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História Until The Last Step - Min Yoongi (Suga) BTS - A Complicated Day


Escrita por: Helodora e Amarantho_Dreamer

Notas do Autor


Oi leitores!!!
Tudo bom com vcs?

Creio que desse cap em diante não muda muita coisa, apenas detalhes e colocações que achei mais legais ksksks enfim, aproveitem!

CAPÍTULO REVISADO

Capítulo 5 - A Complicated Day


Fanfic / Fanfiction Until The Last Step - Min Yoongi (Suga) BTS - A Complicated Day

Nosso almoço segue com o clima estranho, depois de finalizar a conversa, meus companheiros continuam em silêncio. Brandon as vezes me direciona olhares mas quando correspondo ele desvia. Não gosto dele assim, está chateado, só não sei o porquê. Sei que deveria ter contado mas apenas não fiz por falta de tempo, iria contar hoje na loja.

Ainda pensando, me pergunto por que aparentemente todas as meninas tem certo interesse naquele cara. Ou melhor, me pergunto por que todos acharam que eu tinha ficado com ele, será que Yoon é daquele tipo pegador universitário? E Melissa? Por que diria que é sua namorada se pela forma que Jo falou parece o contrário?

— Sei que já encerrei o assunto mas, qual é da Melissa com o Yoongi? Ela pareceu maluca quando veio falar comigo. — Pergunto e logo dou um gole no chá. — Eles namoraram é isso?

— Não, Melissa é fissurada no Yoongi desde que o conheceu. Eles tiveram alguma coisa é claro, mas aparentemente significou mais para ela do que para ele. — Jo revira os olhos rapidamente.

— Como se conheceram se ela também é caloura? — Felícia leva o pedaço de tomate da sua salada até a boca.

— Por causa da irmã dela, Megan Young, ela estuda com o Yoongi.

— Então ela apresentou os dois? — questiono encarando a mais alta com curiosidade. Por quê estou tão interessada?

— Tecnicamente, Megan ficou com o Yoongi também, um pouco antes da Melissa. Mas com ela foi só uma vez, enquando com a Mel foram alguns meses. —  Joana responde apoiando a cabeça na mão direita. — Eles se conheceram em uma festa que a Megan fez na casa delas, e de lá começaram a se relacionar. Mas como já devem adivinhar, o garotão não curte compromissos. Mel até tentou prolongar a coisa, mas não deu certo. —  Joana ri minimamente maneiando a cabeça negativamente mais uma vez. Contando a história, ela parece um pouco decepcionada. — Ela deve ter se apaixonado. — seus ombros sobem e descem.

Agora, tudo faz um pouco mais de sentido na minha cabeça. Melissa provavelmente continua apaixonada pelo moreno arrogante, o que eu não sei se é boa coisa, sendo ele quem é. Talvez seja por isso que é tão machucada e possessiva com esse sentimento.

— Por isso ela ficou chateada comigo. — suspiro olhando o nada enquanto minha mão segura o garfo de metal entre os dedos.

— Ela faz aquela ceninha com todas que se aproximam do cara, acho que ela pensa que amedronta alguém. — Joana gargalha baixo e Felícia acompanha do outro lado da mesa.

— Como sabe de tudo isso? — Fels se apoia sobre o braço direito para se aproximar da garota alta.

— Digamos que meu irmão é do tipo curioso — Joana sorri orgulhosa —, e ele me conta tudo, então... sei dos maiores podres da Columbia, até mesmo dos nomes de quem tentou algo com Yoongi e a Mel foi atrás.

— Por ele, eu até arriscaria levar uma prensa da Melissa... — Felícia solta com um sorriso malicioso nos lábios levando a mim e a Joana rirmos de suas palavras. Brandon por outro lado, apenas entorta a boca e o nariz.

— Que tolice, esse cara é só mais um babaca que gosta de tirar proveito do sentimento de moças inocentes. Ele é um idiota.

Encaramos Brandon por instantes. Seu rosto está fechado e ele parece mais incomodado com o assunto do que deveria.

— Calma amiguinho, nós sabemos que Yoongi é um babaca, mas comentar sobre ele não mata ninguém. – Joana responde com um sorriso ameno nos lábios bem delimitados pelo batom vermelho.

