História Undisclosed Desires - Are you jealous?

        ARIZONA

        Mansão Robbins/ Sexta-feira, 7h30 da manhã.

        - Timmy, você vai poder me dar uma carona para a faculdade? – Digo me juntando ao meu irmão no balcão da cozinha.

        - Claro maninha, está pronta? – Ele pergunta com um lindo sorriso de covinhas.

        - Estou sim – Respondo devolvendo o sorriso – Qual é o motivo dessa felicidade? – Pergunto.

        - Uma latina chamada Calliope – Ele diz e eu reviro os olhos – Soube que ela foi transferida para a nossa faculdade e será da sua turma.

        - Como você sabe disso, Timothy? – Pergunto confusa.

        - Tenho os meus contatos – Ele diz e me lança uma piscada.

        - Não vejo a hora de terminar a faculdade logo, é muito cansativo ter que estar na faculdade todas as sextas e depois ter que ir para a empresa – Digo cabisbaixa.

        - Calma, só faltam dois meses, já está acabando – Ele diz fazendo carinho em meu cabelo – Agora vamos, não quero me atrasar – Ele diz pegando suas coisas e eu faço o mesmo.

        Entramos no carro e Timothy dirigiu até a faculdade. Despedi-me do meu irmão e fui para a minha sala, as provas finais estavam chegando e eu já estava pirando tendo que conciliar o estágio e tanta coisa pra estudar. Chego a minha sala e não vejo Callie – Será que ela está mesmo na mesma sala que eu? Mas ela não me disse nada – Minha mente murmura.

        - Hey, Ari! – Maggie me chama.

        - Hey, Meg, hey Charles – Sento-me ao lado dela e cumprimento Charles que estava atrás de nós.

        - E aí, Ari? - Ele diz.

        - E aí, como está sendo o estágio na empresa de seu pai? – Ela pergunta curiosa.

        - Está sendo ótimo, hoje tenho um projeto pra apresentar e estou super nervosa – Digo mexendo nas minhas próprias mãos.

        - Eu imagino, mas você vai se sair bem, tenho certeza – Ela diz sincera.

        Continuo contando as novidades para Maggie e Charles e nem percebo Callie chegar. Sinto alguém tocar meu braço e quando me viro vejo a latina com um sorriso enorme me encarando.

        - Oi, Arizona! – Ela diz animada.

        - Oi, Callie – Digo surpresa – Então meu irmão estava certo, você está mesmo na minha turma!

        - Ah, poxa! Era pra ser surpresa – Finge tristeza e eu dou uma risada – Mas são só algumas aulas que faremos juntas – Ela explica.

        - Ah, claro – Digo me virando para Maggie – Mag e Charles, essa é a Callie Torres, ela trabalha comigo na empresa – Apresento – E Callie, essa é Maggie Pierce e Charles Percy, meu amigos.

        - Meu Deus, Arizona! Você trabalha com a filha do Carlos Torres? – Charles diz embasbacado.

        - Sim, nossos pais são amigos de faculdade e fundiram as filiais daqui de Londres, por isso trabalhamos juntas – Explico.

        - Que incrível – Foi a vez de Maggie se pronunciar.

        Continuamos a conversa por mais alguns minutos, Callie contou sobre sua vida e respondeu milhares de perguntas dos meus amigos. Não demorou muito e o professor entrou na sala e voltamos nossa atenção para ele.

        XXXXXX

        Arizona chega ao pátio e avista Timothy com Callie em uma conversa aparentemente divertida. Revira os olhos para si ao ver seu irmão caidinho pela morena, decide ir até eles, mas sente seu corpo ser puxado por alguém.

        - Diz pra mim que seu irmão não está apaixonadinho por aquela ali? – Diz apontando para os dois que conversavam.

        - Eu não sei, Izzie. Eu não acho que ela vá dar bola pra ele, ela é... sei lá, ela é mais velha – Tenta arrumar uma desculpa para não magoar a loira.

        - Por que eu fui me apaixonar por ele, hem? – Ela bufa e senta no chão com as mãos sobre o rosto.

        Isobel Stevens era uma linda mulher, alta e loira de olhos castanhos. Era da turma de Timothy e no verão passado ficaram algumas vezes, mas a loira acabou se apaixonando. Arizona até tentou alertar, mas não adiantou muito e sempre que o via com uma mulher, izzie corria para a loira para saber do que se tratava.

