História "Unmei" - "Unmei XXV"

                       H •◦⊰◊⊱•◦S

A manhã havia chegado lentamente, o sol atravessava a janela do quarto e pegava justamente sobre o meu rosto, eu pisquei lentamente tentando me acostumar com a claridade incomoda, assim que meus olhos se acostumaram, eu tive o pequeno vislumbre da noite anterior, um sorriso doce se formou em meus lábios, e eu me remexi sobre a cama, ficando de frente para o moreno, este que dormia calmamente, parecia um anjinho quando estava tão calmo assim.

As mãos dele estavam em minha cintura, e assim que eu me mexi um pouquinho, o mais velho me apertou em seus braços, ontem depois que tomamos banho, Tobio resolveu cozinhar algo simples para comermos, e não demorou para irmos para a cama, o moreno havia dormido sem camisa, e pela primeira vez de maneira totalmente relaxada ao meu lado.

Seu semblante era tão sereno, não havia nenhuma marca de expressão, ele parecia um anjinho, devagar levei meus dedos até o seu rosto, acariciando levemente seu rosto, como poderia ser tão bonito? Como poderia ser tão bonito e ainda por cima ser meu? Sou muito sortudo tenho certeza disso, deixei que minha mão deslizasse até o seu pescoço, e o observando dormir tão serenamente eu me aproximei, me acomodando ainda mais em seu peito.

Deitei minha cabeça ali, e me permiti ficar escutando seu coração, as batidas ritmadas de certa forma me acalmavam, esse possivelmente é um dos meus sons favoritos em todo o nosso vasto mundo, e como esperado, não demorou muito para que o mais velho começasse a se mexer, e logo ele estava me olhando com aquelas belas orbes azuis, ele piscou repetidas vezes, antes de voltar a fechar seus olhos, e esconder seu rosto no vão do meu pescoço, eu deixei um beijo em sua bochecha, sorrindo.

– Bom dia.- Sussurro baixinho perto ao seu ouvido, e recebo um beijo no pescoço.

– Bom dia anjo.- Sorrio pelo apelido carinhoso que ele havia me dado.

– Temos que levantar, os outros já devem estar lá em baixo.- Comento baixinho, indo totalmente contra o que falei, já que permaneci quietinho em seu abraço.

– Não quero sair daqui.- Sua voz sai abafada em meu pescoço, me causando um pouco de cócegas.

– Não podemos ficar na cama o dia inteiro.- Começo a acariciar seus cabelos, e ele finalmente se mexe.

– Quem disse que não podemos?- O moreno nos gira sobre a cama, ficando por cima de mim.

– Temos mais coisas para fazer.- Levo minhas mãos até seus ombros, as deixando ali.- Ou vai me prender nessa cama o dia inteiro?

– A proposta me parece tentadora.- Sinto seus lábios delicadamente contra os meus, acho que ninguém sentiria a nossa falta por enquanto certo?

                        Q •◦⊰◊⊱•◦T

Eu poderia dizer que estava tudo bem, mas no momento eu não sabia onde enfiar a minha cara, queria cavar um buraco no chão e me jogar, e possivelmente ficar ali por algumas semanas, desde que saímos do quarto, Yamaguchi não parou de andar atrás de mim, e como se não bastasse ele, agora Yachi e Oikawa também estavam andando atrás de mim, havíamos resolvido sair para curtir o dia, o programa era simples, íamos passar o dia em um riacho perto a cidade, nadando, brincando e fazendo um piquenique.

E no momento estávamos na cozinha preparando tudo que levaríamos para comer durante todo o dia, e Yamaguchi não parava de me encarar, e jogar pequenas indiretas sobre a noite anterior, Yachi já era mais direta, perguntava se havíamos "ficado juntos", já Oikawa, ele parecia não ter vergonha ou papas na língua, perguntava coisas do tipo "O pênis dele é grande?", "Ele faz gostoso?", e eu não sabia nem o que responder, só conseguia sentir, vergonha.

– Vocês podem pelo amor de Deus para com tudo isso!?- Me exalto deixando algumas frutas sobre a mesa.- Não cansam de me envergonhar?

– Shouyou, eu ainda não acredito que tudo aconteceu.- Yamaguchi balança suas mãos em minha direção, ele parecia realmente impressionado.- Você me disse tantas vezes que só dormiria com alguém depois do casamento.

– Eu sei que cansei de repetir algo do tipo, mas as coisas mudaram, ou melhor Kageyama mudou as coisas.- Falo baixo, voltando a guardar as frutas nos potes.

– Mas como foi Shouyou? Já que você mudou de ideia sobre algo tão importante.- Yachi pergunta curiosa, e eu suspiro, decidido a contar.

