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História Universo em conflito - Mundo, doce mundo


Escrita por: Mallagueta

Notas do Autor


Pois é, gente... acabou. É, também fiquei triste por este ser o último capítulo, mas ao mesmo tempo feliz por ter conseguido dar continuação a essa fanfic depois de muitos anos sem atualizar. Espero que vocês tenham gostado da história.

Mais uma coisa: só leiam as notas finais depois de ler a história, tá? Senão vai sair um pouco de spoiler.

Capítulo 61 - Mundo, doce mundo


Os dias foram passando e conforme Paradoxo disse, suas memórias no outro mundo foram sendo apagadas dando lugar às do mundo original. Pelo visto seu duplo andou muito ocupado durante aqueles meses. Cebola tinha assimilado os acontecimentos vividos pelo seu duplo como se ele mesmo tivesse vivido tudo. Cada lembrança, cada sensação. Algumas agradáveis, outras nem tanto. Pelo menos tudo tinha terminado bem, caso contrário não ia sobrar nenhum mundo para ele voltar. Felizmente seu duplo foi capaz de resolver as coisas na sua ausência. À medida que suas lembranças no mundo original foram solidificando, as do mundo alternativo estavam se tornando cada vez mais um sonho.

Voltar para a escola foi uma grande alegria para ele, que pode ter seus amigos de volta. Embora tenha se afeiçoado aos duplos, eles não eram sua turma de verdade. Foi muito bom ver o velho Cascão de sempre, a Magali sempre doce e meiga e a Mônica brava e geniosa que ele tanto amava, mesmo que ela ainda estivesse com aquele babaca do DC.

O melhor de tudo foi ver que o outro Cebola não tinha estragado suas amizades e nem arruinado sua vida. Tudo estava como devia estar e ele estava feliz em ver todo mundo, até o DC que no mundo original não era um babaca.

Na hora da saída, eles conversavam alegremente e Cebola nem se importava tanto com a presença do rival. Mas ele notou que Mônica estava um tanto amuada.

- Algum problema, Mô? Você tá tão quieta...

- Ah, não é nada não. É só uma dor de cabeça chata aqui.

- Aquela mesma dor de cabeça? – Magali perguntou. – Nossa, faz dias que você ta assim.

- Por que não toma uma aspirina? – Cebola voltou a perguntar.

- Eu tomo e resolve por um tempo, mas depois volta. Minha mãe ta pensando em me levar ao médico na semana que vem.

- Fica assim não, linda. Vai dar tudo certo. – DC a confortou lhe dando um beijo na cabeça, fazendo-a sorrir.

- Com essa matéria difícil pra prova, até eu fiquei com dor de cabeça. – Cascão reclamou. – Tá complicado demais, véi!

Nisso até DC concordou. O professor de física resolveu pegar pesado com a matéria daquela vez e mesmo Cascuda estava com um pouco de dificuldade.

- A gente podia reunir lá em casa pra estudar.

- Boa ideia, Mô. Eu tô com um monte de dúvida pra essa prova.

- Demorô. E aí, careca? Tá dentro? – Cascão perguntou e todos olharam para ele com expectativa, pois imaginavam que ele ia recusar o convite porque não gostava de ver a Mônica toda dengosa com o DC. E não, ele não gostava. Mas também não pretendia se privar da companhia dela só por causa disso.

- Claro que eu tô dentro! Quem vai ensinar a matéria pra vocês se eu não for?

Mônica bateu um caderno na cabeça dele, bem de leve e disse.

- Nhé, convencido!

Os outros riram e ele riu também. Ah, como era bom estar com os seus amigos originais!

- Mas a gente tem que levar algo pra comer! Estudar de barriga vazia não dá certo! – Magali falou.

- Eu vou levar uma bandeja de lasanha pra gente lanchar. – DC disse. – Ou talvez bobó de camarão.

Todos viraram os olhos para a falta de noção dele e continuaram seu caminho até se separarem e cada um ir para sua casa. Ao chegar em casa, Cebola foi até seu quarto trocar de roupa e viu que tinha alguma coisa ali que não estava antes e levou um grande susto ao se deparar com um abajur muito familiar.

- O que essa coisa tá fazendo no meu quarto? Pindarolas, isso é brega demais!

