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História Upside Down - Bingo


Escrita por: ClotsQueen e Twecker

Notas do Autor


Oieeee!!

Estamos de volta com mais um capítulo, então, desde já avisamos:

→ NUNCA SE ESQUEÇA QUE ESTA FIC É MAIS PRA RIR DO QUE QUALQUER OUTRA COISA, OKAY? OKAY!

→ ESTA FIC NÃO TEM INTENÇÃO DE OFENDER, MENOSPREZAR, NEM CRITICAR CARACTERIZAÇÕES E/OU DINÂMICAS COMUMENTE RETRATADOS PELO FANDOM DE SOUTH PARK;

→ TODAS AS INTERAÇÕES AQUI SÃO PURAMENTE PARÓDIAS E/OU SÁTIRA, E DESDE JÁ PEDIMOS PERDÃO SE VOCÊ É SENSÍVEL A ALGUMA DESSAS DINÂMICAS/CARACTERIZAÇÕES;

→ Pretendemos trazer tudo de um jeito muito suave e escrachado para podermos lidar com isso!

Não sei se precisa dizer, mas a parte do texto que está em itálico também fomos nós que escrevemos, não é cópia de nenhuma fic, mesmo que você ache familiar, isso tem um motivo!

Mais esclarecimentos lá nas Notas Finais!!

*A imagem de capa pertence a klonki*

Capítulo 9 - Bingo


Fanfic / Fanfiction Upside Down - Bingo

O ar ficou sólido por um momento longo demais no quarto da Residência Broflovski, os olhos violetas de Wendy estavam arregalados e perplexos quando ela encarou o outro Kyle novamente, ela tornou a voltar a atenção para o slide na parede.

— Eu... nunca esperei algo assim... claro, tivemos as asiáticas e toda a cultura yaoi, mas isso... — Ela observava os diversos títulos e tags no print projetado na parede que o outro Kyle mostrava.

— V-v-você tem acesso a esse s-s-site? — Jimmy questionou. — P-p-poderíamos... tipo... ler?

O outro Kyle jogou um olhar para seu computador de mesa.

— Sim, só preciso acionar alguns códigos e cruzá-los com outros dados... não é um acesso muito simples, mas posso até fazer uma conta nesse site e poderíamos... fazer pesquisas.

Stan e Kyle trocaram um olhar, ambos com as sobrancelhas arqueadas.

— Pesquisa foi o que nós viemos fazer, cara, então esse é o nosso próximo passo. — Kyle afirmou. — Tenho certeza que nada aqui será tão ruim quanto as asiáticas.

Ele encolheu os ombros e Stan acenava afirmativamente com a cabeça.

O outro Kyle se aproximou do computador e começou a digitar códigos na tela azul que parecia a tela inicial da BIOS, em seguida a tela ficou preta e Kyle olhava por cima do ombro de sua contraparte, tentando entender se era um sistema DOS, ou outro sistema mais antigo, certamente era alguma artimanha hacker.

— Só mais alguns códigos... acho que assim... — O outro Kyle digitava ferozmente, números e palavras ininteligíveis sozinhos, linhas e linhas de comandos. — Certo... aqui!

A tela de internet que eles conheciam tão bem surgiu, uma página inicial dos Broncos que Kyle, o garoto mais novo usava em seu próprio PC.

— Wow, você também usa a página inicial dos Broncos! — Kyle falou impressionado. — Não pensei que você era um cara dos esportes.

O outro Kyle empurrou a franja lisa para trás dos óculos e jogou um olhar desdenhosos para ele, o garoto clicou no ícone para minimizar a tela e surgiu ali uma imagem de Stan e Kyle felizes olhando para a tela.

— Não, tecnicamente este é o seu computador. — Ele encarou o garoto mais novo, Stan sorria encarando a tela. — Bem, vamos colocar outros códigos, e acessar o endereço do site de fanfics, na outra dimensão mais bizarra que essas.

Os dedos ágeis dele voaram no teclado, mais e mais códigos eram atirados no sistema ferozmente e em alguns segundos, lá estava o site de fanfics, exatamente como no print que eles viram a pouco na parede.

— Mas não eram 1923? — Tolkien que estivera em silêncio até agora gemeu audivelmente.

