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História Una suas forças (ou lute contra elas) - Capítulo Único


Escrita por: AdamBolls

Notas do Autor


Escrevi isso há um tempo, mas apenas hoje me senti seguro o suficiente para publicar.

Espero que vocês gostem.
Boa leitura ❤︎!

Capítulo 1 - Capítulo Único


Kishibe Rohan estava fazendo sua primeira refeição do dia no Deux Magots quando viu um carro da polícia estacionado em frente ao estabelecimento. Ele bebericou um último gole de seu café, organizando uma pilha de esboços que falavam do manuscrito do mês em seus braços, sem prestar muita atenção no que acontecia ao seu redor. Provavelmente, algum roubo ocorreu nas proximidades ou foi apenas mais uma patrulha regular. Enfim, Morioh não era tão barulhenta: se não fosse pelo evento de sete anos atrás, quando um serial killer foi derrotado na cidade. Assim, o local pôde ser considerado definitivamente como o palco de uma tranquilidade de ouro. Quando ele voltou a dedicar seu foco ao seu trabalho, uma grande sombra pousou em seu campo de visão sobre todos aqueles papéis importantes.

 

"Estive procurando por você, Rohan."

 

O som que aguçou seus ouvidos foi o suficiente para fazer o rosto do artista se contorcer em uma careta desgostosa. Ele não teve que olhar para cima para ver Higashikata Josuke de todas as pessoas, olhando para ele com aquela feição boba e presunçosa em seu rosto mais velho — senão mais maduro e firme em seus novos músculos adquiridos por seu treinamento na academia de polícia.

 

Foi um estresse infindável quando Josuke se formou e se tornou um policial, forçando Rohan a vê-lo todos os dias vagando pelas ruas da cidade em seu uniforme impecável e bem ajustado ao corpo. Certamente, como todo o resto do grupo dos três rapazes insuportáveis ​​(exceto Koichi, porque Rohan gostava genuinamente dele), Josuke havia crescido e alcançado um certo grau de maturidade com o tempo. O jovem adulto parecia mais tolerável agora, embora sua personalidade gananciosa e humor duvidoso nunca tivessem realmente desaparecido dele. Rohan simplesmente o ignorou naqueles anos, distraído pelas mesmas tarefas que sempre teve e sendo forçado uma vez ou outra a interagir com o mais novo em ocasiões especiais.

 

Rohan desviou seus olhos rapidamente após o curto contato, voltando para os esboços de seus painéis. “O que você quer, Higashikata? Achei que você estava mais ocupado com suas tarefas na delegacia a essa hora do dia.”

 

Ele ouviu Josuke bufar acima dele e, infelizmente, a cadeira vazia a sua frente rangeu em um breve sinal que dizia que o mais novo não planejava partir tão cedo.

 

“Você é adorável", ele brincou, com uma voz doente que fez Rohan apertar mais o lápis em seu punho de modo que por um segundo ele achou que seria capaz de quebrá-lo sem nem perceber. "E ainda estou trabalhando, de certa forma."

 

Se ele estava mesmo trabalhando como bem disse, por que perder seu tempo tirando a paz dos outros?

 

"Eu também estou ocupado com meu trabalho. Inclusive, estou me retirando agora mesmo. Eu gostaria de poder dizer que foi bom ver seu rosto estúpido hoje, mas eu estaria errado." Ele se levantou de seu lugar com determinada falta de delicadeza, fazendo os olhos de Josuke se arregalarem com o movimento.

 

Suportar Josuke enquanto eles estavam em um círculo de amigos foi uma coisa, agora aturá-lo enquanto eles estavam sozinhos era outra completamente diferente.

 

O policial bateu as mãos sobre um dos papéis que Rohan estava prestes a recolher, impedindo que ele o pegasse. Kishibe franziu o cenho para o mais alto, a um passo de invocar seu stand para fazê-lo desaparecer de sua visão quando ele umedeceu os lábios. "Tenho um pedido a fazer, e você deve imaginar que é sério, porque eu não iria procurá-lo sem um motivo convincente."

 

“Não me faça se arrepender de ter saído de casa hoje", Rohan cuspiu, sem ouvir a besteira que o homem chato de cabelo idiota estava dizendo.