Brandon se escora na poltrona e começa a dedilhar a mesa, eu o conheço bem para saber que está desconfortável. Agora, por qual motivo?

As meninas continuam conversando, falam sobre como Yoongi é bonito e listam o que acreditam ser suas melhores qualidades. A esse ponto Brandon já está de fones de ouvido, ccomo volume tão alto que eu, que estou de frente para ele, consigo ouvir sua música. Se ele está incomodado, não serei eu quem irá obrigá-lo a ouvir o que Joana e Felícia tanto falam. Que ele continue assim.

E então, me pego pensando na noite passada. Yoongi não me parecia ter todas as qualidades que as meninas tanto falam ontem, pelo contrário, ele foi rude e grosseiro a noite toda. Será que elas conhecem esse lado dele?

De tanto pensar nisso, recordo-me de que Ellen havia dito que Yoongi vem sempre aqui. Em um pulo, olho ao redor para ver se o encontro. Não seria nada legal se ele estivesse aqui, ainda mais ter ouvido nossa conversa. Acabo por não encontrá-lo e isso me acalma.

— Procurando alguém, Lisie? — A voz de Joana me chama a atenção.

— Não, não... — Repondo rápido e ela me encara com a sobrancelha erguida — Na verdade, sim. Estou procurando Ellen para pedir a conta — Minto.

— Ali está ela. — Felícia aponta o indicador para a mulher que caminha entre o salão e logo depois a chama.

Após pedirmos a conta, cada um paga sua refeição. Saímos do restaurante e na calçada, nos despedimos, combinando de almoçarmos juntos novamente no dia seguinte. Brandon e eu seguimos até o ponto de ônibus para irmos á loja. Ele continua calado então decidi puxar assunto.

— E então? Gostou da comida?

— Sim, realmente é muito boa. Queria ter conhecido antes... — O loiro não me olha, apenas solta as palavras e guarda ambas as mãos nos bolsos da jaqueta jeans clara.

Aceno com a cabeça. Nosso assunto mal tinha começado e já havia terminado. O quê me incomoda.

No ponto de ônibus não trocamos palavras, Brandon apenas se mantém ao meu lado, e quando mais algumas pessoas aparecem, ele retira a destra do bolso e agarra a minha. Algo que era costume dele quando estávamos rodeados de muitas pessoas. Não demora muito para coletivo chegar e, quando entramos, Brandon me encaminha até que sente no banco da janela e ele no do corredor.

— Lisie, não aconteceu nada mesmo entre você e o babacão né? — Sua fala repentina me faz encará-lo rápido. Seu rosto está sério e um tanto distante.

— Não Brandon, ele apenas dormiu num colchonete em casa. Eu não sabia que ele era famoso desse jeito. — Respondo entre ironia e um sorriso.

— Que bom. Sabe que para ele você só seria mais uma, não sabe?

Não respondo, apenas foto o rosto e me foco na cidade que passa pela janela do ônibus. Não levei Yoongi para casa com essa intenção, acredito que ele também sentiu o mesmo, ou se não, teria tentado algo, principalmente enquanto eu estivesse dormindo.

— Lisie, te conheço há 11 anos, eu me preocupo com você! Já pensou se você fica falada? Sabe que esse pessoal pode ser duro com garotas. — Ele suspira e olha para frente — Além disso, não quero você magoada.

Brandon passa a destra por seus cabelos loiros e depois deita em meu ombro, o que eu sei que é desconfortável para ele, já que é muito mais alto que eu, mas ele sempre faz.

— Eu sei, obrigado por se preocupar — Selo o topo de sua cabeça.

— Outra coisa, como fez para seus pais deixarem? — Seu corpo desencosta de meu ombro apenas para me olhar.

— Não deixaram, na verdade eles nem viram.

Depois de contar como fiz para esconder Yoongi e escutar que era para eu nunca mais levar estranhos para minha casa, que apesar de minha boa intenção, Yoongi podia ser um pirado, chegamos na rua da loja e nos preparamos para desembarcar.

— Ele nem ao menos agradeceu?

—  Não, apenas pediu para eu não contar para ninguém o que havia acontecido. — Dou de ombros.

— Que grosseiro! — Suas orbes se reviram — Ele não poderia ser mais mal agradecido.