Na tela o garoto apontava para o aviso no alto do site:

“Mostrando 1-20 de 1935 fanfics com [Craig Tucker/Tweek Tweak]”

O outro Kyle deu de ombros.

— Muda todos os dias, e quanto antes começarmos nossa pesquisa melhor. — Ele clicou no canto direito e fez uma conta nova, então o número de fanfics na tag do casal mudou, ficando ainda maior. — Aparentemente há textos que só aparecem para quem tem conta.

Stan se aproximou, puxando uma cadeira e sentando bem ao lado do outro Kyle, seus ombros se tocaram, mas Stan não se importou.

— Qual nós vamos escolher? — Stan perguntou animado. — Olha essa aqui é High School AU, deve ser eles no ensino médio igual vocês!

Os olhos azuis do moreno brilhavam, o outro Kyle empurrou os óculos um pouco desconfortável pela proximidade.

— Tá, vamos ver essa então... — Ele falou clicando. — Alguém quer ler em voz alta?

— Eu l-l-leio... — Jimmy se ofereceu.

— Não... não Jimmy, cara, precisamos de alguém mais eloquente... — Kyle falou lembrando das vezes que Jimmy cantava nos eventos de Natal. — Stan, você está bem na frente e sua voz é boa.

O outro Kyle ergueu a sobrancelha, mas Stan sorria imensamente ao lado dele.

— Okay, eu leio! — Ele esfregou as mãos e limpou a garganta.

Tolkien suspirou quando a voz de Stan ecoou no quarto.

 

“Tweek era um garoto que não mudara muito desde o quarto ano, diferente de seus colegas ele realmente parou no tempo, era magro, seus cabelos eram tão rebeldes que poderiam ser presos pelo governo chinês, algo que o deixava noites e noites em claro tentando controlar as madeixas, o medo de ser preso sob alguma acusação política deixava o pequeno garoto loiro desesperado de preocupação. Tweek também não crescera muito, aos 16 anos ele era um dos mais baixos da escola, pouco mais de um metro e meio e talvez o mais baixo, mas não tinha tanta certeza, não é como se ele fosse parar ao lado de alguém para medir... ainda que na semana anterior Butters tivera dito que ele parecia mais alto... embora Butters fosse Butters e não dava para levar a sério o que ele dizia, mesmo Butters sendo o único amigo real de Tweek.

Sim, Tweek sofria de esquizofrenia, e muitas vozes falavam ao mesmo tempo em sua cabeça, atualmente ele tomava uma nova medicação, que o ajudava a manter a mente sóbria, mas ainda havia os surtos de ansiedade, e a insônia, mas isso estava sendo controlado, um pouco, nos últimos meses... Porém, havia uma coisa que Tweek não podia controlar, e essa coisa era sua atração por Craig Tucker, o que fazia o loiro sentir-se ainda pior, pois ter esse tipo de atração por outro garoto, fazia dele, além de esquizofrênico e ansioso, o fato também o tornava gay.

Hoje era um dia normal, Tweek chegava na escola quase em cima da hora, ele subiu as escadas rapidamente, sem olhar diretamente no rosto de ninguém, eram todos apenas rostos desfocados, que não se importavam com ele, até que algo surgiu bem nos seus pés e Tweek sentiu o seu corpo mais leve quando o chão saiu do foco, seus olhos de repente estavam encarando o piso da escola.

— AAAHHHHGGH!!!

— Olha por onde anda, sua aberraçãozinha maldita.

A voz arrastada o encontrou, Tweek apertou os olhos para não chorar, doíam seus joelhos, mas doeu mais quando ele foi puxado do chão por mãos capazes.

— Levanta, seu inútil.

— GHHH!

O rosto de Craig quase colou-se ao dele, Tweek fechou os olhos sentindo o calor das lágrimas descerem em suas bochechas, o moreno o largou como se fosse um peso morto e Tweek ficou parado lá, olhando para o chão enquanto assistia os pés de Craig e seus amigos se afastando.

— Cara, por que você se importa? — A voz de Clyde ecoou alegre. — Era só deixar ele lá e pronto.

— Me importo com meus tênis. Se deixasse ele lá acabaria pisando nele, e não gosto de pisar na merda.

