Acordei; estava escuro; frio; e eu ouvia vozes ao meu redor, vozes de homens, mulheres e crianças. Levantei e me surpreendi ao esbarrar em um homem. Estava escuro; mas pelo tato eu pude sentir o seu corpo esquelético. Eu não fazia idéia do que estava acontecendo.
De repente, uma enorme porta foi aberta em nossa frente; encharcando nossos olhos com uma dolorosa luz. Quando meus olhos se se acostumaram com a luz; vi homens, mulheres e crianças serem recebidas por soldados nazistas. Os soldados gritavam conosco, nos empurravam e nos levavam até um sinistro portão; no qual havia algo escrito no topo. Auschwitz.
O lugar era opressivo, cinzento, mórbido. Haviam torres por toda parte; com soldados armados no topo, nos olhando como malditos predadores.
A maioria das pessoas ali não sabiam aonde estávamos; mas eu havia visto o lugar nos registros da L.I.F. Era um campo de concentração; o maior deles.
Enquanto eu andava na multidão aglomerada; meus olhos procuravam por Dimitri. Eu não sabia se ele estava lá; nós dois fomos nocauteados e capturados; mas ele não era judeu. Pelo menos não que eu saiba. E além do mais; ter um dos líderes da L.I.F executado em praça pública, seria muito mais vantajoso para a moral do partido.
- Aqui são os seus dormitórios - informou um guarda - pela manhã vocês irão ouvir as ordens do intendente, e as cumprirão.
As camas; se é que se podia chama-las assim; eram enormes prateleiras, frias e duras. Em alguns lugares havia um pouco de palha para acomodar os mais apressados; que corressem para garantir seus lugares "privilegiados".
Eu não consegui dormir.
Pela manhã; os guardas nos chamaram para o pátio principal, para nos passarem as ordens do dia.
Eu estava prestes a sair do dormitório quando uma mão tocou meu ombro direito. Ao virar para trás para ver quem me chamava; fiquei surpreso. Era Dimitri.
- Dimitri; graças a Deus.
- Sim; também fiquei surpreso, mas acontece que os cães de Ferenhein não conheciam o meu rosto - Afirmou Dimitri com um sorriso - Eles pensaram que eu era apenas um rebelde comum, e me trouxeram para cá.
- É bom velo - continuei - Mas eu gostaria que fossem em circunstâncias diferentes.
- Não se preocupe garoto; tenho uma idéia para fugirmos daqui.
- Fugir?! Como?
- Não há tempo agora, venha, temos que evitar esse discurso do intendente.
Andamos sorrateiramente pelo dormitório e nos escondemos no fundo do lugar, atrás das prateleiras. Esperamos até que a porta se fechasse.
- O plano, Berhtran; é matar o intendente!
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