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História Underclass Hero - Wait


Escrita por: nay_lennu

Notas do Autor


Enjoy 😘

Capítulo 3 - Wait


 O garoto olhou-me depois de dizer seu nome e lhe dei um pequeno sorriso para parecer simpática. Desviei o olhar de seu rosto e olhei para o copo de leite em minhas mãos e dei um gole no mesmo.

 - Então, Elizabeth...

 - Pode me chamar de Lizzy. Se quiser.

 - Claro. Ahn... Então, Lizzy, você tá gostando da escola? - Ele disse, acho que estava querendo puxar assunto.

 - Sim, sim. No começo eu confesso que não havia gostado muito. Mas agora eu consegui bastante amigos e estou gostando o bastante.

  O garoto fez uma cara de compreensão assentindo coma cabeça e meteu sua mão na pequena embalagem dos salgadinhos. Eu tratei de tomar logo o leite.
 
  Confesso que estava sem jeito diante do garoto. Cujo nome agora eu havia descoberto que era Peter. Nunca havia ficado sozinha com um garoto num lugar enorme tamanha meia-noite. Tá certo que  havia mais pessoas na casa, mas tenho plena certeza que todas elas estavam dormindo e nem perceberiam se algo acontecesse comigo.

  - Bom, eu vi você quando havia acabar de chegar. Sabe, sua performance no jardim. - ele estava se referindo ao que o Professor havia pedido para mim. Para eu mostrar meus poderes. - Também vi você me encarando pela a janela do seu quarto hoje.

  Depois dessas palavras eu corei. Corei violentamente. Nunca pensei que ele poderia tocar no assunto. Pelo visto ele havia percebido que tinha ficado um pouco - tipo, muito - sem jeito porque abriu um sorrisinho de canto. E eu dei uma risadinha envergonhada.

 - É que... Bom, eu vi você lutando com seu amigo. Achei interessante.

 - Ah, claro...

   Voltei a tomar meu leite que já havia chegado ao fim. Me virei e fui até a pia e lavei o copo.  Terminei de lavar o copo e me virei pronta para despedi-me de Peter.  Mas ele se levantou da cadeira e veio caminhando em minha direção antes que fizesse algo. Eu fiquei um pouco tensa, confesso. Ele estava caminhando calmamente e trazendo consigo a embalagem de salgados vazia e o copo de isopor em que tinha bebido algo. Então ele desviou. E foi para uma lata de lixo que estava bem ao meu lado. Fiquei olhando todos seus movimentos.

   Ele depositou tudo na lata de lixo e me olhou por um segundo e se despediu.

 - Tchau, Lizzy. Nos vemos amanhã. - ele disse e como um vulto, desapareceu da minha frente. Eu até me assustei um pouco. Balancei a cabeça e também resolvi ir para meu quarto. O sono já estava batendo novamente.

 Saio da cozinho e subo as escadas com lentidão. Logo já estava em meu quarto. Jogo-me na cama não demoro a cair no sono novamente.

 
     ***


  Olho o relógio logo acima do quadro em que o professor Hank escrevia. Ótimo, já estava chegando o fim da aula. Termino rapidamente de anotar o conteúdo no caderno.

 Minutos depois Hank no dispensa e eu me levanto imediatamente. Estudar não era um forte meu. Trato logo de sair da sala e ir direto para meu quarto, mas sou impedida pelo Professor Charles chamando-me. Me viro e ele estava vindo em minha direção e sua cadeira de rodas. Abaixo meu olhar e encaro seus olhos azuis serenos.

- Ah, Elizabeth, estava lhe procurando. Vamos á minha sala, preciso falar com você, sim?

 - Ahn... Sim... - confesso que naquele momento eu senti um pouco de medo. Não me lembrava de ter feito algo errado. Estava indo tudo bem. O que era de tão importante para eles conversarem?

  Com um sorriso em seu lábios, Professor virou-se e conduziu sua cadeira de rodas em direção a sua sala. Entramos na mesma e ele foi ate sua mesa e parou lá.

 - Sente-se. - ele disse e eu me sentei colocando meus matérias em meu colo. - Então, Elizabeth, creio que está bem curiosa para saber o porque de eu ter chamado você até minha sala para conversarmos.

 - Bem, sim...  Olha, seu eu fiz algo de errado, eu tento concertar e....

 - Oh, não, não. Elizabeth, você é uma ótima aluna. Não se preocupe. - disse e deu um sorriso divertido e eu suspirei em alívio. - Eu chamei você aqui porque quero conversa a respeito de seus poderes, Lizzy.

