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História (Un)Lucky Girl - Butterfly


Escrita por: Lady_Dragon

Notas do Autor


Queria pedir desculpa pela demora... Eu assim, esqueci de postar :v

NÃO ME JULGUEM!!!!! Ç_Ç

Capítulo 3 - Butterfly


Fanfic / Fanfiction (Un)Lucky Girl - Butterfly

O dia havia amanhecido mais frio naquela sexta-feira, os alunos estavam encolhidos em suas carteiras, esfregando as mãos animadamente para que o atrito entre elas pudesse lhe trazer algum calor. O professor falava sobre algo relacionado  a literatura ao redor do mundo, mas nem todos estavam prestando muito a atenção. A menina que estava encostada na parede, próximo a porta da saída era uma delas, estava perdida em seus pensamentos profundos, analisando se suas decisões feitas no dia anterior foram as melhores, aquilo traria mais problemas ou soluções? Suspirou de maneira ansiosa enquanto mexia na ponta da folha daquele livro, estava com medo.

                                  Dia anterior...

- Pelo amor de Deus, Irene! - Ela pediu descendo as escadas com pressa atrás da mulher que falava ao celular a caminho da cozinha. – Não faz isso! 

- Sim Bae JuHyun, sou a diretora de arte da empresa Gate. – Estendera mão para a menina pedindo que não falasse. – Senhora Erin? Obrigada por finalmente me atender, se não fosse algo urgente pode ter certeza que eu não estaria a incomodando.

 Irene havia se cansado de tudo o que estava acontecendo com Yeri. Ela cantou o que havia acontecido no colégio naquela manhã, desde a história, a sua breve discussão com a irmã. Não pode evitar que as lagrimas caíssem, ela se esforçou durante o período todo não mostrar o quanto estava ferida com aquilo, Sooyoung não teria essa vantagem, mas fingir para Irene, era algo que não conseguia. Doía tanto ouvir aqueles insultos, seu nome ser escrito no espelho do banheiro, o armário ser pichado com desenhos obscenos e mais insultos. Guardava tudo aquilo para si, nem mesmo sua amiga sabia como realmente se sentia quebrada por dentro, como aquele garoto perdido em um grande espaço aberto cercado de lixo, se sentindo como um. Algo facilmente descartável.

- Sim, entendo, mas eu tenho sua filha aqui comigo. 

 A mulher estendeu o celular para Yeri que enxugou as lagrimas e respirou fundo. 

-Mãe...



 Outro suspiro escapou de seus lábios entreabertos, sentiu as narinas começaram a arder e os olhos ficarem embaçados, estava prestes a chorar, mas não podia, ela se proibia demonstrar seus sentimentos em público. Coçou os olhos rapidamente assustando-se com o chamar de seu nome. 

- Park Yerim! – O homem chamou a olhando fixamente. – Pode continuar a leitura para gente? 

 Ela se levantou com pressa pegando o livro nas mãos, encarou o texto nem saber por onde começar a ler. 

Literatura do século XIX... Romantismo.

 O sussurro de Meena atrás de si a fez relaxar os ombros encontrando o parágrafo indicado. 

artístico político  filosófico  Europa  racionalismo  iluminismo  nacionalismo que viria a consolidar os estados nacionais na Europa.

 O professor voltou à atenção no próprio livro deixando que ela prosseguisse com a leitura.  Yeri precisava se concentrar nas aulas, caso ao contrario teria mais problemas, não queria ter mais a atenção de ninguém naquele colégio, já não bastava a repercussão negativa das mentiras que estavam se espalhando, agora, ser uma má aluna seria demais.
 Mantinha a cabeça sobre a carteira quando o sinal do intervalo havia tocado, não estava muito afim de sair da sala, ficar ali parecia mais seguro do vento frio e também os olhares maliciosos dos alunos. Sua amiga também decidiu passar o tempo dentro da sala, gostava de ficar fazendo penteados nos longos cabelos de Yeri que nem parecia ser importar enquanto uma trança ou coque surgia de repente. Nem percebeu que havia cochilado quando alguém tocou em seus ombros, passou as costas da mão nos lábios com medo de ter babado naquele rápido sono. 

- Yeri, o senhor Byun estava te chamando na sala dos professores.

 A menina coçou os olhos para tentar afastar aquele cansaço, agradecendo a colega que saia da sala logo em seguida.

- O que ele quer? – Meena perguntou enquanto desfazia a terceira trança que havia feito nos cabelos da outra. 

- Provavelmente quer saber se vou participar da tese dele... 