Risadas atingiram os ouvidos de Tweek e ele engoliu mais lágrimas quando uma mão delicada encontrou a sua.

— Hey... você está bem? — A voz meiga de Butters era um alívio para Tweek. — Não ligue para eles. Você se machucou?

— Um pouco... AHHHH... no joelho. — Tweek sussurrou, ele sabia que Craig ainda estava ao alcance do som, assim como sabia que sua voz o irritava. — Acho que não foi... NNNNGH... nada.

— Vamos achar o Kyle... ele deve ter um band-aid sobrando.

Os dois loiros saíram na outra direção, enquanto Craig olhava por cima do ombro, ele dispensou seus amigos e entrou no banheiro, Tolkien e Clyde seguiram em frente, mas Clyde ficou um momento avaliando se o seguia ou não, mas era melhor deixar Craig sozinho, quando o moreno estava com aquela expressão, era melhor simplesmente o deixar.

Craig entrou e fechou-se em uma cabine, ele esfregou o rosto, Craig mudara bastante desde o quarto ano, ele agora era muito alto, o mais alto da escola sem dúvidas, sua gang era temida e eles já eram famosos por se meter em brigas com a Gang do Stan, o grupinho do Quarterback não era páreo para Craig e seus amigos, pois Kyle era uma fraqueza que Stan arrastava consigo, e embora Cartman e Kenny dessem para o gasto, Clyde e Tolkien ficaram muito bons em brigar.

O moreno só tinha uma coisa que o incomodava, e essa coisa era Tweek Tweak, a aberração loira, o contato com aquela coisa bizarra o fazia mal... toda vez que encontrava Tweek, Craig sentia necessidade absurda de chamar a atenção, atualmente ele queria mais do que isso e por este motivo, Craig começara uma nova atividade, toda a vez que se sentia atraído pelo loiro, ele ia até o banheiro e puxava a gilete que trazia em um bolso, o moreno puxou bandagens da mochila e tirou a jaqueta azul royal, ele então pressionou a lâmina...”

 

— CHEEEEGA!!! — Kyle gritou. — Chega... chega dessa caralha... que bosta é essa, cara??

O outro Kyle empurrou os óculos para cima do nariz aquilino.

— Não pareceu tão ruim... eu não sei sobre o Craig, mas o Tweek não está tão fora do personagem...

— Isso é absolutamente infundado! — Tolkien explodiu. — Que porra é essa? Tweek andando de cabeça baixa silenciosamente? E como assim o Craig derrubou ele e o Tweek... chorou??? COMO ASSIM???

— Tweek e Craig já b-b-b-brigaram e o Craig levou s-s-s-surra todas as vezes! — Jimmy contou.

— Tweek também faria um escândalo, do tipo “Cara, qual é o seu problema? Quer brigar?” — Tolkien acrescentou. — E o Tweek ficaria sem falar com o Craig por eras, ele é vingativo como a porra!

— Tweek é muito foda, por isso fizemos ele brigar com o Craig, estávamos tão entediados. — Kyle acrescentou. — Esse texto não faz sentido nenhum.

— Não mesmo... desde quando o Kyle é fraquinho? Ele chuta a bunda do Cartman mais do que qualquer um aqui! — Stan adicionou encarando Kyle por cima dos ombros. — E, com todo o respeito, mas Tolkien, você não é muito bom de briga... quer dizer, lembra daquela fantasia de potes de mantimentos? Você literalmente estava com medo de levar pancadas, cara.

— Nem vou comentar isso, mas... e sobre o Clyde? — Tolkien disse. — Ele literalmente só dá ou leva pancadas no futebol e você lembra como foi pra fazer ele jogar esse esporte...

— Sim... ele acha que isso faz ele popular com as meninas. — Stan declarou rodopiando os olhos.

— E ele é um f-f-f-filhinho da mamãe... — Pontuou Jimmy. — Ou seria do p-papai, já que ele não t-t-tem uma m-mãe agora?

Os garotos sufocaram uma risada, Wendy bufou.

— Vocês estão preocupados com a caracterização? Eu quero é saber como eles ficariam juntos, isso seria um relacionamento abusivo sem dúvidas. — Wendy falou se erguendo da cadeira. — E esse plot que romantiza doenças mentais e automutilação? Meu deus, como as pessoas leem isso??

