-Animado para a alta. senhor Son? – O doutor Byun perguntou a ele assim que entrou no quarto. Estava feliz de que mais um dos seus pacientes tinha melhorado e a história de Dong Myeong fora diferente da do seu pai.
-SIM! – Ele deu um sorriso bem animado e genuíno. A cirurgia tinha ocorrido bem, ele perdeu parte do estômago, mas se sentia renovado e pronto para começar de novo. Estava livre do câncer enfim, mesmo que ainda continuasse o tratamento por um tempo ainda. O agente de condicional viria vê-lo para poder liberá-lo. Logo ele assinaria para sair em condicional.
Yong Hoon que o acompanhou como conselheiro durante todo aquele período que ficaria responsável por ele. Até a esposa de Yong Hoon, Ik Sun, iria com ele conhecer o rapaz que ele ajudara durante todo aquele tempo. Dong Joo não poderia fazer isso, já que mesmo agora com a ficha limpa, fora apreendido na adolescência. Isso que fora o seu impeditivo. Dong Myeong iria morar com Dong Joo. Agora os dois teriam uma cama quentinha para dormirem.
Dong Myeong estava mesmo decidido a não fazer a cirurgia para a retirada do tumor, ele não se achava mais digno de viver. Só havia concordado com o tratamento porque fazia parte do seu acordo. Ou talvez ele nunca poderia sair em condicional. Só não imaginava que teria o seu irmão ao seu lado novamente. Retomar o relacionamento com ele e com todas as pequenas coisas que Dong Joo fizera por ele enquanto estava passando pelo câncer.
Ajudou a esconder o seu cabelo que caíra. Agora pouco a pouco ele voltava a crescer, a passos de tartaruga, mas estava crescendo. Até mesmo a sua sobrancelha tinha caído toda. Estava feliz por essa pequena conquista dos pelos do seu corpo estarem voltando a crescer.
O agente da condicional chegou acompanhado por Yong Hoon e sua esposa, todos os três assinaram o termo de que Dong Myeong era um homem livre, mas teria que se comportar. Ele era um novo homem e estava disposto a mostrar isso, até mesmo com a sua personalidade animada voltando. Dong Joo andava mais feliz perto do irmão. Todo aquele período da doença apenas os fortaleceu.
-O que te fez decidir pela cirurgia? – Dong Joo perguntou lá pelo meio do caminho à casa dele. Depois que Ik Sun parou de perguntar um monte de coisas para Dong Myeong, ela era mesmo uma mulher muito animada.
-O perdão do senhor Im. Ele foi naquele mesmo dia me visitar. A gente conversou muito tempo, até que mencionei a cirurgia.
Flashback On~
-Meu rapaz se lembra de mim?
-Como eu poderia me esquecer do senhor? – Dong Myeong foi direto quando reconheceu o senhor Im. Ele sentia o bolo na garganta se formar. Ele não merecia o carinho de ninguém ainda mais dele depois do que aprontou àquele homem e ao seu pequeno estabelecimento.
-Eu fiquei sabendo que estava hospitalizado, ainda mais com câncer, meu rapaz, como arrumou esse negócio? – Dong Myeong riu triste. O senhor Im sempre saía com alguma graça para quebrar o gelo. Quando era mais novo odiava, mas agora sentiu que mesmo que ele chorasse implorando o perdão do senhor Im. Ele nem se ressentiria e apenas diria que ele estava perdoado, então por que a culpa corroía tanto a Dong Myeong?
-Segundo o médico, uma úlcera nervosa não tratada. Ainda não sei como estou vivo.
-Eu acredito em destino e quer qual seja o seu, ainda não está concluído. – O sorriso do senhor Im para Dong Myeong era acolhedor. – Mas não foi por isso que eu vim.
-Qual foi o motivo então, senhor Im?
-Primeiramente, eu queria te ver e conversar algo com você também.
-O que seria, senhor Im?
-Eu entendo por que destruiu a minha loja, Dong Myeong, e fez Dong Joo te ajudar. Você só queria ser aceito. Nunca concordei com o que fez, mas entendo os seus motivos. Como agora entendo os motivos para o sumiço e morte falsa da minha Mi Young.
-Como estão as suas filhas?
-Bem, casadas e já tenho uma mão cheia de tantos netos. – Isso arrancou mais um sorriso triste de Dong Myeong. Ele estava feliz pelo senhor Im, mas ainda se sentia sem chão com a presença dele ali. O senhor Im esticou a sua mão e segurou a de Dong Myeong que estava em cima do lençol do hospital. A touca na cabeça denunciando a total falta de seus cabelos e sobrancelhas. Com aquele gesto sentiu que as suas lágrimas iriam apenas fluir e ele deixou. O senhor Im o deixou chorar toda a sua dor em silêncio. Em algum lugar do seu coração de pai e agora avô sabia que o rapaz se arrependera do que fez a ele. Conseguia sentir isso. – Eu sempre considerei a você e Dong Joo como os meus filhos e fiz por vocês o que eu faria às minhas meninas.