Yeri nem ao menos tinha pensado sobre o assunto, tantas coisas aconteceram que aquilo havia sumido completamente da sua memória. Caminhou pelos corredores esticando os braços escutando alguns membros estralarem o que a fez se arrepiar, detestava o som que os ossos faziam quando se chocavam uns aos outros. Bateu levemente no vidro da porta dos professores, abriu olhando para os lados encontrando alguns dos professores sentados no sofá de couro marrom, outros espalhados na mesa redonda repletos de papeis envolta, e por fim localizou o senhor Byun ao fundo próximo a um bebedouro. Acenou alegremente para a menina com um sorriso no rosto.

- Venha querida, não se preocupe, eles não mordem, apenas tomam muito café!

 Uma senhora rechonchuda reclamou do outro lado da sala abaixando os óculos para encarar o homem que fizera a piada, levantou uma caneca esverdeada alegando que todos são movidos por alguma coisa. Yeri segurou a risada e se sentou ao lado do homem que ainda respondia para a outra. 

- Pare de reclamar, pessoas de humanas sobrevivem com fotossíntese! – Olhou para a menina que cobria a boca com uma das mãos, afagou rapidamente seus cabelos e sorriu. – Então querida, vai participar das reuniões? 

- Não tive muito tempo para decidir ainda, mas acho que posso ir um dia para ver. 

- Acho ótimo! Hoje terá uma reunião, mas será lá para as cinco da tarde. – Fez uma careta como se pensasse em mais alguma coisa. – Posso te passar o endereço, assim pode avisar seus pais. 

Yeri achou o horário um pouco tarde, dificilmente ficava na rua até essas horas, muito mais por costume do que alguma regra que seus pais impuseram, mas não seria mal pelo menos um dia sair, ainda mais, seria para matar sua curiosidade sobre esse projeto do professor. Mas, antes de ir a qualquer lugar teria que falar com Irene, sua mãe disse que chegaria ainda hoje para conversar com ela e sua irmã. Só em pensar de discutir tal coisa na sala junto com Sooyoung fazia seu estomago embrulhar rapidamente. Ela era ótima em manipular os outros, mas ainda tinha uma ponta de esperança que tudo daria certo, afinal, Irene que havia a alertado do que estava acontecendo. Será que finalmente teria um pouco de paz? Sem agressões, xingamentos. Apenas evitando uma a outra como se fossem de partido políticos rivais?
  O período escolar havia passado mais rápido do que ela podia imaginar sem ter Sooyoung a perseguido, tudo estava tão tranqüilo que até ela estranhava. Não querendo dar sorte ao azar, foi o mais rápido o possível para a casa de Irene que não poderia ir buscá-la por conta de uma reunião de emergência.  Estava sentada no chão de pernas cruzadas encarando o espelho na parede enquanto terminava de secar os cabelos, sentia um sono descomunal, se fechasse os olhos por mais de cinco segundos com certeza dormiria. Levantou em um pulo na tentativa de espantar aquele cansaço, puxou o fio da tomada e levou o aparelho até o quarto de Irene guardando-o dentro da gaveta, caminhou até a janela abrindo-a sentindo um vento congelante bater em suas bochechas, reclamou e rapidamente voltou a fechá-la. Voltou para o outro quarto checando o endereço que o professor havia lhe passado, a reunião seria as cinco, então, se saísse agora ainda chegaria cedo.
 Antes de sair pegou um casaco azul que estava dentro do armário da mais velha, riu sozinha após mandar uma mensagem para ela, avisando a onde estaria e que uma peça de roupa tinha sido seqüestrada. Yeri gostava de mesmo de ficar naquela casa, era como se a energia fosse mais alegre, mesmo que só Irene morasse ali. Ficou cantarolando mentalmente a musica que escutava nos fones enquanto via a paisagem mudar rapidamente por conta da velocidade daquele ônibus, o endereço a levava além do centro da cidade em uma faculdade, seria a primeira fez que a menina pisaria em um campus de universidade. Isso a fez pensar no que faria depois de terminar a escola, talvez fizesse história, gostava muito de ler sobre as coisas que aconteceram no passado, mas também gostaria de fazer literatura, até pensou em procurar um curso de roteirista, realmente tinha muitas coisas em mente.
 Após descer do ônibus caminhou mais um pouco a procura até encontrar aquele grande prédio, perguntou para si mesma se alguém já havia se perdido naquele lugar, era grande e muito bonito, havia um jardim logo na entrada, os caminhos eram alguns feitos de tijolos e outros apenas de terra pisada que levavam a varias áreas do campus. Subiu um lance de escadas encontrando o prédio de artes, Yeri apoiou as mãos naquele muro e ficou contemplando aquela bela visão. Parecia estar em outro mundo, tudo era tão silencioso, as folhas das arvores que balançavam por conta do vento frio, faziam um som suave e até mesmo calmante, ela ficou nas pontas dos pés para conseguir ver o pequeno lago que havia ali embaixo, os peixinhos nadavam e soltavam suas bolinhas por toda a sua extensão. Voltou a sua posição inicial fechando os olhos ao sentir aquele maravilhoso raio de sol, estava sendo raro ele aparecer naqueles dias de final de outono, a menina ouviu o som de uma serie de cliques a fazendo abrir os olhos um pouco incomodada, procurou a sua volta de onde estava vindo aquele barulho e encontrou um rapaz com o rosto escondido atrás de uma câmera. O rapaz notou que Yeri o encarava, abaixou a câmera abrindo um grande sorriso, acenou brevemente para ela.