— Como elas escrevem! — Kyle respondeu. — Não consigo entender isso.

Tolkien bateu palmas para chamar atenção.

— Okay, já fizemos muita pesquisa por hoje, eu não preciso mais disso.

 

 

~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~

 

 

O segundo grupo se encontrava reunido no quarto do outro Tweek, depois de ouvir os segredos do garoto loiro eles estavam animados e esperançosos.

Butters suspirou limpando as lágrimas que caíram discretamente.

— Então... hum... vocês têm alguma ideia de como começaríamos? — Ele falou brincando com os polegares. — Ou vamos esperar os resultados da reunião do outro grupo?

— Não vamos esperar porra nenhuma, eles lá estão só fazendo a pesquisa clássica que nerds e céticos gostam de fazer pra enrolar — Kenny declarou contundente —, nós vamos é arriscar e patinar na Lagoa Stark bem no início da temporada!

— No início da temporada o gelo está fino e você pode morrer. Realmente você está bem a fim de correr risco, parceiro. — Clyde ergueu uma sobrancelha. — Mas concordo, sou um homem de ação.

— E os homens de ação tem alguma ideia de ação, ou é só enrolação? — Bebe cruzou os braços frente ao corpo, Clyde fez um beicinho. — Porque até agora a gente só limpou o quarto, embora isso seja bom, não me parece o tipo de coisa que conquista o Craig bandidão cheio de piercings.

Todos ficaram em silêncio, até que Craig suspirou e descansou a bochecha na mão, Tweek o observou com a sobrancelha arqueada.

— Já falei que precisamos encontrar algo que os dois gostem em comum. — A voz apática do moreno ecoou no quarto silencioso, e o outro Tweek deu um salto no lugar. — Com certeza eles têm alguma coisa em comum.

— Não temos, não!! — O outro Tweek estremeceu. — O Craig gosta de ficar chapado, entrar em brigas e transar com o Kenny!! Eu não... AGH... faço nenhuma dessas merdas!!

Todos ficaram pensativos, mas Craig simplesmente sorriu, um raríssimo sorriso.

— Então vamos até o McCormick. — Ele falou simplesmente. — Perguntamos pro traficante do que o sujeito gosta.

Clyde jogou um braço sobre o pescoço de Craig.

— Não é que você teve uma ideia boa mesmo? — O garoto de cabelos castanhos riu.

Kenny, no entanto estava um pouco cético.

— E você acha que aquele traficante vai ajudar em alguma coisa? — O loiro puxou o capuz da parka. — Ele não me parece do tipo que colabora muito pra juntar casais.

Eles pensaram por alguns momentos, Clyde enfiou logos dois cookies dentro da boca desanimado, Tweek tomava o café que o seu homônimo lhe servira mais cedo, totalmente desconfiado das substâncias que poderiam haver ali, Bebe encarou uma teia de aranha no vão entre a cama e a parede, a loira enrolou um cacho dourado no dedo indicador, mas deu um salto quando a voz estridente do outro Butters a surpreendeu.

— AH!! JÁ SEI! — Ele deu pulinhos no meio do quarto, todos os olhos presos nele. — Se eu for junto, se eu pedir... ele vai ajudar.

— Não... não vai dar certo. — Tweek largou a xícara avaliando a possibilidade de mandar analisar aquela bebida. — Se você for lá e perguntar o que aquele rebelde sem causa gosta, o traficante vai achar que você quer é dar pra ele... pro outro Craig.

— Eca. — O outro Butters cuspiu. — Sem ofensa, Tweek... mas não sou chegado em morenos bad boys, não, obrigado.

— Diz o cara que não vê a hora de fazer visita íntima na cadeia. — Kenny sussurrou, Butters ao lado dele o encarou com olhar apertado. — É verdade!

— Faz sentido, sim, Tweek tem razão. — Bebe falou finalmente cedendo e limpando a teia de aranha com um espanador. — Essa versão do Kenny é tão cheia de si...

— Mas, gatinha, pensa. — Clyde se ergueu depois de engolir os cookies. — É mais fácil ele dar a informação para o Butters, que ele já tem uma certa afinidade, do que para um bando de novatos que chegou ontem na cidade.