– Pra falar a verdade, não tinha me passado pela cabeça concluir o ato até ontem, mas depois que ele disse que gosta de mim, sem ser por obrigação, sem ser pelos nossos reinos, sendo por mim, quando ele me beijou, eu apenas me entreguei.- Comento, recebendo os olhares atentos dos três presentes.- Tobio me deu segurança para querer dar um passo tão grande.

– E como ele foi? Sabe era sua primeira vez.- Oikawa pergunta curioso, e eu sorrio só com a breve lembrança.

– Ele foi perfeito, a todo instante me perguntou se estava tudo bem, se eu tinha certeza de que queria continuar, me beijou, me abraçou, foi calmo com tudo, eu me senti seguro, me senti amado, foi tudo perfeito desde o início até o fim.- Suspirei me sentindo um bobo apaixonado, talvez eu realmente estivesse.

– Até parece que foi ontem que estávamos no gramado do jardim do palácio, e eu escutava você falando que não queria se casar com o príncipe brutamontes.- Yamaguchi me abraçou apertado e eu sorri.

– As coisas realmente mudaram, e muito.- Comento feliz.- Mas agora que vocês já sabem aconteceu, me ajudem a arrumar tudo.

– Temos que apressar as coisas, já era para estarmos chegando no riacho.- Yachi termina de guardar algumas coisas com um sorriso no rosto.

– Vocês já estão prontos?- Tsukishima entra na cozinha, seguindo até o noivo.

– Só vamos terminar de pegar algumas coisas, e já podemos ir.- Oikawa diz calmo, e logo sai da cozinha, não demorou para que finalmente tudo estivesse pronto, e assim saímos de casa, prontos para um dia incrível.

                       Q •◦⊰◊⊱•◦T

Foi uma caminhada de mais ou menos uns vinte minutos até o riacho, e de fato o lugar era incrivelmente lindo, a natureza intocada era linda, a grama verdinha com focos de flores coloridas, o riacho tinha uma pequena cachoeira, e várias pedras enormes, além de muitas árvores ao seu entorno, a brisa fresquinha fazia com que meus cabelos balançassem, eu me sentia acima de tudo, bem, em partes livre.

Primeiro arrumamos o lugar onde faríamos o piquenique, forramos a grama com um pano, e deixamos nossas coisas ali, Oikawa, Iwaizumi e Yachi resolveram ficar conversando embaixo da árvore, Tadashi e Kei saíram para caminhar, e eu estava com Tobio, na beira do riacho, caminhamos de mãos dadas por um bom tempo, até eu perceber que estávamos bem perto da cachoeira.

– Vamos entrar? Yachi disse que perto a cachoeira é mais fundo, é um pouco melhor para nadar.- O moreno comenta calmo, e eu acabo ficando surpreso. 

– Só temos um problema, eu não sei nadar.- Comento baixo, e o moreno sorri.

– Não é tão fundo, e eu vou estar com você o tempo todo, podemos entrar só um pouquinho?- Aqueles olhos pidões se transformaram em minha ruína.

– Só um pouquinho, eu realmente não me sinto muito seguro.- O mais velho apenas sorri, começando a desabotoar sua camisa.

E céus como aquilo pareceu uma tortura, cada botão que ele abriu, cada pequena exposição da sua pele, tudo parecia culminar para que meu corpo esquentasse de certa forma, quando a roupa deslizou por seus braços, como podia ser tão bonito? Tobio me encarou com um sorriso bonito nos lábios, se aproximou lentamente, me puxando pela cintura, selou nossos lábios, um beijo doce e lento, suas mãos deslizaram junto as minhas até os botões da minha camisa.

Botão por botão foi aberto, e não demorou para que o tecido deslizasse por meus braços, não demorou para que estivessemos quase nus em meio a um beijo ardente, nossas calças e botas ficaram jogadas em qualquer lugar, nos separamos do beijo com alguns selinhos, e logo senti a brisa fria gelando meu corpo, Tobio se afastou um pouquinho de mim, segurando em minha mão, ele começou a entrar devagar na água, eu apenas coloquei meus pés no líquido gélido, enquanto o moreno cobriu até suas coxas com a água.

– Vem meu amor.- O moreno me chamou ao mesmo tempo que me puxava em direção a água.

– Sabe, cada vez que você me chama de amor, eu sinto que vou derreter.- Sou puxado pela cintura para mais perto do mais alto.

– Então devo te chamar mais vezes de meu amor?- O mais velho pergunta me dando um beijinho na testa.

– Por favor, eu realmente amo quando me chama assim.- Tobio sorri, e eu abraço seu pescoço, o riacho não era fundo ali, o máximo da água batia em meu umbigo.

– Vamos nos molhar direito.- O maior aponta em direção à pequena cachoeira.

– Apenas não me solte, por favor.- Começamos a andar em direção a cachoeira, e a água começou a ficar mais funda.

– Não tem porque ter medo, afinal estou com você.- Nos aproximamos da pequena cachoeira.