 

Josuke curvou os lábios em um sorriso malicioso, liberando a pressão de sua mão esquerda da folha no mesmo instante que se acomodou melhor em sua cadeira. “Isso pode te ajudar com o seu mangá.”

 

O artista recuou, finalmente hesitando depois de dar o primeiro passo para longe de Higashikata. Ele se virou para o policial, um tanto confuso enquanto processava a informação calmamente em sua mente.

 

Kishibe desistiu, sabendo que Josuke havia acertado seu calcanhar de Aquiles, virando-se e recostando-se na mesa. "Espero que você não esteja mentindo para me fazer ouvir, Josuke."

 

“Eu também não queria estar recorrendo a você, de todas as pessoas", a voz de Higashikata soou mais séria agora, como se ele estivesse cansado de brincar. Ele colocou seu quepe azul sobre a mesa, dando a Rohan a chance de ver seus cabelos mais curtos e o suor que escorria em sua testa por causa do tempo úmido. “Apenas seja um pouco menos hostil hoje e tente me escutar, ok?”

 

O mangaká cruzou os braços, demonstrando o quão insensível ele era a qualquer coisa que o envolvesse.

 

Josuke continuou: “Apareceu um novo caso no registro criminal da cidade na semana passada e ontem ele foi finalmente dado como solucionado depois que encontraram o responsável.” Ele mordeu o lábio inferior, passando a mão por seus cabelos em um tipo de demonstração de cansaço ao estalar as juntas das costas. O artista observou tudo aquilo com uma feição curiosa no rosto, pensando em como era uma boa referência natural para seu mangá. "Acontece que eu não acredito que o homem que foi pego seja o verdadeiro culpado."

 

Rohan ergueu uma de suas sobrancelhas finas, um tanto confuso após ouvir a breve explicação do policial mais jovem. “E como isso pode me beneficiar com meu mangá?”

 

“Bem, você sempre diz que a realidade é o que dá energia à sua criatividade e te inspira a fazer seu trabalho. O que quer que isso signifique, pensei que participar de um caso policial poderia lhe dar uma dose disso.”

 

Rohan abriu a boca para refutar, mas só percebeu que não tinha argumento tarde demais.

 

Quando Josuke se tornou tão inteligente? O mangaká colocou a mão no rosto, olhando para Higashikata como se tentasse intimidá-lo. “Você não pode cumprir seu dever e está me pedindo para ajudá-lo? Não achei que você fosse atingir um nível tão baixo.”

 

O semblante sereno de Josuke foi comprimido em algo que Kishibe interpretou como uma espécie de desprezo.

 

“Acredite, é repugnante para mim como policial ter de lidar com alguém que foi pego em flagrante no ano passado furtando em uma loja de departamentos nacional.”

 

Isso enfureceu Rohan sem fim. Ele não estava furtando de verdade, foi apenas uma análise para o seu mangá.

 

“Não use esse tom nojento comigo, Higashikata! Foi uma pesquisa relacionada a referências, nada que uma pessoa ignorante como você possa realmente entender!”

 

“Sim, tudo sobre o seu mangá. Agora me diga, você está dentro ou não? Não tenho tempo a perder.”

 

Rohan suspirou, estabilizando-se mais uma vez. "Você disse que o caso foi encerrado, no entanto, continuar essa investigação mesmo depois que o caso foi resolvido seria considerado ilegal. Como planeja seguir em frente?”

 

Josuke o acusou de fazer algo contra a lei, mas lá estava ele propondo coisas assim.

 

O maior coçou a nuca, voltando a sorrir nervosamente. "Digamos que é aqui que você entrará."

 

“E por que eu deveria aceitar isso? Não seria muito interessante usar meu stand para manipular o juiz a favor de um único mandado.” Poderia dar a ele uma margem de inspiração, mas não valeria o esforço.

 

"Embora você seja um polvo egoísta, admito que suas habilidades e seu senso investigativo seriam úteis mais tarde", confessou o oficial, enviando uma sensação estranha pelas costas de Rohan com o elogio repentino. “Você não vai fazer isso só por mim, de qualquer maneira. Existe uma menina que está no hospital em coma induzido, com uma família desesperada em busca de justiça. Isso não parece eloquente para você?”