- Olá! – Disse de maneira animada se aproximando.

- Você tirou fotos minhas? – Perguntou com uma expressão não muito amigável.

- Bem... Na verdade estava tirando da paisagem, mas ai você apareceu. – Ele continuou a sorrir ao se aproximar, estendeu a mão livre em sua direção. – Sou Jungkook!

- Yerim... – Ela o cumprimentou sem jeito por ter sido meio rude, foi ela que arruinara sua foto. – Desculpe, não queria ter falado daquela maneira, posso sair se quiser tirar outra foto.

- O que? Não se preocupe com isso, acho que a foto ficou mais bonita com você nela.  – Ele disse aquilo de uma maneira tão natural que a deixou completamente sem graça. Parecia entretido quando estendeu o aparelho para a moça. - Veja, ficou até parecendo uma ninfa. – Riu fraco, mas logo se calou ao perceber que acabara de deixa-lá com o rosto totalmente vermelho. – Aish... Isso não foi uma cantada... Desculpa!


 Yeri sentia suas bochechas arderem de tanta vergonha. Um silêncio pior surgiu entre os dois deixando o ar ainda mais incomodo. O rapaz ainda mexia em sua câmera na tentativa de evitar falar mais besteira, utilmente aquilo estava sendo frequente, precisava pensar antes de dizer coisas daquele tipo.

- Então... – Começou cortando o silêncio. – Veio fazer matricula aqui?

- Ah, não, na verdade vim para uma reunião do Professor Byun. Só que cheguei cedo demais.  – Ela respondeu sem encara-lo, o outro tinha aberto um sorriso bobo nos lábios e dando um pulo ficando a sua frente, Yeri se assustou pressionando os dedos contra o muro.

- Sério? Que legal! – Comemorou. – Não serei o único mais novo na sala, finalmente! Você é de que faculdade? Com certeza deve ter boas notas, bem, melhores que as minhas isso tenho certeza... – Ele disse a ultima frase mais para si mesmo do que para a menina.

- Er... Eu ainda estou no colegial, sou aluna dele. – Jungkook tinha muita energia, ela não estava conseguindo acompanhar tanta animação.

- Nossa! Você deve ser um gênio! – Riu bagunçando os próprios cabelos ao ver que havia a deixando sem jeito mais uma vez. – Aaaish... Fiz de novo!

  Jungkook parecia um daqueles bonecos movidos à pilha, ele falava muitas coisas ao mesmo tempo nenhum assunto ficava solido, era tão extrovertido que foi impossível ficar sem rir por muito tempo e mesmo que não respondesse a uma pergunta ele logo soltava outra.  Ele fazia fotografia com professor Byun, já estava em seu terceiro ano na faculdade e dizia viver para a arte, estavam conversando sobre tantas as coisas que Yeri pensou que ele passaria a conta do banco dele a qualquer instante. Depois de passar um tempo com ele, ela simplesmente admitiu que ao mesmo tempo em que ele era um intrometido, era também muito adorável.  Outras pessoas já estavam se juntando envolta deles, eram muito mais velhos que eles dois, sem contar a diferença de suas aparências. A melhor palavra para defini-los era diversidade. Todos pareciam ter uma parte “Jungkook”, conversam de maneira rápida, riam, mostravam trabalhos feitos naquela semana, pareciam que não se viam a dois anos de tanto assunto que tinham.  Yeri apenas ficou observando. Havia uma mulher com diversos piercings pelo rosto com o cabelo esverdeado, um senhor com cabelos rastafári, ela não sabia se esse era o nome, mas era muito legal. Quando o senhor Byun finalmente chegou abrindo as portas do prédio todos os seguiram animados, o comprimento rapidamente.
 Aquele lugar era enorme, os corredores eram longos e havia varias salas, depois de todos virarem o segundo corredor Yeri tinha se distraído com o próprio espirro e bateu um rápido desespero por não saber se iria reto ou virava até ver Jungkook aparecer ali distante olhando para os lados e logo acenar para ela. Que ridículo! Ela tinha falando para si mesma por ter se perdido daquela maneira enquanto corria na direção do novo amigo. Yeri não acreditou no tamanho do teatro que eles tinham, era enorme, quando todas as luzes se acenderam ela deixou o queixo cair ao ver que era muito mais bonito com aquela iluminação. As tabuas de madeira polidas, as cortinas de veludo avermelhado, as poltronas combinando, ela nunca havia entrado em um lugar como aquele, ficou impressionada. Caminhava para uma das poltronas vazias logo na frente enquanto via o rapaz descer a rampa correndo atrás de um casal que subia no palco começando a sapatear sem motivo ou musica alguma. Eram tão divertidos.