Devagar eu coloquei minhas mãos embaixo da água, sentindo o friozinho gostoso, Tobio entrou primeiro na água, molhando seus cabelos e todo o seu corpo, meu namorado parecia cada vez mais sensual na minha visão, eu me aproximei dele, me permitindo ser molhado pela água gelada, quando abri meus olhos, o moreno me encarava, e eu sorri, passando minhas mãos em seu peito, até estar em seu pescoço.

– Por que está me olhando desse jeito?- Pergunto baixo, estando bem pertinho ao moreno, nossos narizes se encostando suavemente.

– Quanto mais eu olho para você.- Tobio levou suas mãos ao meu rosto, acariciando minhas bochechas lentamente.- Mais certeza eu tenho de que estou totalmente apaixonado por você.

– Se você continuar falando tão docemente comigo.- Lhe dou um selinho, sorrindo.- Eu acho que vou ter que te levar pro altar, antes de voltarmos para Harutsu.

– Ultimamente você está me fazendo propostas extremamente tentadoras.- Tobio me puxa pela cintura, colando nossos peitos.

Sem responde-lo apenas o beijo, seus lábios junto aos meus faziam todo o meu corpo reagir, eu nunca pensei que um dia beijaria embaixo da água, como naqueles livros românticos que eu costumava ler, mas com uma diferença, em todos os romances que eu li, o amor deles por mais que fosse lindo, tinha aquele toque de magia, de fantasia, onde eles se apaixonavam do nada, mas que ainda sim parecia incrível, a minha história, no entanto, tem muitos baixos, e em meio a essa grande confusão que tudo se tornou, foi que eu me apaixonei.

Foi que eu descobri o que era esse sentimento tão bonito, eu me encantei por tudo em Kageyama Tobio, nunca pensei que gostaria tanto dele, eu senti quando suas mãos seguiram até minha cintura, seus dedos me apertando, enquanto o beijo se tornava cada vez mais intenso, nós saímos de baixo da água, terminando aquele doce ósculo com alguns selinhos demorados, eu realmente nunca havia pensado que me apaixonar seria tão bom.

                      Q •◦⊰◊⊱•◦T

Não sei quanto tempo havia se passado desde que todos começamos a brincar no riacho, mas no momento eu estava tomando sol, depois de brincar na água até minhas pernas doerem eu resolvi descansar um pouco enquanto Tobio resolveu ir caminhar, havia escolhido uma das pedras lisas que ainda tinha contato com a água, e me deitei sobre ela, fazia tempo que eu não pegava sol assim, e eu realmente sentia falta dos raios quentes em minha pele.

Em Harutsu, mesmo que não fossem todos os dias, eu sempre tomava sol na parte da manhã, as vezes no jardim, ou só em qualquer parte daquele vasto gramado, e desde que Tobio e sua família vieram para o nosso reino, eu fiquei bastante tempo sem ser agraciado pelos raios tão gostosos, e no momento eu me sentia extremamente bem, como o legítimo filho do sol que eu era. 

Não demorou muito para que uma enorme sombra surgisse sobre os meus olhos, eu já sabia que não era uma nuvem, e só confirmei a resposta quando senti um beijo em minha bochecha, devagar abri os meus olhos, tendo o vislumbre de Tobio sobre o meu corpo, o moreno se aproximou me dando vários beijinhos na bochecha, eu passei meus braços por seu corpo, o sentindo molhado e gelado.

– Achei que ia demorar mais.- Comento ao me sentar, ficando de frente para ele.

– Não queria ficar muito tempo longe de você.- Eu sorrio, lhe dando um selinho.

– Você está muito galanteador ultimamente, está querendo alguma coisa?- Pergunto ao me levantar, o puxando para entrar na água. 

– Só quero continuar demonstrando o quanto gosto de você.- Eu sorrio ainda mais, abraçando sua cintura.- Por acaso você não gosta?

– Pelo contrário.- Lhe dou um selinho.- Eu adoro.

– Que bom meu amor.- Ele sorriu, se jogando na água para molhar os cabelos.

– É, Tobio?- O chamo baixo, o vendo molhar Nagi na água, o lobo estava todo sujo de terra.

– Pode falar.- O moreno limpava o pelo do lobo com afinco.

– Eu posso te chamar de amor? Sabe você já me deu tantos apelidos carinhosos.- Me aproximo, começando a ajudá-lo a limpar o lobo.

– Claro que pode, você não precisava nem pedir.- O mais velho se aproximou mais, me dando um selinho.- Estamos realmente juntos agora Shouyou, não precisa me perguntar nada, apenas faça como quiser.

– Vou me lembrar disso mais tarde.- Me jogo em seus braços, sendo prontamente recebido.- Vamos comer alguma coisa?

– Vamos, eu ainda tenho que levar Nagi para correr e caçar.- O moreno comenta baixo, e eu apenas o sigo até onde os outros estavam, eu apenas queria que esses dias calmos durassem para sempre.

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