 

Rohan não precisou responder. Ver Josuke assim, com um olhar determinado ardendo em suas íris azuis rodeadas de empatia e sede de punição foi o que ele precisava para saber que essa experiência lhe renderia uma ótima influência diretamente nas páginas de sua mangá.

 

Não foi por que ele se deixou levar pelo pouco que soube da vítima do caso que Higashikata estava investigando, ou por que ele queria ver mais dessa aura no policial mais alto: definitivamente não. Afinal, ele ainda era o Grande Kishibe Rohan. Ele não precisava de sensibilidade e todas as outras coisas sentimentais. Tudo para provocar Josuke e atestar como ele era melhor do que ele até mesmo em sua especialidade.

 

Higashikata voltou para a delegacia depois que eles terminaram, logo depois que Rohan concordou — com certa relutância — em fazer parte de seu plano. Ele fez questão de visitar o tribunal da Cidade S conforme havia combinado com o mais jovem anteriormente, tendo o nome do magistrado que precisaria manipular através de Heaven's Door para conceder-lhes o mandado necessário a fim de continuar a investigação criminal: mais precisamente, para que pudessem obter plena autorização da lei e invadir a residência do principal suspeito apontado por Josuke.

 

O mangaká não tinha ideia do que se tratava. Higashikata somente disse que ele deveria estar no interior de Morioh às oito horas, onde ficava um dos maiores condomínios de luxo do subúrbio.

 

Ao chegar ao local combinado, devidamente equipado como Josuke o informou, ele não precisou esperar muito. O policial apareceu minutos depois, vestido com algo diferente de seu uniforme. Kishibe podia admitir que Higashikata não tinha um senso de moda especialmente ruim nas coisas, mas o modelo que ele estava usando agora era... antiquado (como tudo nele).

 

"Você fica melhor de farda", Rohan comentou, franzindo o nariz enquanto enrolava o lenço em volta do pescoço. Estava frio, mas ainda era outono.

 

"Eu tive que me disfarçar um pouco mais dessa vez." Josuke piscou para ele, aproximando-se do artista enquanto observava a mansão do outro lado da rua por trás dos arbustos. "Sinto muito se te decepcionei por parecer menos atraente esta noite."

 

Isso foi um flerte? Rohan queria rir com a ideia dessa possibilidade. Seu estômago coçou de uma maneira estranha quando ele refletiu sobre isso com mais seriedade.

 

Ele deu aos ombros largos do policial um pequeno empurrão. "Sou inferior por conhecer você.”

 

Josuke deixou uma risada nasal preencher o silêncio depois disso, irritando Rohan novamente.

 

"Eu ainda não te contei nada sobre o caso, certo?" Kishibe balançou a cabeça, afastando-se para ter uma perspectiva melhor da construção. “Estamos esperando o dono desta luxuosa mansão sair para sua sessão de fisioterapia. Ele é um atleta paralímpico internacional aposentado e Morioh é sua terra natal.”

 

"E qual é a relação dele com a vítima?", Rohan questionou, estreitando os olhos para tentar ver o que estava acontecendo àquela distância. Ele não sabia que outras celebridades como ele moravam na cidade.

 

Josuke pareceu ter feito uma pausa para organizar suas palavras, assoprando o ar gélido ao ouvi-lo. “A nossa vítima também é uma atleta paraolímpica. Ela foi brutalmente espancada e teve seu cérebro lesionado durante o ataque. O agressor usou uma medalha de prata que teria sido ganha por ela no dia do crime, onde um jogo importante estava acontecendo.” Ele parecia triste ao descrever. O artista ficou genuinamente surpreso com esses fatos, e um pouco assustado também. Ele não achava que ainda existiam pessoas capazes de cometer tais atrocidades em Morioh, pelo menos não depois de tudo o que aconteceu. “A questão é que as impressões digitais de um traficante qualquer foram encontradas na medalha, e eu não acredito nisso.”

 

“Não acredita que ele fez isso com ela?”

