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História Unforgiven - Sad Birthday


Escrita por: NanaMaia

Notas do Autor


olaaaaa gatinhassssssss, tudo bem com vcs? espero que sim

desaa vez eu não demorei (acho), e eu gostei muito do capitulo. acho q essa é a fanfic que mais amei escrever na minha vida.

boa leitura

Capítulo 4 - Sad Birthday


Fanfic / Fanfiction Unforgiven - Sad Birthday

1 ano atrás 

Chovia. Chovia muito lá fora, o céu parecia se adequar aos sentimentos de Teresa, que por sorte havia chegado cedo à escola. A garota colocara tudo no armário, tirando o peso de sua mochila vermelha e agora pensava no que faria já que Adam e Alana não tinham dado nenhum sinal de vida. Faltavam três dias para seu aniversário de 17 anos, e como sempre Teresa sabia que ao chegar em casa na quarta-feira à noite estaria em cima da mesa um enorme bolo de chocolate feito por sua mãe. Ela preferia morango desde que completara 14, porém não queria ferir os sentimentos da Srª Miller, que só sabia fazer daquele único sabor com massa pronta.

A porta da escola se abre fortemente, deixando o vento e a chuva entrar por alguns segundos; normalmente as garotas patricinhas com cabelos escovados reclamariam por estragar o penteado, mas dessa vez estavam todas encantadas demais com a beleza natural dos dois homens de terno que entravam afobados no local. Eles haviam se molhado demais, seus cabelos pingavam e suas roupas estavam encharcadas. Ainda que grudados ao rosto, o cabelo do mais alto era maravilhoso, assim como ele, que tinha, ao gosto de Teresa, olhos encantadores e uma boca que dava vontade de morder. Quando tiraram os ternos, ficando apenas com a camisa social branca - e agora transparente -, podia-se ver claramente o corpo desenhado dos rapazes, fazendo as adolescentes presentes suspirarem.

Teresa rolou os olhos e fechou a porta do armário, pensando que eram todas tolas. Tudo bem que são bonitos e mais velhos, mas não é pra tanto. Enfiando isso na mente, a menina pega o único livro que havia deixado na mochila e vira-se determinada a ir para sua aula de sociologia.

- Fala gata. - Sua amiga Alana coloca o braço por cima de seus ombros, imitando sua melhor voz masculina. - O que você acha de eu e você na minha casa, às 8? Hum? - Ela faz uma carinha sacana e então começa a rir, do seu jeito contagiante. Teresa sorri.

- Acho que precisará se esforçar um pouco mais para conseguir me conquistar. - Alana suspira e solta os ombros da amiga, desapontada.

- Você é difícil demais, terei que me render. - Sua voz volta ao normal e ela se aproxima novamente, com aquela expressão que Teresa tanto conhecia: um sorriso diabólico e olhos serrados. Alana tinha com certeza alguma fofoca para contar; uma novidade, segundo ela, bombástica, da vida dos outros é claro. - Você viu aqueles caras lá na entrada? - Ela sussurrou empolgada, como se ninguém ao redor estivesse falando deles também. 

- É. Eu vi. - Não era que Teresa não gostasse de fofoca, ela até gostava, como toda garota da sua idade costuma gostar, mas hoje particularmente não era exatamente o seu dia. Seus pais brigaram novamente e Margot cabulou aula para ficar com o namorado pelo menos quinze anos mais velho que ela. As coisas não iam muito bem. 

- Dá pra andar mais devagar? Ainda falta vinte minutos pra aula começar. - Alana reclamou.

- Quero pegar um lugar bom. 

- Não se preocupe, você é a única que liga pra aula de sociologia, vai ter um lugar bom. - Isso era verdade, ninguém nessa escola tava nem aí pra aula do Sr. Thompson, até por que ele não sabe explicar nada e tem uma veia nojenta na testa que parece querer explodir a qualquer momento. - Enfim, são dois caras. Dois! É o destino, um pra mim e um pra você. - Alana olhava para o nada, provavelmente imaginando uma enorme vida junto com um dos homens encharcados. - Como sou uma amiga maravilhosa vou deixar você escolher o seu. Pra mim tanto faz por que os dois são deuses dos Estados Unidos. Deixa eu adivinhar, gostou mais do... - Ela pensou um pouco. - De cabelo grande? Acertei? Você sempre teve quedas por caras com cabelo comprido e altos demais. - Alana falava muito, e normalmente Teresa não ligava, por que eram amigas, mas hoje a única vontade que ela tinha era de estrangular a garota. 

