História Unforgettable Third - Capítulo 13. A Gincana!

Marcelina

    Em uma escala de zero a dez, a nota para a minha ansiedade ultrapassa os limites. Desde o término da reunião de sexta-feira, passei todos os minutos pensando na gincana e em como ela seria importante. Para a escola, para a comunidade, para os meus amigos. Mas, acima de tudo, para mim. 

    Saí de casa uma hora antes do que o normal, pois tínhamos uma conversa entre os representantes de cada turma e a direção para decidirmos as melhores tarefas e o funcionamento da gincana. 

    "Ansiosa?" escuto a voz de Daniel atrás de mim e imediatamente paro de roer as unhas, sorrindo para ele. 

    "Muito! Você acha que eles vão gostar, Dani?" pergunto, ainda apreensiva. 

    "Marce, a ideia é incrível. As provas são divertidas e educativas. Fica tranquila, tudo vai dar certo." o Daniel responde enquanto me abraça pelos ombros. Juro que nunca entenderei como ele consegue ficar tão calmo tendo tantas responsabilidades. 

    Escutamos o sinal tocar, indicando o início das aulas, e terminamos de organizar as folhas que precisaríamos para a divisão de equipes. Esperamos mais alguns minutos, para dar tempo dos atrasadinhos entrarem, e então saímos da sala do Grêmio Estudantil rumo ao terceiro ano. 

    "Vamos começar pela nossa turma, então acho que será mais fácil, porque temos mais liberdade. Confesso que essa é a primeira vez que fico feliz pelo terceiro ano ser a primeira turma da lista." sorrio para ele, que tenta a todo custo me acalmar. "Pronta?" 

    "Pronta!" respondo, respirando fundo e, em seguida, batendo na porta da turma. 

    A primeira aula era de física, portanto é o professor desta matéria quem nos atende. Sinceramente, quem teve essa ideia de colocar física como primeiro horário de uma segunda-feira? 

    "Bom dia, professor. Bom dia, terceiro ano! Podemos interromper um pouquinho sua aula para dar os recados do Grêmio Estudantil?" cumprimenta Daniel, sorrindo ainda mais. Por sorte, todos os professores foram avisados sobre essa interrupção, então não corremos riscos de ser expulsos de nenhuma sala. 

    "Em nome do Grêmio Estudantil da Escola Mundial, viemos desejar a todos um ótimo retorno às aulas. Esperamos que esse ano seja inesquecível, com notas boas, aprovações e muito sucesso para cada um de vocês." Ao pronunciar isso, meus olhos param em Alícia, que parece estar mais entusiasmada do que nunca. 

    "Mas... não é só isso! Temos uma notícia muito importante para vocês. É com muita honra que anunciamos: a Primeira Gincana de Integração da Escola Mundial." Comunica Daniel, sendo respondido por diversas exclamações de nossos colegas. "Marcelina, você poderia explicar um pouco como isso vai funcionar?"

    "Cada turma do ensino médio será dividida em duas equipes. E cada equipe receberá uma cor. Ao longo de três semanas, teremos eventos e tarefas que contarão pontos..." explico, analisando a reação de cada um. 

    "Ao final, a equipe que tiver mais pontos será campeã. Teremos premiação, como troféu e medalhas, aos três primeiros colocados." continua Daniel. 

    "E, além disso, os alunos do time vencedor receberão 2 pontos na nota da matéria que desejarem. Ah, mas todos que participarem terão uma nota proporcional ao desempenho da equipe também." conto, vendo a alegria estampada no rosto de alguns. 

    "E para finalizar teremos mais um prêmio surpresa, que será divulgado juntamente com o campeão." concluí Daniel, recebendo aplausos e assobios como resposta. "Alguma dúvida?" 

    "Como as equipes serão montadas? Nós que escolhemos?" pergunta Adriano, do fundo da sala. 

    "Não. Nós vamos sortear agora mesmo!" respondo, pegando uma urna que continha bolinhas coloridas. "Aqui dentro tem oito bolinhas vermelhas e sete bolinhas verdes. Cada um de vocês virá aqui e retirará uma, que indicará a qual time vocês pertencerão." 

    Um a um, cada aluno retira sua bolinha, enquanto eu anoto o destino de cada um deles em uma folha que trouxera. Discretamente, analiso as expressões de felicidade ou desapontamento em seus rostos. Quando terminamos, recupero novamente a atenção de todos. 

    "Ok, então vamos lá. Na Equipe Vermelha temos: Valéria, Jaime, Davi, Bibi, Cirilo, Laura, Adriano e Mário. Já a Equipe Verde é composta por: Maria Joaquina, Alícia, Paulo, Jorge, Margarida, Kokimoto e Carmen. Certo?" declaro e vejo a turma assentir. 