 

Higashikata respirou profundamente, apontando para a edificação. “Dê uma olhada. Você não acha que esta casa só poderia ter sido financiada por lavagem de dinheiro? Sim, ele era um atleta renomado, mas já faz décadas que sua fama desapareceu dos holofotes. Uma quantia de dinheiro como essa não aparece de repente.”

 

A fisionomia do artista se contorceu de interesse aos pés dos relatos bem conceituados.

 

Pink Dark Boy era um mangá que retratava um cenário de terror em suspense, com cenas psicológicas, emocionantes e personagens realistas. O gênero policial também estava difundido em todo esse meio, então Kishibe mal percebeu quando começou a sentir a criatividade e o desejo de ter um caderno ao seu lado para fazer vários esboços naquele exato momento.

 

Rohan não queria admitir, mas aceitar a proposta de Josuke foi uma ótima ideia.

 

 “Ele está saindo", disse o policial, chamando a atenção do mangaká. Os dois se encolheram atrás das rochas, cientes da forma como o suspeito foi conduzido até o táxi que supostamente havia chamado antes de eles chegarem até lá.

 

Quando o veículo estava a uma distância considerável da mansão, Josuke avançou na frente dele, correndo ao redor do jardim e alcançando a entrada. Rohan foi logo atrás dele, sentindo-se fortemente decepcionado consigo mesmo por ter esquecido de trazer sua câmera para capturar toda aquela paisagem incrível.

 

Em um segundo, Higashikata materializou Crazy Diamond e destruiu a porta em um golpe. Rohan o observou abrindo caminho entre os escombros de madeira demolida, passando pela entrada sem nenhuma dificuldade. Ver o stand de Josuke tão de perto ainda lhe enviou novas lembranças do dia em que o conheceu há quase uma década. Ele optou por não se lembrar tanto disso, balançando a cabeça para afastar o pensamento.

 

Kishibe ainda não via sentido na teoria que Higashikata elaborou. Algo sobre isso não se encaixava. "Por que esse homem teria contratado alguém para tentar matá-la?"

 

Josuke deu a ele um olhar confuso enquanto consertava a porta. “Eu não diria que ele o contratou. Parece mais que ele o incriminou, já que imagino que ele tenha feito isso com as próprias mãos. Mas, de qualquer maneira, é tarde demais para essa conclusão. Ele possui um filho que também está seguindo com o ramo dos jogos e que participa de competições. Por acaso, o jogo que seu filho jogou na semana passada e ganhou como primeiro lugar foi exatamente o mesmo que nossa vítima estava participando.”

 

Ok, agora havia alguma conexão. Na verdade, era bastante plausível para Rohan.

 

Eles subiram todas as escadas juntos para iniciar a busca no segundo andar enquanto acendiam todas as luzes e se certificavam de que estavam sozinhos na espaçosa mansão.

 

"E o que estamos procurando?", Rohan sibilou, observando Josuke revirar a mobília na sala como um cachorro grande e incontrolável.

 

Higashikata delimitou um novo sorriso divertido em seus lábios: “A medalha.”

 

Oh. Ele finalmente entendeu o que Josuke quis dizer. Depois de passar todo esse tempo tentando conectar os pontos do caso em sua cabeça, ele foi capaz de processar o raciocínio que o outro estava fazendo.

 

Obviamente, existiam duas medalhas na história. Em uma das premiações de jogos de beisebol que Rohan participou, ele conseguiu descobrir que as medalhas dadas aos vencedores não tinham nenhum tipo de identificação em nome ou data: a única parte relevante do material era se o mesmo foi feito de prata, ouro ou bronze. Ou seja, podiam existir inúmeras cópias idênticas entre um jogo e outro. O filho do atleta para o qual procuravam evidências concretas para denunciar poderia ter recebido uma dessas exatamente como a da cena do crime. Dessa forma, a medalha original poderia ter sido substituída posteriormente sem que ninguém percebesse.

 

Ele varreu seus olhos verdes como esmeraldas afiadas rapidamente pelo aposento, observando o porta-retratos sobre a cômoda amarela que armazenava uma foto amorosa entre pai e filho. Irônico, pensou Rohan.

 

 “Estamos no lugar errado. A medalha está no primeiro andar, especificamente no quarto dele.”