        Arizona consolou por um tempo, deu alguns conselhos e disse que ele e um galinha e ela merece coisa melhor. A loira menor sabia que o irmão era uma boa pessoa, mas jamais o indicaria para alguém se apaixonar, pois ele sempre fugia de compromisso.

        Depois que a mulher se recompôs foi atrás de Callie e Timothy, mas eles não estavam mais no lugar de antes. Achou estranho mas seguiu para o refeitório onde encontrou Maggie e Charles, sentou-se junto a eles e fez um lanche rápido.

        Voltou para a sala e sentou em uma mesa da frente, era sua aula favorita e queria prestar atenção. O tempo passou rápido e logo a aula chegou ao fim. Arizona pega suas coisas, se despede dos amigos que ficariam para a aula da tarde e segue para a saída, como foi de carona com o irmão teria que pegar um táxi. Enquanto esperava na calçada um carro já conhecido se aproxima abaixando o vidro.

        - Está sem carro hoje? – A latina pergunta sorrindo.

        - Estou! Vim de carona com meu irmão. Estou esperando um táxi para ir pra empesa – Arizona diz devolvendo o sorriso.

        - Entra aí, também estou indo para a empresa – Callie diz destravando a porta.

        Arizona entra no carro e elas seguem pelas ruas de Londres em silêncio, a morena não sabia como puxar assunto, talvez não seria uma boa ideia já que a loira parecia estar em outro planeta. Arizona por sua vez estava pensando em como perguntar se a latina está interessada em seu irmão, aquilo estava a corroendo por dentro, mas ela não sabia o motivo.

        - Ari, está tudo bem? – Callie quebra o silêncio.

        - Você está gostando do meu irmão? – Arizona pergunta e seu rosto cora ao perceber o que falou.

        - O que? – A morena solta uma gargalhada e a loira fica dois tons mais vermelha – Eu gostando do seu irmão? De onde você tirou isso?

        - Ele está caidinho por você e hoje vocês estavam em uma conversa empolgante pelo que vi... – Começa a fala, mas é interrompida.

        - Você é daquelas irmãs que tem ciúmes? – Zomba fazendo a loira rir.

        - Ah, cala a boca! É só curiosidade – Arizona explica ainda rindo.

        - Olha, Arizona, eu não sei se você sabe, mas eu sou bissexual e no momento eu estou... digamos... apaixonada por uma mulher, então não, eu não estou interessada no seu irmão, fora que ele é muito novo para mim – Explica e dá de ombros.

        - Eu conheço essa mulher? – Pergunta curiosa.

        - Talvez... Ela não faz ideia de que eu estou apaixonada por ela – Callie diz lançando um sorriso para Arizona que não entende o motivo daquele olhar penetrante.

        - Quem é? – Arizona estava se roendo de curiosidade.

        - Chegamos! A reunião é daqui 30 minutos, temos que revisar o projeto – A morena muda de assunto.

        XXXXXX

        CALLIE

        Quando Arizona perguntou quem era senti meu corpo congelar, eu não poderia falar que era ela e nem queria inventar que era alguém. Por sorte já estávamos em frente ao prédio da empresa e mudei de assunto rapidamente, acho que ela não se convenceu e com certeza perguntaria de novo depois, mas por hora consegui enrolar.

        Seguimos para dentro da empresa e fomos direto para nossa sala, conseguimos concluir o projeto a tempo e, sem querer me gabar, estava perfeito. Conversamos por alguns minutos e revisamos tudo para não deixar passar nenhum erro. Logo nossas secretárias avisaram que já estava na hora da reunião, pegamos tudo e seguimos com elas até a sala. Já estavam todos lá nos esperando, senti minhas mãos suarem de nervosismo. Meu pai, o sr. Robbins, Deluca e mais duas pessoas participariam da reunião. Nos sentamos na mesa junto a eles e Andrew levanta.

         - Bom, senhoras e senhores, vamos dar início à reunião – Deluca começou a explicar o que seria falado na reunião e nos apresentou.

        Levantamos e começamos a explicar o projeto. Eu estava muito nervosa e sentia que Arizona também estava, mas conseguimos explicar e responder todas as perguntas. Deu tudo certo e saiu tudo do jeitinho que planejamos. Quando terminamos todos os presentes levantaram e aplaudiram, nosso projeto foi aceito e nossos pais até disseram que ele poderá ser usado.

