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História Unexpected - Capítulo 25


Escrita por: Camolesi

Notas do Autor


Oi bbs,
Eu voltei o mais rápido que pude e já peço perdão porque o próximo pode demorar tanto quanto esse demorou.
Muuuuuito obrigada pelos comentários vocês são incríveis demais e não canso de exaltar meus e minhas leitorxs maravilhosos.
Eu espero que gostem desse capítulo.

Capítulo 25 - Capítulo 25


Fanfic / Fanfiction Unexpected - Capítulo 25

“Fico muito feliz em ver que o corte aparentemente esta livre de infecções o que é um ótimo sinal.” – Rômulo dizia sorrindo feliz – “O cuidado agora é com os órgãos de Dona Julieta, a cirurgia é um ato muito invasivo, mas não temos muitos casos em que a mulher resiste então não posso indicar cuidados precisos. Gostaria que a senhora ficasse uma semana de cama sem muita movimentação, não quero arriscar”- Os olhos de Julieta rapidamente saíram da figura de sua filha que dormia tranquilamente no berço para encarar confusamente o médico.

“Uma semana? Mas estou me sentindo bem!” – Ela argumenta.

“Meu amor, faremos tudo que Rômulo disser” – Aurélio intervêm.

“Mas Aurélio...”

“Sem mas Julieta.” – Ela mexe-se para encara-lo um tanto surpresa por seu tom duro e autoritário, completamente fora do comum – “Eu quase perdi você, não vou permitir que um descuido permita que o universo brinque assim comigo de novo” – Ele disse com os olhos temerosos enquanto ele acaricia a bochecha da mulher.

A Rainha do Café engole em seco e balança a cabeça concordando com ele, afinal, Aurélio tinha razão. Ela voltou a se encostar nele que ouvia cada recomendação do jovem doutor e prometeu a si mesma que seguiria a risca por Aurélio e por Aurora. Os olhos chocolates voltam-se novamente ao berço, completamente hipnotizada pela respiração da filha que era rápida e constante, os lábios repartidos e a bochecha sendo amassada pela posição em que dormia.

“Julieta?”

“Oi?” – Ela ouve finalmente o noivo chamando.

“Vamos?”

“Onde vamos?” – Ela finalmente vira a face, o encarando confusa.

“Para o banho Julieta. Não ouviu Rômulo falando?” – Ele sorriu já sabendo da resposta. Ela corou e seus olhos procuraram pelo local por Rômulo, mas não o encontrou.

“Meu Deus, eu nem mesmo o vi sair Aurélio!” – Ela tampou a boca em espanto de sua falta de educação, mas acabou rindo quando a gargalhada do noivo encheu seus ouvidos.

“Ela é magnética não é?” – Ele rodeou sua cintura com carinho tomando cuidado em não tocar no corte delicado dela – “Eu passei horas olhando-a dormir nos meus braços. Quando menos percebia já estava lá de novo, prestando atenta atenção ao respirar dela, assim como faço com você. Essas mulheres da minha vida serão a minha morte” – Ele fez uma cara dramática arrancando uma gargalhada da mulher que o observava pelo canto dos olhos.

“Mesmo sendo dramático, eu concordo contigo. Ela é linda demais, nosso pequeno milagre” – O sorriso era tão largo que doía-lhe as bochechas.

“Assim como você.” – Ele diz muito sério atraindo seus olhos novamente – “Obrigada por voltar pra mim” – A declaração tira-lhe as palavras e traz um nó na garganta. Ela o beija num selinho apertado e longo que dizia tudo que era impossível colocar em palavras – “Agora venha, vamos te dar um banho”

“Eu posso caminhar” – Ela murmura ao senti-lo sair de trás dela.

“Você não ouviu o que o médico disse, mas eu sim” – O filho do Barão diz aproximando seu rosto do dela e roubando-lhe um selinho rápido, nunca deixando a cara de convencido que fazia. A mulher o olhou desconfiada, mas resolveu não discutir, afinal ele estava certo e o médico poderia mesmo tê-la mandado fazer um milhão de coisas e ela teria de confiar nele e seus cuidados. Se Julieta fosse muito sincera, ela admitiria que não seria nenhum esforço, pois estava cada vez mais conseguindo se acostumar a ser paparicada e mimada pelas pessoas que a estimavam.