- Estão falando dos caras encharcados, não é? - Adam apareceu na frente das meninas, andando de costas para falar com elas. Teresa sorriu, agradecendo mentalmente pela chegada do amigo. - Ouvi dizer que eles são do FBI. - O menino sussurrou e começou a andar ao lado de Alana, inclinando o corpo para ver as duas.

- E onde você ouviu isso? - Alana e Adam viviam implicando um com o outro, mas no fundo se amavam demais e todos sabiam disso. 

- Tenho minhas fontes. - Adam sorriu.

- Tão confiáveis quanto você, imagino. - Teresa revirou os olhos ao ver que começariam mais uma de suas brigas bobas, então colocou os fones de ouvido.

- Eu sou muito confiável. - Adam retrucou, se fazendo de ofendido. - Teresa, fala pra ela. 

- Não dá, não estou ouvindo. - Ela aumentou um pouco a voz e cantarolou um pedaço da música que escutava. Os dois continuaram brigando por mais um tempo enquanto andavam pelos corredores da escola.

- Teresa! - Adam e Alana gritaram juntos, irritados e sem olhar um para o outro, como duas crianças choronas. 

- Não me envolvam nas brigas de vocês. Tenho aula de sociologia. - Ela reclama. - Até mais tarde. - Quando ia entrar em sua classe, ouviu Alana falar.

- Espera, você ainda não escolheu o seu! - Teresa revirou os olhos e abrindo a porta da sala, murmurou:

- O de cabelo grande. 

•••

Teresa deveria estar assistindo à uma palestra no auditório da escola, mas resolveu fugir para seu costumeiro esconderijo: a sala de dança. Normalmente os professores de educação física a usavam como depósito já que não havia aula de dança na escola desde que uma garota tropeçou nas sapatilhas de ponta e nunca mais voltou a andar. Mas Teresa não ligava, ela tinha suas próprias sapatilhas de ponta e sabia prendê-las bem o suficiente aos pés para que não caísse.  

Colocou a música do Lago dos Cisnes em seu celular, pois era sua coreografia favorita. Fechou os olhos e subiu na ponta da sapatilha, contando em sua mente o tempo da melodia. Então começou a dançar, e se sentiu como se estivesse voando. Ela dava giros triplos, saltos e abria os braços, quase flutuando pela sala, quando percebia não contava mais, e os pés já não seguiam a coreografia, como se tivessem vida própria inventassem passos novos. 

Teresa abre os olhos ao dar um último giro e encostado na porta vê um dos homens de mais cedo, o com cabelos compridos. Instintivamente ela corta seu passo e quase cai no chão, mas consegue se equilibrar. Eles se olham por alguns segundos e a música acaba. Ele sorri.

- Desculpe, não quis atrapalhar. 

- Tudo bem. - Novamente eles se fitam e Teresa ri envergonhada, ajeitando uma mexa solta de seu rabo de cavalo. 

- Você é boa. - Ele diz, entrando na sala/depósito.

- Obrigada. - Teresa se perguntou há quanto tempo ele a observava, e se ela era realmente boa ou se ele havia dito isso apenas para agradá-la. 

- Sou Sam. 

- Teresa. - Ela sorri. 

- Teresa. - Sam repete devagar, como que para não esquecer. A menina gostava do jeito como seu nome soava na boca dele, como algo especial. - Tess. - Ele a olha e é possível ver que seus olhos são uma mistura de verde e azul. - Posso te chamar assim? - Teresa assentiu rapidamente e analisou o apelido, sorriu, pois nunca havia recebido um. 

- Você é do FBI certo? - Sam ficou meio confuso de início, mas logo pareceu se dar conta da pergunta e confirmou com a cabeça.

- Sim. 

- Devo me preocupar? - Ela pergunta sorrindo, sentando-se no chão para tirar suas sapatilhas, ainda o olhando. Sam ri pelo nariz e se aproxima dela, apoiando-se na parede com os braços cruzados. 

- Não, não. Vim investigar um caso por aqui e fazer algumas perguntas. - Teresa murmura um "hum", e por dentro estava morrendo de vontade de perguntar o que tinha acontecido, mas imaginou que deveria ser confidencial ou algo do tipo, então ficou calada. - Você não deveria estar em aula? - Sam franze a testa e sorri, fazendo a garota pigarrear. 

- Está tendo uma palestra sobre reciclagem, prefiro dançar no depósito. - Os dois riem um para o outro e por uma fração de segundos Teresa sentiu aquelas borboletas no estômago que as pessoas tanto falavam, então pensou que queria vomitá-las, por que se mexiam demais e ela não gostava de se sentir estranha desse jeito. - Não me entregue. - Ela pede.

