas dele para fazer o mesmo que ele vivia fazendo comigo, beijei a ponta de seu nariz e ele sorriu para mim. Eu daria tudo por ele, pois já pertencia a ele de corpo e alma.


Logo ele me puxou abraçando minha cintura e me beijou devagar, me fazendo lembrar de tudo o que ele fez por mim e me amando por completo com apenas um beijo.


— Primeiro dia de muitos? — Ele perguntou com a voz rouca quando quebrou o beijo.


— Primeiro dia da nossa eternidade, querido.


Kakashi sorriu com o rosto colado no meu e me beijou outra vez, ali no meio do quarto, agarrados em pé, eu deixei que ele invadisse minha boca com carinho e explorasse cada um dos cantos mais profundos. Eu o amava e me daria com tudo o que eu tinha para aquele sentimento aumentar, e se ele quisesse, talvez deixaria aquele amor ser dividido em uma família. 


Não haviam mais palavras a serem ditas, presos numa bolha em que havíamos criado ali no quarto, nos fizemos alheios a movimentação das últimas caixas na sala. Era mútuo, especial e tão forte que a palavra "amor" não descrevia o sentimento que nós compartilhávamos um pelo outro. Sem sofrimento ou dores, nos entregamos sem pedir nada em troca um do outro e a felicidade finalmente tomou conta dos nossos corações.



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