Meu amigo caminha ao meu lado resmungando de cara fechada, falando o quanto pode sobre Yoongi ser mau educado. Brandon é fofo quando está bravo, as vezes eu o irritava de propósito para vê-lo vermelho de raiva. Mesmo assim, ele sempre foi carinhoso comigo. Sempre se preocupou, assim como está fazendo agora.

Após chegarmos a frente da loja, Brandon abre a porta de pinho antiga e o sininho toca.

— Buongiorno figli miei! — Exclama o Sr. Paolini que tira as medidas de um cliente.

— Buongiorno nonno! — Um sorriso esplêndido nasce na cara de Brand. Tanto que nem parece que estava irritado a poucos segundos.

— Buongiorno Sr. Paolinni. — Digo timidamente entre um sorriso sem jeito.

Trocar frases em italiano é normal entre os dois. Desde que me lembro de pisar na Paolinni's eu tive contato com essa língua tão melódica. Mas infelizmente, isso não foi suficiente para que eu soubesse mais do que bom dia, boa tarde e boa noite. Cômico.

— Apressem-se crianças, temos um dia cheio de provas pela frente — O alfinete que a pouco estava entre os dentes do senhor italiano, agora é usado para prender alguns montes de sobras de tecido que se acumulam no ombro do cliente que ele atende.

Confirmamos juntos e Brandon me puxa para a traseira da loja, rumando até uma pequena sala que utilizamos como vestiário. Na porta, meu amigo estica o braço, indicando para que eu vá primeiro me trocar. Em agradecimento, finjo reverenciá-lo, de maneira dramática e teatral, o que arranca um sorriso mínimo do loiro alto de olhos celestes.

Poucos minutos se passam até que eu feche o último botão da camisa de linho branca e endireite o crachá dourado com meu nome talhado em uma linda caligrafia. Ajeito o cabelo, passo as mãos na saia tubinho preta e em um última olhada no espelho, checo se tudo está certo, e então saio da saleta, dando espaço para Paolinni passar e se arrumar também. Aproveito esse meio tempo e calço os pequenos saltos pretos que meu chefe insiste em pedir para que eu lustre, o que eu faço de bom grado, afinal, eles ficam ainda mais lindos. Ao encaixar o pé no sapato, a porta abre atrás de mim e Brand sai, tão atrapalhado que mal consegue alinhar a gravata borboleta que faz parte de seu uniforme. Ele me direciona um olhar suplicante e, em meio a sorrisos, vou até seu encontro parar arrumá-lo corretamente.

Já prontos, voltamos para o salão bem decorado da loja. Brand caminha a minha frente e se direciona a um senhor que está sentado em uma das poltronas de couro café, esperando para ser atendido. Quanto a mim, caminho a passos rápidos até o balcão claro para atender um homem que está escorado nele.

— Em quê posso ajudá-lo, senhor? — Seu olhar gruda em meu rosto e não desvia por nada. Um sorriso nasce no rosto bem barbeado até que ele resolve falar.

— Tenho uma encomenda, este é meu número de pedido. — O homem desliza o pequeno papel pela madeira do balcão e eu pego em prontidão, logo depois buscando no sistema o tal número.

— Certo, vou pegar para o senhor, por favor me espere aqui. — Peço ainda com os olhos grudados no monitor do computador, afim de encontrar em qual prateleira está o pedido. Quando acho, vou até o depósito e encontro o pedido bem embrulhado em um plástico específico. Volto até o homem, e, delicadamente, ponho o paletó sobre a bancada — Aqui  está seu pedido senhor, espero que esteja de seu agrado. — Sorrio e giro meu corpo para o computador, para dar baixa no inventário da loja.

— Desculpe senhorita, mas acredito que o tecido esteja danificado. — O homem pronuncia com o rosto contorcido.

— Como? — Digo assustada de volta. O cliente então abre mais o plástico de proteção e colocando a mão pela saída da manga, sobe até o ombro direito, onde com um dedo, me mostra o pequeno buraco no tecido. As linhas estão revoltas, o que não deveria acontecer, deixando o tecido com a aparência de rasgado.

