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História Universo em conflito - Parabéns pra você


Escrita por: Mallagueta

Notas do Autor


Sei que não é exatamente o capítulo mais emocionante da história, mas achei que seria legal contar um pouco a história da Agnes e o porquê dela ser como é hoje. Minha primeira tentativa acabou virando uma fanfic separada, então tive que cortar muitas coisas e resumir bem pra não ficar longo demais.

A ação recomeça no próximo capítulo.

Capítulo 51 - Parabéns pra você


Agnes estava sentada com as costas apoiadas na porta e ouviu o som da buzina. Seria Penha vindo com ajuda? Não fazia sentido ela fazer tanto barulho assim! Reunindo toda a força que ainda tinha, ela se levantou e foi até a porta da frente. O barulho vinha da caminhonete e Boris estava no volante. Como ele conseguiu sair do quarto? Aquilo não importava muito. Desesperada como estava, ela tentou apelar para a misericórdia dele.

- Boris, por favor, me ajude! Eu não aguento mais! – a mulher implorou e foi ignorada. Ela continuou andando em sua direção tropeçando e caindo várias vezes.

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Sofia arredou a penteadeira, olhou pelo buraco da fechadura e viu que Agnes tinha saído de casa. O caminho estava livre.

“Mas ela ainda tá lá fora. Ah, peraí!” ela tirou o lençol da cama e saiu do quarto correndo o máximo que pode.

Como previa, encontrou Agnes no meio do caminho que tentou lhe agarrar. Sem nenhum aviso prévio, Sofia jogou o lençol sobre ela, que caiu de novo e ficou se debatendo e gritando de raiva.

- Venha logo! – Boris chamou abrindo a porta do lado do carona e Sofia entrou rapidamente. Ela mal fechou a porta e o carro saiu em disparada.

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Ângelo riu e teve até vontade de dançar quando aqueles dois conseguiram escapar ilesos. Ainda restava Agnes, que mesmo fraca era perigosa. Como não podia lutar com ela, pois não tinha permissão para interferir diretamente, ele decidiu apenas vigiar e talvez ajudar em algo caso a polícia chegasse a tempo.

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Quando conseguiu tirar o lençol, o carro já tinha ido embora e Agnes ficou sozinha no meio do quintal. Tirando a fraca luz que vinha de dentro de casa, todo o resto estava escuro e ela ficou de barriga para cima olhando o céu com suas estrelas brilhando fracamente.

Seu corpo não obedecia mais e ela se sentia numa espiral descendente rumo à escuridão, seu único lugar seguro. Toda sua vida parecia passar diante dos seus olhos e as lembranças vinham como uma avalanche, como se ela estivesse revivendo cada momento.

Flashback

- Pa... rabéns pra v-vo... cê... n-nessa da... ta... querida... – uma voz entrecortada foi cantando entre soluços. – M-muitas... fe... felicidades...

Sozinha no escuro, sentindo somente frio, dor e solidão, Agnes voltou a chorar com toda sua dor.

Ela estava sentada no chão frio e duro sem nada para aquecer seu corpo a não ser um fino vestido de algodão cru. Suas mãos e pés estavam acorrentados e cada parte do seu corpo doía. Era provável que uma costela estivesse quebrada.

- M-muitos a-anos d-de vi... da...

Sua noção do tempo se perdeu totalmente e ela não sabia se estava ali por horas ou dias. Mesmo sem saber quanto tempo tinha se passado, ela lembrava muito bem de como tinha sido aquele dia que deveria ter sido tão especial.

Era o seu aniversário de quinze anos e ela imaginava que ia receber o reconhecimento dos seus pais por ser a filha perfeita, pois foi para isso que se esforçou durante a vida inteira.

Ela sempre fez tudo por seus pais e cumpria todas as exigências, por mais absurdas que fossem. E sempre que possível, fazia ainda mais. Na escola ela tinha as melhores notas. Todos os livros sobre prendas domésticas, etiquetas e regras sobre a boa esposa e dona de casa foram decorados rapidamente e ela podia até citar vários trechos de cor.