- Não vou, se eu te entregasse você teria que ir embora. - O rosto da pobre garota queima e as borboletas se agitam, fazendo-a pensar que não a deixariam dormir a noite. 

•••

Teresa ainda ria como uma idiota pensando no dia anterior, havia passado mais tempo do que o esperado jogando conversa fora com o agente do FBI, e só pararam porque o homem precisava continuar seu trabalho. Os assuntos foram muitos, de filmes à os micos que a garota sempre passava na escola; falaram também sobre suas famílias, tentando provar que uma era mais estranha do que a outra. Sam tinha algumas limitações, às vezes ficava um pouco estranho e tentava desviar o foco da conversa, mas Teresa fingia não notar. 

Como esperado, as borboletas no estômago não a deixaram fechar os olhos à noite. Elas voavam freneticamente e a faziam querer dançar. 

- Preciso tirar 9 em biologia, mas não estudei nada. Pode dizer que estou doente para a Srª Clinton? - Alana não parecia nem um pouco doente, na verdade ainda tinha maquiagem de alguma festa incrível que foi na noite passada e por isso nem lembrou que hoje teria prova, mas Teresa também não havia estudado, pois estava ocupada demais tentando fazer suas bochechas ficarem da cor normal novamente.

- Não vai dar. Também não vou fazer a prova. - Alana a olhou assombrada e com a mão no peito.

- Teresa Miller não estudou? Ora, ora, o fim dos tempos deve estar próximo. - A menina riu, fazendo Tess revirar os olhos. - Tudo bem, posso obrigar o Adam a nos cobrir. - Alana deu de ombros e caminhou um pouco à frente da amiga, mas logo se virou. - Ah, eu ia esquecendo. Você é uma grande vadia. - Ela disse devagar, parecendo feliz por isso, pois levantava as sobrancelhas e sorria, o que deixou Teresa confusa. - Uma vadia maravilhosa. O que fez com o agente de cabelo grande ontem enquanto nós, tristes alunos dedicados, assistiam uma entediante palestra sobre onde colocar o lixo certo? - O olhar malicioso de Alana fez Teresa corar, abaixando a cabeça.

- Sam, o nome dele é Sam. E não fizemos nada demais. 

- Sam. - Alana cantarolou. - Aham, acredito em você. - Ela riu, pulando pelos corredores.

- É sério! - Teresa insistiu, irritada. - E como soube disso? - Ela costumava contar tudo à amiga, mas queria que isso ficasse só para si mesma, porque gostava da ideia de se encontrar às escondidas com Sam, que havia dito inclusive, que se veriam em breve, e esse breve, Teresa esperava ser hoje. 

- Ah, você sabe, rádio corredor. - Alana deu de ombros.

- Hum. 

As aulas foram tão entediantes quanto costumavam ser, talvez até mais, cada vez que Teresa checava o relógio o tempo parecia se estender. Ela havia vindo arrumada hoje, com sua melhor calça jeans e uma regata preta que roubara do guarda-roupa da sua irmã. Tinha feito um penteado no cabelo e até passou um pouco de maquiagem, tudo para ele. 

Tess sentou no chão do depósito e ligou a música do Lago dos Cisnes, tentou se concentrar nas notas e imaginar os passos, mas só conseguia pensar se ele chegaria logo, ou viria. 

- Não vai dançar hoje? - A voz firme inundou a sala, fazendo Teresa pular, tentando conter o sorriso. 

- Não trouxe as sapatilhas. - Ela tinha as deixado no armário de propósito, pois em muito tempo não encontrava algo de que gostasse mais do que dançar. - Então, como vai seu assassino misterioso? 

- Continua misterioso. Imagino que você já soube o que aconteceu. - Além dos boatos sobre Teresa e os agentes gatos do FBI, na escola também se falava de um aluno do ensino fundamental que havia sido morto, e não apenas isso, seus olhos não estavam no rosto. Alguns dizem ser um fantasma de um garoto cego que estudou no colégio e sofria bullying dos meninos mais velhos. 

- Sim. Horrível, não é? 

- Você está bem? - Sam perguntou, parecendo preocupado com Teresa.

- Estou. Não há nada mais reconfortante do que saber que o mundo é mais louco que nós. - Ela disse, e Sam riu.

- Está citando Thor? 

- É, eu tô. - Teresa riu alto e de repente aquilo parecia a coisa mais engraçada do mundo, pois ela não conseguia mais controlar a risada. - Vem aqui. - Ela chamou, estendendo o braço, e por um momento não se reconheceu. Sam andou desconfiado em sua direção e segurou sua mão, ajudando-a a levantar. - Dança comigo. - Ela pediu, sorrindo.

