História Until The Last Step - Min Yoongi (Suga) BTS - Tremor

Meto a cabeça para dentro da porta afim de observar mais. Meu amigo está em pé perto da cama e Evie está deitada tentando se cobrir com os lençóis... mas, onde está Yoongi?

— Estou esperando! — Brandon grita totalmente transtornado.

— Br-rand... por favor... — Evie começa a chorar e as lágrimas borram a maquiagem de seus olhos.

Nesse momento, ouvimos uma porta  abrir e o coreano sai do closet, enrolado apenas em um roupão. Em seu rosto, nada mais nada menos que um feição de desprezo.

— E-ele... — Brandon gagueja nervoso — Foi com ele que você passou a noite, Evie? — pergunta a medida que sua voz se esvai.

— Não! Não é nada disso! — A morena se levanta rapidamente enquanto segura os lençóis para esconder sua nudez — É tudo um mal entendido! — Ela para de frente a Brandon que a encara como se buscasse uma resposta alternativa para tudo — confie em mim, amor. Por favor...

Eu não acredito que ela vai tentar negar tudo!

Vejo meu amigo fraquejar e sinto a raiva me consumir. Adentro o quarto a passos duros chamando a atenção de todos ali. Quando chego até a magricela, não hesito em acertá-la um tapa em seu rosto.

— Sua vadia mentirosa! — Evie leva a mão ao rosto e Brandon se segura para não ajudá-la — Como você tem a coragem de mentir de forma tão desprezível?! — Seus olhos encontram com os meus e é perceptível a sombra do ódio neles — Tudo isso que você viu aqui, Brand, é o maior circo de putaria de todas. E a sua namorada — exaclamo apontando para seu rosto vermelho — É a palhaça da noite.

— Sua ruiva de merda! — Evie me empurra — É tudo mentira! Você não pode acreditar nela, você não po...

— Para de ser sínica garota! — Berro fazendo ela parar — Olha só como você está, pelada no quarto de um cafajeste — direciono meu olhar ao coreano brevemente e encontro seu rosto risonho — Sem falar... que o prédio todo ouviu você gemendo como uma gralha, e eu também. Uma perfeita cadela no cio.

— Sua maldita... — Evie treme após falar entre dentes. Ela avança em mim com os braços erguidos prontos para me pegar. Seu rosto é raivoso e ela até se esquece de que precisa segurar o lençol, deixando seu corpo visível a todos.

— Já chega! — Yoongi rosna impaciente — vamos acabar logo com isso. Você — o coreano aponta para Brandon — Você é um corno, isso já está bem claro aqui — Lanço um olhar a meu amigo, ele treme enquanto cerra os pulsos com força — E para ser franco, te ver desse jeito é muito gratificante para mim... — O sorriso de Yoongi é sombrio — Eu não esperava te ver, a ideia inicial — Yoongi vai até o hack da televisão e pega seu celular — era te enviar tudo mais tarde. Entre tanto, não posso negar que assim foi melhor, bem melhor.

— Você é um desgraçado! Vocês dois! — Brandon finalmente fala — E sabe o que é pior, eu sou mesmo um tolo. Que você é um filha da puta, Nova Iorque inteira sabe — Ele diz a Yoongi —  agora você, por mais que eu no fundo soubesse que você não era de valer muito, eu preferi me arriscar, eu realmente acreditei que podia confiar em você... Tudo por uma paixão infantil de merda! — Evie volta a chorar, agora com mais intensidade, a morena soluça diversas vezes, enquanto Brandon a olha impiedosamente — Eu vou embora...

O italiano se vira para sair mais Evie o agarra com força. Eu apenas decido assistir a cena deprimente enquanto suporto meu próprio sentimento ruim no peito.

— Por favor não faz isso... Eu juro que eu vou mudar... Eu juro. Não me deixe por favor, eu te amo! — Evie implora entre choro.

— Cala boca! — O loiro agarra o ombro da mais baixa — Você não ama ninguém, além de me trair tinha que pedir para me chamarem, não é? Tinha que me arrastar para essa lama, só para me humilhar mais! Eu te odeio mais por isso.

Espera. Sinto minha mente ferver ao perceber tudo. Brandon não era para estar aqui, chamar meu amigo só serviu para que Yoongi risse mais de sua cara, e só agora eu me atento a isso.