Pelo que pareceu a milionésima vez ela estava ali, rodeando o pescoço de seu homem sentindo o aperto dele em suas coxas e na lateral do corpo. O nariz colou-se ao pescoço deme como de costume e ela respirou de seu cheiro o trajeto todo, o movimento tão natural e simbólico entre eles que a trouxe tranquilidade.

“Não se mexa” – Ele comandou a colocando sentada na cadeira e foi abrir as torneiras permitindo que a água enchesse a banheira. Quando os olhos azuis dele voltaram para rosto de sua amada, ela fazia uma careta – “O que foi meu amor?”

“A posição faz arder a barriga” – Ela explica fraquinho fazendo forças para suportar o incômodo e rapidamente ela volta para os seus braços e a dor diminui instantaneamente – “Acho que Rômulo tinha um objetivo me mantendo deitada na cama por uma semana” – O suspiro aliviado é sentido por ele na orelha.

Aurélio a posiciona semi deitada na banheira e ela o observa pegar a esponja e começar a lavar seu braço depois o outro enquanto ela não deixa de admirar seu rosto, completamente encantada com sua geografia, encantada com o seu sorriso colado nos lábios, encantada com seu carinho, encantada com a forma que ele a fazia se sentir.




Ema bate na porta e não escuta uma resposta de seu pai ou de Julieta, ela havia encontrado-se com Rômulo quando o médico saia e ouviu da boca do mesmo a boa noticia do despertar de sua futura madrasta e subiu logo após despedir-se do homem, até o quarto afim de conferir com os próprios olhos o estado do amor de seu pai.

Ela resolve entrar sem a permissão que deveria lhe ser concedida, imaginando que o casal estaria muito entretido em uma conversa para se darem conta da porta, mas assim que adentra o local os olhos não encontram nem Aurélio, nem Julieta. A filha mais velha do casal suspira e quando vai dar meia volta e fechar a porta novamente, os olhos claros se deparam com o berço.

Receosa, ela espia pela fresta da porta do quarto para ver se alguém vinha e a fecha por completo respirando fundo, sentia-se uma menina prestes a fazer algo que não deveria. Ora, era sua irmã, ela poderia visita-la e pega-la no colo, certo? A mulher não sabia, mas mesmo assim os pés caminharam até o objeto de madeira, a respiração ofegante, os dedos mexiam-se inquietos e os olhos estavam arregalados.

Não saberia dizer por que do nervosismo, não saberia dizer por que estava tão inquieta para conhecer aquele serzinho, mas parecia-lhe um momento especial, um momento único e as emoções estavam a ganhando. Quando as pernas já estavam coladas ao berço foi que Ema permitiu-se olhar para a pequenina que dormia tranquilamente.

Os olhos encheram-se de lágrimas instantaneamente e ela logo sente o nó na garganta se formar, ela tinha uma irmã, era surreal, um sonho, uma realidade em que não gostaria de ser tirada jamais. Os braços tremiam quando os esticou até o bebê, a retirando de sua posição confortável.

A menina foi transferida do colchãozinho para o colo da irmã mais velha que por alguns instantes só foi capaz de encarar aquela criaturinha pequena, delicada e serena. Ela sente o próprio filho chutar no ventre e sente-se emocionada em dobro – aquela era sua irmãzinha, um presente dos céus para compor esta família que estavam aos poucos construindo e por mal conseguir esperar por sua vez de encarar seu filho.

Os dedos trêmulos acariciam o peito que sobe e desce conforme a respiração, logo, ela sente as lagrimas que segurava com afinco caírem, molhando a própria face. Ela suspira pela beleza de sua irmã, tentando identificar o Cavalcante no meio do Sampaio que lhe era mais evidente: os cabelos escuros, o formato dos lábios perfeitamente delineados e cheios, o formato dos olhos e o nariz arrebitado.

A mulher funga e uma felicidade intensa e avalassadora a toma por completo, tão forte que faz o corpo tremer de emoção e ela senta-se com medo de derrubar a irmã que permanecia dormindo.

“Meu Deus como você é linda. Não sei o nome que lhe colocaram, mas certamente és uma princesa. A princesa do Café” – Ema diz sorrindo largamente enquanto as emoções não a deixavam dizer muito. O soluço que escapa é alto e ela fecha os olhos chorando mais, ela inclina-se e deposita um beijo na testa da neném, o cheirinho lhe dando paz.