- Eu não sei dançar. - Sam riu, porém colocou as mãos na cintura da garota, que por sua vez entrelaçou os braços em seu pescoço. 

- Não tem problema. - De inicio ele parecia relutante, mas aos poucos se soltava. Os passos eram lentos, como uma valsa mal feita. Teresa sentia um nervosismo enorme, seu coração estava acelerado, e normalmente o silêncio que permanecia a teria deixado constrangida, mas ela gostava, podia escutar seus pensamentos e a calmaria que se estabelecia a deixava simplesmente encantada. 

Para Teresa o amor não é algo grande, mas um aglomerado de coisas pequenas e simples. Nesse momento ela sentia todas as coisinhas se grudando umas nas outras e preenchendo os espaços vazios. Sam não estava a completando como todos diziam que uma paixão devia fazer, ele estava a transbordando. Ela não acreditava em amor à primeira vista, mas acreditava que cada pessoa tinha sua metade, destinados a ficarem juntos, não importa o quanto demorasse, e acreditava que quando a sua pessoa aparecesse ela saberia. 

Samuel Winchester era sua pessoa. 

Teresa tinha certeza disso, tanto quanto tinha certeza que havia chegado à essa conclusão mais rápido do que o esperado. 

•••

A menina acordou mais cedo do que o normal, por isso chegou logo à escola. Era seu aniversário e ela não parou para falar com seus pais e receber os parabéns, até porque os dois haviam passado a noite anterior aos berros na varanda e não deviam estar de bom humor. Teresa correu para a sala de dança, onde Sam disse que a esperaria, ansiosa, abriu a porta com força, mas visto que ele não estava lá, a menina entristeceu. Claro que não por muito tempo, pois imaginou que seria apenas um atraso bobo, então sentou-se e esperou. 

Esperou até demais. Passaram-se horas, o relógio na parede mostrava passar das duas da tarde, Teresa, deitada no chão, teve vontade de chorar, pois se sentia uma idiota por acreditar que ele ainda apareceria. Pensou que talvez a sua intuição estivesse errada, que Sam não fosse sua pessoa, e quase deixou as lágrimas despencarem. A primeira desilusão amorosa da recém garota de 17 anos estava feita, e Sam Winchester nunca foi ao encontro. 

Hoje

- Não me deem parabéns! - Esbravejo, me jogando no sofá empoeirado. 

- Por que? - Dean pergunta. 

- Porque eu não gosto do meu aniversário. Foi o dia que meus pais se separaram, que vocês dois foram embora e que tudo começou. - Eu ainda não conhecia os meninos muito bem na época, mas me senti traída quando Sam não apareceu ao encontro, fui completamente abandonada, e isso me quebrou. 

Os irmãos se entreolharam e deram um suspiro.

- Você sabe que nós precisamos ir, não é? - Olhei para Sam e assenti.

- Agora eu sei. 

- Bom, não importa. Hoje você fez 18 anos, é maior de idade. Isso tem que ser comemorado. - Dean se levantou, fazendo uma expressão séria. - Mas ainda é nossa criança, então não vá achando que pode fazer o que quer. Nada de dirigir meu carro, nem de sair sozinha por aí, beber ou usar drogas. - Dou uma risada.

- Não se preocupe com isso. - Digo. Não me sentia diferente por completar os tão esperados 18, levando em consideração à situação da minha vida agora, as coisas não mudariam muito. 

- Vocês podiam levá-la para caçar. Como presente de aniversário. - Tio Bobby sugeriu, dando um gole generoso no seu whisky. Fico animada com a ideia e olho pidona para os meninos, eles pensam, se entreolhando como de costume, e Sam dá de ombros.

- É, pode ser. - Ele diz. - Temos mesmo um caso em um hospital de Seatle. Deve ser um fantasma. 

- Oba! - Dou um pulo do sofá. - Vou esperar no carro. - Corro para fora sem esperar uma resposta, pois estava animada demais para minha primeira investigação. No fundo esperava que eu não gostasse tanto, porque teria que ir embora uma hora ou outra, mas agora só consigo pensar que vai ser incrível ver um fantasma pessoalmente. 

Saber que essas coisas existem é assustador, mas torna o mundo muito maior e maravilhoso do que eu achava que era. 

1 ano atrás 

Teresa chegou mais tarde em casa, ainda inconsolável pelo dia frustrante que havia tido. Sua irmã ficou em casa o dia todo, preparando uma "surpresa" para a aniversariante, por isso ela voltara sozinha no ônibus escolar fedorento. Entrou irritada na cozinha, procurando seu bolo de chocolate para que pelo menos isso desse certo no seu dia, mas não o encontrou. Confusa, abriu a geladeira e os armários. Nada. 