— E você está enganado, de novo — Yoongi se escora na parede atrás de si e cruza os braços — Não foi a McCoy que te chamou aqui... posso te garantir que ela estava ocupada demais para isso.

O rosto de Brandon empalidece e fica tomado pela confusão.

— Então foi você... — O italiano afirma para Yoongi.

— Errado de novo — Yoongi acena negativamente com a cabeça — Estou sem meu celular desde ontem — Brandon se confunde ainda mais, ele larga os ombros de Evie e para no espaço vazio entre todos nós — Você não deve agradecer sua participação nesse 𝒆𝒔𝒑𝒆𝒕𝒂́𝒄𝒖𝒍𝒐 a nós dois. Mas sim a sua queridíssima amiga, Elisabeth. Ela era a única que tinha um celular, a única que estava aqui ouvindo tudo.

Sinto meu corpo travar assim que Brandon me lança um olhar de desapontamento.

— Brand, eu posso explicar... — Digo nervosa.

Brandon balança a cabeça e vai em direção a porta. Eu tento segurá-lo mas ele se desvencilha de mim. Quando chegamos na escada eu passo para sua frente impedindo que desça mais algum degral.

— Você planejou isso não foi? — Seus olhos estão molhados e me encaram de uma forma que faz meu peito doer — Não aguentou sofrer sozinha e tinha que me trazer para cá, para ser humilhada junto com você!

—Não, Brand! Por Deus, não! — levo as mãos ao topo da cabeça em completo desespero — Eu apenas queria que você não fosse mais enganado, fiquei com medo de que só de eu te falar, você não fosse acreditar... Foi só por isso!

— Por favor Elisa, cala a boca. Eu não consigo te ouvir falar! — Ele esbarra em meu corpo e desce as escadas com pressa.

— Brandon, não foi eu quem te traí! — Grito fazendo-o parar de andar — Deveria me agradecer e estar feliz por eu te aberto seus olhos!

— Agora tenho certeza de que você está feliz com isso tudo. Conseguiu o que sempre quis, minha separação, humilhar Evie, só esqueceu da parte de que eu sou humano, e estou sofrendo com isso — Ele me encara. Sua fala me faz questionar se o que eu fiz foi o mais prudente. Brandon tem razão, eu não gostaria de descobrir dessa forma também. Acho que me emolguei com a oportunidade de ver Evie constrangida,  e não me importei com o resto — apenas não comemore muito. Afinal, eu não sou o único que foi presenteado com um par de chifres.

Meu amigo vira as costas e sai do apartamento sem olhar para trás. Fico parada em pé na escada assimilando tudo que houve nos últimos minutos. Eu fui imatura, mas ao mesmo tempo, eu só quis ajudar meu amigo. Infelizmente ele não viu dessa forma. Yoongi conseguiu, ele conseguiu atacar nós dois, só que ainda não acabou, vou fazê-lo ouvir minha coisa ainda.
Subo as escadas e encontro Yoongi em pé olhando pela janela enorme do quarto. Evie não está em lugar nenhum, suponho que tenha entrado no banheiro. Sem hesitar, avanço no mais velho que por fim percebe minha presença ali.

— Você fez de propósito! — Grito exalando raiva.

— E você não? Brandon não fazia nem ideia de onde eu moro, curioso ele aparecer aqui do nada, não acha? — Ele esboça um sorriso simples e eu me seguro para não socá-lo.

— Está se vingando de mim, como disse que faria. Só não esperava que fosse tão baixo!

— Assim como você — Yoongi muda sua feição, ficando totalmente sério, ele descruza os braços e se aproxima, me portando — Ou armou esse showzinho todo no meu quarto para quê? Você não pode me julgar, Porter. É igualzinha a mim. Não hesitou um segundo sequer para se vingar da garota que roubou seu amigo — Ele grita seu olhar em mim e sinto meu corpo fraquejar em raiva — Agora sai do meu quarto. Eu preciso descansar, se é que me entende — O coreano se afasta mas eu continuo parada. 

— Eu me demito... — sussuro.

— O quê? — Lanço um olhar para ele que parece perplexo.

— Acha que eu vou continuar aqui depois de hoje? Não, muito obrigado.