— Nossa, Clyde. — Craig arregalou os olhos azuis cinzentos. — Seu cérebro veio hoje.

— Sim, Craig, obrigado pela observação. — Clyde falou orgulhoso. — Mas... eu também acho que ir até o Clyde dessa dimensão pode ajudar, ele é o melhor amigo do outro Craig e vimos eles dois conversando na sala de aula.

— NÃO!! NÃO, DE JEITO NENHUM!! — O outro Tweek começou a tremer e andar pelo quarto. — Clyde me... gnnnh... odeia! Ele jamais contaria alguma AH! coisa sobre o Craig para ajudar em seja o que for!!

— Tá, ele é um filho da puta, mas você acha mesmo que o Clyde... Clyde, gente, é do Clyde que estamos falando... — Kenny declarou apontando para Clyde que enfiava mais bolinhos na boca durante o intervalo de suas falas. — Vocês acham que ele faria algum mal a alguém? Olha pra ele, galera...

Craig e Tweek observavam Clyde que estava com cara de “Quê?”

— Ele se acha foda porque finge que é um mosquito mexicano. — Craig falou para Kenny. — Realmente inseticida poderia resolver.

— HN? — Clyde falou com a boca ainda cheia, migalhas voaram e ele engoliu, Tweek rodopiou os olhos. — Meu poder era legal, eu posso drenar o sangue chupando alguém.

— Sim, muito relevante. — Craig falou estoico. — Você chupa alguém e ele fica incapaz. Típico dos héteros.

— E você que apenas socava as pessoas e dava cabeçada nelas? — Clyde já tinha lágrimas nos olhos.

— HEY!! — O outro Tweek gritou puxando uma mecha de cabelos. — ESTÁVAMOS FALANDO SOBRE O CLYDE ME MATAR!

— Sim, enfim, ele não vai matar ninguém. — Craig acalmou. — Só entrega uma porção de nachos pra ele e teremos essa criatura distraída pro resto do enredo.

Tweek se levantou e puxou Craig pela mão, ele encarou os outros no quarto, Bebe tinha uma sobrancelha erguida o observando.

— Vamos até o McCormick. — Tweek falou e seus olhos encontraram o olhar perturbado de sua contraparte. — Bebe, você fica aqui com o Tweek, eu e os outros vamos até lá.

— Amigos... eu quero ficar aqui com o Tweek também. — Butters falou dando um passo em direção ao outro Tweek. — Não me sinto muito à vontade com aquela versão do Ken...

Kenny se aproximou colocando uma mão no ombro de Butters.

— Também não me sinto muito bem... — Kenny declarou silenciosamente. — Mas quero ir embora e se alguém pode lidar com aquele cara, tem que ser eu mesmo.

Butters acenou com a cabeça e assistiu seus amigos saindo, Kenny ainda acenou e piscou para ele.

Assim que eles saíram pela porta, o outro Tweek sentou-se na cama com olhar perdido, Butters então se aproximou dele.

— Você... você não se importa... — O pequeno Stotch começou. — O que você pensa sobre essa coisa de juntarmos você e o Craig? Você é contra, está com medo?

Os olhos desfocados do outro Tweek voltaram-se para Butters, eles não tinham o brilho que o Tweek que Butters conhecia tinha, mas as cores eram absolutamente as mesmas.

— Não... nnngg... não sei, cara... não me importo... — Ele se abraçou, as unhas cravando nos braços. — Pode ser... pode ser que ele pare de querer me matar... pode ser bom...

Bebe se sentou ao lado dele e alisou o ombro do garoto mais velho.

— Vai ficar tudo bem. — Ela falou olhando para a janela, e torcia que fosse verdade.

 

 

 

Os garotos deixaram Bebe e Butters para trás e se prepararam para uma certa viagem até a casa de Kenny, que teoricamente ficava alguns minutos de distância da casa de Tweek, porém, eles já não ficavam mais surpresos quando caminharam alguns metros e encontraram a linha do trem que separava a Rua dos Mexicanos com a parte pobre da cidade, também conhecida como “A casa do Kenny”.

— Certo, essa viagem foi bem rápida. — Craig apontou sem emoção.