- Margot? - Chamou, sem entender o silêncio na casa e a falta da esperada surpresa. Escutou passos rápidos vindos da escada, logo surgindo sua irmã mais velha com uma roupa arrumada e maquiagem inacabada. 

- Finalmente você chegou! - Ela diz, envolvendo Teresa num abraço apertado. - Mamãe não fez seu bolo, ela e papai brigaram o dia todo. Mas e então? Como foi o encontro? - Margot fez uma dancinha engraçada ao fazer a pergunta, sorrindo. Tess apenas bufou, não sabia se estava com raiva ou triste, mas se sentia péssima.

- Ele não apareceu. - Ela joga a bolsa da escola no sofá e se senta. 

- Ah. - Margot murmura, chateada pela irmã. - Bom, ele não sabe o que perdeu. Que tal você ir comigo ao cinema? Esquecer um pouco isso. - Teresa não queria ir, sabia que elas não assistiriam à um filme, não juntas pelo menos. Margot iria se encontrar com seu namorado, e como sua mãe não a deixaria vê-lo, usaria a desculpa de irem juntas. Mas ela sabia que era importante para a irmã, e não tinha nada melhor para fazer, estava triste por não ter tido seu encontro, por ter voltado no ônibus fedorento, por não ganhar bolo e por ainda não ter visto seus pais. Tudo bem que Adam e Alana lembraram de lhe dar os parabéns, e até compraram um colar bonito para ela, mas ainda se sentia incompleta, então resolveu ir.

- Tudo bem. Vou me arrumar. - Margot comemorou, pulando do sofá. A porta da casa abriu e seus pais entraram, cabisbaixos. Mantinham distância um do outro, sua mãe tinha aquela expressão de quando não tinham uma boa notícia para comunicar. 

Chamaram as meninas para conversar e as levaram até o quintal. A família sentou numa roda, Anne e Charlie se distraiam com as flores, enquanto Teresa e Margot ficavam cada vez mais preocupadas. Teve muita enrolação, ninguém queria realmente ouvir a notícia que de certa forma já sabiam o que seria, mas ela precisava ser dita para que acreditassem. Foi o pai quem falou, a infeliz decisão da separação do casal. Eles disseram não terem mais o amor que tinham no início do casamento, e pediram desculpas por não poderem mais continuar juntos. 

Margot não se conformou com a ideia, puxou Teresa para dentro sem dizer uma palavra se quer e apenas continuou se arrumando. Tess sabia que ela estava se matando por dentro, pois achava que era culpa dela, já que desde criança sempre apartou as brigas dos pais, dançando ou cantando, fazendo apresentações de mágica e contagiando a todos com sua risada. Com o tempo eles pararam de lhe dar atenção, de se calarem quando a garotinha começava a contar histórias, nada mais os fazia ficar felizes outra vez. Margot achava que ela tinha a responsabilidade de mantê-los juntos, e não conseguir fazer isso foi decepcionante para ela. 

Hoje

Quando chegamos no Seatle Grace, Sam e Dean me disseram terem sido chamados pelo cirurgião chefe do hospital, um homem chamado Richard Webber, que era muito amigo do pai dos meninos.

- Certo. Richard falou que tem algumas coisas estranhas acontecendo no hospital, os pacientes estão... Explodindo. - Sam começou, um pouco indeciso se deveria realmente levar a sério o que ele mesmo dizia. Tentei imaginar uma pessoa em sua maca, apenas esperando para saber quando poderia ir para casa, e então simplesmente virando pedacinhos.

- Explodindo? - Dean questionou, incrédulo. - Tipo: bum! - Ele simula uma explosão com as mãos. 

- É. Bum! 

- Rapazes! - Um homem negro com barba branca e jaleco aparece da entrada do hospital, com os braços abertos e um sorriso acolhedor no rosto. Ele dá um abraço em Sam e Dean, que retribuem. - Como cresceram, principalmente você garoto. - O homem, que deduzi ser Richard, olha para cima, encarando Sam, que ria. - Verdadeiros homens. Obrigada por terem vindo. - Ele estava com um ar preocupado, o que me deixava inconscientemente tensa, como se o nervosismo dele passasse para mim. - E você, quem é? - Richard me perguntou.

- Teresa Miller. Estou com eles. - Respondo sorrindo, para disfarçar o fato de não conseguir raciocinar direito, apenas pensando no que nos esperava lá dentro. 