- Muito bem estrelas, se acalmem e sentem. – O professor dissera caminhando ao centro do palco. – Que bom que estão animados, hoje vocês conheceram outra aluna minha, Park Yerim, por favor, querida se levante.

 Ela levantou e se curvou de maneira tímida para os colegas que a cumprimentavam de longe. O homem voltou a falar sobre alguma coisa relacionada com canecas de argila, Yeri estava distraída na tentativa de achar seu celular dentro da mochila que não parava de vibrar, pegou o pequeno aparelho pronto para desligá-lo, mas havia mensagens de Irene e de sua mãe. Seu coração bateu tão forte que ela conseguia senti-lo em sua garganta. Erin avisou que chegaria tarde em casa por conta do vôo que estava atrasado, mas queria conversar com ela e a irmã ainda hoje, e queria que JuHyun também estivesse presente. Irene havia mandado algo parecido em sua primeira mensagem, a segunda dizia que iria buscar - lá depois que saísse do encontro com o senhor Byun. Agora, o assusto ficaria muito sério, ter Irene em sua casa para aquela conversa só poderia piorar ainda mais a situação da irmã, pelo menos qualquer mentira que ela pensasse em dizer não vingaria.  Mesmo assim, aquilo deixou o estomago da outra completamente revirado, sua ansiedade naquele momento era tanta que não conseguia disfarçar, deixou o celular cair no colo, juntou as mãos como estivesse fazendo uma prece, mas apenas tentava controlar sua respiração.

- Yeri, está se sentindo bem? – Jungkook sussurrou próximo ao seu rosto, ele se preocupou ao vê-la ficar pálida de repente. Ela o encarou após se afastar um pouco balançando a cabeça de maneira positiva. – Tem certeza?

- Claro, o que é isso? – Apontou para a folha que ele tinha em mãos, não queria conversar sobre seus problemas com alguém que acabara de conhecer. Ele lhe entrou o papel abrindo um pequeno sorriso.

- O professor acabou de pedir para gente ler e escrever o que quiser sobre esse assunto.

Ela assentiu com a cabeça mais uma vez, pegou o estojo dentro da mochila e com os lápis entre os dedos começou a balançá-los de um lado para o outro. Jungkook ficou um tempo a observando enquanto lia aquela folha, pode ver que suas mãos tremiam um pouco e perdia o olhar em um ponto fixo diversas vezes.  Será que estava bem mesmo? De repente ela o encarou perguntando se já sabia o que escrever, mas a única coisa que conseguiu responder foi um grunhido baixo virando o rosto do lado aposto ao dela. Como ele era idiota, o que ela iria pensar dele se ficasse a encarando daquela maneira? Pegou dentro da sua bolsa um caderno, colocou a mão do lado direto da poltrona puxando o pequeno apoio que havia ali, fez a mesma coisa na poltrona de Yeri que estava com dificuldade em escrever em cima das coxas, ela sorriu o agradecendo.
 Jungkook bem que tentou escrever alguma coisa, mas as palavras fugiam de sua mente, as idéias eram muitas porem nenhuma parecia agradá-lo. Ficou ali desenhando no topo da folha, algumas vezes voltava a observar – da maneira mais discreta que conseguia. – Yeri que já havia terminado seu texto, ela lia e relia, apagava uma frase ou outra, não parecia muito preocupada com o mundo à volta. O rapaz voltou a encarar a folha impressa batendo a ponta do lápis nas espirrais do caderno, não estava entendo a proposta daquele exercício.  Senhor Byun gostava mesmo de aguçar a criatividade alheia.

Medo, ódio, alegria, ansiedade, amor. Você pode confiar em mim? Sou tão complexo que às vezes me perco, me fecho em um casulo e não quero sair tão cedo.”  

 O rapaz bagunçou os cabelos escuros tentando entender o que realmente deveria escrever ali. Senhor Byun deixou apenas aquela frase, dizia para escrever o que bem entendesse de tudo aquilo, mas aquela liberdade era ao mesmo tempo confusa.

-Então, alguém já terminou? – O homem que estava sentando em uma cadeira no centro do palco perguntou. Pode se ver duas ou três mãos levantadas, outros alunos ali cochichavam entre si. – Só isso? Que isso pessoal, vocês já fizeram algo mais complicado!

- É que são muitas opções de resposta professor. Não sabemos o que escrever. – Um outro rapaz respondeu lá do fundo.

- O que eu quero é muito simples... Lia, me diga o que respondeu. – Apontou brevemente para a moça de cabelos loiros e curtos logo a sua frente.