Ela sabia lavar, passar, cozinhar, costurar, bordar, fazer tricô, crochê, arrumar e administrar uma casa com perfeição. Seus modos eram o de uma verdadeira dama. Sempre calma, silenciosa, gestos delicados e modos impecáveis. Ela nunca discutiu, nunca levantou a voz uma única vez, nunca respondeu mal.

Sempre que era castigada, ela aceitava humildemente e se desculpava.

- Me perdoe, mãe. Sei que fui muito má. Por favor, me castigue como achar melhor. – E sua mãe fazia exatamente isso, sem a menor piedade. Mesmo assim ela nunca reclamou porque achava que era sua culpa. Ela não era boa o suficiente para ter o amor dos seus pais, por isso tinha que ser punida.

Se quisesse ser amada por eles, tinha que melhorar muito e ser perfeita. E ela conseguiu.

Foi por isso que ao completar quinze anos ela realmente acreditou que ia receber algo especial. Não era costume na sua família fazer festas de aniversário. A data sempre passava em branco sem nem ao menos um “parabéns”. Só que daquela vez era uma data especial, pois era o momento da transição entre a infância e a vida adulta.

Claro que ela não esperava nenhuma festa surpresa com balões coloridos, confetes, bolo e doces. Aquilo estava à anos-luz de distância da sua realidade. Ela apenas esperava um pouco de reconhecimento por parte dos seus pais, que eles vissem o quanto ela se esforçou para ser a filha perfeita e lhes deixar orgulhosos.

Isso não aconteceu. E nunca ia acontecer. Ela estava jogada naquele porão frio e escuro, com o corpo doendo por causa da surra que sua mãe lhe deu várias e várias vezes. A mulher lhe batia até deixá-la caída no chão. Tempos depois voltava e fazia a mesma coisa.

- Estou fazendo isso para o seu bem. – A mulher sempre falava depois te ter lhe aplicado mais uma “correção”. – Se você não se dobrar aqui, vai ser quebrada no confinamento. – e ia embora sem dizer mais nada, lhe deixando sozinha na escuridão.

O pior era o sentimento de solidão e isolamento. O porão da casa era totalmente fechado, não tinha nenhuma janela ou ventilação. Ela não podia ouvir nada ao seu redor e não enxergava nem dez centímetros à sua frente. Mas a escuridão não lhe incomodava porque a luz acabou se tornando algo ruim e perigoso, ficar no escuro representava segurança. Enquanto tudo estava escuro, tudo bem. Mas quando via a luz da lanterna no alto da escada, significava sua mãe vindo para lhe torturar de novo.

E tudo isso porque ela ousou questionar seus pais somente uma vez, uma única vez.

Tudo começou na manhã do do dia do seu aniversário, e de Boris uma vez que eram gêmeos. Seu pai deu a ele um relógio de bolso com o símbolo da Casa de Asclépio.

- Um dia você vai me substituir no conselho, então deve ter o seu próprio relógio. Começarei a te ensinar ainda hoje.

- E você também irá usar calças compridas, porque já é um homem. – ela ouviu sua mãe falar. – As roupas novas estão no seu quarto, em cima da sua cama.

Agnes não sentiu inveja do irmão porque pensava que a vez dela ia chegar logo. E chegou. No entanto, o presente dela foi outro. A campainha tocou e dois homens estranhos apareceram para levar seus pássaros embora.

- Você já tem quinze anos e está na hora de se preparar para o casamento. – Seu pai explicou. - Você terá que se dedicar totalmente ao seu marido e as necessidades dele, por isso não pode haver espaço para esse tipo de coisa em sua vida. Então é melhor ir se acostumando desde já. Estamos te fazendo um favor.

Ela abriu a boca, fechou e abriu de novo sem emitir nenhum som. O correto seria dizer “sim senhor” e obedecer. Era o que ela faria em qualquer situação. Mas não daquela vez. Aquilo foi demais para ela.

Então pela primeira vez na vida ela questionou seus pais e implorou para que deixassem seus pássaros. Ela não foi grosseira, não brigou e nem gritou. Apenas falou num tom de voz que qualquer pessoa normal falaria. Mas para os seus pais foi como se ela tivesse gritado todo tipo de obscenidades imagináveis.