A casa toda decadente ficava ao fundo de um pátio coberto de entulhos, pontas de cigarro enfeitavam a neve como um jardim morto, as paredes eram pichadas e havia metais deslocados em vários pontos do quintal, um sofá velho e também um colchão rasgado com as molas expostas, eletrodomésticos quebrados e pedaços de madeira formavam uma paisagem grotesca que imitava um lar e ao mesmo tempo uma mistura de lixão e ferro velho.

Eles viram por entre as tábuas quando o outro Kenny apareceu no pátio, o cara caminhou resoluto até uma pedra camuflada em um canto da cerca e ergueu, de lá tirou um saquinho e depositou outro, em seguida ele deu alguns passos e puxou a porta do forno de um fogão velho, ali ele escondeu um embrulho que poderia ser dinheiro, ou talvez barras de cocaína, quando ele se virou para ir embora, notou os garotos espreitando suas ações.

— Oh, a que devo a honra dessas ilustres visitas? — Ele brincou. — Acabou de chegar um lote muito bom... coisa de primeira se vocês quiserem.

O outro Butters se destacou do grupo, passando entre Clyde e Craig e encarando o outro Kenny.

— Kenny... nós... ah... gostaríamos de fazer umas perguntas... — Ele falou com voz mínima. — Vai ser rápido.

O outro loiro empurrou o capuz laranja e sorriu enormemente.

— Eu respondo a sua pergunta se você me der a resposta da sua. — Ele se aproximou, sua respiração bateu morna no rosto do outro Butters, que corou rapidamente.

— Ah... eu... preciso de um pouco mais de tempo... — O outro Butters declarou, ele desviou o olhar dos olhos azuis do outro Kenny. — Quando meus pais viajarem...

O outro loiro lambeu os lábios acenando, ele então se afastou um pouco.

— Certo. — Seus olhos azuis encontraram os outros garotos. — O que vocês querem, então?

— Cortando a balela toda — Kenny deu um passo entrando no espaço pessoal do outro Kenny —, queremos saber que tipo de coisas o Craig faz quando não está se chapando com você... o que ele faz de normal.

O outro Kenny mostrou um sorriso malicioso.

— Você tá a fim de entrar nas cuecas dele? — O sorriso ficou maior. — Não precisa de nenhum romantismo, se é o que quer saber, é como transar com uma pedra... ele só...

— NÃO É ISSO! — Tweek gritou, e a atenção do outro Kenny então estava toda nele. — Você não sabe de que outra coisa ele gosta?

O outro Kenny aprofundou a sobrancelha impressionado.

— Vocês querem ferrar com o cara ou algo assim? — Ele perguntou desconfiado. — Não que eu me importe, mas secretamente ele é um nerd perdedor, no quarto dele tem foguetinhos... é broxante pra falar a verdade.

O desdém na voz do outro Kenny era tão estranho de ouvir que Clyde se encolheu um pouco.

— Hm, e por acaso ele não teria um bichinho de estimação? — Clyde aproveitou para perguntar.

— Sim, bicho estúpido que fica guinchando... — O outro Kenny contou pensativo. — Um porquinho da índia, mas eu mesmo nunca vi o animal, geralmente estamos muito chapados pra saber... Craig o guarda como se fosse um santo em um altar.

— Bingo. — Craig deu as costas e saiu arrastando Tweek com ele.

Os outros observaram os dois namorados se afastar na neve.

— Obrigado, Kenny... — O outro Butters falou amável. — Você nos ajudou muito.

— Sempre que precisar, venha até mim. — Ele flertou, o outro Butters estremeceu, mas Kenny o puxou pelo cotovelo. — Não fique muito íntimo desse cara, não gosto dele!

Mas o outro Butters já ia longe, eventualmente eles alcançaram Tweek e Craig que estavam dobrando a rua.

— Hey, vocês dois! — Kenny se juntou ao casal e Clyde que vinha tropeçando na neve rala. — O que vocês entenderam dessa merda toda?

Tweek e Craig trocaram um olhar.

— Stripe. — Craig respondeu.

— Tá, o bicho, o que que tem? — Kenny falou.

— Oi! Stripe é o filhinho deles! — Clyde corrigiu. — Não chame ele de “bicho”. Ele é um honorável representante dos porquinhos da índia.

— Clyde. — Craig chamou. — Feche a porra da boca.

