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História Unexpected - Capítulo 2


Escrita por: Camolesi

Notas do Autor


Contém spoilers.
Desculpem os erros, escrevi hoje e ja estou postando, nem revisei kkkk
Espero que gostem.

Capítulo 2 - Capítulo 2


Fanfic / Fanfiction Unexpected - Capítulo 2

Julieta estava deitada em sua cama sentindo-se melancólica com os acontecimentos de mais cedo. Seu filho, seu precioso e gentil Camilo sabia de seu passado vergonhoso e sujo. Suspirando, ela tentava segurar as lagrimas que mais uma vez queriam invadir seus olhos, seu corpo tremia tentando extravasar todo seu estresse e a dor que sentia no peito.

As batidas na porta tiraram-na do transe de sofrimento que estava, não sabia quem poderia ser, mas definitivamente não esperava ver Camilo adentrando seu quarto.

“Camilo...” – Ela exclama surpresa, prontamente tentando levantar-se, mas para ser sincera ela não sabia exatamente para quê, fugiria como já fizera naquele mesmo dia ou correria para seus braços pedindo para que esquecesse tudo o que ouviu?

A perna doeu terrivelmente com o movimento inesperado e ela gemeu voltando a afundar-se no colchão na mesma posição que se encontrava antes.

“Calma... Esta tudo bem. Não quero que a senhora sinta mais nenhuma dor por minha causa, eu quero te pedir perdão... Me perdoa por favor!” – Os olhos lindos de seu Camilo transmitiam tanta dor, tanto arrependimento, mas o que cortou o peito da Rainha do Café foi ver ali culpa. Ela não aguentaria, não suportaria ver seu menino culpando-se.

“Não, Camilo! Não, por favor...” – Ela disse com a voz rouca pelo novo choro que inunda seus olhos. Suas emoções estavam à flor da pele e ela não sabia o que dizer. O príncipe deixou a cabeça pender encarando a colcha que revestia a cama da mãe, o peito apertado.

“Por favor, meu filho... Não faça isso. Não peça perdão, você não teve culpa de nada” – Ela conseguiu finalmente dizer, mas logo caiu novamente em um choro quase infantil.

“ôh minha mãe! Por favor, não chore mais por mim! Eu não mereço, minha mãe!” – Camilo diz buscando as mãos da mulher que encontrou naquele contato força para continuar falando.

“Eu sei, sei que deveria ter te confessado tudo quando me perguntou ou até mesmo antes, mas você é o meu menino, Camilo. Meu filho, meu bem mais precioso! Não suportaria e não suporto ver esta dor refletida em seus olhos. Sufoca-me pensar em como seu coração deve estar agora.”

O mais novo não aguentou mais segurar o choro que também o invadia e as lagrimas caíram mais uma vez cortantes por sua pele. Doía muito, doía demais saber o que sua mãe, sua heroína, uma mulher tão forte e decidida teve que suportar nas mãos de um covarde sem alma que foi seu pai.

“Minha mãe, olhe para mim, por favor!” – Os olhos chocolates cheios de tormentas da Rainha voltaram-se para os do filho - “Eu te amo!” – Ele declarou finalmente enfatizando cada letra. Seus dedos subiram para o rosto dela e acariciou-lhe as bochechas – “Eu peço perdão por ter tido de passar por tudo que passou, peço perdão por todas as vezes que a machuquei ao não entende-la, mas acima de tudo, peço perdão por ter negado a nós dois momentos de minha vida abdicando de seu colo. Perdoe me pelo desprezo que demonstrei... Eu nunca deixei de ama-la mãe!”

Ambos choravam copiosamente. Julieta não sabia o que dizer, então simplesmente puxou-o pelos ombros e Camilo enterrou a cabeça na curva de seu pescoço molhando a pele da mais velha com suas lagrimas sofridas que agora vinham mais fortes enquanto o aperto no peito aliviava um pouco ao sentir os braços da mãe ao seu redor. Aquele era o seu lugar favorito em todo o planeta, mesmo tendo experimentado tão pouco desse colo.

Ficaram minutos assim, sentindo o amor que ambos tinham um pelo outro, sentindo a dor, a culpa, o arrependimento esvaírem-se aos poucos. Julieta afastou-se depois do que pareceu um longo tempo, e seus olhos pousaram na porta por um segundo e ela viu Aurélio segurando a jarra com um sorriso no rosto, ela não sabia quanto tempo ele estava ali, mas agradecia por ter permitido que o momento não fosse interrompido.

“Aurélio...” – Ela ouviu seus lábios murmurarem. Camilo olhou para trás constatando o futuro padrasto ali.

“Me desculpem, não queria atrapalhar este momento, mas Rômulo esta aqui.” – Ele diz com a voz um pouco acanhada e um sorriso envergonhado. E tudo que ela conseguia pensar era o quanto esse homem era lindo e o quanto ela o amava, mas mesmo concordando com a visita de Rômulo ela ainda não achava preciso.

“Aurélio...” – Ela limpou o rosto molhado com a costa da mão e suspirando continuou – “Realmente não é necessária toda esta preocupação.”

“Não comece Senhora Julieta Sampaio Cavalcante, isto esta fora de negociação. Já discutimos isso e você já havia concordado” – O homem disse com a voz um pouco irritada enquanto depositava o jarro em cima da bacia. Ambos já haviam esquecido da presença de Camilo, era sempre assim com eles. O que impressionou Camilo foi que nenhum dos dois percebeu o uso do sobrenome que Julieta viria a carregar, o nome parecendo natural junto aos outros.

“Vai obrigar-me?”- Ela o provoca um tanto ofendida com seu tom.