Então ela foi jogada ali para ser punida por sua impertinência e aprender o seu lugar.

Um facho de luz atraiu sua atenção e lhe encheu de medo, pois luz significava dor e punição. No entanto, ela viu que era seu pai e por um instante pensou ele estava ali para livrá-la do castigo. Seu alivio logo se dissipou ao ver que ele carregava algo em sua mão.

- Você é mulher e precisa aprender o seu lugar. – Disse com frieza. - Nunca retruque um homem, nunca questione, conteste e nem responda. Seja grata por eu estar fazendo isso, porque quando você casar seu marido poderá fazer muito pior. Eu estou te educando agora para você não passar por isso no futuro. Vire-se de costas.

Ela ficou paralisada, pois não acreditava que seu pai estava fazendo aquilo. Ele agia como se fazer aquilo lhe causasse pesar, mas ela olhou em seus olhos e viu um prazer sádico em torturá-la. Ele realmente queria fazer aquilo, talvez sempre quisesse e não fez por falta de oportunidade.

Foi então que ela finalmente entendeu. Seus pais não a amavam e nunca iam amá-la realmente. Eles eram duas pessoas frias e cruéis que não se importavam com ela nem um pouco. Para eles, ela era apenas uma coisa sem vontade própria que podiam dispor como quisessem. Eles não se importavam com os seus sentimentos, nem com o seu bem estar.

Pensar nisso fez com que um ódio descomunal surgisse dentro dela pela primeira vez. Ela os amou, esperou qualquer migalha de afeto e só recebeu ódio, castigos e punições em troca. Aqueles dois eram monstros, duas pessoas de coração frio e perverso que não mereciam o seu amor, muito menos seu carinho e consideração.

Seu pai estava pronto para lhe aplicar a punição mais severa de todas e, no auge do desespero, seus lábios se moveram numa súplica muda e desesperada, implorando para qualquer coisa, entidade, ser, o que quer que pudesse ouvi-la, para ajudá-la a sair daquele inferno. Ela pediu socorro, implorou, disse que faria qualquer coisa, que até venderia sua alma se fosse preciso para poder ter mais liberdade e seguir sua vida como quisesse e livre daqueles castigos cruéis.

E suas preces foram atendidas.

- O-onde eu estou? – sussurrou quando sentiu seu corpo flutuando num grande mar de escuridão.

- Você está nas sombras. – uma voz estranha respondeu ecoando dentro de sua cabeça. Não era uma voz humana. Não era nem mesmo uma voz e sim palavras que se formavam na sua mente e que não vinham dela. – Você está segura e protegida. Nós vamos proteger você de todo o mal.

- Quem são vocês?

- O povo das sombras. Somos aqueles que vão dominar esse mundo quando a Serpente finalmente voltar.

- Serpente?

- A Serpente fará um novo mundo. E você poderá fazer parte dele se nos ajudar.

Naquele dia, ela fez o pacto vendendo sua alma e recebeu a marca de IOR nas costelas, do lado direito do seu corpo, e se tornou o cavalo negro da fome. E a primeira vítima do seu poder foi seu pai, que caiu no chão desacordado e o castigo foi encerrado ali mesmo.

Nunca mais seus pais lhe aplicaram castigo nenhum e todos os seus caminhos foram abertos graças às sombras. Com o tempo, Sr. Malacai percebeu que ela tinha grande talento para domar rapazes e moças rebeldes e decidiu que ela ia estudar psicologia, para horror dos seus pais e de todos os membros da organização.

- Eu também não concordo com isso e vocês sabem o que eu penso sobre mulher ter acesso ao ensino superior. – o velho explicou aos seus pais que quase morreram de contrariedade naquele dia. – No entanto, estamos num período de transição. A Vinha ainda não tem a força necessária para tomar conta de tudo e precisamos de toda colaboração possível.

Não adiantou protestar, implorar, ameaçar e nem argumentar. Sr. Malacai se manteve irredutível e ele ordenou que Agnes fizesse a inscrição para o vestibular imediatamente e começasse os estudos. Ela nunca atendeu uma exigência daquele velho com tanta boa vontade em toda sua vida.

