Dimitri e eu estudamos Auschwitz por três semanas. Durante nossos serviços, procurávamos saber o máximo possível sobre o lugar. Perguntávamos a todos os prisioneiros, sobre tudo o que eles sabiam.
O menor dos detalhes, valia a pena.
Todos os dias; observávamos o intendente em sua rotina. Ele andava de maneira orgulhosa por entre os seus homens, gritando ordens e batendo com uma vara nos prisioneiros. E; no final do dia, ele se dirigia ao seu quarto. De lá, ele transmitia as últimas ordens do dia através dos auto-falantes.
Os auto-falantes seriam nossa chave.
Estávamos prontos quando o dia chegou. Junto a multidão, que era guiada pelos soldados até o próximo trabalho; esperamos até que houvesse um momento, por mais curto que fosse; em que os soldados desviassem seu olhar.
Quando o esperado momento chegou, saímos sorrateiramente da formação, e escondemo-nos. Esperamos até que eles passassem e então fomos para o quarto do intendente.
O quarto estava trancado; como era de se esperar. Mas Dimitri estava preparado para essa possibilidade.
Ele havia provocado o intendente durante o fim do trabalho anterior, a fim de fazer com que ele o batesse com sua vara. Quando o intendente o bateu, Dimitri fez um movimento disfarçado com o braço esquerdo, roubando as chaves do coldre do carrasco.
Demoramos alguns poucos momentos para descobrir qual era a chave certa. Porém quando ele abriu a porta; ficamos espantados com o que vimos.
Havia uma garota, amarrada a uma cadeira. Ela estava nua; exibindo várias marcas de tortura; cortes, calos, e o mais assustador; uma marca em sua vagina; deixada por um ferro quente!
Ela mal conseguia manter-se acordada. Seus olhos entreabertos olhavam-me de forma assustada. E tudo o que pude dizer foi: Não tenha medo!
Esperamos no quarto até que o intendente chegou. Quando o estuprador chegou, pude ver o prazer nos olhos de Dimitri ao cortar a garganta dele. Mais do que isso; eu invejei Dimitri. Eu mesmo queria ter matado aquele maldito sádico!
Ao recuperar o fôlego; que fora perdido por conta da raiva com a qual Dimitri matou o intendente; Dimitri dirigiu-se ao microfone do quarto. O mesmo que o intendente usava para transmitir suas ordens. E gritou com o sotaque do homem.
- Todos os soldados; apresentem-se no pátio principal imediatamente - eu via nos olhos de Dimitri que ele não tinha certeza se aquilo ia dar certo; por isso perguntei.
- Você acha que eles vão cair nessa?
Dimitri apenas fez um sinal para que eu ficasse quieto!
Esperamos alguns minutos e então; eu fiquei surpreso ao olhar pela janela e ver uma multidão de soldados esperando pela palavra do intendente!
Dimitri desligou o microfone.
- Você viu como funciona a mente do intendente - disse ele apontando para a garota estuprada - não há um homem aqui, disposto a não cumprir uma ordem dele; por mais suspeita que ela seja!
Eu não cansava de me surpreender com a astúcia de Dimitri! Por mais louco que ele parecesse; sempre sabia o que fazer!
Dimitri ligou novamente o microfone.
- Deixem suas armas no arsenal para uma inspeção; recebi relatos de que algumas armas estão defeituosas. Depois, voltem para cá!
Esperamos até que os homens voltassem desarmados; e quando voltaram, Dimitri apontou para algumas metralhadoras em uma mesa.
- Vamos abater esses desgraçados como se fossem gado!
Abrimos a porta e logo começamos a atirar. Em alguns segundos, vários soldados já haviam morrido. Os que não morreram de início, correram e foram mortos pelos Judeus, que foram despertados de seu sono pelos sons da liberdade.
Foi uma noite caótica! Prisioneiros matavam guardas com a primeira coisa que viam em sua frente, e quando não achavam nada; usavam as próprias mãos. Nenhum alarme foi soado, pois não havia ninguém para faze-lo!
Alguns soldados tentaram correr para fora de Auschwitz; outros tentaram recuperar suas armas no arsenal. Mas os prisioneiros já haviam chegado lá antes; e usaram as armas contra seus donos!
Foi um massacre! Mas pela primeira vez na história; isso significava algo bom!
Logo a notícia se espalharia:Auschwitz caiu!
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