        - Estamos muito orgulhosos de vocês duas – Papai diz me abraçando e em seguida abraçando Arizona.

        - Eu sabia que tínhamos feito a escolha certa – Foi a vez do sr. Robbins nos abraçar.

        - Esses são Richard Webber e Miranda Bailey – Deluca nos interrompe apresentando as outras duas pessoas que estavam na sala – Eles são diretores dos departamentos de Engenharia Elétrica e Engenharia Civil e serão seus tutores, o sr. Webber é o tutor da Arizona e a sra. Bailey é a tutora da Callie. A partir de segunda-feira vocês já estarão cada uma em sua sala – Ele explica e fico triste com a última frase.

        Após uma conversa agradável, eu e Arizona voltamos para nossa sala. Não tinha nem chegado o horário de ir embora e eu já estava exausta. Entro na sala logo depois dela e sinto seu corpo colidir com o meu em um abraço.

        - Eu nem acredito que deu tudo certo – Ela diz dando gritinhos de felicidade ainda me abraçando. Me perco no cheiro de seu perfume e não consigo prestar atenção nas coisas que ela estava falando, sinto seu corpo se afastar e volto a consciência – Se não fosse por você, nada disso seria possível – Ela diz por fim.

        - Formamos uma bela dupla – Digo dando o meu melhor sorriso e ela retribui.

        - Precisamos comemorar, Calliope – Ela diz sentando em sua cadeira.

        - Claro! Você pode me levar para conhecer a melhor boate daqui amanhã, o que acha? – Pergunto arqueando a sobrancelha.

        - Eu topo, te levarei na melhor boate, acredito que será a melhor que você já foi em sua vida – Ela diz convencida voltando sua concentração para o celular.

        O tempo passou voando e já eram 18h, arrumo minhas coisas e ofereço carona para Arizona, estava tarde e eu ficaria mais tranquila deixando-a em casa. O trajeto foi feito todo em silêncio, ela estava lendo algo em seu celular e de minuto em minuto eu a observava, ela fica tão linda quando está concentrada. Poucos minutos depois estaciono em frente à mansão dos Robbins e me despeço da loira.

        - Até amanhã, Callie! Passo para te buscar às 21h, ok? – Ela diz antes de sair do carro.

        - Ta bom, estarei esperando. Até amanhã – Dou um tchauzinho, espero ela entrar em casa e sigo para a minha.

        Chego a casa e vou direto para o meu quarto, meu corpo estava clamando por um banho quente. Tiro minha roupa e entro embaixo do chuveiro, deixo a água quente cair relaxando cada músculo, solto um gemido quando a água cai sobre meu corpo tenso. Termino o banho e visto uma blusa branca larga e uma calcinha de algodão preta. Pego meu celular na bolsa e me jogo na cama, desbloqueio o aparelho e verifico minhas redes sociais, uma mensagem chega e clico para ver.

Hey, Callie! Tudo bem? Timothy aqui  [Número desconhecido]

Oi, Timothy! Tudo sim, como conseguiu meu número?  [Callie]

Peguei no celular da minha irmã sem que ela visse rsrsrsr

Soube que o projeto foi um sucesso, topa sair comigo para comemorar? [Timothy]

Eu estou muito cansada, hoje o dia foi longo. Deixa pra outro dia! [Callie]

        Ele responde e eu o ignoro, bem que Arizona disse que ele estava caidinho por mim, mas era o Robbins errado. Bloqueio o celular e fico tentando imaginar o que a loira estaria fazendo naquele momento, pensar nela era o meu novo passatempo, tudo me fazia pensar nela. De tanto pensar acabo caindo no sono.

        Acordo no susto com o celular tocando, olho no visor e era Arizona, acho estranho ela estar me ligando naquela hora, será que havia acontecido alguma coisa? Sem esperar mais um minuto atendo.

        AR: Callie?

        CT: Arizona? O que aconteceu?

        AR: Desculpe-me por te acordar, mas eu não estava conseguindo dormir e preciso conversar com você! Estou dentro do carro em frente a sua casa, você pode vir aqui?

        CT: Você está aqui na frente da minha casa? – Levanto e vou até a varanda do meu quarto avistando o carro de Arizona – Me espera que estou indo.