- Bem, com certeza está em boas mãos, esses dois aí aprenderam muito bem com o pai. - Olho para Sam e Dean, e sei que estou segura com eles. Sorrio, sentindo que de repente o medo que eu sentia passou. 

- Quanto tempo, hein Richard. Você pintou o cabelo? - Dean pergunta, analisando a cabeça do homem, que ficou envergonhado.

- É para as mulheres. - Sam franze a testa e cruza os braços, confuso.

- Como vai a Adele, Richard? - Ele pergunta. 

- Nós nos separamos. - Sinto remorso por ele, porque deve ser horrível acabar um casamento, principalmente quando, pela cara dele, quem acabou tudo foi ela. 

- Sinto muito. - Sam e Dean dizem, e eu digo o mesmo em seguida. 

- Tudo bem, é a vida. Então, vamos? - Ele se vira para o hospital, e nós o seguimos. Dentro é uma calmaria, porém é possível sentir a aura triste nas pessoas, algumas machucadas, física ou emocionante, outras apenas esperando. O cheiro era o mesmo de todos os outros, na verdade eu gostava. Médicos dando notícias boas e ruins, pessoas chorando, outras sorriam e suspiravam aliviadas. 

- Richard, eu não entendi muito bem, os seus pacientes estão explodindo? - Dean pergunta, andando ao lado do homem.

- Exatamente. Imaginei que seria o negócio de vocês. Sabe, há três dia um cara chegou aqui com uma perna quebrada. Até aí tudo bem, mas quando a Drª Torres mandá-lo pra casa o homem começou a falar que estava sendo perseguido por um fantasma. Pedi para o chefe da psiquiatria mandar um dos seus, mas quando ele chegou o cara estava em pedacinhos. Depois começou a acontecer com outros pacientes, sempre com alguma parte do corpo quebrada, vendo coisas e explodindo. - Richard disse, entramos em sua sala e ele se sentou na cadeira, indicando que fizéssemos o mesmo. Sam olhou para Dean, que olhou para mim, para conferir se eu estava bem e acompanhando. Torço o nariz, e Sam pergunta: 

- Podemos ver as fichas dos pacientes? 

- Claro. Aqui. - Richard às pega de cima de sua mesa e nos entrega. Eu e Dean nos aproximamos, tentando ler as pequenas letras nos papéis grampeados. 

- Eles não tinham nenhuma ligação. - Sam mexe nas folhas, balançando a cabeça negativamente. - Nada. 

- Muitas pessoas morrem em hospitais com contas pra acertar, ou seja, muitas querem vingança. - Dean se levanta e vai até a porta da sala. - Vamos ter muito trabalho a fazer. 

Nunca gostei de fazer pesquisas para a escola, mas ler sobre todas as mortes desse hospital era muito interessante. Um cara quase morreu depois de engolir 10 cabeças de bonecas Suzie's. Também houve um acidente em um trem, e uma mulher e um homem chegaram com um ferro enorme atravessado pelo corpo, não podiam se mexer. As causas das mortes eram umas mais bizarras do que as outras, não dava pra se entediar. 

- O cara bebeu sete corretivos?! - Dean exclamou, olhando espantado para uma das fichas que segurava. 

- Essas pessoas tem fixação em engolir coisas estranhas. - Fecho os papéis e os jogo em cima da mesinha de centro. Olho pra Sam, esperando que fale algo, mas ele permanecia sério, olhava para as fichas com cuidado, analisando cada centímetro dela, então ele tira os pés do vidro e fala:

- Acho que encontrei nosso Gasparzinho. 

•••

Estávamos no quarto de Ananda Clark há meia hora, procurando algo que nem sabíamos o que era. A mulher disse horas antes que um fantasma a perseguia, como os outros. Nosso fantasma era um homem que morrera no hospital ano passado, hoje seria seu aniversário de morte. Ele havia sido cremado, a pedido seu, pelo hospital. Ninguém estava com ele quando morreu, ninguém lembrou de sua partida. Ele havia quebrado todos os ossos do corpo ao cair de um prédio, Richard fez sua cirurgia para controlar hemorragias internas graves, mas por causa de um erro do médico o homem não resistiu.

- É culpa minha. Eu me culpei tanto pela morte dele, e agora ele quer vingança. - Richard balançava a cabeça negativamente, desesperado. Nós apenas ficávamos mais nervosos com o tempo passando. - Eu o matei e nem lembrei do seu aniversário. 

- Tudo bem! Olha, eu sinto muito. - Comecei a falar, parando de procurar. - Você cometeu um erro, é humano, isso acontece, não poderia, mas acontece. Agora precisamos consertar isso, você precisa consertar isso. Então levanta daí e nos ajuda. - Ele me olhava assustado, assim como os meninos. Me encolhi um pouco quando percebi que estava gritando com o chefe da cirurgia. - Desculpe.

