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História Uzumaki Shisui shinden - o legado de Itachi - Como surgem os monstros


Escrita por: HannahHanover

Notas do Autor


Shisui já não suportava mais escutar as palavras odiosas de Saki contra o irmão a quem ela chamava de 'aberração'. A escuridão tomou o peito e contaminou os desejos do Uzumaki. Saki não precisaria contar onde Shinki estava, o 'caminho humano' do Rinnegan arrancaria essa informação.

Capítulo 24 - Como surgem os monstros


Fanfic / Fanfiction Uzumaki Shisui shinden - o legado de Itachi - Como surgem os monstros

A garota de cabelos pretos e olhos verdes vidrados estava paralisada. Ela não estava presa em qualquer jutsu, sua paralisia se devia ao horror. 

Saki era uma jovem de treze anos alegre e gentil. Ou era assim que costumava ser até o dia que mudou sua vida. 

O jantar estava quase pronto e sua mãe a pediu que buscasse o irmão no campo onde as crianças do pacífico vilarejo do país dos Pássaros costumavam se reunir para brincar. 

Shinki tinha cinco anos. Ele era uma criança tímida e isolada. Ir brincar com outras crianças de sua idade foi uma insistência de sua irmã mais velha. Ela temia que o mais novo se tornasse solitário. 

A preocupação da irmã foi a ruína de sua família.

Quando chegou ao campo para buscar o irmão para o jantar, Saki não sabia como a situação havia chegado naquele ponto. Talvez em função de uma briga entre as crianças, talvez Shinki tivesse se excedido na brincadeira.

A garota atravessou as árvores em direção à clareira e, quando chegou ao local, apenas uma palavra poderia descrever a cena à sua frente, horror.

Shinki estava envolto por uma substância negra formada por grãos de areia. Mas aquilo era frio e metálico e projetava-se para cima e para todos os lados com um movimento orgânico, como se tivesse vida própria.

Areia de ferro. Este era o material controlado através da kekkei genkai de seu clã, a liberação de magnetismo. Uma técnica exclusiva dos homens do clã Konjiki [1]. Mas Shinki nunca tinha demonstrado aquela habilidade antes.

‘Uma.. duas…. três… ‘

Ao menos uma dúzia de corpos de crianças jaziam ensanguentados por toda a clareira. 

Saki tentou contar, mas foi interrompida quando identificou dois corpos entre os demais. Uma menina com cerca de oito anos e um garoto de treze. Ambos loiros, com pele clara e cabelos rebeldes. Eles eram irmãos.

O garoto loiro tinha uma estaca de ferro granulado atravessada em suas costas. Seu corpo estava caído na frente ao da irmã, indicando que sua última ação em vida foi tentar protegê-la. Este garoto era o melhor amigo de Saki, a pessoa que ela amava secretamente e jamais teria a chance de confessar.

“Shinki… o que você fez?!” a garota caiu de joelhos no chão. Seu olhos lacrimejaram em resposta à absoluta dor que dilacerava sua alma e seu coração.

Ao ouvir a voz da irmã, o menino se virou para ela, fazendo com que a areia de ferro que controlava caísse no chão. 

“E-eu não fiz por mal..” o pequeno também chorava e parecia ainda mais abalado que a irmã “As crianças começaram a discutir e eu… eu só queria que elas parecem."

Durante o resto do dia, Saki não conseguiu encarar o irmão. Ela o amava, mas... 

‘O que Shinki fez…’

Apenas a mãe, uma mulher simples que vivia da agricultura, e os dois filhos órfãos de pai, moravam na modesta cabana no interior do país dos Pássaros. 

Ninguém jantou naquela noite. Depois que chegou em casa, Shinki não disse mais nenhuma palavra. Saki passou a madrugada em claro buscando um conforto que nunca chegava, junto a seu travesseiro.  A mãe permaneceu na sala com os olhos fundos, o coração apertado e a mente perturbada. Ela simplesmente não sabia o que deveria ou poderia fazer.

Faltava pouco para o Sol nascer quando os pequenos focos vermelhos de luz atravessam as janelas da casa. Eram os aldeões, todos eles. Com tochas e armas, os pais, mães, irmãs e irmãos desejavam justiça por suas crianças. Aquelas pessoas não eram apenas conterrâneos. Até um dia antes eram conhecidos e amigos da família.

“Saki-chan, levante-se!” a mãe entrou aflita no quarto da filha “Vamos embora daqui... antes que o pior aconteça.”

A família fugiu apavorada sem levar uma única troca de roupas consigo. Eles seguiram a direção Sul. 

Depois de percorrer dezenas de quilômetros de mata fechada e tantos outros de deserto, os três chegaram aos escombros de um antigo vilarejo abandonado. Todos estavam exaustos, sedentos e famintos. O trajeto durou dois dias e duas noites.