Ela conseguiu se formar e foi ganhando cada vez mais espaço na organização porque as sombras influenciavam os pensamentos do Sr. Malacai lhe fazendo pensar que precisava dela para fortalecer a Vinha. E o fato de Boris não ter o mesmo talento e inteligência fez com que a balança pendesse à favor dela. Até um carro ele lhe deu e seu pai quase se enforcou de raiva. Sua mãe ficou de cama vários dias seguidos alegando desgosto sendo que ela apenas a sugou um pouco mais para ter sossego.

Tudo caminhava normalmente. Ela ia de escola em escola para dar um jeito nos jovens rebeldes e de vez em quando atendia algum cliente desesperado para disciplinar seus filhos desobedientes. Foi numa dessas consultas que ela conheceu Penha, uma menina de cinco anos com um gênio tão rebelde e difícil que seus pais já estavam entrando em desespero. Era uma menina caprichosa, desobediente e extremamente mimada que se achava no direito de mandar e desmandar naquela mansão como se já fosse a proprietária.

Normalmente ela não teria atendido a esse caso porque não gostava de crianças, pois eram criaturinhas barulhentas que só sabiam chorar e fazer sujeira. No entanto, o pagamento era bom demais para ser ignorado. Ela não recebia salário nenhum da organização, só uma ajuda de custo patética. O dinheiro que recebia vinha dos casos que atendia particularmente. Poderia ser mais se Sr. Malacai não criasse tantos problemas e não a enchesse de trabalho constantemente.

Foi assim que ela conheceu o mini-monstro que estava aterrorizando aquela mansão inteira. Era uma menina muito bonita, olhos castanhos, cabelos bem pretos e lisos e seu rosto parecia até meigo. Nem parecia que tinha um Gremlin raivoso por detrás daquele rostinho inocente.

Geralmente as crianças morriam de medo dela e só sua presença era suficiente para fazê-las chorar. No entanto, aquela menina não chorou. E nem teve medo.

- Oh... você parece a Catherine! – Foi a primeira coisa que a menina lhe disse quando a viu.

- Quem? – a mulher perguntou com sua voz fria de sempre e a menina lhe mostrou uma bonita boneca com rosto de porcelana deixando a boquiaberta.

A boneca era muito bonita, tinha o rosto perfeito, grandes olhos azuis, cabelos loiros e parecia uma princesa em forma de boneca.

- Sua pele é igual a dela, queria ser assim também. Qual é o seu nome?

- Agnes.

- Seu nome é mais bonito que o meu.

- E qual é o seu nome?

- Maria da Penha. Ou Penha só. – A menina tirou uma das bonecas da cadeirinha e lhe convidou para tomar um chá que na verdade era chocolate quente.

Agnes quis sair correndo e, anos depois, ela ainda não conseguia dizer como conseguiu se sentar naquela cadeirinha e participar da brincadeira. Sabia apenas que aquele foi o início da amizade delas.

Penha era a única pessoa no mundo que não mostrava desprezo, repulsa e nem tinha medo dela. A menina sempre lhe dizia que ela era bonita, tanto que com o tempo ela acabou acreditando. Era gentil, lhe dava coisas gostosas para comer e até passou a se comportar bem para que seus pais continuassem contratando seus serviços. Depois de um tempo, aquela passou ser sua única fonte de renda e o salário era muito bom. Sem falar dos mimos e favores que Penha sempre conseguia para ela. Mas claro que Agnes não estava ali por interesse e sim porque gostava da menina. Caso contrário, teria apenas quebrado seu interior em pedaços, entregado uma criança dócil e obediente para os pais dela e seguido sua vida.

À medida que foi crescendo, Penha passou a segui-la por toda parte e até aceitou seguir as regras da Vinha para ficar perto dela, usando aqueles vestidos horríveis e prendendo bem seus longos cabelos. Tirando as sombras, nunca ninguém tinha feito nada assim por ela.

Quando Penha completou quinze anos, as sombras chamaram Agnes e lhe disseram que a queriam como cavalo vermelho da guerra.