- Bom, achei que fosse algum trecho retirado de um livro. Uma conversa entre um psicólogo e um paciente.

- Eu já pensei que era uma charada!- O ruivo que estava na mesma fileira que Yeri e Jungkook comentou fazendo algumas pessoas rirem.

- Todas são boas idéias. – O homem falava ainda rindo. – Yerim, gostaria de compartilhar sua resposta?  Confesso que estou curioso!

 A menina comprimiu os lábios em um sinal de reprovação. Porque ela ainda ficava surpresa em ser chamada pelo professor? Bem, não costumava ler em voz alta o que escrevia, mas ela tinha alguma escolha? Claramente que não.  Ficou de pé com a folha entre as mãos e suspirou rapidamente.

- Sabe, eu literalmente escrevi um pensamento então...

- Não se preocupe, sua resposta não será julgada como certa ou errada. – O professor a interrompeu brevemente. – Quero apenas mostrar o quanto nosso modo de interpretação é diferente uns dos outros.  Leia sem medo!

 Ela balançou a cabeça de maneira positiva e encarou os alunos rapidamente, seus olhos estavam cheios de um brilho diferente, a curiosidade.  Ela não tinha aquela sensação que seria julgada no final de tudo, aquelas pessoas eram tão receptivas que aquilo a deixava mais alegre. Ter alguém que esteja sinceramente a fim de ouvir o que você tem a dizer era algo bom, não eram apenas comentários que recebia na internet.

- Eu sinto medo. Todos os dias que acordo, penso que posso ser devolvida ao orfanato que me tiraram há um ano, por coisas que fizeram e a culpa fora toda jogada para mim. A órfã que possivelmente é revoltada por nunca ter conhecido os pais biológicos. Tenho ódio daqueles que me perseguem sem motivo algum, estão cegos pelo ciúme e a inveja. Eles me culpam de tudo o que acontece de ruim. – Ela parou por alguns segundos relembrando coisas que a incomodavam. – A ansiedade me consome como se fosse um pesadelo. Cada minuto que escuto passar me enlouquece.  É ai que me afasto do mundo, meu quarto é outro universo, nada ali é perigoso, nada ali pode me magoar, nada além de mim mesma. Posso confiar em mim? Será que sou capaz de sobreviver mais um dia sem ter que ser punida por qualquer coisa? Seja por um copo quebrado, uma mentira maldosa que se espalhou pelo colégio?
Claro que sim. Pois eu sou como uma lagarta que sofre transformações todos os dias até que se forme um casulo e finalmente saia uma borboleta, bela e livre.
Eu tenho amor, por aqueles que sempre estão vendo o melhor de mim, e sinto alegria, por me transformar em uma pessoa melhor do que aquelas que me machucam todos os dias.
– Abaixou a folha que estava à frente de seu corpo e soltou os ombros de maneira pesada. - Sou como uma borboleta. Vou voar mesmo no pior temporal.

 Aquele teatro estava em completo silencio, a menina se sentou de volta na poltrona deixando os dedos entrelaçados caírem sobre seu colo. Aquilo parecia ter sido um discurso melancólico de um jovem adolescente perdido no álcool e na própria desgraça. Onde tudo é ruim, nada de bom acontece na vida dele. Ela se sentia um pouco ridícula.

- Isso... Foi incrível! – Jungkook falou cortando o silêncio. – Alguém trás um Oscar para essa menina!

 Aquele moleque era oficialmente insuportável- de uma maneira positiva- ninguém ali conseguiu segurar o riso depois de seu comentário. Aquele era o propósito do daquele grupo, trazer maneiras novas de ver o mundo. Pessoas completamente desconhecidas apreciando os feitos umas das outras, sem ter interesse nenhum, seja ele por fama ou dinheiro. Apenas compartilhando seus pensamentos, conhecimentos, algo que o professor Byun achava extremamente importante. Pessoas diferentes com ideologias diversas, se compreendendo de forma única. Não importa a idade, todos eles continuam aprendendo algo novo.
 O exercício e seu próprio texto a fez pensar na situação que estava vivendo. Yeri tinha que tentar compreender o que se passava na cabeça de sua irmã. Ela se sente traída, por não ser mais uma filha única? Que tudo se limitava a ela e o que queria fazer. Sua agressividade não passava de um muro, onde ela podia controlar tudo? O que estava fora de seu alcance a deixava daquela maneira, pronta para descontar tudo em cima dela.
A reunião continuou, houve outros tipos de exercícios e diversas interações entre os alunos, à hora passou tão rápido, já estava escuro do lado de fora do campus, à menina se sentiu muito bem no meio daquelas pessoas, com certeza voltaria para uma daquelas reuniões. Senhor Byun não explicava muito bem o que era realmente sua tese, mas disse que seria algo único. A maioria dos alunos já havia ido embora, mas Yeri ainda tinha que esperar Irene que iria levá-la para casa, ficou sentada em um banco de madeira que estava do outro lado da rua, escondia as mãos dentro do casaco azul, a noite está tão fria que uma fumaça branca saia de seus lábios ao soprar.  