— Eu sinto muitíssimo por esse inconveniente, senhor — Meus dedos vão em automático até meus lábios, empurrando-os para dentro de minha boca para que eu possa mordiscá-los. Coisa que faço quando estou nervosa.

— Agora, diga-me, o que fará por mim para me ressarcir? — Seu olhar continua cravado no meu, e por mais que ele devesse estar estressado, o homem faz o contrário. Ele sorri. Um sorriso estranho e tenebroso.

— Falarei com o Senhor Paolinni. Certamente ele resolverá isso —

Respondo séria, já incomodada com o jeito que este cliente está agindo. E para aumentar mais isso, o mais velho abaixa a cabeça, rindo baixo com um tom assustador na voz. Ele abana a cabeça positivamente, passando a língua pelos lábios enquanto ergue o braço direito, sinalizando que eu posso sair.

Então, ainda com o rosto tencionado, afasto-me do homem e vou atrás de meu chefe para que ele possa nos dar uma solução. Passando os olhos pelo salão imenso, não encontro nenhum sinal do velinho baixo, apenas Brandon,  que está dentro de uma das cabines do provador, ajoelhado sobre o chão para medir as pernas de outro cliente. Me aproximo, abaixando o corpo  levemente para tocar o ombro do meu amigo, que foca em mim instantaneamente.

— Com licença, senhores — Digo aos dois com um sorriso simpático — Brandon poderia vir comigo, estou com um probleminha com o cliente. — Aponto para trás e Brandon inclina o corpo para trás para conseguir ver de quem eu estava falando.

— Claro, vai na frente, já encontro você. — responde com um meio sorriso.

— Está bem, obrigado — retribuo — Desculpe o incômodo senhor. — Peço  reverenciando o cliente que me responde com um aceno e um "tudo bem".

Ao voltar perante a presença do cliente estranho, deixo escapar um suspiro nervoso, não envitando encolher o corpo quando percebo seu olhar acompanhando cada passo meu com uma atenção fervorosa nos olhos grandes e um sorriso ladino nos lábios finos. Ele está começando a me irritar.

— O gerente já está a caminho. Logo resolvermos tudo. — as palavras saem secamente, deslizando de forma áspera pela minha língua. Não posso evitar. Esse homem está me constrangendo de uma forma terrível a cada olhada que ele direciona ao meu rosto e corpo.

— Acho que não precisava — Põe a destra no bolso do paletó, desviando de mim por milésimos de segundos para minha alegria — podíamos resolver entre nós, já que 𝒗𝒐𝒄𝒆̂ danificou meu paletó.

Espera, quê?

— Senhor... — Digo entre dentes — O paletó está muito bem embrulhado. Eu apenas o trouxe do depósito para cá, não teria como eu tê-lo danificado. — A cada palavra que eu dito, meu nervosismo aumenta. Me deixando completamente irada.

— Exato. Você trouxe, responsabilidade sua — Ele apoia o corpo na bancada, se aproximando mais de mim, deixando transbordar dentro de mim uma sensação de asco.

— Não entendo onde o senhor que ch...

— Algum problema? — Minha fala exasperada é interrompida por Brandon, que chega até nos, apoiando a mão no ombro do cliente.

— Ah, você é o gerente? — O sorriso que residia na face tenebroso só homem, some.

— Sim senhor, Brandon Paolinni, ao seu dispor. — Como o bom cavalheiro que é, Brand estende a mão para cumprimentar o homem que não hesita em agarrá-la.

— Jason Borrow. — a voz rouca dele pronuncia o nome — Bom, estou com um problema com a manga do meu paletó, como pode ver, está rasgada.

Ele finaliza a frase voltando a me encarar, como uma criança birrenta. Cruzo meus braços na altura no peito e volto a mmordiscar minha pele, dessa vez, a do interior de minhas bochechas. Sempre aturei atitudes irritantes de certos clientes exibidos e metidos, mantendo a calma e agindo da melhor forma, mas esse realmente está me tirando do sério.

— Podemos consertar, ou se o senhor preferir, trocamos por outra peça —  Brandon exibe sua simpatia com um sorriso caloroso. Como ele consegue?

— Interessante — os dedos de Jason alisa o queixo por instantes — Acho que vou preferir outro. Poderia tirar minhas medidas?

