O sonho mudou naquela noite.
Os pesadelos criados pelos fantasmas de meu passado foram embora como uma nuvem de poeira se move ao vento.
Tive apenas sonhos tranquilos. Nos quais Amélia estava sempre ao meu lado, sorrindo como havia feito antes de adormecemos.
Eu nunca havia visto Amélia desta maneira. Mas agora; ela não era mais a garota selvagem de antes. Ela estava livre, e agora sabia disso.
E por algum motivo ela atribuía os créditos pela sua sanidade à mim.
Mas os sonhos calmos e alegres foram tirados de mim pelos barulhos estrondosos do mundo dos vivos.
Pessoas gritavam desesperadas e corriam de um lado para o outro no barco.
Levantei-me com cuidado para não acordar Amélia, que dormia como uma criança; e fui ver o que estava acontecendo. Ao abrir a porta que dava para o lado de fora, me deparei com nossos homens apontando seus rifles para a embarcação ao lado.
Eles pareciam confusos; como se não soubessem em quem mirar!
- Em quem atiramos?!
- Qual deles é o traidor?!
- Vamos matar todos antes que seja tarde!
Eles gritavam um com o outro, tentando chegar a um acordo.
Olhei para o barco ao lado e vi corpos sendo derrubados dele. A agitação era duas vezes pior do outro lado. As pessoas gritavam aterrorizadas e tentavam lutar por suas vidas!
- O que está havendo?! Perguntou um dos rebeldes em nosso barco.
- Houve um motim no outro barco - respondeu outro rebelde - ao que parece, um pequeno grupo de homens se rebelou e começou a matar as pessoas enquanto dormiam. Alguns acordaram a tempo para lutar. Os que já estavam acordados pediram para que déssemos apoio a distância, mas não sabemos em quem atirar!
- Eu já disse; mate todos antes que seja tarde demais! Urrou outro homem.
- Não mataremos os nossos!
- Se não tem estômago para isso; eu tenho!
Ao dizer isso, o homem levantou-se, e começou a atirar sem distinção nadidireção do barco. A multidão de pessoas que antes tentava lutar pela sobrevivência; foi sendo dizimada. Todos morreram!
E então Dimitri apareceu.
Olhou na direção dos homens massacrados no barco. E então perguntou com uma voz assustadoramente áspera.
- Quem fez isso?
Ninguém respondeu. Dimitri perguntou de novo.
-Quem fez isso? Responda agora ou todos pagarão pela desobediência!
O culpado levantou a mão temeroso.
- Fui eu... senhor! Mas eu não tive escolha; se eu não fizesse isso...
O homem não teve tempo o suficiente para terminar de falar, pois Dimitri rapidamente sacou uma pistola e atirou contra o joelho do homem. Dimitri assistia friamente ao homem se contorcendo de dor!
- Você grita como uma garotinha! Disse Dimitri.
- Por favor... não...
- Você sabe o que o partido faz com seus traidores?
- Por favor... eu imploro...
- Acredito que para vencermos os nossos inimigos... temos que ser ainda mais duros do que eles.
- Não me machuque...
- Não se preocupe... serei muito mais rápido que o partido!
Dimitri tirou do coldre uma faca de combate, e se aproximou lentamente do homem, que se arrastava no chão com a perna ferida, deixando um rastro de sangue no chão, e implorando por misericórdia!
Dimitri agarrou o homem e o levantou. Mas não deu chance para que tentasse lutar ou tempo para que caísse de novo. Logo começou a esfaquea-lo enquanto gritava.
- Nós... não... matamos... os nossos!
E ao ver o corpo do homem mutilado e sem vida; soltou-o e concluiu.
- Essa é a diferença entre nós e o partido!
Os homens olharam para ele com medo. Ninguém; nem mesmo eu; conhecia esse lado de Dimitri!
- O que estão olhando?! Joguem o corpo no mar voltem aos seus postos. Já devemos estar chegando à América!
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