Escrita por: RageFloyd
Sentado na cadeira, impaciente a ansioso, eu esperava Gaster recolher suas ferramentas. Papyrus estava encostado num canto ao lado do elevador que levava para a casa de Gaster observando tudo com cuidado. Após alguns segundos o pesquisador levantou de perto da maleta, jogou os equipamentos em cima da mesa e a arrastou para um canto.
— Fique aí. Faremos o experimento aqui mesmo. — ele parecia animado como uma criança em uma gincana de jogos exóticos. Gaster era o tipo de pessoa que é séria e formal perto dos outros, mas quando está se divertindo parece um sensacionalista de descobertas.
O esqueleto chegou perto de mim com o que supus ser algo como um medidor de PM. O aparelho tinha um controlador — que estava no bolso do jaleco do cientista — de onde saíam dois fios que conectavam a suas respectivas garras, parecidas com os jacarezinhos que se usam nos motores de carros. A ferramenta era semelhante a um multímetro.
— Certo, aqui vamos nós. — o esqueleto abria e fechava os jacarezinhos compulsivamente.
— Vai doer? — perguntei, preocupado.
— Não... — olhou para um canto como quem tentava lembrar de algo — ...eu acho.
Gaster agarrou os jacarezinhos em cada um de meus dedos indicadores. Eles apertavam muito forte, e meu dedo esquelético doía com a pressão.
— Ei! Isso dói!
— Ah, deixa de ser fresco — rebateu Gaster. Acho que foi essa parte dele que Papyrus puxou.
O pesquisador tirou o controlador do bolso e começou a mexer nos botões, muito concentrado. Eventualmente ele puxava sua prancheta da mesa e fazia alguma anotação em Wing Dings. Reparei como o esqueleto desenhava os caracteres de mãos e símbolos muito rapidamente.
— Certo... Certo... — ele murmurava repentinamente quando concluía algum cálculo — Interessante...
Após alguns vários minutos de exames onde Gaster trocou de aparelho algumas vezes usando diversas ferramentas com diferentes funções, Papyrus observava o teto entediado e eu estava quase caindo no sono.
— OKAY! — gritou Gaster quando concluiu seus exames, fazendo eu dar um pulo ao acordar —Tudo pronto! E... Ok, isso é... — o pesquisador olhava com um semblante estranho para o papel — Tenho algumas conclusões a fazer, antes de qualquer coisa...
Em contraste com a versão animada e entusiasta de Gaster, agora o esqueleto parecia bem preocupado enquanto lia seus papéis e fazia mais cálculos. A cada conclusão o pesquisador parecia ficar um pouco atordoado.
— Certo... — ele concluiu, olhando para mim — Tenho o valor aproximado do PM de uma alma humana.
— E quanto é? — Papyrus perguntou, curioso.
— Hm... mais do que eu esperava. São mais ou menos... 50.000.000 PM.
— Como é que é? — exclamei, embasbacado com o valor revelado. Papyrus bufou de modo debochado e desencostou da parede. O esqueleto foi até a mesa, puxou uma cadeira e se jogou na mesma, com as pernas cruzadas e os pés em cima dos papéis de Gaster.
— Pois é... 50.000.000 PM. Isso é o equivalente à força de toda a população do subsolo. Todos os monstros para derrotar um único humano... — disse Gaster.
— Mas esses valores são exorbitantes! — respondi, indignado — Como os monstros podem ser tão fracos?!
— Não são os monstros que são fracos, babaca — disse Papyrus. Percebi no tom do xingamento que a verdadeira intenção não era ofender — Os humanos que são fortes pra caralho. Vida injusta, não acha?
Nesse momento Gaster levantou da cadeira em um pulo. O semblante mostrava que o pesquisador acabara de fazer alguma conexão e a descoberta recente parecia chocá-lo.
— Mas... veja bem — Gaster deu um empurrão nos pés de Gaster, mandando-os de volta para o chão e fora da mesa. O esqueleto encarava os papéis com peso — O PM da barreira é de...
— 350.000.000 — concluiu um Papyrus de boa memória — Isso é o equivalente a 7 almas humanas. Para mim parece um plano viável. — ao ouvir aquilo, Gaster deu um tapa no braço de seu filho.
— Que plano? — eu estava confuso.
— Matar 7 humanos, pegar suas almas e quebrar a porra da barreira. — disse Papyrus, como se aquilo fosse a coisa mais tranquila do mundo.
— M-Matar... humanos?
Me senti imediatamente ameaçado. E se tentassem me matar? Já seria um sétimo do trabalho pronto, de graça! Eu já não sei lutar bem, vai ser simples para Asgore me caçar com a tal “Guarda Real” que tanto dizem por aí... Eu seria morto e minha alma usada para quebrar a barreira.
— Ah, não se preocupe, Dylanzinho querido — disse um Papyrus que parecia achar minha preocupação engraçada — Ninguém sabe que você tem alma humana, então Asgore não vai te caçar.
Me senti aliviado. É verdade, não tem como me caçarem. Afinal, eu sou só um monstro esqueleto ajudante de um pesquisador, não é?
— Mas eu não garanto nada sobre outros humanos que caírem aqui... — concluiu Papyrus, de forma assustadora.
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