- Não, você tem razão. - Richard levantou, suspirando. - Vamos lá. 

Ananda dormia devido ao remédio, por isso se tornava mais fácil de procurar. Revirei as gavetas, sem encontrar muita coisa de importância, já perdendo as esperanças de conseguir ajudar alguém hoje. Suspiro, exausta, passando as mãos no rosto com força para me manter acordada.

- Acho que encontrei. - Dean disse, virando-se com uma toca de cirurgia azul nas mãos. Mostrou a borda do tecido, onde estava costurado o nome Benjamin, nosso homem fantasma. 

- As enfermeiras fizeram para ele antes da cirurgia. Para dar sorte. - Richard estava nostálgico, era possível ver a dor em sua face, mas não tínhamos tempo pra isso.

- Certo, então vamos queimar logo. - Sam acendeu um isqueiro rapidamente, chegando perto da toca; porém, quando o fogo quase atingiu o pano, uma figura desgastada e com falhas apareceu ao lado do Winchester, o empurrando para longe. 

- SAM! - Grito, prestes a ir em direção à ele, mas senti uma força enorme me lançar no chão, e apaguei. 

Provavelmente não estive desmaiada por muito tempo, todos permaneciam inconscientes, mas Ananda havia despertado. Seu olhar era apavorado, ela segurava o pescoço com as duas mãos e parecia sufocar. Estava acontecendo, ela explodiria. Vi Dean abrir os olhos lentamente do outro lado do quarto, olhando para a mulher e depois para mim, desesperado, ele aponta com a cabeça para o pé da cama de Ananda, sigo seu olhar e vejo o isqueiro e a toca juntos. 

- Queime. - Dean fala. Me estico o máximo que consigo e meus dedos quase tocam os objetos, me impulsiono e agarro os dois. Seguro a toca e ligo o isqueiro, sem esperar um segundo, encosto o fogo no pano, vendo-o queimar. 

Benjamin aparece para nós novamente, sua mão roxa e inchada chega perto do meu rosto e perco o ar por um minuto, mas então o fogo se alastra pelos seus dedos e ele esperneia em agonia, sumindo. Ananda volta a respirar, e eu também, Dean joga a cabeça no chão, aliviado. Ao meu lado, posso ver Sam e Richard acordarem, procurando pelo problema que já havia sumido.

Sam

Eu estava preocupado com Tess. No caminho para o motel ela não disse uma palavra se quer, quando chegamos lá, apenas pediu para ficar sozinha, por isso, Dean sugeriu que fôssemos comprar algo para beber.

Não demoramos muito, já que tivemos medo de que ela ficasse sem nós por muito tempo. Aos poucos que nos aproximávamos da porta de nosso quarto, podíamos escutar gritos e coisas quebrando. Corremos em disparada e entramos já com nossas armas em posição, prontos para acabar com quem estivesse ali. 

O que encontramos não foi exatamente o que imaginávamos; nada de ex namorado vampiro irritado, demônios querendo ver o rosto da nossa nova "protegida", anjos planejando sequestrá-la ou lobisomens famintos. 

Era apenas Teresa. 

Apenas Teresa e sua raiva e confusão. 

Ela jogava as coisas que tinha em sua enorme mala e atirava em qualquer direção; roupas, sapatos, cremes e tudo que estivesse na sua frente. As lágrimas pareciam não querer parar de descer pelo seu rosto, suas mãos tremiam. Tess usava um vestido preto colado ao seu corpo, arrumado e muito amassado, seu cabelo estava bagunçado e sua maquiagem completamente borrada por causa do choro. Ela estava um desastre, só olhar pra ela doía.

- NÃO, NÃO, NÃO! - A garota gritava, cada vez mais desesperada. - EU NÃO ENCONTRO! EU NÃO CONSIGO ENCONTRAR! 

- Calma, Tess! - Vou em sua direção e coloco a mão em seu ombro, mas ela rapidamente empurra meu braço, olhando-me assustada.

- NÃO ENCOSTEM EM MIM! - Levanto os braços, mostrando que não tocaria nela, apenas vendo seus olhos se avermelharem cada vez mais. - Não encostem. - Ela sussurrou. 

- Teresa, queremos te ajudar. - Dean tentou se aproximar dela novamente, mas a menina recuou. 

- Não. Não podem, vocês não podem. - Ela murmurava, olhando para o chão e chorando mais e mais. Se virou para sua mala novamente e começou a jogar tudo outra vez. - Eu tenho que encontrar! Encontrar e ir vê-la! - Olho para meu irmão, que suspira, se afastando. A deixamos procurando seja lá o que for, e apenas observamos o seu desespero crescer. 

