História Une Nouvelle Histoire. - Exagero.

POV STER

Acordei mais disposta do que eu jamais me lembrei estar.

O dia de ontem fora maravilhoso, o encontro foi maravilhoso.

Nathaniel era maravilhoso.

Meus lábios se alargaram mais ainda quando me peguei pensando nele.

Eu não era o tipo de pessoa que julguei ele gostar, porém estava realizada por saber que estava mais do que enganada.

Espreguiçando me sentei na cama sorrindo abertamente, incapaz de me segurar.

Procurei meu amigo e o encontrei repousando calmamente ao lado de meu travesseiro, seu peito subindo e descendo de acordo com sua respiração.

Me levantei tomando o cuidado de não acorda-lo e comecei a me arrumar.

Admito ter me produzido mais que o normal, mesmo que eu já tivesse usando meu costumeiro moletom rosa - presente de Chloe - diversas vezes optei por ele, afinal sua cor dava um toque mais feminino em mim.

Decidi prender meu cabelo, milagre, e até mesmo passei um perfume e coloquei um par de brincos que eu tinha guardado há tempos, porém nunca os tinha usado.

Niix pousou preguiçosamente no meu ombro.

- Onde é a festa? - Perguntou se referindo à minha arrumação.

Sorri.

- Eu queria apenas ter certeza que o Nath não ia se arrepender por ter saído comigo - Comentei como quem não quer nada, porém o que eu realmente queria era que ele me achasse bonita, mesmo eu não me achando.

Niix sorriu gentil.

- Isso é impossível - Falou acompanhado de um bocejo - Será que ainda tem bolo na geladeira?

Sua voz saiu manhosa, o que arrancou uma risada abafada minha.

- Provavelmente - Ele se ergueu sobre meu ombro e rumou em direção à porta de forma cabaleante.

- Então se arrume que vou te esperar lá fora - E com isso ele sumiu acompanhado de mais um bocejo.

Terminei de arrumar minhas coisas e fui em busca de meu kwami para comermos juntos.

Na cozinha me deparei com meu pai.

Conversamos e logo eu e Niix já estávamos saindo de casa.

Quando estava na rua da escola vi um grande carro preto estacionar e Adrien sair de lá com sua costumeira roupa.

Corri em sua direção e ele me cumprimentou com um olhar de falsa irritação.

- Pensei que você fosse me ligar ontem, depois do encontro - Ele inflou as bochechas e eu sorri de sua careta.

Adrien não tinha jeito.

- Oi Adrien. Plagg - Niix colocou a cabeça para fora de meu bolso e sorriu para os amigos.

- Niix - Plagg apareceu debaixo da blusa de Adrien e o olhou com os olhos brilhantes - Você não sabe o que me aconteceu.

Logo o gatinho estava nos falando sobre o que aconteceu quando ele e Adrien visitaram a Marinette no dia anterior, eu não podia estar mais feliz, principalmente pelo fato de nunca ter imaginado que Plagg sentia algo por Tikki.

Assim que ele terminou de nos contar rumamos para a escola enquanto eu lhes contava como fora meu encontro.

Adrien se mostrou muito feliz quando eu disse que tinha beijado Nathaniel e me abraçou sem se conter.

Ambos estávamos felizes pelo progresso um do outro.

Porém nossos sorrisos logo foram transformados em confusão quando por fim atravessamos a porta.

Um aglomerado de pessoas se encontrava em volta de Chloe, esta falava alegremente, porém não fora isso que chamara minha atenção, mas sim as lágrimas que escorriam pelo rosto de minha prima.

Depois de uma troca rápida de olhares eu e Adrien, que ainda estava com seu braço apoiado sobre meus ombros, avançamos em direção à ela.

Enquanto nos aproximávamos pude ver Nathaniel pegando gentilmente a revista das mãos de Marinette e uma expressão de confusão e indignação banhar seu rosto quando este olhou para a tal revista, seus olhos se arregalando.