 

“Como concluiu isso tão fácil? Estou fazendo o meu melhor aqui!”

 

O mangaká estalou a língua no céu da boca, guiando o mais novo em suas próprias constatações. “Ele é uma pessoa com deficiência, então você está perdendo tempo procurando em lugares tão altos. O único que poderia guardar provas como essa seria o próprio criminoso, e o local de fácil acesso não seria aqui no segundo andar onde há uma quantidade enorme de escadas e obstáculos. Se eu fosse o agressor, faria questão de manter a medalha o mais perto possível.”

 

Josuke assobiou, chocado com o pensamento ágil de Rohan.

 

"Bem pensado." Higashikata se levantou, desistindo de tentar empilhar os livros na prateleira. Ele lançou um olhar amigável para o outro: "Até que você seria um bom parceiro."

 

O mangaká se sentiu um pouco constrangido com a maneira que seu coração palpitou suavemente ao ser elogiado outra vez pelo mais alto.

 

Aquele pirralho, ou melhor, aquele homem, estava brincando com ele. “Está dizendo isso por se sentir humilhado?”

 

O sorriso de Josuke se desmanchou gradativamente. “Eu não estou me sentindo humilhado.”

 

 O policial não sabia quando o anfitrião chegaria, então eles tiveram que ter cuidado com todos os detalhes.

 

Assim que chegaram à porta, o mangaká fez uma careta. “Não comece a revirar tudo novamente ou vou sair daqui."

 

“Qual é o seu palpite, então?”

 

Kishibe revirou os olhos, entrando e verificando a suíte. As paredes tinham um tom neutro que harmonizava com cores fortes entre os móveis e o revestimento do piso, além do banheiro que possuía um espelho enorme e uma iluminação exuberante por toda parte. Rohan poderia ser conhecido por ter um alto patrimônio líquido, mas até mesmo ele sentiu inveja de tais detalhes. “Você é um perito, não é? Faça o seu trabalho.”

 

"Procure nas gavetas inferiores do guarda-roupa.”

 

Rohan manteve sua visão cética ao ir até lá e abrir o compartimento, sentindo-se um tanto surpreso ao perceber que Josuke estava certo. Havia um pequeno pacote que o mais novo acabou recolhendo com cuidado, notando vestígios de danos no material e de algumas gotas de sangue no comprimento da peça de prata.

 

Josuke o olhou de soslaio no canto do cômodo, parecendo aliviado e feliz consigo mesmo por suas pistas indicarem um curso correto. Ele olhou para o mangaká, sorrindo novamente enquanto o homem mais velho podia ver um rastro rosa aparecer em suas bochechas (ou talvez fosse apenas sua imaginação?).

 

"Obrigado, Rohan. Você sabe, por me ajudar com tudo isso. Eu sei que você me seguiu a pretexto de obter experiências, mas eu sei que há uma parte de você que é boa e que quis me ajudar a fazer justiça, mesmo que seu orgulho te impeça de admitir.”

 

"Não se glorifique tanto, Josuke", Kishibe o avisou, tentando esconder os olhos na posição em que estava. Ele tinha certeza de que seu rosto estava corando também, conquanto não soubesse exatamente o porquê.

 

“Sério, eu realmente poderia passar mais tempo com você.”

 

Rohan sentiu seu coração acelerando.

 

A porta da frente fez um barulho longo e ruidoso e os dois se viraram espontaneamente em estado de choque, encarando a figura do dono da mansão. Antes que o homem ou Josuke pudessem reagir de alguma forma, Rohan desenhou no ar dentro do alcance do ex-atleta, manifestando Heaven’s Door em um par de segundos. Josuke foi rápido o suficiente para usar seu stand e evitar que ele caísse e desabasse no chão, fazendo Rohan arquear as sobrancelhas finas.

 

Apesar de estar ciente das ações do outro, Higashikata nunca deixou de ser o idiota empático que era.

 

"Caramba, eu não pensei que ele chegaria tão cedo!"