“Aurora!” – A voz de Julieta a assusta e ela pula em seu lugar segurando a irmã mais forte nos braços. A Rainha estava sorrindo nos braços do pai com os cabelos soltos e molhados que pingavam no chão, a mais nova tratou de secar as lágrimas enquanto a madrasta se próxima sendo carregada pelo pai – “O nome dela é Aurora” – O olhar de Ema cai para a menina em seus braços que se mexia trocando de posição, aproveitando-se do colo.

“Aurora... É lindo. Como ela.” – Ela sorri sentindo uma nova onda de lágrimas a qual ela segura com todas as forças que possui, não queria se passar de boba na frente do casal, mas pareciam infinitas as sensações que ter uma irmã provocavam e vê-la tão perfeita em seu colo depois de tudo que passaram, era ainda mais sensacional.

Julieta tem sua atenção na mais velha, ela admira o jeito que Aurora sente-se a vontade no colo de Ema e sorri ainda mais emocionada com o jeito que a mais velha observa a bebê, o amor é sentido de longe.

“Ela... Ela esta bem? Você esta bem? Meu Deus, fiquei tão preocupada. Rômulo disse que você havia acordado e não os vi no quarto. Ela dormia tão serena mas eu precisava...” – A mulher passou a despejar uma confusão de pensamentos e perguntas desconexas atordoando a mais velha.

“Ema! Calma!” – É Aurélio quem diz, rindo do nervosismo da filha.

“Esta tudo bem, não é papai?” – Os olhos chorosos mostravam todo o temor da mulher que agora, encarando os olhos azuis do pai com uma expressão assustada, parecia aquela menina que sentia medo do escuro.

“Esta minha filha. Tudo vai ficar bem agora” – Ele responde beijando sua testa e lhe lançando um sorriso reconfortante. A filha suspira fechando os olhos absorvendo a informação. A neném mexe-se novamente e os olhos ainda assustados da Baronesinha voltam para ela, sorrindo das caretas fofas que a bebê fazia e mais um beijo na testa avermelhada de Aurora é dado, o sorriso contemplador nunca deixando os lábios cheios da filha de Aurélio.

Pelo canto dos olhos, Ema vê o pai se posicionando atrás de Julieta com uma toalha nas mãos. A Baronesinha recosta-se na poltrona e discretamente observa o pai secar os cabelos da futura madrasta com muito carinho e delicadeza e logo depois, o vê pentear seus cabelos enquanto a mulher, mesmo um tanto corada pela presença de Ema, aproveita o cuidado de olhos fechados e um pequeno sorriso.

A filha mais velha tem de tampar a boca para segurar a emoção de estar sendo privilegiada com um momento intimo do casal e mesmo assim, a emoção da gravidez, o primeiro encontro com a irmã, o momento fofo deles, as emoções dos medos que passaram nas últimas vinte e quatro horas juntaram-se em um choro que mesmo sufocado, foi percebido pelos dois mais velhos.

“Ema?” – Julieta chama, preocupação escrita por toda a face.

“Me desculpem, perdão! Eu não queria estragar o momento, mas é que... Ela esta aqui, você esta aqui e estão bem...” – Era difícil de compreende-la pelo choro que a fazia puxar o ar violentamente – “Eu tive tanto medo” – A mulher fecha os olhos respirando mais fundo que conseguia permitindo que o liquido molhasse seu rosto – “Eu sempre quis uma irmã, e quando a tive eu quase perdi minha futura mãe que já aprendi amar” – A declaração saiu como uma confissão e os ombros ficam tensos. Todo o corpo balança pelos soluços e ela tem medo de abrir os olhos e encontrar uma reação negativa ás suas palavras.

“Ema...” – A voz de Julieta é embargada e é o que a faz centrar sua atenção completa na Rainha. Os olhos chorosos de ambas demonstravam uma série de sentimentos, de Ema medo, amor e temor e em Julieta um misto de preocupação com carinho e surpresa. A mais velha que havia sido encostada nos travesseiros, estica os braços para Ema que prontamente se levanta, tendo Aurora tomada de seus braços pelo pai, e se joga no colo da mais velha.