Ele ficou estático, sequer moveu um músculo, e isso apenas fez com que minha preocupação dobrasse.

Eu e Adrien nos aproximamos mais rapidamente.

Assim que Alya me viu retirou a revista das mãos de Nathaniel de forma brusca e andou de forma apressada em nossa direção, que ainda estávamos consideravelmente longe. Seus olhos mostravam a mais profunda tristeza, está misturada com raiva.

Nathaniel, acordado de seu transe pelo movimento repentino, olhou para mim e nossos olhares se cruzaram.

Eu arregalei os olhos quando percebi que o que se passava por sua face era dor, tristeza, raiva e descrença.

Decepção.

Este se virou sem rodeios e andou rapidamente em direção à porta.

Tal atitude me acertou de um modo que eu jamais imaginei possível, porém deixei isso para depois.

Marinette estava chorando e era o que importava agora.

Quando nos finalmente nos encontramos perto o suficiente para que pudéssemos ver o que estava fazendo minha prima chorar senti minha garganta se fechar e minha visão ficar turva.

Nas mãos de Alya estava a revista, que havia tirado de Marinette minutos antes, cuja capa fez Adrien tirar seu braço de meus ombros com uma velocidade impressionante.

Meus olhos se arregalaram.

Na capa estávamos eu e Adrien, ambos vestidos como heróis, deitados em um telhado - provavelmente naquele em que caímos sem querer - porém o que mais me surpreendeu foi o que estávamos fazendo.

Nessa foto nós estávamos nos beijando.

Senti o olhar de Alya sobre nós dois, provavelmente sem entender o motivo de estarmos tão confusos.

Marinette, assim que despertou do transe, saiu sem falar nada, seguindo para a porta e sumindo de nossas vistas.

Nino apareceu no nosso campo de visão e Alya correu falar com ele, deixando a revista em minhas mãos.

- Era por isso que a Marinette estava chorando - Adrien murmurou e um sorriso apareceu em seus lábios. Ele me segurou pelos ombros e olhou diretamente em meus olhos, como que para ter certeza que eu estava entendo - Que dizer que ela gosta de mim.

Sou sorriso se alargou mais ainda.

- Agora ela te odeia - Plagg zombou rindo cínico da expressão de Adrien, que mudou por completo.

- Temos que falar a verdade para ela - Niix falou com a cabeça para fora de meu bolso, seu olhar revesando entre mim e Adrien.

- Sim, tem razão - Exclamei já me direcionando para a saída, porém um braço em meus ombros me impediram de prosseguir.

- Você não vai atrás da Marinette - Falou meu amigo de forma ríspida, decidida, o que fez minhas sobrancelhas se erguerem em uma silenciosa pergunta - Deixa que eu cuido dela. Você tem que ver o Nathaniel.

E então eu entendi o porquê do ruivo ter me olhado daquela maneira, ainda mais quando viu Adrien com o braço sobre meus ombros.

- Não - Exclamei quando por fim compreendi, meus olhos se arregalaram mais ainda conforme eu percebia o que havia acontecido - Não pode ser.

- Deixe que eu cuido dela - Adrien repetiu, então tocou minhas costas e me empurrou em direção à saída - Vá atrás dele.

Nossos olhos se encararam e eu agradeci por tê-lo como amigo.

Adrien era justo, leal e sempre queria o melhor dos outros.

- Obrigada - Falei, então ergui minha mão em punhos para ele, que me olhou confuso - Maninho.

Seus olhos se arregalaram e um sorriso brotou em seus lábios quando este correspondeu ao meu toque.

- Por nada, Maninha.

Nos encaramos por mais um tempos até que, por fim, eu aceitei para ele e corri em direção à saída.

Não sabia como Adrien ia fazer para salar com Marinette, porém eu confiava nele e sabia que ele daria seu jeito.

Ele sempre dava.

Corri pelas ruas procurando Nathaniel de forma incansável, porém já estava perdendo minhas esperanças.