— Okay — Ele fica sério novamente — Mas eu prefiro que você vá para casa e tire esse fim de semana para pensar. Não há motivos para você se chatear por hoje, afinal, como você mesma disse, não temos nada...

— Exatamente... Não temos nada...


                                     ~♧~

Faz duas semana desde o ocorrido na casa de Yoongi. Além de ser um evento minimamente traumático, o dia em que pegamos os dois acarretou em diversas outras coisas.
Começando pelo óbvio, Brandon terminou com a Evie, e infelizmente, ele decidiu seguir em "carreira solo", sem namorada e sem mim também. Um dia depois da confusão, após passar o dia, a tarde, a noite e até a madrugada toda ligando para Brandon, decidi na manhã seguinte ir pessoalmente até ele. Eu só não esperava que nem na casa dele eu não fosse encontrá-lo.

~ "
— Senhorita Lisie! — Marvin o mordomo da casa diz ao me receber na porta — posso ajudar?

— Marvin eu preciso urgente falar com Brandon, aconteceu algumas coisas e eu preciso me explicar... Eu posso entrar e falar com ele? — Digo sem respirar, ansiosa demais para fazer tal coisa.

— A senhorita não soube? — seu rosto e um misto de confusão e curiosidade.

— Soube de quê?

— O jovem Paolinni viajou, foi para a Itália junto a uma tia que estava de passagem por aqui. Foi ontem mesmo.

— Para a Itália... — repito totalmente confusa — Mas não é possível, eu estava com ele ontem de manhã! — altero a voz a medida que fico mais afoita. Brandon não pode ter ido embora.

— Eu não sei o que houve, senhorita. Mas o jovem patrão estava decidido quando comprou a passagem pela tarde, ele decolou de noite.

— E quando ele volto? — Pergunto já sentindo minha garganta fechar.

— Madame, ele não volta.     " ~

Naquele dia eu perdi meu amigo, o pior é que pode ser para sempre. Tentei diversas vezes entrar em contato com Brandon pelas redes sociais que ele tinha, mas tudo em vão. Saber disso me deixou em pânico total. Mas minha mãe me acalmou, me fazendo perceber que Brandon precisava desse tempo sozinho, então eu decidi respeitar isso.
Quanto a Yoongi, eu decidi não sair do emprego, mas também não olhar mais para ele. Naquela casa eu sou só mais uma empregada, nada mais que isso.

— Lisie? — Justin bate na porta e depois coloca a cabeça para dentro do quarto — está afim de ir comigo no Seven Eleven? Sua mãe não soube explicar muito bem onde fica... — seu sorriso ilumina seu rosto e sinto que não há como negar.

— Claro, o vai comprar? — abaixo a tela do notebook.

— Algumas coisas que vou precisar na casa nova.

— Já encontrou uma casa? — Pergunto curiosa.


— Sim! — Ele entra no quarto animado — Um apartamento pequeno há umas quadras daqui. Também já recebi minha carta de transferência para o departamento de Polícia daqui, logo vou começar a trabalhar!

— Excelente! Fico feliz por você — pronuncio com sinceridade.

— Então? Vamos?

— Vamos.

Saímos de casa após nos agasalharmos devidamente, está um gelo na cidade. Lembro-me de olhar a previsão mais cedo e ver que o dia encerraria com quase 5°, logo estará nevando, que ótimo! O inverno é bonito no primeiro dia, somente e para turistas. Para quem precisa conviver com a estação no dia a dia enfrenta um caos! As ruas ficam escorregadias, o metrô atrasada, a cidade fica mau humorada, e quando a neve derrete tudo fica só lama, sem falar do frio cortante que parece ser interminável, é um horror! Se um dia alguém perguntar a um novaiorquino se o inverno é bom, certeza que esse alguém vai levar uma resposta atravessada.
Durante os primeiros minutos andamos em silêncio. As coisas ficarem meio constragendoras depois do dia que Yoongi apareceu em casa, isso me faz pensar que todo lugar que esse cara vai, sempre acontece alguma coisa. Reviro os com esse pensamento.
Justin recolhe as mãos dentro dos bolsos do agasalho marrom e não desvia o olhar de sua frente, enquanto eu, revezo o olhar entre o chão e o horizonte, passamos por dois jovens sentados em um banco, ambos mexendo em seus celulares e me pergunto quão malucos eles devem ser por estar fazendo isso em meio a rua. Viramos a esquina a passos rápidos. Estou doida para chegar no Seven e ficar parada horas em frente aos aquecedores da loja. Estamos há dois quarteirões da conveniência quando escuto algo atrás de nós. Viro meu corpo rapidamente e meus olhos encontram uma figura de preto andando a poucos metros de nossos corpos. Viro me para frente já sentindo algo estranho no peito. Por que sinto que esse cara andando atrás de nós não é uma coisa boa?
Após mais alguns metros eu olho novamente para nossas costas, o cara continua lá. De repente sou tomada pela mesma sensação que tive no metrô. Fazia algum tempo que não tinha esse sentimento, até cheguei a pensar que nunca mais voltaria a sentir, mas agora tenho uma convicção. Esse cara está nos perseguindo.