- Gostou, rapaz do cabelo espetado? – Paradoxo perguntou se divertindo com a careta de desgosto do rapaz. – É um presente do seu duplo como agradecimento. Ele está muito mais feliz e satisfeito agora.

- E me mandou essa coisa ridícula pra agradecer? Tô quase te pedindo pra me levar até lá e tacar isso na cabeça dele!

Paradoxo riu e resolveu esclarecer antes que o rapaz jogasse aquele item fora.

- Ele disse que isso é para que você não esqueça do mundo alternativo e tenha uma parte daquela realidade com você.

Depois daquilo, Cebola olhou para o abajur com outros olhos sentindo-se feliz por não ter se desligado totalmente do mundo alternativo. Mas ainda assim aquela coisa era de sangrar os olhos.

- E como ele tá com a outra Mônica?

- Ele a pediu em namoro e os dois estão muito felizes agora. Os quatro estão muito unidos e ele também venceu a eleição para presidente do grêmio estudantil. Tudo está indo muito bem para ele.

Um suspiro aliviado escapou dos seus lábios. Felizmente seu duplo estava fazendo tudo direito.

- E sobre o lance de me ajudar com a recon... – ele começou a falar e Paradoxo desapareceu, deixando-o com cara de bobo.

- Filho, você estava falando com alguém? – Sua mãe falou da porta do seu quarto.

- Ah, tava só ligando pro Cascão. A gente vai estudar na casa da Mônica hoje.

- Tudo bem, eu só... espera, aquilo ali é um abajur? O que isso faz no seu quarto? – perguntou intrigada com aquele estranho objeto que não combinava em nada com o quarto de um rapaz adolescente. 

- Er... bem... foi presente de um amigo porque eu fiz um favor muito grande pra ele.

- E pra agradecer ele te deu isso? Que amigo mais estranho! Hum... mas até que é bonito... acho que vou colocar na nossa sala, se você não se importar.

- Claro que não, tranquilo. – disse aliviado por tirar aquela coisa do seu quarto. Ele ainda ia ter que ver aquilo todos os dias, mas era algo que dava para conviver.

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Com o passar do tempo, tudo o que aconteceu no mundo alternativo foi evaporando aos poucos da sua memória até se tornar algo parecido com a lembrança de um sonho. Quem era mesmo a Srta. Duister? Ele tinha a sensação de que era alguém conhecido, mas não conseguia se lembrar. O diretor do colégio também era alguém que ele conhecia, mas ele não lembrava nem do nome dele. Ele também tinha a impressão de que tinha se esquecido de algo muito importante relacionado à Serpente.  Coisa estranha.

- Melhor eu dar uma lida nas minhas anotações pra refrescar a memória. – ele murmurou ligando o laptop para acessar o pen drive pela primeira vez desde que voltou ao seu mundo. Quando foi acessar os arquivos, deu um gritinho estridente e mais agudo do que ele gostaria. – Quê? Isso não pode ser verdade!

O pen drive estava vazio. Nenhum arquivo, nenhuma anotação, nada. Como aquilo foi acontecer? Ele podia jurar pelos seus neurônios que tinha gravado tudo! Como pode ser isso?

- Está surpreso, rapaz do cabelo espetado?

Ele teve que apertar os lábios para não dar outro gritinho.

- Cara, o que tá pegando? Eu anotei tudo nesse pen drive e agora não tem nada!

- Porque tudo aquilo foi feito no mundo alternativo. Aqueles eventos não fazem parte da linha temporal desse mundo, logo não existem dentro DESTA realidade.

- Mas eu sei que a Mônica levou diário e até foto pro outro mundo! Por que essas coisas não sumiram?

- Teriam desaparecido com o tempo caso eu não a trouxesse de volta a essa realidade. Não se aborreça com isso. Os eventos deste mundo acontecerão de forma diferente. Logo, essas informações não tinham utilidade para você.

Cebola entendeu e suspirou com tristeza, mas se conformou.

- Não fique assim. Pelo menos eu trago boas notícias. Está chegando perto o dia em que você terá a garota dos seus sonhos de volta.

Todo aborrecimento foi esquecido em menos de um segundo e Cebola abriu um sorriso de orelha à orelha.

- Sério mesmo? Como vai ser isso?