- Onde ele está? - Praguehei já irritada. Não conseguia encontra-lo em lugar nenhum.

Niix olhava fixamente para todos os lados, na esperança de encontrar aquele que procurávamos.

Foi então nessa hora que uma ideia apareceu em minha mente e logo já estava correndo.

Niix me olhou sem entender onde eu estava indo.

- O que você está fazendo? - Gritou com a esperança de que eu o tinha escutado.

- Eu não sei - Gritei de volta e fiz uma curva.

Segui correndo por um bom tempo apenas escutando meu instinto até que finalmente cheguei até a botânica, a mesma em que fomos há alguns meses, um tempo depois que eu cheguei e onde o Nathaniel tinha se declarado para Marinette.

Engoli em seco.

- Você não acha meio estranho ter vindo para cá? - Niix perguntou com um sussurro, sentindo a mesma tensão no ar que eu sentira.

Fôra aqui que ele tinha sido rejeitado pela primeira vez.

E pelo jeito ele pensou que aconteceria de novo.

Entrei na mesma com passos vacilantes, sentindo a tensão no ar.

Por conta do horário a botânica se encontrava praticamente vazia, o que apenas aumentou a tensão.

Assim que eu avistei um mar de cabelos vermelhos por entre o verde das folhas de uma bromélia apressei meu passo.

Niix saiu de meu bolso e foi para a direção oposta, com a intenção de nos dar privacidade.

Agradeci-o apenas com um olhar e finalmente me aproximei.

Nathaniel se encontrava sentado em um banco escondido entre os arbustos, desenhando em seu caderno, porém diferentemente das outras vezes que eu o vira desenhar, ele não exalava satisfação e paz, mas sim raiva e frustração.

Apertando o lápis ferozmente no papel eu o vi suspirar com a fronte franzida e arrancar a folha de forma bruta, amassando-a e guardando-a em seu bolso.

Nathaniel levantou seu olhar e quando me viu cada vez mais perto de si seu olhar se tornou irritado.

Ele desviou o olhar de forma seca e voltou a rabiscar alguma coisa.

Fiquei de frente para ele esperando o mesmo levantar o olhar e prestar atenção em mim, porém o que ele fez foi me ignorar.

Ou ao menos tentou.

Percebi que sua mão tremia, provavelmente de nervosismo, e com isso ele mal conseguia desenhar adequadamente.

Continuei ali, na sua frente, sem fazer nada, até que ele finalmente desistiu de me ignorar e suspirou direcionando seu olhar para mim de forma relutante.

- O que você quer? - Perguntou secamente.

- Quero que me escute - Respondi com a voz mais mansa que consegui sem sequer desviar o olhar do seu.

Senti meu corpo tremer, porém eu não lhe mostraria isso.

Não podia me mostrar insegura.

Ao menos não agora, uma vez que ele podia confundir minha insegurança com uma mentira.

- Estou escutando - Respondeu ainda sustentando meu olhar, e por um momento me senti perdida.

O que eu estava fazendo?

O que eu ia fazer?

Como eu ia arrumar isso?

Por onde eu ia começar?

" Que tal pelo começo? " A voz zombeira de Adrien veio à minha mente como se ele mesmo estivesse ali do meu lado, me encorajando e me aconselhando, como tantas vezes fizera desde que eu chegara, uns 7 meses atrás.

Respirei fundo e abri minha boca para falar, porém parei quando escutei o que ele falou a seguir.

- Por que você me enganou? - Sua voz saiu sofrida, arrependida. Seus olhos moravam o chão.

- Eu não te enganei - Falei me esforçando para manter o meu tom manso, o que não é nem um pouco fácil quando se está à beira do pânico.

- Você me fez acreditar que eu tinha uma chance com você, que eu era correspondido - Seu tom de voz se tornou sofrido e ele se levantou do banco, ficando assim na altura de meus olhos, me encarando. - Por quê você me beijou?

A pergunta me pegou desprevenida.

Me forcei a responder.