 Engoli o seco. Ele nunca havia chamando-me para conversar a respeito disso. Desde o ocorrido eu nunca tinha tocado no assunto sobre eles -apenas quando fora obrigada-.

 - Certo... - eu disse hesitante.

 - Bom... Eu sei como seus poderes Se manifestaram pela primeira vez. É traumatizante, eu sei. Mas precisamos estudar mais sobre eles. Precisamos estudá-los para poder ajudar você a controlá-los. - ele ia dizendo e eu assentos com a cabeça, em silêncio. - Eu quero saber de você o que aconteceu naquele dia.

 - Eu... - engoli o seco novamente. - Bom, eu tinha acabado de sair da sala de aula. Eu estava me sentindo um pouco estranha. Na verdade, eu já estava sentido isso vários dias antes.

 - E o que era que você estava sentindo.

 - Minhas mãos formigavam demais. Eu sentia dores de cabeça e eu sentia que estava ficando fraca.

 - Oh, sim. Continue o que aconteceu. - ele disse e sorrio.

 - Depois que eu sai da sala e peguei meu celular e o carregador para ligar ao meu pai, já que o celular estava descarregado. Fui a tomada que estava mais próxima e quando eu iria conectar o carregador na tomada eu, bem, era como se tivesse... Sei lá, sugando a energia... Foi bem estranho....

 - E você sentiu alguma coisa?

 - Não,. Quer dizer, senti, senti como se estivesse, bem, recarregada. Como se aquela energia tivesse me revigorado.

 - Ah, entendi. - o professor que estava acompanhando tudo que eu falava atentamente, disse expressamente. - Tudo o que você estava sentindo durante aqueles dias eram só sintomas de que seus poderes surgiriam em alguma hora.

 - Então quer dizer que isso ia acontecer de uma forma ou outra?

 - Sim, sim. Isso se chama eletrocinese. Ou seja, você pode absorver eletricidade ou energia de qualquer fonte que esteja próxima a você. Você pode também usar isso de várias formas possíveis. Mas acho que agora não é a hora de falarmos sobre isso. Aposto que teve um dia cheio hoje  - ele disse e eu balancei a cabeça. - Pode ir, outra hora iremos conversar sobre isso direito.

 - Certo...

  Levantei-me e acenei com a cabeça e recebi um sorriso de volta. Caminho calmamente até a porta do escritório e abro a mesma saindo logo em seguida. Viro-me para fechar a porta e a fecho. Estava cheia de pensamentos. Será que o professor Charles iria consegui a controlar o que eu sentia. Eu sentia a energia em todos os cantos. Nas paredes, no chão em que pisava, até mesmo nas pessoas. Eu não sabia o que era aquilo, mas confiava no professor e sabia que ele iria me dar respostas.

 - Ora, se não é a Liza. - virei-me assustada em direção a voz que estava um tanto próxima a mim. Era Peter. Estava encostado na parede ao meu lado. E... Nossa, ele era bem bonito. Certo, sem pensamentos desse tipo na minha cabeça, por favor.

 - Oi. - disse timidamente. Ele sorriu. E que sorriso. Ele vestia uma jaqueta cinza por cima da blusa branca com um desenho qualquer, usava também uma calça preta e um tênis.

 - Eaí? Já arrumando encrencas nas primeiras semanas, Elizabeth? - ele disse com um sorriso divertido no canto dos lábios. Franzi o cenho por um segundo e logo percebi o motivo da pergunta. Eu estava acabando saindo da sala do Professor Charles.

 - Não, não. O Professor só me chamou para conversar. - eu disse rindo. Certo, agora eu fiquei sem o que falar com ele. E parece que ele também. Ele estava me encarando por muito tempo e eu fiquei desconfortável. - Bom, eu já vou indo. Tchau.

 Dei um sorriso meio torto e virei-me para o lado oposto. Indo para o meu quarto.

 - Liza! - escutei ele me chamando. O que ele queria agora?

 - É Lizzy.

 - Ahn, certo, Lizzy. - ele disse e deu um sorriso amarelo. - Bom, eu vou sair com uns amigos meus amanhã. Quer ir com a gente?

  Ele tava me convidando para sair? Certo, por essa eu não esperava. Olhei para ele em dúvida. Ele me parecia bem mais velho -mas ainda sim bonito -. Quantos anos aquele cara tinha? E o que meus pais diriam se a filha deles de 16 anos saísse com um cara mais velho e com seus amigos que provavelmente também eram mais velhos. Eu já sabia o que responder.

