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História Unknown Dimension - Cinzas


Escrita por: Alliet

Notas do Autor


Gente, desculpem a demora pra postar e também a demora para responder os comentários.

Capítulo 25 - Cinzas


P.O.V's Angel

- O Castiel...? Bem... - Contei tudo à ela.

- Nossa, que... Terrível, eu... Sinto muito - ela diz tentando achar as palavras certas, apertando os dedos deixando-os brancos.

Houve certo desconforto para minha irmã ao me ouvir contar esta história.

- Você nunca sai do QG? - Pergunto, desviando o assunto.

- Na verdade eu nunca saio do quarto, pelo fato de eu estar doente e... Por não ter exatamente o que fazer - ela põe uma mecha do cabelo que desprendera de seu penteado atrás da orelha.

- Você não me contou o que você têm...

- Eu... Angel, é complicado... - ela ergue o corpo com dificuldade para ficar de pé, faço o mesmo.

- Eu só quero entender as coisas, isso.

- Você vai entender, mas tudo tem o seu tempo. Vai ser um choque muito grande se tudo for falado de uma vez - ela segura minhas mãos.

- Por que todos dizem isso?! Eu só quero ir embora! Só isso.

Alma abaixa um pouco a cabeça e fecha os olhos, como se o que eu tivesse dito, tinha lhe machucado. Alma mantém  a expressão suave e calma - como sempre.

Na minha mente, a voz de minha irmã ressoou alta e bem distinta em um idioma desconhecido.

"Byddwn yn y lludw ein cyrff eu hunain os nad ydym yn ni gadw i ffwrdd o dân."

- O que foi isso?! - Largo as mãos de minha irmã e me afasto.

- Está vendo este colar em seu pescoço? - Alma abre os olhos e encara o acessório em meu pescoço.

- Sim, por quê?

- Ele permite que eu transmita meus pensamentos e palavras para a sua mente - ela explica com calma. - Você também pode fazer isso, mas precisa "treinar".

- E por que nunca fez isto antes? - Pergunto e coloco a mão sob o pingente.

- Precisávamos estar na mesma dimensão - Alma se aproxima de mim e acaricia minha bochecha.

Apenas agora que percebi que suas mãos estavam ásperas.

- E o que você disse à pouco?

- Seremos cinzas dos nossos próprios corpos se nos mantivermos perto do fogo.

- É como eles falam aqui? - Seguro seus pulsos.

- É sim.

- E o que vai acontecer comigo depois? Ficarei aqui sem fazer nada? - Alma olha para algo atrás de mim e logo sinto mãos em meus ombros, um arrepio percorre meu corpo todo e meu coração acelera, deixando-me paralisada pelo susto silencioso.

- Será treinada - a voz da Miiko surgiu atrás de mim, eu solto a respiração que nem sabia que estava prendendo.

- T-treinada? - Viro-me para Miiko e observo seu rosto.

Um curto sorriso nos lábios e os cabelos caindo como cascata pelo corpo até o meio das costas.

- Sim, treinada. Eu lhe treinarei, já que Nevra não está aqui em Eldarya.

- E onde ele está? - Alma pergunta, o rosto havia ficado pálido de repente.

- No mundo humano. Para não levantar suspeitas - Miiko suspira -, mas daqui à duas semanas pedirá "transferência" e voltará para Eldarya para fazer uma missão.

O olhar de Miiko se direcionou de mim para Alma, que com a íris agora mais clara, desviou o olhar.

- E o Ezarel? - Foi minha vez de perguntar.

 - Está aqui. Agora precisamos dele mais do que nunca - e enfim os olhos de Miiko fitaram o chão.

- Com a alquímia, certo? - Alma pergunta.

- Sim, sem ele aqui, sabe o que aconteceria, não é mesmo? 

- Eu morreria mais rápido... - Alma diz quase em um sussurro.

 Não podia ser verdade, e o tempo em que Ezarel esteve no mundo humano?

- E quando ele estava na minha dimensão? - Pergunto, fazendo as duas olharem para mim.

- Ela estava bem - Miiko indicou minha irmã com a cabeça. - Ele foi, mas... A ausência dele e com as poções acabando a prejudicaram, por isso estava daquele jeito quando a viu.

Meu coração apertou no peito, Alma deixara de ter uma vida saudável para ficar doente. Se é que isso foi escolha dela.

- Eu sinto muito - digo tocando-lhe o rosto, sinto os lábios dela se curvarem em um sorriso.

- Obrigada.

Ficamos olhando uma para a cara da outra até uma das duas começar a rir e deixar este momento de lado.

- Seu treinamento começa amanhã, Angel. Temos pouco tempo para te preparar - a suavidade escorreu como água do rosto de Miiko, tornando-se rígido.

- Me preparar para o que, exatamente? -Pergunto segurando o braço da líder antes que ela pudesse sair da sala de portas.

- Você saberá - e piscou um de seus olhos para mim, logo mais se soltando e indo até a despensa.

Ergo uma das sobrancelhas em dúvida e fico conversando mais um pouco com minha irmã.

...

 - Já tocou em alguma destas armas antes? - Miiko diz após abrir um armário enorme marrom escuro.

Dentro do armário há espadas, catanas, arco e flechas, adagas, entre outros instrumentos de luta mortais.

- Já vi em meu mundo, mas nunca toquei em nenhum deles, muito menos lutei. - Arregalei os olhos com a beleza das armas.

- Não somos do tipo que luta com estas armas, mas talvez você precise se proteger sozinha - Miiko fecha o armário novamente, escondendo o brilho reluzente das armas.

- Me proteger? Será que você pode me explicar? - A segui até o centro de um salão fechado, acima de nós um simples lustre e as paredes brancas com símbolos em espirais azul por toda parte, e no chão, abaixo de Miiko e eu, quatro símbolos diferentes.

- Vou falar para você depois, apenas se concentre aqui e agora. Não vamos lutar com as armas hoje - ela faz uma pausa e olhou para a parede atrás de mim -, vamos apenas treinar os reflexos.

Não usávamos mais as roupas de costume e sim o que pareciam uniformes de guerra de tecido forte preto, ambos os nossos cabelos estão presos em um coque alto.

Com o passar dos dias tenho me acostumado com essa "vida". Tenho pensado menos nas pessoas que eu deveria pensar, eu daria tudo para ver minha irmã de novo e cá estou eu, por que desfazer isso agora?

...

Senti as mãos de Miiko prenderem as minhas atrás de meu corpo, soltei um suspiro alto, derrotada.

- Tem que ser rápida, tente visualizar meu próximo movimento antes que aconteça - as instruções dadas por Miiko são fáceis de entender, mas difíceis de fazer na prática.

Mais uma vez.

Com um giro a mão de Miiko passou raspando pela minha cabeça quando me abaixei, girei na mesma posição e acertei as pernas dela com as minhas, ela perdeu o equilíbrio e caiu. A ajudei a levantar, mas previ que havia truques ai, ela me atacou sem que eu estivesse preparada, seus braços envolveram meu pescoço e eu não tive saída. Estávamos ofegantes, meu rosto, molhado pelo suor.

- Muito bem.

Treinamos durante duas horas seguidas até eu cair exausta no chão, sem forças. Assim que meus olhos se fecharam, não vi mais nada.


Notas Finais


O "idioma desconhecido" usado neste capítulo - e ao longo da fanfic - é o idioma Galês (o único que eu achei que poderia usar como linguagem de outra dimensão).


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