- Porque eu gosto de você - Murmurei sem saber se ele tinha escutado.

Ele tinha.

- Se você me beijou porque gosta de mim isso significa que você ama o Adrien né, pelo modo que você estava deitada nele.

Senti meu pulso acelerar.

- Eu não o amo - Defendi de modo desesperado, já sem saber o que fazer.

- Não é o que parece - Retrucou e sustentou meu olhar.

Bufei irritada.

- Quando é que você vai acreditar em mim? Eu não sinto nada por ele.

- Pare de mentir, eu sei o quão próximos vocês são. - Seu olhar era severo.

- Só porque somos próximos não significa que eu o amo. - Retruquei sentindo minha paciência sr esvaindo.

- Admita que você o ama.

- Sim eu o amo. - Respondi já no meu limite. - Mas não como eu amo você, eu o amo como um irmão.

- Até parece - Retrucou bufando e desviou o olhar.

Minha paciência se esgotou nesse momento.

- SE VOCÊ NÃO ACREDITA EM MIM, OLHE TUDO O QUE EU FIZ - Gritei, porém quando vi seus olhos confusos abaixei meu tom e continuei: - Se eu gosto tando dele por que eu não tentei convencer a Marinette a ficar com você e assim tirar a minha prima da jogada? Afinal ela ama ele, e tê-la fora de jogo facilitaria as coisas para mim - Sua expressão mostrava surpresa, talvez por não esperar que eu explodisse assim. - Por que eu fiz uma festa e ajudei Marinette a se declarar? Por que incentivei Adrien a ir visita-la todo santo dia se eu o amo tanto?

O encarei com uma carranca irritada enquanto ele me olhava sem palavras.

Parecia que ele finalmente havia percebido que tudo o que eu fiz fôra para juntar Marinette e Adrien.

Meu peito subia e descia enquanto eu engolia em seco, tentando controlar minha respiração.

- Mas... - Murmurou atordoado - A foto...

- Era uma montagem - Suspirei já me cansado disso tudo. - Adrien queria me ajudar a escolher a roupa para nosso encontro no domingo então no sábado fomos ao shopping. No momento da brincadeira nos transformamos e na corrida aconteceu um acidente e nós dois caímos em um telhado. - Suspirei - Eu fiquei irritada então quase o estrangulei... Provavelmente foi nessa hora que tiraram a foto e a editaram.

Os olhos de Nathaniel me encaravam enquanto decidia acreditar ou não no que eu falara, até que ele suspirou e me olhou com um olhar arrependido.

- Eu... Hum...

- Tudo bem - Falei por fim, atraindo seus olhos para os meus. - Acho que eu ficaria igual se aparecesse uma foto de você beijando alguma garota em uma revista.

Ri abafado e ele sorriu.

- Me desculpe - Coçou a nuca sem jeito - Acho que exagerei, né?

Sorri e lhe dei um selinho. Ele arregalou os olhos, surpreso, porém sorriu com um olhar apaixonado.

- Então que tal resolvermos isso de uma vez por todas? - Perguntei e respirei fundo - Quer namorar comigo?

Sentia meu rosto queimar, porém não ia desviar o olhar de modo algum.

Seu rosto ficou tão vermelho quanto seus cabelos e uma expressão brincalhona brincou em seu rosto.

- Ei, essa frase deveria ser minha. - Fez uma careta de falsa irritação, o que só fez com eu risse mais ainda.

Ao longe escutamos o barulho do sinal da escola tocando e, após uma troca de olhares envergonhados, Nathaniel pegou minha, entrelaçou seus dedos aos meus, e me puxou para a escola.

Olhei para o céu da manhã ainda com um sorriso satisfeito no rosto, porém a preocupação logo veio.

"Espero que dê tudo certo com eles" Pensei e suspirei.

A única coisa que eu podia fazer era torcer por eles e esperar.

Mais uma olhadela em meu mais novo namorado e logo minhas preocupações se esvaíram.

Se Nathaniel estava bem, eu estava bem.