        Pego meu hobby e desço as escadas o mais rápido que consigo, destranco a porta da frente e sigo em direção ao carro, bato no vidro e ela destrava a porta. Entro e vejo que ela estava igual a mim, apenas de hobby com uma roupa de dormir por baixo, ela tinha uma expressão confusa e eu já estava começando a ficar nervosa.

        - O que aconteceu? – Pergunto tocando em seu ombro.

        - Eu não sei, Callie. Desde que você chegou eu me sinto... sei lá, me sinto estranha quando você está por perto. Eu nunca senti isso com nenhuma pessoa, me pego pensando em você a cada instante e não sei o que isso significa. Eu já estou ficando louca com isso – Ela diz num só fôlego me deixando sem reação.

        - Calma, respira – Passo a mão em suas costas subindo e descendo – Eu também me sinto assim quando estou perto de você, não consigo parar de pensar em você, até quando não quero eu penso – Digo sendo sincera.

        - Eu não sei o que fazer, eu só queria entender o que é isso, me sinto tão confusa – Ela diz apoiando a cabeça no volante e eu acabo rindo de seu nervosismo.

        - Arizona, isso se chama paixão. Eu não sei você, mas eu estou completamente apaixonada por você – Digo e ela fica em silêncio. Depois de alguns minutos ela levanta o rosto e me encara, seus olhos azuis brilhantes mostravam a confusão que estava dentro dela.

        - E como eu vou saber se estou ou não apaixonada – Ela pergunta inocente.

        - Só tem um jeito de descobrir... – Digo me aproximando fitando-a intensamente, vejo seus olhos escurecerem dois tons com a minha aproximação.

        Coloco minha mão em sua nuca e a puxo colando nossos lábios em um beijo calmo, ela não hesita e eu aprofundo o beijo pedindo passagem com a língua que logo é concedida. Nossas línguas exploram cada parte de nossas bocas, intensificando o beijo cada vez mais. A falta de ar se faz presente e nos afastamos, ficamos nos fitando por alguns minutos, nossa respiração estava descompassada e Arizona me olhava diferente. Fui pega de surpresa com a loira me puxando para um novo beijo, dessa vez com mais intensidade, ela passava a língua em cada parte da minha boca como se quisesse decorar cada canto. Puxei-a pela cintura, trazendo ela para o meu colo, tirei o hobby dela e para a minha surpresa ela estava com uma camisola de seda rosa bebê com detalhes em renda preta e de calcinha. Levantei um pouco o tecido e agarrei com vontade os glúteos fartos puxando-a mais para mim, o beijo era selvagem e ao mesmo tempo delicado, eu não queria que aquele momento acabasse nunca.

Poetry on your body you got it in every way

        Escuto meu celular tocar e me afasto de Arizona procurando o aparelho, ela me ajuda mas não o achava em lugar nenhum e ele não parava de tocar.

Your body is poetry, speak to me won’t you let me be your rhythm tonight?

        Arizona sai do meu colo voltando para o banco do motorista, continuo procurando pelo chão do carro, quando levanto a cabeça sinto uma dor forte...

        - Ai minha cabeça! – Digo colocando as mãos sobre a mesma, abro meus olhos tentando me acostumar com a claridade, olho em volta e vejo que estou caída no chão – Não... não, não, não! Eu não acredito que foi tudo um sonho! – Digo chorosa.

        Levanto do chão com dificuldade e desligo o despertador que não parava de tocar. Sigo para o banheiro para fazer minha higiene matinal e tomar um banho, ligo o chuveiro e coloco na água gelada, precisava acalmar essa tensão no meu corpo depois desse sonho erótico – Meu Deus, não acredito que sonhei que estava beijando Arizona e ainda acordei excitada – Murmuro para mim mesma.

        Termino o banho, me enrolo na toalha e vou para o closet. Escolho uma roupa leve, opto por um vestido longo branco com flores amarelas bem fresco e nos pés coloco uma sandália de tiras na cor nude. Desço para o andar de baixo e vou direto para a cozinha, precisava de um café bem forte para aguentar o resto do dia.

        XXXXXX

        ARIZONA

        Mansão dos Robbins/ 8h da manhã.

        Acordo com a luz do sol entrando no meu quarto – Droga, esqueci-me de fechar as cortinas direito – Reclamo para mim mesma. Abro os olhos lentamente procurando meu celular pela mesinha, ascendo o visor para ver a hora e levanto indo em direção ao banheiro para fazer minha higiene matinal. Decido descer de hobby mesmo e vou para a cozinha comer algo, faço um sanduíche leve e tomo um suco de laranja. Ao terminar volto para o quarto e encontro minha mãe no corredor.