A filha de Aurélio tem o rosto enterrado em seu pescoço, o corpo balança com os soluços, o braço esquerdo rodeia o tronco de Julieta apertado. A mais velha não compreende a explosão da mulher, mas a acolhe nos braços, afagando os cabelos soltos e entrelaçando seus dedos num aperto acolhedor de quem confirma que estava ali por ela.

Aurélio sente-se levemente imponente diante a aflição da filha mais velha, mas ali, com a filha mais nova nos braços, ele sentia-se pleno. Havia alcançado o topo do mundo: tinha a mulher de sua vida ao seu lado, deu uma mãe para sua menina, deu um neto para seu pai e sentia cada vez a felicidade mais plena que existia se apossar de seu peito.

Aurora acomodou-se, já conhecendo aquele aconchego. Ele senta-se na poltrona onde a mais velha estava anteriormente e um braço segura Aurora enquanto o outro afagava as costas de Ema escutando os soluços da filha e as palavras de conforto de sua noiva, em silêncio.

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Julieta acorda com os primeiros raios de sol do dia seguinte, a cortina pesada não era implacável para a luz forte que adentrava pelas frestas. Demorou um pouco para abrir os olhos, lembrava-se de dormir no meio de uma conversa com Ema, que ficou assim como o pai, o dia todo cuidado e zelando por ela. A Rainha do Café sorri e a pálpebras se abrem finalmente dando logo de cara com dois mares azuis cristalinos, essa visão lhe traz um sorriso ainda maior.

“Bom dia meu amor” – Cumprimenta já acariciando o rosto bonito do pai de sua filha.

“Bom dia” – Ele sorri e lhe beija carinhosamente e quando o beijo começa a tomar outros níveis, Aurélio se afasta.

“Aurélio... Você dormiu?” – Julieta percebe sua face cansada e um leve roxeado embaixo dos olhos. Ela o vê arregalar os olhos levemente e logo depois desviar de seu olhar, balançando a cabeça dizendo que sim – “Meu amor, não mente pra mim.” – Ela pede baixinho.

“Não consegui” – Aurélio confessa após um suspiro – “Tive medo de dormir e acordar contigo naquele estado de novo, sem poder ver seus olhos” – Os mares azuis não a encaravam, mas pela voz ela pode perceber que ele segurava as lágrimas. Sua confissão quebrou seu coração e ela queria poder fazer algo para tirar os acontecimentos de sua mente.

“Estou aqui meu amor. Porque não dorme agora que me viu abrir os olhos?” – A voz é fina e baixa, quase aquela que usamos com uma criança. Ele balança a cabeça negativamente e ataca seus lábios mais uma vez, num beijo lento e calmo, onde as línguas parecem se encontrar pela primeira vez. Seus dedos apertam os cabelos da nuca dele o trazendo para mais e mais perto, talvez com um beijo ela pudesse lhe mostrar que estava ali, e tudo ficaria bem. E o noivo beijava-lhe como quem precisa de vida, e ele precisava mesmo, precisava da vida dela para ter a sua própria.

O momento foi quebrado pelo choro estridente de Aurora, os dois se separaram finalizando o beijo com alguns selinhos. O pai levanta-se da cama e enquanto Julieta ajeita-se nos travesseiros para uma posição meio sentada, Aurélio busca a filha no berço, que tinha a mãozinha fechada em punho dentro da boca enquanto as lagrimas caiam.

“Oi minha princesa” – Os braços a tiraram de seu conforto e a levaram até a mãe enquanto conversava com ela – “Acordou cedo hoje, parece sua mãe. Vai acordar com os primeiros raios de sol também? Para desfrutar de minha companhia? Você sabia que seu pai se exercita pela manhã e sua mãe finge acordar cedo só para fica me olhando?” – Ele tem a total atenção da criança que ainda tinha lagrimas nos olhos mas não berrava mais, curiosa com o som e as imagens que chegavam até ela.

“Aurélio! Mas que disparate! Isso não é verdade e sabe bem!” – Ela diz em um tom indignado, os olhos levemente arregalados, mas independentemente de suas palavras e de seu tom, as bochechas coraram violentamente, causando uma gargalhada alta do filho do Barão.