- Ei Yeri!

 A menina saiu de seus pensamentos ouvindo seu nome ser chamando de maneira animada, Jungkook olhava para os dois lados da rua a atravessando, também mantinha as mãos dentro da blusa se aproximou dando pequenos pulos, provavelmente para tentar manter-se aquecido.

- Você não vai embora? Vai virar um sorvete aqui fora.

- Minha amiga vem me buscar, parece que o centro estava com transito, por isso a demora.  – O rapaz colocou a bolsa no banco e sentou ao seu lado, ela o seguiu com o olhar e recebeu um sorriso.

- O que? Se acha que vou deixar uma menina sozinha nesse frio, no escuro, está doida!

- Você é estranho! – riu de maneira fraca voltando a encarar a rua silenciosa.

- Todos somos, você é a analista e eu o maníaco das fotos, unidos pelo professor Byun. – Ele bateu palma como se acabasse de ter uma idéia genial assustando a menina. – Somos os x-mens! Agora tudo faz sentido, esse povo estranho, ser reunido por um professor.

Yeri não agüentou aquilo e soltou uma gargalhada alta.  

- Estamos mais para os jovens titãs ajudando a liga da justiça!

- Ah não, você gosta da DC! – Fingiu uma expressão de repulsa a empurrando para o lado.

-  Tá explicado esse senso de humor fora de hora, senhor Marvel!

 Eles riram juntos mais uma vez. Jungkook passou um dos braços sobre o ombro da menina e apontou para o céu nublado daquela noite.

- Podemos salvar o mundo, DC e Marvel, dominaremos o mundo!

- Meu deus. – Ela riu. – Salvar ou dominar? Se decide!

-Nhaw, não importa. – Voltou ao seu lugar tirando o celular do bolso, mexeu rapidamente e logo voltou à atenção para a outra. – Posso postar a sua foto no meu blog?
 

 Ela ficou em silencio por alguns segundos e depois o olhou.

- Pode, mas quero meus direitos autorais. Quero meu cachê!

- Você pode escrever um texto e anexo junto a ela, olha que perfeito! – Riu sozinho. – A jovem titã o e x-men juntos.

- Você tem problemas, sérios problemas! - Ele colocou as mãos no rosto fazendo uma expressão fofa, ela riu sentindo a barriga doer, logo em seguida ouviu uma buzina, era o carro da Irene parado na esquina. – Bem, tenho que ir.  Obrigada por ficar aqui comigo.

 Yeri se levantou colocando a mochila em um dos ombros acenou para Irene que havia aberto a janela do passageiro, ela parou no meio do caminho ao sentir o pulso ser puxado sem muita força.

- Pra gente conversar mais sobre como o Homem de ferro é melhor que o Batman!

 Jungkook sorriu e depois saiu andando para o lado oposto. Ela abriu a mão vendo o pequeno pedaço de papel que ele havia lhe entregado, riu balançando a cabeça, virou em direção ao carro e correu até a porta, o dia ainda não tinha acabado. Durante o percurso para casa, Yeri contou o que havia feito durante a manhã e de como aquele grupo do professor era incrível, explicou também que o rapaz era só um amigo e não crush, Irene gostava de fazer aquelas perguntas constrangedoras. Não demorou muito para que chegassem, o que a menina lamentava profundamente, ela queria é passar mais um tempo na casa de Irene, não queria ter que enfrentar Sooyoung com seu mau-humor e insultos inesgotáveis durante todo o final de semana. Erin abrira a porta rapidamente e sem dizer uma palavra abraçou Yeri com força, acariciou seus cabelos e beijou sua bochecha, a menina pode ver o cansaço em seu rosto e olhos vermelhos como se tivesse chorado durante o dia todo. Aquilo partiu o coração da mais nova. Juhyun a cumprimentou se curvando um pouco para frente trocaram poucas palavras antes de entrar, caminharam para sala onde Sooyoung se encontrava no canto do sofá mordia os cantos dos dedos de maneira ansiosa e sua expressão era de puro ódio, Yeri sentiu um arrepio subir pela coluna quando ela a encarou, sua raiva está palpável. O ambiente não estava nenhum pouco aconchegante, como se fosse um dia chuvoso cheio de raios, as janelas estavam fechadas deixando o ar mais abafado, suas mãos começavam a suar frio depois que sentou na poltrona do lado oposto da irmã que ainda a fuzilava apenas com o olhar. Sentiu um aperto no peito, estava claramente apavorada com aquela situação, Irene sentou ao seu lado acariciando de leve os seus ombros, suspirou de maneira ansiosa ao ver a mãe entrar e parar no centro da sala com os braços cruzados.