— Claro, senhor — Brandon diz animadamente, fazendo eu engolir em seco a vontade de mandar esse homem para o raio que o parta — Eu apenas preciso que me aguarde um pouco, tenho um cliente me esperando para finalizar — Brandon une as mãos em prece.

— Estou com um pouco de pressa, que tal sua funcionária fazer o serviço? — Ele maneia a cabeça.

Brandon dirige o olhar para mim em súplica. Tento negar, mas não posso, afinal, é meu trabalho.

— Poderia fazer isso para mim? — Sussura meu amigo. Não há outra opção, cliente é cliente. Terei que engolí-lo por mais um tempo.

— Claro — Solto rapidamente, fazendo força sobre humana para não revirar os olhos — me acompanhe senhor. — Brandon comprime os lábios antes de se afastar e Jason me segue como um carrasco pronto para cortar minha cabeça.

Nos dirijimos até um dos provadores. Puxo sem delicadeza alguma a cortina de camurça vermelha e Jason adentra a cabine, logo depois eu. Com pressa, pego a fita métrica em uma caixinha que fica em uma prateleira na lateral da cabine. O homem fica de costas para mim, mas pelo reflexo do longo espelho, consigo ver seu sorriso ascoso.

— Pode esticar os braços, por favor — Peço sem nenhuma delicadeza.

—  Claro — O homem abre os braços, e então eu ligo de um braço ao outro a fita, em seguida marcando na palma da mão a metragem. Prestes a guardar a fita, Jason chama minha atenção — Acho que vou querer um calça também.

Suspiro pesadamente.

— Claro.

Me ajoelho no carpete, sentindo o tecido grosso roçar duramente meus joelhos. Quando estico a fita, Jason, que antes estava de costas, vira o corpo para mim, me assustando brevemente. Mais um suspiro é solto por meus pulmões e então eu me forço a terminar logo de medir as pernas desse imbecil.

— Vê-la nessa posição não é saudável para nós dois. — Sua voz engrossa, cessando meu movimento e até mesmo minha mente — Adoraria que estivesse nessa posição em meu quarto, medindo que sabe... outra coisa — Jason sussura a última parte, levando a destra até minha cabeça para acariciá-la. Porém, antes que me toque, estapeio sua mão levantando meu corpo completamente assustada, enquanto o homem me olha de cima a baixo. Não consigo dizer nada, apenas sinto o horror percorrer cada centímetro de minhas veias. Com passos dados para trás, saio da cabine, tropeçando em meus saltos, até que avisto meu chefe.

— Senhor Paolinni! O cl...

— Jason Borrow, meu amigo! —  A voz acalorada do velhinho interrompe a minha trêmula — Como está o melhor crítico de alfaiataria que conheço?

Crítico?...

— Paolinni! É sempre bom revê-lo. — A voz de Jason ressoa atrás de mim.

— Já pegou seu paletó? Eu mesmo fiz exclusivamente para você! — Sr. Paolinni exclama animadamente unindo as mãos.

— Tivemos alguns problemas, já solucionados, não se preocupe. — Jason explica ao ver o rosto confuso do italiano. O homem põe a mão em meu ombro, trazendo uma onda congelante que petrifica desde as pontas se meus pés até o topo da cabeça — Estou encomendando outro, um terno completo dessa vez.

— Que bom, não vou atrapalha-los! Lisie querida, pode continuar. — Meu chefe aperta minha mão carinhosamente, com um olhar ingênuo e alheio a toda confusão que meu rosto transpaça — O deixo nas mãos da minha funcionária mais querida! — Ele sorri gentilmente para mim após se direcionar ao homem asqueroso nas minhas costas, partindo para longe em seguida.

— Vamos, terminar logo isso, huh? — Ele aperta meu ombro ao sussurrar em meu ouvido e eu o empurro para longe,  arrastando os pés para voltar à cabine.

Agora, preparada para qualquer coisa. Se ele tentar algo, não vou hesitar em socá-lo.

—  Acho que não deve comentar com ninguém pequena, afinal, sou eu que consigo clientes para o velho. Se eu me irritar, essa loja afunda e você perde seu emprego. — A tranquilidade com que ele dita as palavras enrijesse meu corpo todo.