        - Arizona, minha filha! Isso é roupa para andar pela casa? – Mamãe me repreende.

        - Ai mãe, eu estou exausta! Só desci para comer algo e vou voltar a dormir, combinei de almoçar com a April hoje e mais tarde vou sair para comemorar com a Callie, preciso descansar – Resmungo e minha mãe me abraça fazendo carinho em meu cabelo.

        - Você está com uma cara péssima mesmo, vá descansar meu bem. Eu te amo – Diz depositando um beijo em minha testa.

        - Eu também amo você – Dou um beijo em sua bochecha e entro no meu quarto. Fecho as cortinas deixando o ambiente um pouco mais escuro e me jogo na cama, coloco o celular pra despertar para não passar da hora e logo adormeço.

        11h30 da manhã.

        O celular desperta me lembrando do compromisso que eu tinha com April – Que preguiça – Digo me espreguiçando. Levanto e vou para o banheiro, tomo um banho gelado para despertar e mandar toda a preguiça embora. Enrolo-me na toalha e me olho no espelho e vejo o quanto estou destruída, estou parecendo um panda com tanta olheira. Vou para o closet e escolho uma jardineira branca com uma blusa florida por baixo e nos pés um all-star branco.

        Arrumo meu cabelo e passo uma maquiagem leve carregada de corretivo ao redor dos olhos, finalizo com um batom rosa claro e um óculos escuros para disfarçar. Pego meu celular e minha bolsa e sigo para o meu carro, dou partida e dirijo até o nosso restaurante favorito. Em menos de 20 minutos chego ao local e estaciono o veículo, ao sair avisto April me esperando do outro lado da rua. Sigo até ela e dou um abraço apertado na minha amiga, estava com saudades dessa tagarela.

        Entramos e sentamos no lugar de sempre, um garçom nos atende e fizemos os pedidos. O meu seria um simples macarrão com queijo, não estava com muita fome. April escolheu o seu favorito, coq au vin e eu escolhi um vinho para acompanhar, como sempre. Contamos as novidades e colocamos o papo em dia, nunca faltava assunto entre nós e sempre tinha uma fofoca nova.

        - Lembra do Jackson? O garçom daqui que faz Arquitetura? – Ela pergunta e eu afirmo que sim com a cabeça – Então, eu estou saindo com ele – Ela joga e eu fico chocada.

        - Sério? Meu Deus, eu sabia que você não perderia tempo com aquele rapaz – Digo rindo e ela me dá um tapa de leve no braço – Espero que ele não vacile com você.

        - Eu também espero, né – Ela diz sorrindo toda boba – Mas e a Callie, como está sendo trabalhar com ela?

        - Ah, ela é uma pessoa incrível e inteligente. Nós temos muito em comum e nos damos muito bem – Digo e nossa comida chega.

       - Desse jeito vou ficar com ciúmes – Ela diz tomando um gole do vinho.

       - Ah, sua boba! Hoje eu vou levá-la na nossa boate favorita, eu disse que deveríamos comemorar e ela disse que eu deveria levar ela para conhecer a melhor boate daqui – Digo e April faz cara de segundas intenções – Nem me olhe com essa cara.

        - Você já está a chamando pra sair? Depois eu que sou a rápida, né? – Aps zoa e eu fecho a cara.

        - Nós vamos comemorar o sucesso do nosso projeto, nada mais justo que beber e dançar a noite toda na melhor boate de Londres – Digo arqueando a sobrancelha.

        - Dê uma chance pra ela, amiga – April diz rindo ao ver minha expressão.

        - Eu não gosto de mulher, meu Deus! Qual é o seu problema? – Falo irritada.

        - Pode ser que goste, nunca experimentou... – Dá de ombros.

        - Quem te disse que não? – Jogo e ela arregala os olhos.

        - Arizona Robbins você já beijou uma mulher e nunca contou para a sua melhor amiga? – Ela pergunta incrédula.

        - Eu estou brincando, nunca beijei uma mulher – Solto uma gargalhada com a reação da ruiva.

        - Acho bom, já ia arrancar o teu coro – Aps diz serrando os olhos.

        - Ela me disse que é bissexual e que está apaixonada por uma mulher no momento – Digo enquanto como meu macarrão com queijo.