- Quero primeiro agradecer a você Juhyun por ter ligado e principalmente por ter cuidado da Yerim. – Irene maneou a cabeça levemente, então ela continuou. - E já tive uma conversa séria com Sooyoung, liguei para escola, confirmaram tudo o que aconteceu. Mas quero saber muito mais, então Yerim, você pode começar a falar a verdade.

- Ah claro, pergunte para ela, só vai mentir para me atingir! – Aquela frase saiu quase como um grito de fúria.

 Erin a lançou um olhar reprovador e abriu os lábios para responder quando JuHyun a interrompeu bruscamente, ela não toleraria mais absurdos vindo daquela garota, só ela sabia o quanto Yeri estava sofrendo, como seu corpo tinha hematomas e algumas cicatrizes feitas por aquelas unhas longas.

- Não aguento mais olhar para essa sua cara de sínica! – Se levantou no sofá com pressa, olhou rapidamente para a mulher e continuou. – Eu não tenho o habito de me intrometer na vida alheia, mas é da Yeri que estamos falando, o corpo dela está cheio de machucados, há alguns dias ela chegou com o olho roxo na minha empresa!  Você a expulsou de casa, se não fosse por mim ela teria passado frio por toda essa semana, e ainda tem coragem de dizer que ELA vai mentir?

- Irene, por favor, fique calma. – Yeri se levantou segurando o braço da mulher. – Deixa que eu falo... por favor.

 Ela balançou a cabeça de maneira negativa ajeitando os cabelos logo em seguida. Yeri tirou o casaco azul e levantou a camiseta branca que usava deixando o corpo magro amostra, havia manchas amareladas espalhadas, machucados de vários dias que estavam se curando agora, mostrou as costas onde também tinham marcas de unhas, abaixou a camiseta e respirou fundo olhando para a irmã que ainda não havia mudado a expressão de ódio.

- Eu não tenho que mentir, isso aqui, já é o suficiente.  – Colocou o cabelo para trás da orelha, a marca levemente roxa em sua têmpora apareceu. – E esse aqui ganhei quando fomos para a diretoria.  

- Meu deus...

 Sua mãe abaixou a cabeça cobrindo o rosto com as mãos, aquilo não podia ser verdade, tudo tinha passado dos limites.

- Não me importo que me odeie, que me evite ou que espalhe infâmias sobre mim, só quero que pare de me agredir. Acredite, eu nunca faria isso com você mesmo que pudesse.  – Ficou em silencio por alguns instantes. – Você pode fazer isso pelo menos?

- Não. – Respondeu de maneira ríspida. – Eu te odeio tanto que ainda acho essa palavra fraca para descrever o que sinto. – Yeri se calou abaixando a cabeça. – Você nunca deveria ter entrado por essa porta, não é nada além de uma órfã pulguenta querendo comida de graça.  Veio aqui preencher um espaço que nunca será seu! Você é -

 Sooyoung recebeu um forte tapa no rosto, ele ardia, latejava, mas ela não deixou que uma lagrima escorresse, observou Yeri sair da sala com pressa e logo lançou o olhar para mãe que ainda estava perplexa com tudo aquilo, deixou um sorriso maldoso se formar.

- Feliz? – Ironizou

- Você vai para um psicólogo e se for necessário um psiquiatra! – Erin cerrou os punhos e respirou fundo. – Como alguém que nasceu de mim pode ter essa índole? Estou decepcionada com você.

- Deveria ter me perguntando se queria uma irmã, a vida teria sido muito mais fácil.

- EU NÃO POSSO MAIS TER FILHOS! – Gritou segurando seus braços com força. – Sabe o que é isso!? E você, veio de mim, minha única filha foi capaz de me destruir dessa maneira, por ciúmes? Por ser mimada!  - A soltou apontando para porta. – Vá para seu quarto, vou resolver o que fazer com você junto com seu pai.

 A mulher jogou-se no sofá deixando que as lagrimas de nervoso e desespero caíssem. Não queria acreditar que sua filha era tão cruel daquela maneira, sempre achou que as coisas que aconteciam na casa eram realmente feitas por Yerim, as detenções que tinha que assinar era apenas uma adaptação ao colégio, aos alunos, a família, mas não, era tudo armado.  Erin fechou os próprios olhos para a realidade, achando que sua filha era perfeita que ajudaria a outra a se adaptar rapidamente, seriam uma grande família feliz e unida, mas aquilo tudo se desfez como  uma nuvem de ilusão.  Sooyoung era uma mentirosa nata, manipuladora e maldosa.  Passou a mão contra o próprio peito que doía de maneira intensa, tentou respirar da maneira correta para se acalmar, mas muitas coisas passavam em sua mente naquele instante, ela ergueu o olhar para a moça que a chamava, Irene mantinha as mãos no bolso da calça com uma expressão seria.