    "A primeira tarefa da gincana é a caracterização da sua equipe, ou seja, vocês precisarão criar um nome, um mascote, uma bandeira e um grito de guerra. Ademais, precisam decidir um líder e um vice-líder. Escolham direitinho, pois são essas pessoas que entrarão em contato conosco quando necessário." Informa Daniel, enquanto eu distribuo uma folha contendo a explicação da atividade e uma faixa da cor da equipe de cada um para todos. 

    "Na sexta-feira teremos a cerimônia de início da gincana, que será quando vocês apresentarão suas equipes. Entretanto, pedimos para encaminharem ao GE um documento contendo essas informações até quinta-feira a noite." concluo, retornando à frente da sala e parando ao lado de Daniel. 

    "Ah, mais um detalhe: o uso do uniforme não será obrigatório no dia das atividades da gincana, então pedimos para vocês virem com roupas da cor da equipe. E durante os outros dias, usem a faixinha da cor correspondente." diz Daniel. 

    "Vocês estão de brincadeira né? Onde eu vou achar uma roupa verde?" grita Maria Joaquina, fazendo a melhor cara de nojo que já vi na vida. 

    "Infelizmente não podemos ajudar nisso, Majo, mas tenho certeza que vocês encontrarão." comenta o nerd, tentando segurar a risada. 

    "Bom, então os avisos são esses. Esperamos que vocês aproveitem ao máximo." Desejo, preparando-me para sair da sala. "Boa sorte a todos!" 

    Ao final da manhã, tudo tinha saído melhor do que o planejado. No geral, todos ficaram muito animados com a notícia  e,  aparentemente, adeptos à ideia.

    Na saída, aguardo Alícia, Paulo e Mário para voltarmos juntos para casa, como normalmente fazemos. 

    "Amor, você arrasou hoje!" ouço Mário falar e em seguida me abraçar por trás. "Eu já estava todo orgulhoso só de te ver falando lá na frente, mas aí a Ali contou que a ideia da gincana foi sua! Você é incrível, minha pequena." 

    "Ah, eu dei a ideia, mas desenvolvemos ela todos juntos. Fico feliz que você tenha gostado." digo, virando-me de frente para ele e selando nossos lábios. 

    "É, só não gostei de ter ficado numa equipe separada do Paulo, do Koki e da Alícia." ele fala, puxando-me para mais perto. 

    "Sinto muito por isso. Mas tenho certeza que você vai se dar bem. Já estão discutindo algo?" respondo, acariciando seu rosto. 

    "Amanhã passaremos a tarde na escola para debatemos sobre isso. Deus me ajude a sobreviver àquele manicômio…" reviro os olhos, mas não posso evitar de sorrir. 

    Esse é um efeito que Mário tem sobre mim: é impossível ficar perto dele e resistir às suas gracinhas. Nos momentos em que não queria ou conseguia ver ninguém, apenas ele me tranquilizava e me fazia sentir que tudo ficaria bem de novo. E ficou. E sempre serei grata por tê-lo comigo. 

    "O que foi, Marce? Você ficou quieta de repente… tá tudo bem?" ele pergunta, passando a mão pelos meus cabelos e me encarando com um semblante preocupado. 

    "Está tudo ótimo. Eu só estava aqui pensando em como tenho sorte por te ter." respondo e um sorriso lindo nasce em seu rosto lindo. 

    "Eu te amo, baixinha." ele diz olhando nos meus olhos e, após alguns segundos, cola nossos lábios, iniciando um beijo apaixonado. 

    "Agora eu sou obrigado a ver essa pouca vergonha até na escola? Aqui é um ambiente de respeito!" separamo-nos ao ouvir a voz de Paulo se aproximar. 

    "Cala a boca, Guerra. Você não tem moral nenhuma para reclamar de nada aqui." rio ao escutar a bronca de Alícia. 

    "Obrigada, cunhadinha." viro-me para eles. 

    "Continuem, pombinhos. Ou melhor, continuem em casa. Lá da pra aproveitar melhor, se é que me entendem…" ela provoca, com um sorriso malicioso nos lábios e dando uma piscadinha para mim e para Mário. 

    "Porra, Alícia! Aí já é demais né? Poderia ter me poupado disso!" reclama Paulo, arrancando risadas e caminhando rápido na nossa frente. 

    "Onde você vai, Paulinho? Eles têm a chave de casa, você correr na frente não adiantará nada…" grita Alícia, correndo atrás dele. 

    "O amor é lindo…" afirma Mário, enquanto seguimos meu irmão e minha cunhada para fora da escola. "Mas o meu é mais." 

    Dito isso, inclino-me mais uma vez para lhe beijar. Ele tinha toda razão: o amor é lindo. Mas viver ele é maravilhoso.