— Apenas fique longe de mim...

O homem ri nasalmente e não diz mais nada. Termino de medí-lo o mais rápido possível e saio correndo para longe dele. Anoto tudo na nota de pedido, e Jason surge logo em seguida.

— Escolha o tecido com o Brandon, ele vai lhe ajudar.

Praticamente jogo o papel e lhe dou as costas, saindo apressadamente para o banheiro que fica nos fundos da loja. Minha vontade é de gritar. De arrancar fio por fio todos os meus cabelos. Que tremendo filho da puta. O pior é me sentir encurralada. Se ele realmente cumprir o que disse? Não posso prejudicar alguém tão importante como o senhor Paolinni. Apenas queria voltar lá e contar para todos o quão desgraçado esse homem é, mas infelizmente, essa dor fica somente para mim. Lavo meu rosto na pia e respiro fundo afim de me acalmar, não quero sair deste banheiro, mas se eu não for, Brandon vai desconfiar. Não posso correr o risco de dar com a língua nos dentes. Do jeito que Brandon é, ele provavelmente cobraria explicações daquele monstro, e então, tudo estará arruinado. Cansada e com falta de ar, ajeito o cabelo, fazendo um coque bem apertado, livrando todos os fios do meu rosto, me dando a sensação de mais calma. E, quando sinto que estou melhor, empurro a porta e volto para meu balcão. Passo os olhos ligeiramente e não encontro mais o homem, torço para ter ido embora.

— Lisie, olha que tecid... — Brandon começa a falar, se aproximando mais enquanto trás nas mãos dois ed - Est pano. Mas para assim que seus olhos encontram os meus — Está tudo bem? Você está pálida.

— Sério? — Finjo uma risada que acaba arranhando minha garganta de maneira incômoda  —  Minha pressão deve ter caído. — Minto.

— Precisamos parar de almoçar hambúrguer — Ele explana sorrindo naturalmente, como se a atmosfera fosse a mais límpida e pura.

— Tem toda razão... — confirmo, para que o assunto se encerre aqui e que a culpa de eu estar de cara branca seja do probre hambúrguer.

A tarde passa e logo fechamos a loja, Brandon me abraça ao se despedir e diz que vai me mandar mensagem. Saio rumo a estação de metrô, ainda atônita com o que aconteceu hoje, nunca havia passado por tal situação. Aproveito o tempo no metrô e choro um pouquinho, queria tirar aquele sentimento ruim do meu coração.

Chegando no Rock's cumprimento meu chefe e seu filho e vou fazer meu trabalho. Não consigo me animar com nada, nem com a caixa de chocolate que Joe trouxe hoje para mim. Eu precisava contar para alguém.

Escuto o sino da porta e vejo a última pessoa que esperava ver essa noite. Yoongi passa por Joe que o encarava e senta duas mesas a frente. Pego o cardápio e levo até a sua mesa.

— Bem vindo ao Rock's, fique a vontade e me chame quando quiser pedir. — Digo de maneira fria e volto para o balcão. Yoon olha rapidamente o menu e me chama logo em seguida.

— Eu vou querer uma caneca de cerveja e fritas com bacon. — Seus olhos estão fixos no lado de fora através da janela. Algumas das marcas ainda estão presentes no rosto bem esculpido, o que me causa arrepios.

— Okay, já trago para você, senhor. — Mais uma vez friamente, o que faz Yoongi me encarar e franzir o cenho.

Vou até a cozinha e entrego o pedido, assim que Tony enche a caneca levo a mesma até Min.

— Posso perguntar o que você tem?

— Desculpe?

— Sei lá, está diferente. — Ele estala a língua no céu da boca, com as orbes presas às minhas.

— Min Yoongi, você nem me conhece, como pode saber que estou diferente?

—  Por quê do pouco que vi você, eu já percebi que você fala pelos cotovelos, é irônica e sorri entre as frases que saem da sua boca.

— Observou isso em apenas um dia?

— Elisie, eu não te conheço há um dia.

— Ah é verdade, conhece há uma semana. — Reviro os olhos. Yoongi ri e baixa a cabeça.

— Sinto que é suficiente para saber que você não está bem. — Ele volta a me encarar, dessa vez de um jeito mais profundo. — Certeza que não quer sentar e conversar? Eu sei guardar segredos...