- Yeri vai ficar mais uns dias comigo, não quero correr o risco de que algo pior aconteça. – Disse vendo a mulher se assustar com aquilo.

- Nada vai acontecer com ela, vou estar aqui!

- Não quero ser rude, mas tudo o que aconteceu até agora, vocês estavam aqui!

-Acha que pode leva-la assim!? Pode ser amiga, o que quiser, mas eu sou a mãe. – Respondeu nervosa.

- Claro que é, Yeri ama vocês e é por isso que não liguei para o juizado de menores até hoje.  – Erin se calou. – Senhora Erin, assim como você quero o melhor para ela, cuido dela há mais tempo que vocês. Posso fazer uma denuncia e você perder a guarda dela, mas não vou fazer isso, porque Yeri sofreria demais. – Ela tocou nos ombros da mulher, abriu um sorriso doce e sincero. – Só a deixe comigo até ter certeza que Sooyoung não ira machuca-lá de novo, por favor.

 A mulher demorou alguns minutos para responder até que apenas balançou a cabeça de modo positivo, Juhyun tinha razão, tudo o que havia acontecido fora debaixo de seus narizes, o tempo todo a colocavam de castigo, a privando de sair para qualquer lugar, sendo que nunca tivera feito nada, ficou em silencio e cumpriu os castigos.  Porque ela nunca falou com ninguém? Sua filha era tão má ao ponto de deixa acuada? Tinha que tomar medidas drásticas urgentemente, antes que Yeri desista de ficar com eles. Erin a amava de verdade, sempre a achou calma e carinhosa, foi amor à primeira vista, tantas crianças, bebês disponíveis e foi à simplicidade de Yerim que chamara sua atenção. Ela sempre era sincera.  Viu Juhyun e a filha saírem pela porta, acenou brevemente e deixou mais algumas lagrimas caírem, pegou o celular que estava no bolso de trás da calça e olhou o numero de chamada.

- Jiun? Não, não está nada bem... – Respirou fundo limpando as lagrimas com as costas da mão. – Precisamos falar sobre a Sooyung!

                                                                                                  ☻♥☺
 

Algumas horas haviam se passado desde que Yerim voltou para o apartamento de Irene, comeu pouco, fez a lição de casa e até estudou para as provas da próxima semana, mas não tinha vontade de fazer mais nada alem de ficar deitada naquela cama com o quarto escuro apenas iluminado pelo abajur de lâmpada azul. Estava deprimida, não queria nem mesmo ver os novos comentários de seu site, era como se sua energia tivesse sido sugada. Escutou uma batida leve na porta, Irene entrou e sentou-se ao seu lado.

- Está bem? – Perguntou acariciando seus cabelos recebendo um murmuro como resposta. - Bem, eu encontrei o bilhete do seu novo crush dentro do meu casaco. – Soltou uma breve risada ao ver a menina esconder o rosto no travesseiro. – Ele é muito bonito por sinal!

 Yeri ameaçou a tacar um daqueles travesseiros na mulher que saiu correndo do quarto ainda rindo e falando alto no corredor. Irene era uma pessoa incrível até mesmo querendo constrangê-la.  A menina sentou na cama pegando o papel que ela havia deixando ao seu lado. Será Jungkook já estaria dormindo? Provavelmente sim, ela se sentia exausta, imagine ele que fala mais que a boca.  Levantou-se para pegar o celular que estava carregando no chão e logo voltou para a cama, anotou o numero e lhe mandou uma mensagem, deixou o aparelho ali do lado do travesseiro virando-se para o outro lado. Estava quase pegando no sono quando ele começou a vibrar freneticamente a assustando, se sentou uma vez sentindo os olhos arderem com o brilho da tela.

                                                “BUTTERFLY!
 Ela riu com a primeira mensagem

                           “Pensei que tinha jogado meu numero no bueiro, me senti chateadissimo!”

Revirou os olhos com a capacidade daquele garoto de ser dramático até mesmo por mensagens.

                                       “Obrigado por me deixar postar sua foto, ela já tem vários favoritos!
                                              Agora, se ficar rica, vai ter que dividir comigo!”


  Yeri aconchegou-se nos lençóis mais uma vez e ficou rindo baixo enquanto continuava – sem ter uma opção de ignorar – a conversar com Jungkook que com certeza durava mais do que pilha duracell. Ela deixou-se relaxar, livrar-se daquela sensação pesada da conversa entre a mãe e a irmã, disse para si mesma que aquilo não iria mais afeta-lá, tudo ficaria melhor.  E pelo ponto de vista do amigo:
 

           “A vida é como uma fotografia, a fotos boas e ruins, mas todas elas servem para o aprendizado.”


Notas Finais


Fiquem a vontade para comentar e dizer se tem algo sem coerência ^^

Obrigada por lerem!


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