Kenny girou os olhos, estavam parados no meio da calçada, cinco garotos com idades entre 14 e 15 anos discutindo sobre porquinhos da índia e sua relevância para juntar casais.

 

 

~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~

 

 

Longe dali a neve rodeava o carro prateado que mal se destacava através da paisagem branca congelada, ao longe pinheiros e nuvens cinzentas eram as únicas testemunhas do encontro.

Os olhos castanhos do outro Clyde brilharam quando o outro Tolkien estendeu para ele um cartão com um número de telefone, e um envelope com notas de dinheiro.

— Você não precisa se preocupar com nada, Clyde... — A voz aveludada de Tolkien soou calmamente contra a acústica perfeita do estofamento interno do Jaguar, Tolkien mandara personalizar, e o resultado era impressionante quando ele tinha Clyde ao seu lado, sorrindo com as faces avermelhadas. — Esses caras são de confiança, e mandei pagar muito bem pelo silêncio deles.

Clyde sorriu, os olhos dele pareciam chocolate derretido, doces e calorosos encarando-o.

— Você sabe que isso não é o bastante, Tolkien... — A ponta língua de Clyde espiou por entre seus lábios lambendo a boca levemente. — Esses caras sempre querem mais.

Tolkien riu suavemente, ele sabia.

— Tire sua linda cabecinha dessas coisas, eu tenho tudo sob controle. — Ele afirmou encostando-se no banco e descansando a mão na coxa de Clyde com um leve apertão. — Paguei uma boa quantia para a polícia fazer vista grossa também.

Um blues suave tocava muito baixo, simplesmente o som certo para a companhia certa, Tolkien pensou quando seus olhos encontraram os olhos castanhos do seu passageiro.

— Você é incrível, parça... — O prazer no rosto de Clyde era intenso, e só essa visão já valia todo o dinheiro que Tolkien investira naquele pequeno capricho de seu melhor amigo... e amor. — Se tudo sair como o planejado... Não sei o que fazer para te agradecer...

Mas Tolkien sabia muito bem...

— Não pense nisso agora. — Os olhos escuros de Tolkien cravaram na boca convidativa de Clyde. — Quer comer alguma coisa? Podemos ir para a minha casa.

Clyde ergueu as sobrancelhas e deu de ombros dentro da jaqueta do time de futebol.

— Por que caralhos não? — Ele falou puxando o celular do bolso. — Só me dê cinco minutos para chamar o Craig, tenho certeza que ele não comeu nada hoje.

Tolkien ligou o carro para voltarem para a estrada, ele já esperava que Clyde chamasse Craig, enquanto o moreno ao lado dele digitava, Tolkien fechou os olhos apreciando a música, já previa a resposta de Craig, alguns minutos se passaram enquanto o negro levava o Jaguar devagar pela estrada nevada, e o celular de Clyde vibrava com mensagens.

— Craig não pode vir. — Clyde amuou olhando pela janela embaçada. — Ele falou que tem um assunto pra resolver e nos falamos depois.

— Assim sendo, meu chef francês vai fazer Profiteroles só para você, Mon loup*... — Tolkien cantarolou finalizando com um francês perfeito.

 


Notas Finais


Oieee!!

* Profiteroles → Um doce francês, teoricamente é uma massinha recheada com creme, sorvete, ou algo a gosto do cliente.
* Mon loup → Em francês, "meu lobo"... parece uma coisa que o Fanon!Tolkien fala para o Clyde... ou não 😆

A critério de curiosidade, a fic que o Stan leu em voz alta, foi também lida em voz alta pela @Twecker, e se vocês ouvissem ela lendo não ficariam tão chateados quando o Kyle ficou 😜 foi tão cringe que vocês ririam até o ano que vem... peçam áudio pra ela nos comentários lkfsçlfkslfh

Em NOSSA DEFESA devo dizer primeiramente que NENHUMA DE NÓS escreveria Creek da forma como Stan leu... NUNCA! Também, eu mesma poderia escrever um Tyde decente... não como esses dois... Tyde tem uma ótima premissa, mas o fandom não ajuda... ENFIM!!

Agora, comentem, estamos ansiosas pra saber o que vocês estão achando, e quanto mais vocês comentam, mais motivadas ficamos!!

Mil Bjs,
Vivi & Bi


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