“Então não é verdade que me olha quando me exercito?” – Ele pergunta agora a centímetros de seu rosto. A mulher mais do que rapidamente toma Aurora de seu colo, desviando o olhar daquele que lhe tira o fôlego, e tenta fugir de sua pergunta provocativa.

“Minha filha tem fome, e eu também.” – Ela desce o vestido colocando a mama a disposição de Aurora que feliz segue o caminho até o bico se deliciando com o leite, a mãe a olha encantada enquanto o pai ainda ri da situação.

“Tudo bem meu amor, vou fingir que não gosta de me ver suado e vou trazer seu café da manhã” – A fala traz um sorrisinho incontido aos lábios da Rainha e as bochechas continuam coradas. Ela recebe um beijo no meio da quentura e olha para ele quando o mesmo antes de fechar a porta, vira-se novamente para ela com um sorriso lindo nos lábios que a contagia.

Os olhos chocolates voltam-se a Aurora que tem os olhinhos fechados enquanto a boca mexia-se. Julieta se perguntava se algum dia conseguiria segurar a emoção de ver sua filha em seus braços, por que mesmo depois de um dia inteiro a observando, dando-lhe de mamar, a trocando de roupas depois de Aurélio ter lhe dado banho e depois dela dormir no seu colo por horas, a cada novo contato, uma emoção diferente mas sempre intensa, se apossava dela.

“Eu posso entrar?” – Camilo aparece com a cabeça em um vão na porta entreaberta.

“Claro meu filho!” – Ela sente-se levemente desconfortável em ter seu filho presenciando um momento intimo como a alimentação de sua irmã, mas ela logo trata de deixar para lá, afinal a pouco tempo atrás, era Camilo ali em seus braços. Os passos do homem são rápidos mas temerosos, Julieta percebe seu nervosismo quando ele seca as mãos suadas nas calças.

“Desculpe não poder ter estado em casa ontem quando acordou, o café três mosqueteiros tomou todo o meu dia e quando voltei, era tarde.” – Camilo senta-se na poltrona perto da cama e sorri – “Como você esta? Está se sentindo bem? Está com dores?” – A preocupação estava escrita em cada traço de seu rosto mesmo que o sorriso não saísse dos lábios.

“Está tudo bem meu filho, estou bem e Aurora também.” – Julieta devolve o sorriso do filho e alcança sua mão ao inclinar-se para ele.

“Aurora? Quem...” – A confusão passa assim que os olhos claros caem na figura que estava sobre os braços da mãe, ele volta a olhar para Julieta e os olhos parecem ainda mais claros e suaves – “Aurora?” – A voz agora é levemente emocionada e o sorriso alarga-se.

“Sim. Sua irmã.” – O dedo indicador acaricia as sobrancelhas da pequena vendo-a fazer uma careta. Os sorrisos conversam e ela sente as emoções borbulhando dentro do peito quando diz – “Estava me lembrando de quando era você quem se alimentava assim. Eras tão ansioso e guloso" – A risada dela preencheu o ambiente e o contagiou a fazer o mesmo.

“Charles é assim. Acho que é culpa minha então” – Ri mais um pouco.

“Eu tenho certeza de que sim. Aurora é tranquila, as vezes dorme e nem percebe que não acabou de comer" – Ela cora um pouco ao compartilhar esta informação.

“Ela é parecida com você” – Ele sorri largamente observando a bebê que mexi a boca ainda sugando o leite lentamente. A mãe sorri agradecida pelo elogio e logo fez uma careta.

“Do que ela tem de linda e delicada, ela tem de fedidinha" – Julieta gargalhou e o príncipe só compreende quando sente o odor que Aurora exalava no momento.

“Me permite?” – Camilo se levanta e estende os braços pra ela. Uma leve confusão se apossa dela mas o sorriso dele a tranquiliza, era seu filho querendo cuidar de sua filha. A mãe permite que Camilo tome Aurora nos braços. Ele, já acostumado, a segura firmemente e cuidadoso, a bebê estranha, começando a chorar.

As lágrimas já se acumulam quando ela o vê levar Aurora até a penteadeira, onde Aurélio havia improvisado uma espécie de fraudário, depositando a menina que ainda mexia as pernas e os braços incomodada.