- Ela deve receber o selo da serpente e espalhar o caos pelo mundo. – as sombras lhe disseram. No início Agnes relutou porque sabia que o pacto com a Serpente ia sugar a moça. No entanto, as sombras lhe garantiram que o dia estava perto e que em pouco mais de um ano tudo seria resolvido.

Para sua alegria, Penha aceitou seguir aquele caminho com ela e recebeu a marca de IOR nas costas e o poder de trazer ódio, violência e caos ao seu redor.

Elas passaram por várias dificuldades, pois nem todo mundo aceitava aquela amizade estranha entre uma mulher de quarenta anos e uma jovem com pouco mais de quinze. Seus pais tinham horror, Sr. Malacai lhe disse várias vezes para deixar aquela moça de lado e muitos fofoqueiros insinuaram que havia algo mais entre elas.

E por ter se tornado o cavalo vermelho da guerra, Penha passou a atrair muita hostilidade para si mesma e a ter problemas na escola. Felizmente ela tinha feito amizade com uma garota chamada Sofia que lhe protegia de todos. Só assim Agnes aceitou a presença daquela criatura gorda e inútil, pois não queria que nada acontecesse com Penha. E a moça lhe garantiu que Sofia era apenas sua guarda-costas e que não se importava nem um pouco com ela.

De vez em quando elas tinham briguinhas ocasionais. Apesar de parecer fria e controlada, Agnes costumava ter rompantes de raiva de vez em quando e costumava agir de forma impulsiva. Era Penha quem a mantinha nos trilhos e não a deixava fazer nenhuma besteira. A moça orientava, traçava planos quando necessário e até lhe ensinou muitas coisas do mundo de fora que ela nunca pode aprender por causa da educação repressora dos seus pais.

Essas brigas nunca duravam muito e em pouco tempo elas faziam as pazes. E a vida seguia normalmente.

Fim flashback

Ali, deitada no chão de terra olhando para o céu, ela lembrava de todas essas coisas. Ela ainda queria viver a vida que sempre sonhou. Queria ser livre, poder viver cercada de beleza, comer só o que gostava, usar roupas bonitas, maquiagem, fazer tudo o que quisesse sem nenhum limite ou repressão. E ela queria viver tudo aquilo com Penha, sua melhor e única amiga. O que seria da jovem se ela morresse ali mesmo? Como ela ia seguir sozinha? Era por isso que ela não podia morrer.

Seus lábios eram a única coisa que podia se mover e ela fez uma súplica desesperada.

- Sombras, eu imploro! Me ajudem! Eu não posso mais, por favor! Me ajudem! Me socorram!

O ar estava faltando em seus pulmões e sua visão ficava cada vez mais turva.

- Beba. – algo sussurrou em seu ouvido. – Beba!

- A luz do sol... nunca mais verei o sol!

- Beba! Ou morra! – essas palavras foram repetidas várias vezes e Agnes percebeu que tinha chegado a hora e não havia mais escolha. Ela puxou o colar do pescoço e contemplou o pingente totalmente negro em forma de gota. Com um último esforço, ela quebrou delicadamente a parte de cima e levou o pingente aos lábios.

Aquilo não tinha gosto de nada. Mas era frio e desceu pela garganta como uma criatura escura rastejando para dentro das suas entranhas. Ela arfou várias vezes e seu corpo tremeu como se fosse um ataque epilético.

Tão subitamente quanto começou, tudo terminou e ela ficou deitada no chão ainda olhando para o céu. Mas ela já não era mais a mesma. Nunca mais.

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Ângelo não acreditou no que tinha acabado de ver. Justo quando as coisas pareciam estar melhorando, tudo acabou dando errado.

- Que se dane, agora eu posso interferir! – ele quis ir para cima dela e algo segurou suas asas.

- Não. – uma voz calma falou.

- Ela ficou muito mais perigosa!

- É por isso mesmo que você não deve fazer nada. Seu trabalho agora é outro. – D. Morte falou. – Vamos sair daqui. Por enquanto, não há nada que se possa fazer.



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