“Claro que não, Julieta! Só quero o seu bem, meu amor.” – Ele pareceu exasperado na opinião silenciosa de Camilo, quando os braços jogaram-se do lado do próprio corpo em sinal clara de frustração. O príncipe fica agradecido por ter a oportunidade de presenciar a interação dos dois e percebe o quanto ambos tem uma ligação incrível e que mesmo contrariado, Aurélio só quer o bem de sua mãe, o menino não suportaria entregar-la para ninguém mais que a fizesse sofrer.

Eles olharam-se profundamente por longos segundos enquanto Camilo tentava não rir.

“Mãe...” – Ele finalmente escolheu meter-se no meio – “Acho prudente que Rômulo venha, não queremos que o acidente lhe trouxesse dores futuras.” – Camilo disse enquanto o casal ainda se encarava. Ouvindo seu filho ela tomou consciência que estava somente provocando Aurélio para ver até onde ele iria pressiona-la a fazer algo por ele, estava sendo infantil. Suspirou e abaixou os olhos, um pouco envergonhada.

“Tudo bem. Deixe que ele entre” – Julieta cedeu e somente quando sentiu os lábios do noivo em sua têmpora que deixou-se relaxar em sua própria decisão. A verdade é que ela sabia de todas as perguntas e o que envolvia um exame e não gostava e nunca gostou de médicos.

“Olá Dona Julieta!” – Cumprimentou Rômulo que entra no quarto com uma maleta e um sorriso amigável no rosto – “Eu peço que os cavalheiros possam nos deixar sozinhos por alguns instantes, por favor”.

“Eu vou estar do lado de fora, esta bem?”- Diz Aurélio abaixando-se e sussurrando para a noiva, encarando seus lindos olhos que agora pareciam mais leves, mas ele também podia ver um incomodo. Ele sorriu e beijou sua bochecha antes de andar junto de Camilo até a porta, fechando-a em seguida.

Julieta respirou fundo e voltou a encarar Rômulo que pegava alguns instrumentos na maleta. Ele avisou que começaria os diagnósticos e pediu para avisar de qualquer incomodo que sentisse, somente após o balançar de cabeça afirmativo de Julieta que o médico começou. Usou aparelhos novos, recém-descobertos e pouco manuseados vindos da capital para verificar sua pressão, olhos, ouvidos, garganta e coração. Ele massageou sua barriga pedindo para que avisasse de dores e fez o mesmo com as costas. Julieta ao final de tudo isso esperou o doutor terminar de escrever na folha de papel para ter sua atenção novamente.

“Bom, o tornozelo precisará de cuidado e principalmente que a senhora não deposite seu peso sobre ele. Agora, gostaria de lhe fazer algumas perguntas, se me permite.” – Ela balançou a cabeça mais uma vez pedindo para que o mesmo continuasse – “Tem tido algum tontura nos últimos dias?”

“Não que me lembre. Na verdade tive uma, mas o dia havia sido muito estressante então sabia que não era nada.” – Ela respondeu apreensiva.

“E falta de apetite?”

“O que isto tem relevância para o meu acidente?”

“Dona Julieta, todas as perguntas são perguntas rotineiras.”

“Sim.” – Respondeu a contra gosto.

“Poderia me informar por quê?” – Julieta foca seu olhar para algum lugar longe de Rômulo e trava o maxilar, ela não queria dizer. Ela ouve o médico chama-la pelo nome e suspira fechando os olhos, pois ela sabe o que ele irá insinuar, ela mesma pensava o mesmo, mas era tudo muito assustador.

“A comida... não tem o mesmo gosto. É isto. A velhice se apossou de mim” – ela disse olhando para suas mãos inquietas em seu colo que suavam.

“Tem certeza? Tem sentido enjoada com a comida?” – Os olhos de Julieta apertaram-se e ela não queria ter de mentir.

“Sim...” – Ela responde em um sussurro, a verdade saindo sem sua permissão.

“E suas... Suas regras, dona Julieta?” – Céus, ela estava desesperada para sair correndo.

“Rômulo... Eu não... eu...” – Ela balançava a cabeça assustada com os olhos já com lágrimas.

“A senhora sabe que preciso saber.”

“Não é isso... Eu...” – Quando ela olhou seu rosto ele finalmente entendeu.

“Elas pararam não é? Tem tido enjoos e vomitado não é mesmo?” – Ele viu as lagrimas caírem dos olhos dela – “A Senhora sabe que não é velhice. Céus, preciso voltar ao meu consultório buscar alguns instrumentos para examina-la e...”

“Não, por favor!” – Ela o interrompeu rapidamente – “Vão desconfiar e...” – Ela voltou a balançar a cabeça nervosa, tantos sentimentos, tantos pensamentos.

“Dona Julieta, a queda pode ter sido fatal para a criança...” – quando ela ouviu esta ultima palavra as lagrimas vieram mais fortes e ela abraçou o próprio corpo – “a não ser...” – o doutor observou Julieta por alguns segundos e concluiu – “A não ser que a senhora não queira este bebê que sabe que descansa em seu ventre”.

A Ranha do Café ouviu suas palavras e respirou fundo tentando acalmar-se. Ela limpou o rosto mais uma vez e... Afinal, ela queria aquele filho?

“Vá!” – Ela disse simplesmente com a voz rouca.

“Dona Julieta...”

“Vá e diga que encontrou uma mancha e irá verifica-la com um instrumento preciso. Vá e volte o mais rápido possível”

Ela viu ele sair praticamente correndo do quarto e fechar a porta em seguida. Um filho. Agora era real, depois de meses desconfiando, ela sabia que era real.


Notas Finais


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