As roupas e cremes acabam e os sapatos também. Tess para por um instante e encara o fundo da mala vazia, sem respirar, então a levanta com toda a força que ainda lhe restava e a joga contra a parede, gritando. Quando olhou para o relógio na parede, marcando meia noite, ela surtou de novo. 

- NÃO! NÃO PODE TER ACABADO! NÃO! - Ela abraçou o próprio corpo e chorou em silêncio, parecendo sufocar com as próprias lágrimas. - TIREM ISSO DE MIM! TIREM ISSO DE MIM, POR FAVOR! - Ela tenta alcançar o zíper de seu vestido e vira suas costas para nós. Me aproximo devagar e abro sua roupa, ajudando-a a puxar o tecido para fora de seu corpo. Teresa ainda não conseguia respirar, estava só de calcinha e sutiã, mas parecia se sentir presa.

Ela se jogou em meus braços, ou caiu, enterrando seu rosto em meu peito. Pude sentir as lágrimas encharcarem minha camisa, seus soluços ficarem cada vez mais altos, ela não conseguia ficar em pé sozinha e eu tentava segura-la, mas seus joelhos iam se dobrando até encostarem no chão. Me sento com ela e a encosto na parede, ainda a abraçando, alisando seu cabelo. Ficamos assim por uns cinco minutos, sem nos mexermos, nem eu, nem Dean, e nem Teresa; mas então ela para de chorar e olha para mim, se desvencilhando de meus braços e abraçando suas próprias pernas, afundando sua cabeça ali.

- Ruiva. - Dean se aproxima outra vez, sentando ao lado de Tess e colocando a mão em seu cabelo. - O que aconteceu? - Ela não respondeu por um tempo, mas então levantou seu rosto inchado e fungou.

- Hoje... Ontem, foi o aniversário de morte da Margot. No dia do meu aniversário, e eu não lembrei, ela precisou falar pra mim de seja lá onde ela estiver. Agora eu perdi o colar que ela me deu antes de morrer! O colar preferido dela! - Teresa deixou que mais uma lágrima caísse. - Eu esqueci do dia em que minha própria irmã morreu. Eu esqueci do dia em que eu a matei! - Meu coração quase parou ao vê-la daquele jeito. Já havia perdido meu irmão, e sei muito bem como é essa dor, essa culpa. Mas ver Tess assim estava me matando.

- Escuta aqui, não sei o que aconteceu naquela ponte. - Dean olhou intensamente nos olhos dela, com a seriedade de quando tinha certeza de algo. - Mas você não a matou. 

- Ela nunca vai me perdoar. É por isso que odeio meu aniversário. - Teresa se levantou, quase caindo, então eu e Dean a ajudamos. Ela se jogou na cama de casal, cobrindo-se com um lençol fino, e ficou olhando para o nada, completamente perdida, chorando mais uma vez. 

Dean engoliu em seco, parecendo não saber o que fazer. 

Tess tremia, e não aparentava estar disposta à se levantar e vestir uma roupa, por isso levanto os lençóis, deitando-me ao seu lado. Ela se aproxima de mim e se encolhe com as mãos em meu peito, a envolvo num abraço, tentando aquecê-la. Pude sentir minha camisa ser inundada outra vez e os soluços voltarem a ser ouvidos, mas não falamos uma palavra, apenas a deixei sentir sua dor. 

Dean

Ver Teresa assim é no mínimo assustador. Já perdi meu irmão e sei o que é sentir dor e culpa, mas aquela garota ali do outro lado da porta, aquela menina baixinha e com olhos pidões de criança, havia acabado de fazer 18 anos, não precisava passar por tudo isso, sofrer assim. A escolha de vir conosco foi dela, e nós apenas concordamos porque sabíamos que ela precisava disso para seguir em frente.

Porque ela é como nós.

Saindo do banheiro vejo Sam abraçado-a na cama, então deito-me na outra, aliviado por Teresa ter parado de chorar e finalmente adormecido, pensei no que poderia falar, mas achei melhor não dizer nada, porque ela poderia acordar, e não queríamos isso. Apenas olho para o meu irmão e em seu olhar posso ver a dor que ele sentia. 

Teresa precisa de nossa ajuda, ou ela se destruirá e nos levará também.

 


Notas Finais


dxigam ai nos coments o q vcs acharam, ok? ok

ah, ia esquecendo, fiz um trailer da fanfic, então passem no meu perfil q vai tá lá, certo?

beijos, amo vcs


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