“Ei Aurora, eu sei que te tirei do colo da mamãe...” – Ele conversa com ela com uma voz infantil e um sorriso bobo no rosto – “É gostoso esse colo, eu sei, já o tive muito. É sim!” – Ele mostrou os dentes num sorriso ainda maior ao perceber que tinha a atenção da irmã e o choro que havia começado brevemente, já havia passado – “Mamãe tem um calorzinho bom, um carinho confortante, um amor muito gostoso. Mas você não pode ficar com o bumbunzinho sujo minha irmã” – As palavras eram carinhosas e cheias de caretas enquanto ele retirava seu macacão branco – “Onde já se viu? Uma dama, ora, a princesa do café não querer limpar o bumbum?” – Ele belisca levemente o bumbum do bebê e um pequeno gritinho sai da garganta de Aurora e ela pega o próprio pé levando-o até a boca, permitindo que o irmão cuidasse dela.

Aurélio adentra o quarto com a bandeja de café e a deposita na cama, dando um beijo carinhoso em Julieta e sorrindo com a emoção da mulher ao ver os filhos juntos. O noivo fica ao lado do filho da Rainha e ri com a imagem da menina mordendo o próprio pé.

“Esse pé tá gostoso filha?” – O homem sorri com a imagem e tira o pé da boca da menina – “Deixa eu provar pra ver" – Passa a fingir que o morderia trazendo um sorriso nos lábios da filha – “Você viu isso Camilo?” – Os dois espantados sorriem um para o outro.

“O que houve?” – Julieta pergunta colocando uma uva na boca.

“Ela sorriu Julieta! É a primeira vez que a vejo sorrir" – O pai fica todo bobo e o irmão orgulhoso termina de limpa-la trazendo-a para mais perto da mãe, ainda sorrindo largo.

“Ela é uma Sampaio Cavalcante, rodeada de amor e alegria, não me admira que já esteja sorrindo, principalmente desse pai bobão que ela tem" – Camilo gargalha com a cara indignada do filho do Barão sendo acompanhado de Julieta que comia sentindo o peito explodir de alegria com o momento precioso que viviam.

“Você concorda com esse absurdo Julieta?” – Ela sente-se encurralada pela acusação de seu noivo, mas relaxa quando o sorriso dele denúncia sua intenção de provoca-la.

“Ah querido, você é muito bobo por nossa filha desde o ventre" – Mãe e filho gargalham e a bebê que era balançada no colo do irmão mais velho observa atenta a agitação de todos.

“Achei que o complô era contra sua mãe, Camilo, não contra mim" – Os homens gargalham com os olhos arregalados de Julieta.

“Me dê Aurora aqui, tenho certeza que minha princesa não vai cooperar com esse crime contra minha pessoa" – As risadas ecoaram pelos corredores e foi assim pela manhã toda.

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“O que foi meu amor?” – Ele a tinha descansando em seu peito, ambos deitados na cama. Julieta dissera que se ela precisaria ficar de cama, exigia a presença do noivo o tempo todo com ela. Julieta mexeu-se para encarar seus olhos e ele para de acariciar seus cabelos com o movimento.

“Como faz isso Aurélio?” – Julieta pergunta um tanto chocada, ele nem mesmo estava olhando-a nos olhos e mesmo assim sabia que algo a incomodava.

“Meu coração fala com o seu, ele sabe.” – Ele sorri levemente beijando-lhe a testa.

“Estava pensando sobre o que Camilo disse sobre Aurora" – O suspiro libera um pouco da tensão que sente ao tocar no assunto – “Dela ser uma Sampaio Cavalcante" – Os olhos chocolates encaram os de Aurélio com receio.

“E o que a incomoda?”

“Ela não vai levar seu nome" – Os olhos mostram uma dor que ele nunca havia visto ali – “Ela é fora do casamento.”

“Mas isso é fácil de resolver... Julieta" – Ele chama sua atenção para ele novamente – “Case-se comigo.”


Notas Finais


Segunda vez que posto pelo celular, perdão se isso desconfigura o capítulo.
Quero deixar meu agradecimento à minha bbzinha Iza que me ajudou com idéias pra esse capítulo pq eu tava completamente avoada com o que escrever kkkkkkk
Mas então? Vocês gostaram? O que esperam do casamento aurieta pq VEM AI CASAMENTO AURIETA EM UNEXPECTED !!!


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