        - Eu já imaginava que ela fosse pelo jeito que te olhou no jantar e você achando que ela te odiava – April diz rindo ao lembrar.

        - Timothy não se manca, continua tentando ter alguma coisa com ela – Digo revirando os olhos sem perceber e Aps vê.

        - Está com ciúmes, Arizona? – Ela pergunta franzindo a testa.

        - Eu com ciúmes? De quem? – Pergunto sem entender.

        - Isso eu também quero saber, você nunca se preocupou com as peguetes do seu irmão e agora está se metendo? O problema é ele ou a Callie? – Ela joga arqueando a sobrancelha.

        - Ela é minha amiga e eu não gosto quando o Tim se engraça para as minhas amigas – Digo tomando de uma vez todo o líquido vinho que estava na taça.

        - Amiga... – Ela dá uma risada sarcástica – Se você diz... – Ela dá de ombros e eu suspiro.

        Ficamos em silêncio por alguns minutos, mas logo voltamos a conversar sobre coisas aleatórias. April contou mais sobre ela e Jackson e eu fiquei feliz por ela ter encontrado alguém tão legal depois do babaca do Owen.

        April namorou com Owen Hunt por 3 anos, ele era militar e vivia fora. Eles pareciam àqueles casais de Hollywood, feitos um para o outro, mas só pareciam mesmo. Depois de um tempo ela começou a ficar chateada com as desculpas dele e acabamos descobrindo que ele estava traindo ela com uma tal de Cristina Yang que servia junto com ele. Ela ficou devastada, eu fiquei com muita pena da minha amiga, ela é uma pessoa incrível e não merecia passar por isso. Depois de um longo tempo ela conseguiu se recuperar e voltou a ser essa menina alegre que sempre foi.     

        Depois de sairmos do restaurante, fomos dar uma volta pelas ruas, o sol tinha dado as caras e tínhamos que aproveitar. O dia foi agradável, tomamos sorvete, entramos em algumas lojas, compramos algumas coisas e tiramos fotos zoadas como sempre fazemos quando estamos juntas. April é aquele tipo de amiga que topa tudo, que zoa, brinca e me faz rir o tempo inteiro, agradeço muito por ter essa ruivinha na minha vida. O tempo passou voando e eu nem percebi, peguei o celular pra ver a hora e eu tinha que voltar pra casa para me arrumar, seguimos até nossos carros, me despeço dela e dirijo para cara.

        Chego a casa e vou correndo para o meu quarto, jogo minha bolsa e as sacolas na cama e vou direto para o banheiro. Já se passava de 19h30, eu precisava correr para não me atrasar. Tiro minha roupa e entro embaixo do chuveiro lavando meu cabelo. Após terminar de tomar o meu banho, vou para o closet escolher minha roupa, eu devia ter feito isso mais cedo, eu sempre fico indecisa. Depois de tanto pensar escolho um vestido preto curto, bem justo ao corpo com detalhes de tela, dando uma certa transparência na cintura e no decote, nós pés coloco um scarpin preto.

        Volto para o banheiro e escovo o cabelo, deixando-o completamente liso, faço uma maquiagem preta para realçar meus olhos azuis e finalizo com um batom vermelho. Passo meu perfume favorito e me olho no espelho ficando satisfeita com o que vejo. Pego uma bolsa pequena e coloco minha carteira e meu celular, desço e saio pela porta da frente. Pego meu celular e peço um táxi, a intenção era beber a noite toda e beber e dirigir não combina.

        Espero por alguns minutos em frente a minha casa e logo o táxi chega, entro no veículo e dou o endereço de Callie. Ligo para avisar que estava a caminho e em menos de 15 minutos chegamos, ela já estava esperando na calçada. Peço para o taxista esperar um pouco e desço do carro para cumprimentá-la, ela estava deslumbrante e seu olhar pra mim era incompreensível.

       - Você está um arraso, mulher – Digo dando um abraço nela.

        - Olha só quem fala, você está maravilhosa – Ela diz me olhando de cima a baixo, era o mesmo olhar do jantar. Senti um frio na espinha, mas ignoro e entramos no táxi, dei o endereço da boate e o motorista deu partida no carro.

        - Essa noite vai ser incrível – Digo animada.

        - Você não imagina o quanto – Ela diz quase num sussurro e sinto um frio na espinha novamente.