 - Ahn... Acho melhor não. Talvez outro dia. - dei-lhe um sorriso amarelo. E ele fez um barulho com a boca.

 - Ah, que pena. - ele disse e fez uma cara meio que decepcionada. - Até outra hora então.

 Ele disse e deu mais um sorriso. Apertei meu matéria contra o peito e retribui o sorriso. Só que de uma maneira menos encantadora que a dele.

 - Até... - disse e me virei novamente. Senti que ele estava me observando. Não me atrevi olhar para trás para saber se era verdade. Apenas caminhei o mais normal que conseguia até meu quarto.

  Larguei meus materiais em um lugar qualquer, sem nem me importar se Jubileu estava ou não lá e me joguei na cama.

 - Ih... O que aconteceu, Lizzy? Se jogou ai nessa cama toda sorrindente... - de fato Jubileu estava lá. E... Sorrindo? Eu estava sorrindo? Droga, porque eu estava sorrindo? Tratei logo de fechar minha boca e a encarei.

 - Nada.

 - Ah claro. - ela disse revirando os olhos. - Eu vi você conversando com o Peter. O que ele disse pra você ficar sorrindo pro nada? - reviro os olhos.

 - Nada. Só conversamos.

 - Sobre o que? - Jubileu perguntou com uma curiosidade irritante.

 - Dá pra você para de se intrometida? - Já falei que me irrito muito facilmente? Pois é, eu me irrito muito facilmente. Jubileu dá um sorrisinho malicioso.

 - Por que você ficou irritada? - ele disse e riu. Revirei os olhos. - Ele é bem bonito, não é? Não é a toa que você veio toda boba de lá.

  Argh, quando Jubileu quer ela consegue ser mais irritante do que ela já é. Bufo e jogo o travesseira da minha cama fortemente contra ela. Recebo um olhar mortal na minha direção e um travesseiro com toda a velocidade contra mim. Apenas ignoro e abraço o travesseiro.
 
 - Lizzy?

 - O que você quer? - falei com uma voz irritada. Eu não estava mais irritada mas queria passar essa idéia para Jubileu não encher meu saco.

 - O que vocês conversaram? - fecho os olhos e respiro fundo.

 - Não irei dizer.

 - Tá bom.
 
   Um silêncio se formou no quarto. A única coisa que se ouvia era o barulho que a lixa fazia contra as unhas de Jubileu.  Ficamos assim por um longo temo e isso já estava me irritando.

 - Ele me convidou para sair. - disse e Jubileu me lançou um olhar vitorioso.

 - E você aceito, não é? - ela disse despreocupada. Ainda lixando sua unhas.

 - Não.

 - Não o quê?

 - Eu não aceitei.

 Jubileu tratou logo de parar de lixar suas unhas e me olhou como se quisesse me esganar.

 - Um dos caras mais gatos desse colégio te convida pra sair e você diz não? O que você tem na cabeça? Um cérebro? - ela falava como se fosse uma das coisas mais graves que eu estava fazendo. Apenas a encarava dando seu show com cara de tédio.

 - Eu o conheci na noite passada e ele deve ser bem mais velho do que eu. Eu não iria aceitar. - disse como se fosse óbvio.

- E o que que tem? Ele.... Espera, você disse que o conheceu noite passada? - Merda, agora eu teria que dizer tudo para ela.

 - Eu disse noite passada? Deve estar enganada....

 - É melhor você começar a me contar tudo, Elizabeth Turner. - ela diz ameaçadora e eu solto um muxoxo.

 - Tudo bem... - eu comecei a contar tudo pra ela. Apenas omiti o fato do pesadelo que tive. Terminei e Jubileu estava encarando-me sem piscar. Ela era legal, mas bem estranha.

 - Ele ficou encarando você? Cara, ele tá tão na sua. - ela disse e eu revirei os olhos.

 - Aposto que ele encara todas as garotas que ficam de pijama na frente dele, não? - disse e dei um sorriso falso pra ela. Que apenas rolou os olhos.

 - Que seja. Eles está na sua e você está na dele também. - ela diz e eu solto uma gargalhada. Tá, ele poderia ser bonito e tudo mais. Mas eu não estava dele. E nem quero estar. Ele tem cara de ser daqueles, bem, galinha.

 - E você está precisando de um médico. - dou um sorrisinho irônico. - Vou estudar. E o melhor que eu faço.

 - Claro, vai estudar aqueles olhinhos negros encarando você. - ela disse se levantando e saindo correndo pela porta quando viu que eu ameacei jogar o caderno nela. Que louca.

 


Notas Finais


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