“Vamos para a vila da Areia!” a mãe anunciou enquanto oferecia aos filhos, um pote de água barrenta retirada com dificuldade de um poço perto dali. 

A família se refugiava de uma tempestade de areia no interior de uma casa caindo aos pedaços. Todos tinham as roupas gastas, a pele danificada pela poeira e pelo sol e os lábios secos, quase em carne viva. Por dois dias, Saki ainda não conseguia encarar o rosto de seu irmão. Shinki por sua vez, não disse qualquer palavra.

"Porque a Areia?” a garota perguntou tentando compreender as razões da mãe. 

De um instante para outro sua vida se tornou o completo caos. E seguir mais sabe-se lá quantos quilômetros deserto adentro não parecia o caminho para qualquer solução.

“Ouvi rumores...” a mãe respondeu com gentileza “Dizem que o Quinto Kazekage-sama carregava um demônio dentro dele no passado. Ele era temido e odiado por todos. Ouvi que uma vez ele aterrorizou sua aldeia quando se transformou no próprio demônio...”

Saki arregalou os olhos perplexos.

“Mãe… a senhora enlouqueceu?! Vai nos levar para um demônio?! Um monstro igual ao Shinki?!”

“Saki-chan! Não fale assim do seu irmão.” a mãe repreendeu com severidade, mas recuperou a suavidade da voz antes de continuar “O Shinki-kun não é um monstro. E o Kazekage-sama também não. De alguma forma, o Kazekage conseguiu controlar o demônio dentro dele e passou a usar seu poder para proteger sua vila. Shinki-kun precisa de ajuda. Eu sei que meu filho não é uma pessoa má. Acho que o Kazekage-sama é o único que pode ajudar a nossa família agora.”

Ao ouvir aquelas palavras, o garoto tristonho e acuado começou a chorar em silêncio. A mãe se aproximou e o abraçou com afeto. 

“Isso vai passar...” ela falou com gentileza “O que aconteceu no nosso vilarejo… nunca mais vai se repetir, eu prometo.”

Saki encarou os outros dois com uma expressão de contido rancor. Por causa de Shinki seu melhor amigo estava morto, ela jamais poderia voltar à vila na qual nasceu e agora era perseguida por seus antigos amigos. Mas se o Kazekage poderia ser capaz de controlar seu irmão, o plano de sua mãe pareciam mesmo o único viável.

Na manhã seguinte a família seguiu viagem. Depois de mais um dia de caminhada eles finalmente encontraram um vilarejo habitado onde poderiam recuperar suas forças. Era um lugar extremamente pobre, mas habitado por pessoas honestas e bondosas. 

Sem sequer precisar responder a perguntas sobre seu passado, a família conseguiu abrigo para descansar, comida para repor as energias e até roupas confortáveis, apesar de serem de segunda mão.

Depois de recuperados, os três preparavam-se para seguir viagem quando uma moradora local comentou com a mãe das crianças sobre a relação do país do Vento com o clã Konjiki.

“Vocês têm características físicas semelhantes aos membros desse clã. Há alguns anos, fizeram cartazes com os rostos de dois deles, eram nukenins. Soube que ambos foram mortos pelo Kazekage. Se vocês pretendem viajar pelo país, é melhor tomarem cuidado para não serem confundidos com as pessoas desse clã.”

A moradora não conhecia a identidade da família de estrangeiros, então falou sem pudor ou censuras. Segundo ela, alguns membros do clã Konjiki eram reconhecidos inimigos do Kazekage. Quando questionada, ela chegou a revelar que os nomes dos nukenins executados por Gaara, Etoro e Moroto.

Aquela informação foi recebida pelos estrangeiros como um golpe e selou o seu destino. Etoro e Moroto eram irmãos da mãe e tios da crianças. Embora tivessem abandonado sua família e terra natal há muito tempo, a notícia de execução destes dois não poderia deixar de ser um grande choque. 

A mãe logo chegou à conclusão de que foi precipitada ao decidir ir atrás do Kazekage com base apenas em rumores. Ela temia por seus filhos e não poderia correr o risco de que o mais novo fosse tomado como inimigo de pessoas poderosas.


Notas Finais


1 - Alguns membros do 'clã Konjiki' aparecem em 'Gaara Hiden: Ilusão na Tempestade de Areia', como antagonistas da história. É mencionado que os membros desse clã pertenciam originalmente ao país dos Passáros (uma não pequena que faz fronteira com o país do Vento) e eram dotados da habilidade de controlar o magnetismo. A associação do Shink (personagem de boruto como filho adotivo do Gaara) é por minha conta.


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