Olho ao redor, o restaurante está vazio e eu preciso falar com alguém, não alguém esnobe como Yoongi, mas na falta de alguém mais capacitado, vai ele mesmo. Puxo a cadeira e me acomodo de frente para ele.

— Então, me diz. Terminou com seu namorado careta?

— Namorado? De quem você está falando?

—  Do bobão virado a europeu do departamento de Economia.

— Brandon? Ele não é meu namorado e não é um bobão — bufo revoltada.

— Vocês vivem juntos, achei que eram.

— Como você sabe? Anda me vigiando Min Yoongi? — Ergo a sombrancelha, só o que me falta, outro maníaco me perseguindo.

— Não, eu tenho mais o que fazer — Seus lábios se contorcem — Mas, coincidentemente toda vez que te vejo na rua, você está com ele. Vi vocês no Old's hoje também.

— Hum... — Então ele estava lá.

— A propósito, já sabe meu sobrenome, agora eu que te pergunto Elisie, 𝒗𝒐𝒄𝒆̂ está me perseguindo? — Ele cruza os braços e me encara enquanto se escora no estofado.

— Muito engraçado — Semi cerro os olhos — Também sou alguém ocupada. Apenas não tenho culpa se sua ex namorada veio me cobrar explicações pela sua carona.

— Ex? — Um ponto de interrogação flutua sobre sua cabeça a medida que ele franze mais a testa.

— É, Melissa Young. — E como um gatilho cômico ao proferir o nome da loira, Yoongi gargalha alto, enquanto joga a cabeça para trás em divertimento, ou em puro sarcasmo.

— Para ser ex a gente tem que ao menos namorar, e com a Melissa só foi algumas noites. — diz tentando puxar o ar novamente.

— Me contaram que foram meses — Dou de ombros e começo a cutucar a toalha de mesa vermelha que cobre o tampo de madeira.

— Contaram — Ele me lança um sorriso ladino — Se contaram foi por que você perguntou. Estou certo?

— Pare de bobagem, minhas amigas comentam, só isso.

— Entendo...

Nos olhamos por um tempo até ele sorrir para mim. Yoongi me confunde muito, todos esses dias que nos encontramos ele foi um grosso, mas hoje sorri sem falsidade  e até pergunta o porquê de eu estar mal. Sou tirada de meus pensamentos com o som no sininho do Jack avisando que tem prato pronto. Me levanto, vou até o quadrado na parede e pego a porção de fritas com bacon de Yoongi, então as deixo em sua mesa e o desejo bom apetite.

— Não que comer comigo? —  pergunta arregalando um pouco os olhos o deixando com o rosto angelical.

— Estou no meu horário de trabalho, quem sabe outra hora.

— Você deu milhares de voltas e não me contou o que está acontecendo.

Ah é claro, bem, eu fui assediada hoje no meu trabalho por um infeliz mas não posso contar para ninguém por que ele ameaçou a loja do meu chefe, que é avô do meu melhor amigo. E eu não posso te contar por que não sei qual é a sua e também se posso confiar em você. Fim.

— Outra hora te falo, se não Jack vai brigar comigo. — Respondo pressionando os lábios e guardando as mãos no bolsos do avental branco que adorna meu vestido amarelo de uniforme.

— Okay então, bom trabalho.

Yoon finaliza sem me olhar enquanto leva as batatas até a boca. Depois de algum tempo Yoongi deixa o dinheiro na mesa e sai sem se despedir. Ah por favor Elisabeth o que você esperava? Um beijinho na testa e um até mais?

Volto ao trabalho com vontade de terminar logo tudo. Quando o expediente finalmente acaba, troco de roupa e vou para casa. O ônibus não demora então cheguo mais cedo que o habitual. Vou direto para o quarto me arrumar para dormir, o dia foi intenso e eu só quero um descanso, mas por mais que eu tente dormir logo, minha cabeça fica me levanto direto para Yoongi, hoje ele realmente me deixou intrigada.


Notas Finais


Lisie, bobinha...

Links de sempre amores

Trailer:
https://youtu.be/EyAUKy5vCIQ

Wttp:
https://my.w.tt/LlGCYedXv9


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