 

"As pessoas nunca esperam", disse Rohan, encolhendo os ombros enquanto se ajoelhava ao lado de Josuke para ter acesso às memórias do homem mais velho. Ele leu algumas páginas e informações mais importantes, adquirindo um bom conhecimento de sua vida por meio de suas experiências:

 

Seu nome era Sugawara Raiden. Ele tinha 57 anos e seu tipo sanguíneo era O negativo. Começou sua história no esporte ainda criança, dedicando-se desde muito cedo a manter o corpo saudável e aperfeiçoar suas capacidades, o que foi sua maior ambição ao longo da vida e sendo esse o sonho que concretizou ao longo dos anos. Ele nasceu em Morioh, mas mudou-se para a Flórida depois que seu sucesso atingiu o auge aos 30 anos e, no mesmo período, ele se casou e teve seu primeiro filho aos 39. Seus pais morreram de senescência logo depois e, misteriosamente, como se algum tipo de nuvem de caos o tivesse atingido naquela mesma década, Raiden foi diagnosticado com um tumor na medula espinhal em 1992.

 

Rohan encontrou um ponto intrigante referente aos acontecimentos recentes que julgou que seria do interesse de Josuke ouvir: “Meu filho não gostou do esporte que eu o incentivei a praticar. Quando eu era criança, sempre gostei de jogos e, no momento em que o vi daquele jeito, com sua plena capacidade de mover suas pernas e se recusando a me orgulhar foi terrível para mim. Eu o forcei a treinar. Depois que ele cresceu um pouco mais, pude introduzi-lo em outros esportes para que ele pudesse trabalhar nos quais tivesse mais aptidão. Assim, desenvolvi seu senso competitivo e ele logo começou a participar de vários torneios. Fiquei orgulhoso, até perceber que meu filho estava sempre em segundo lugar nos jogos. Nunca em primeiro lugar. Nunca o número um, como eu era. Depois de descobrir isso, incentivei-o a melhorar ainda mais. Ele passava todo o seu tempo livre se dedicando a melhorar suas habilidades físicas, e eu não poderia me sentir melhor ao vê-lo se esforçando de verdade. Porém, ainda havia aquela garota que sempre o atrapalhava. Em algum momento, eu me senti enjoado e percebi que se eu queria que meu filho não se tornasse um perdedor como eu, eu precisava fazer algo a respeito...”

 

Kishibe parou naquele ponto, incapaz de ler mais.

 

"Eu acredito que temos evidências suficientes agora."

 

Rohan acenou com a cabeça, desativando o efeito de seu stand para que Josuke pudesse algemar o homem abaixo dele.

 

Eles tiveram um pouco de trabalho para mover o corpo inconsciente do criminoso para o carro da polícia, porém a força de Higashikata garantiu que eles não teriam tantos problemas com isso.

 

Josuke estava pronto para entrar na viatura quando deu uma última olhada em Rohan, com uma expressão indecifrável no rosto. "Você não veio aqui com sua motocicleta, veio?"

 

O mangaká estremeceu um pouco do lado de fora, sem saber se era por causa do frio insuportável ou pelo fato de ter esquecido de contar a Josuke que não tinha mais sua motocicleta pelo simples motivo de ter falido recentemente e que precisou vendê-la para se recuperar. "Não..."

 

O artista tinha ido até lá através dos ônibus noturnos, mas não sabia da disponibilidade de outros em breve.

 

Quando Rohan olhou para Higashikata novamente, ele tinha um sorriso acolhedor em seu rosto. "Entre no carro, vou te levar para casa."

 

Kishibe não pensou duas vezes. Ele caminhou ao redor do veículo em questão de segundos, sentando-se no banco do passageiro acolchoado e sorrindo sarcasticamente de uma forma que confundiu o policial. "Eu pensei que você iria me convidar para jantar antes disso, Higashikata Josuke."

 

A maneira como Josuke corou em seguida foi uma resposta adorável.


Notas Finais


Essa menção no final sobre o Rohan ter falido é uma referência aos spin-offs.

Finalmente chegamos à quadragésima história e eu estou muito feliz por essa conquista. Muito obrigado pelo apoio, vocês não fazem ideia do suporte enorme que vocês compõem quando comentam e favoritam minhas histórias. Estou passando por um momento complicado; portanto, ter isso comigo é precioso demais.

Obrigado por ler!


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