- Não darei detalhes, apenas um conselho: pense naquilo que é melhor para ela, mesmo que isso signifique aceitar que ela deverá seguir outro caminho.

- Mas o quê...

- É paradoxal, eu sei. Apenas siga meu conselho e tudo dará certo. Pense nela, nos sentimentos dela. Faça isso e você ganhará o coração dela de volta com certeza.

Era um enigma digno do Mestre dos Magos e ele resolveu não tentar entender, apenas seguir. Se o cientista disse que era garantido, então ele ia confiar.

- Bem, creio que nossos caminhos se separam aqui.

- A gente vai se ver de novo? – o mais velho deu de ombros.

- Quem sabe? O futuro é incerto. Até mais, rapaz do cabelo espetado. Foi um prazer trabalhar com você.

Dito aquilo, ele desapareceu deixando Cebola sentindo-se nostálgico, pois aquilo era o encerramento definitivo daquela aventura. Bem, vida que segue. Ele precisava traçar novos rumos e ia fazer isso com certeza. Como queria relaxar e esfriar a cabeça, ele decidiu fazer um passeio. Talvez ir ao shopping? Podia haver algum jogo novo na loja de games.

No meio do caminho, ele viu Mônica e Magali na praça. Ela ainda estava muito triste com o fim do namoro com o DC e Magali tentava animá-la. Ele achou melhor não se aproximar, pois não queria fazê-las pensar que estava se aproveitando da situação. O melhor era dar tempo ao tempo. Sua vez ia chegar com certeza.

- Cara, você ouviu falar dos Bilumons? Tá todo mundo caçando eles agora! – ele ouviu um rapaz falar para outro.

- Ih, tô sabendo disso não!

- O canal do Nick Geek fala disso, vai lá dar uma conferida! É legal demais!

“Esse povo inventa cada coisa.” Cebola pensou e não deu mais importância ao assunto.

Três meses depois, no entanto, lá estava ele de celular na mão caçando os famosos bilumons. Sua coleção já estava grande e tinha até alguns tipos raros. Ele adorava se vangloriar com os amigos por ter uma das maiores coleções do colégio.

- Hum... deve ter um por aqui. Opa! Achei Coelhaitte! Caramba, hoje é o meu dia de sorte!

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Aquela não era uma dimensão como todas as outras. Era um lugar onde todas as possibilidades existiam ao mesmo tempo, mesmo as mais improváveis. Paradoxo voava percorrendo a dimensão que era chamada de “Queserá” por alguns. Outros viam como mundo das possibilidades ou apenas dimensão quântica. Para ele não importava.

Era um lugar muito intrigante e ele adorava ver as diversas possibilidades possíveis sem ter o trabalho de viajar no tempo. Uma pena ser tão difícil alcançar aquele lugar e ele só podia fazer de vez em quando, pois gastava uma quantidade enorme de energia.

- Deixe-me ver. Sei que está por aqui. – ele procurou observando todas as possibilidades e finalmente encontrou o que estava procurando.

Dentro de uma bolha, dormia uma criança de sexo indefinido. Seus olhos estavam fechados e seu sono era tranquilo e profundo. A criança tinha cabelos que pareciam dourados, mas eram feitos de luz porque sua forma ainda não tinha sido totalmente definida. Eles poderiam ser pretos ou castanhos, ainda não tinha como saber e isso não importava no momento.

- Perfeito, exatamente o que eu estava procurando! – ele usou o relógio para desfazer a bolha que prendia a criança e disse com a voz calma. – Muito bem, está na hora de acordar. Vá e faça o que deve fazer! – Ele desapareceu ali pouco antes da criança abrir os olhos e bocejar com sonolência. Ao ver que finalmente estava livre, a criança se encheu com grande sentimento de alegria e voou rapidamente para o mundo dos humanos onde uma missão muito especial lhe aguardava.


Notas Finais


Essa fanfic ocorre entre as edições 93 (Nunca mais) e 94 (dentuça, eu?) e o final dela é o começo da edição 100. Eu fiz assim porque achei que ia ficar meio desagradável fazer o duplo trocar de lugar com o Cebola com ele já namorando a Mônica. E também porque o Cebola tinha que estar muito frustrado e aborrecido com tudo pra poder ser enganado e levado ao outro mundo.

Muito obrigada a quem leu e comentou até aqui!


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