-Eu não mereço isso, senhor Im, a minha resposta por tudo o que senhor fez por mim e pelo meu irmão foi com tanto ódio.
-Deveria entender desde aquele tempo que eu jamais seria o homem que o seu pai foi para vocês, saber que vocês dois também tinham almas feridas para cuidar. Eu só via uma forma de prover o que lhes faltavam materialmente e nunca perguntei como se sentiam, ouvir aquilo de você, naquela noite, Dong Myeong, que foi o que me despertou. Só que eu não sabia como lidar com aquilo na época, foram muitas coisas, a fuga de Mi Young, Dong Joo preso, você sem dar sinal de vida. Eu mesmo fugi, ainda levei a minha mulher comigo. Sabe o campo tem muitas vantagens uma delas é tempo para pensar, foi assim que aprendi a perdoar. Dong Myeong, eu o perdoei, assim como ao seu irmão também, a muitos anos atrás. Ainda posso tentar ser um pai para você e Dong Joo?
Ainda mais lágrimas saíram dos olhos de Dong Myeong. Ele não sabia o quanto ele precisava ouvir aquilo, como a culpa que o corroía desaparecia aos poucos, além que a dor que sentia desde sempre, simplesmente sumira. Ele chamou aquela sensação de poder do perdão. Ele não conseguiu formar nenhuma frase inteligente o suficiente para falar ao senhor Im.
Então Dong Myeong apenas concordou com um menear de cabeça a fala do senhor Im. Então esse ficou ali por ele e conversaram uma tarde inteira. Dong Myeong pela primeira vez em muito tempo contou para alguém o que de fato se passava em seu coração despedaçado. Nem para Dong Joo ele tinha sido tão franco. Mesmo que tenha dito coisas dolorosas para ele no momento da raiva. Em dado momento acabou mencionando a cirurgia e que poderia ser um atalho para o fim do tratamento dele, já que o câncer tinha retrocedido bastante.
-Não entendo por que não quer fazer a cirurgia, e ficar mais tempo ainda sofrendo no hospital, tomando um monte de remédios. Não quer sair logo em condicional?
Flashback Off
-Foi com aquela frase do senhor Im que eu entendi que deveria fazer a cirurgia e agora aqui estou, Dong Joo!
-Fico feliz de ter ao meu lado novamente, Dong Myeong. – Dong Joo segurou a mão do irmão. Estava mesmo feliz por ele ter feito uma boa escolha e esperava que continuasse assim por um bom tempo.
Eles chegaram ao restaurante/casa de Dong Joo e encontraram Mi Ok e Keon Hee fechando o caixa da semana do restaurante. Além de uma Ji Ae já com doze anos, Ji Soo com nove e a pequena Ji Eun com três. Além de Byung Soo com quatro aninhos. As crianças olharam curiosas para ele. Afinal eles nunca tinham visto alguém com um cabelo tão curto, ainda mais com sobrancelhas tão finas. A primeira que se aproximou foi a Ji Eun. Ela era um bebê tão lindo.
Dong Myeong não sabia como reagir, mas Dong Joo logo pegou a menina em seus braços e ela sussurrou um oppa bem feliz. Ele era amado ali e trabalhar para Mi Ok também incluía serviço de babá algumas vezes. Tanto que Dong Joo vivia dando bolinhos de arroz, frango e outras guloseimas para as crianças quando ninguém estava prestando atenção.
-Chegou o meu cozinheiro, finalmente! – Keon Hee falou fazendo uma graça com Dong Joo. Ji Ae se levantara do seu lugar curiosa, Dong Myeong se recordava dela o chamando de gêmeo malvado, ele não queria mais aquele título.
-Você já está melhor? Contaram para mim que estava doente.
-Estou sim, Ji Ae-ssi. A minha doença já foi embora. – Ele tentou soar confiante.
-Imo, como eu o chamo agora? Ele não é mais o gêmeo malvado, não é?
-Não, minha baixinha. – Mi Ok se levantou com um pouco de dificuldade, afinal ela já estava com 37 semanas de gestação, logo daria à luz à sua segunda filha, Soo Ah. Ela fora amparada por Keon Hee. – Ele não é mais o gêmeo malvado. – Ela se aproximou devagar de Dong Myeong. Então deu um abraço apertado nele. Dong Joo já tinha conversado com ela. Mi Ok tinha aceitado dar um emprego à Dong Myeong como o seu garçom na segunda loja da Chick Chicken. Estava disposta até para ele aplicar o ensinamento de seu pai. Dong Myeong não ia mais se perder. Não, se dependesse dela
Ele chorava baixinho no ombro dela, passar por todo o sofrimento do tratamento, ter aprendido a amar novamente, se deixar ser amado e o mais importante sentiu dentro de si o poder do perdão. Naquele abraço, ela o perdoara, até mesmo o consolando.
-Obrigada, Mi Ok-ssi.
-Primeiro me chame de noona, segundo seja bem-vindo à família Chick Chicken, Dong Myeong. – Ele enfim se sentiu parte de uma família novamente e o seu pai agora se orgulharia muito do garotinho que ele criou com tanto amor e carinho.
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