— Just... — Sussurro baixo.

— Hum? — Ele me olha com atenção.

— Disfarça. Tem um homem atrás de nós, acho que ele está nos seguindo...

Juntin imediatamente endireita a postura. O rapaz alto retira a canhota do bolso e segura minha mão.

— Vamos nos certificar. Confie em mim.

Justin me puxa da calçada e nós atravessamos a rua com pressa. Minha suspeita se confirma quando o homem de preto também atravessa a rua e continua a nós perseguir.

— Ele atravessou também — Digo já nervosa.

— Fica calma. Vamos despistá-lo, deve ser algum ladrão de celulares...

— Justin, eu tenho quase certeza de que ele não é um ladrão — Digo com os olhos fixos a minha frente.

— Como sabe? — Seus rosto confuso me encara.

— Se ele quisesse apenas celulares, teria pego os dois jovens que passamos lá atrás, os que estavam sentados  no banco.

— Então, o que ele quer? — Just vira um pouco a cabeça para olhar para o homem.

Não respondo. Damos mais alguns passos quando Justin me puxa para um beco. Encaro o mais alto confusa e ele pede para que eu confie nele. Como esperávamos, o homem aparece logo depois de nós. Continuamos a caminhar até que Justin larga a minha mão, agarra uma lixeira e joga no homem que se encolhe atrás dos braços para se proteger.

— Vai! Corre! — Justin abana os braços e corre logo atrás de mim.

Fico perdida em meio aos becos, sem ideia de que lado ir. Preciso chegar a alguma avenida, em meio a pessoas sei que estaremos seguros.

— Não para! Vamos logo! — O moreno segura minha mão e me puxa com certa força.

Nesse meio tempo olho para nossas costas, o homem corre atrás de nós, mas dessa vez falando no telefone. Me concentro em correr junto a Justin que novamente me puxa para outro beco nesse labirinto de prédios, afim de despistar o homem.

— Faz alguma coisa, Just. Você é policial! — Exclamo afoita.

— Não tem o que eu fazer, deixei o celular, minha arma e o distintivo em casa! — Ele respondo ainda mais nervoso.

Mais uma vez meu corpo é puxado, mas dessa vez para trás de uma caçamba de lixo. Ali nos abaixamos e tentamos nos esquecer do homem. Justin pede para que eu fique em silêncio e juntos vemos o homem passar, mas dessa vez acompanhado.

— Eles vieram por aqui, tenho certeza! — um deles diz em alto tom.

— Não podemos perder a garota! Joker quer a menina hoje...

Sinto meu corpo inteiro tremer. Quem é joker? O quê ele quer comigo? Por que estão me perseguindo?
Não escutamos mais barulhos e então vejo Summers respirar aliviado. Minha mente borbulha em terror e fico imaginando o que aconteceria se eles me pegassem. Cubro a cabeça com as mãos tentando conter todo o medo que circula em minhas veias, fanzedo de tudo para controlar minha respiração.

— Vamos sair daqui... — Justin sussura para que somente eu o escute.

Ele segura minha mão e nos erguemos com toda cautela. Mas quando saímos de trás da caçamba, alguém ataca Justin com um soco no rosto, o que faz o moreno cair no chão, enquanto braços enormes circulam meu corpo me prendendo em um aperto.

— Finalmente a pegamos!

Agora já era. É o fim. O que esses homens farão comigo? O quê eu fiz de errado? Pelo amor de Deus, alguém me ajude...