História Vamos ter um bebê - Reencontro

            Lu Han estava se sentindo extremamente irritado em desejar o maior, ainda mais que Sehun não colaborava muito, pois sempre lhe fazia algo para agradar ou ficava por perto falando sobre a gravidez. No auge dos anseios, comprou preservativos e lubrificante na farmácia depois de sair do trabalho, mas ao ler a mensagem do coreano, bufou e jogou a sacola no closet.

"Luge, vou chegar mais tarde hoje"

- Onde será que ele vai? Será que tem outro mesmo? – reclamou, mas logo chegou outra mensagem.

"Tivemos um imprevisto na revista, vou ficar mais uma hora aqui."

"Que ótimo", pensou enquanto passava as mãos pela barriga proeminente. Até o maior chegar, ele estaria deitado, pois tinha tido um dia cansativo e só estava disposto a se esforçar se fosse para seu prazer.

- É, meu filho, seu papai está passando por uma fase e tanto. – suspirou e se sentou num dos banquinhos mais altos da cozinha e ficou com os braços apoiados no balcão. Ficou nessa posição por uns instantes e então foi tomar banho, depois de encomendar o jantar. Vestiu uma bermuda e uma regata e se deitou no sofá para ver TV.

A campainha tocou e ele levantou preguiçosamente para atender o entregador. Quando já comia, novamente a campainha tocava, mas desta vez era Zi Tao que tinha ido visita-lo.

- E aí, Han? Tudo bem? Não fala mais comigo?

- Ah, oi Tao! Andou bebendo é?

- Sabe que eu sempre bebo – deu uma risada depois de responder e se sentou no sofá.

- Eu já ia deitar, estou terminando de comer. – comentou, incomodado com a visita inesperada.

- Está me expulsando daqui? Desculpe, devia ter ligado né?

- Faça isso da próxima vez – sorriu – tudo bem com você?

- Sim. Ia contar sobre o meu encontro, que nós transamos...

- Ah é? – engoliu em seco, já pensando no coreano sobre si.

- Olha, foi demais.

- E por que então está vindo me ver ao invés de sair com ela de novo?

- Porque ela tem um namorado... E eu descobri isso hoje.

- Ai que droga – se lamentou.

- Pois é, mas tudo bem. Eu não estava apaixonado por ela ainda, então de boa.

Enquanto os dois conversavam na cozinha, Sehun chegou e o fato do coreano ter a chave do apartamento surpreendeu o chinês mais alto.

- Estou em casa, Luge!

- Vocês estão morando juntos? Porque pra ele entrar e sair a hora que quer né... Tava esperando ele vir, por isso queria que eu fosse embora?

- Para de viagem. O apartamento é meu e eu trago quem eu quiser pra cá.. Me dê um minuto – saiu quase correndo para o quarto, pois se lembrou da sacola jogada de qualquer jeito.

- Oi Sehun – disse sorridente ao encontrá-lo já no quarto.

- Oi Luge! Oi bebê! – se aproximou e acariciou a barriga.

- Vamos jantar, senão a comida que eu pedi vai esfriar – falou já empurrando o maior para fora do quarto e dando uma desculpa para ir depois. Assim que ficou sozinho no cômodo, pegou a sacola que estava caída no chão do closet e guardou seu conteúdo na gaveta do criado ao lado da cama, retornando para a cozinha em seguida.

-... essa hora do trabalho?

- Tao, pare de importunar o Sehun. – Lu Han reclamou ao ouvir a pergunta.

- Hum... Eu preciso ir, tenho aula amanhã cedo. – saiu irritado do apartamento, o que fez o mais novo se preocupar.

- Tá tudo bem entre vocês?

- Ele enche a cara e acha que pode vir aqui ficar se lamentando. Se eu não estivesse grávido, não veria tanto problema ele vir sem avisar.

- Hum.. Está cansado? Quer uma massagem?

- Eu quero dormir, só isso – comentou desanimado e terminou a refeição em silêncio. A forma como o amigo vinha agindo desde que soube de sua gravidez e conheceu o coreano o deixavam triste.

No dia seguinte, Sehun passou na secretaria buscar a carteirinha e, junto com ela, havia um bilhete. Ele abriu rapidamente, pois estava curioso e ficou boquiaberto ao terminar de ler.

" Oh Sehun? Acho que fomos grandes amigos durante o primário do colégio de Seongnam. Fiquei contente de saber que cumpriu sua promessa de conhecer a China. Bem, vamos nos encontrar? Costumo tomar um café na cafeteria da biblioteca por volta das 10h. Se não conseguir passar lá, me liga. Zhou Peng"

Abaixo do nome do rapaz estava anotado o número do celular e o coreano sorriu ao pensar que finalmente reencontraria seu amigo de infância, mas naquela manhã em especial, o professor passou um exercício que demorou mais que o esperado e ao chegar no café, apenas três amigas riam e conversavam. Ele suspirou desanimado e decidiu escrever para o amigo.

Lu Han recebeu uma ligação do maior avisando que não iria para seu apartamento aquela noite, pois tinha marcado de sair com um amigo e chegaria tarde.

- Nós combinamos de ir num lugar que é mais perto lá de onde eu moro... Acredita que não nos víamos desde o primário?

- Nossa, que legal! Obrigado por ligar, mas não podia ter mandado uma mensagem? – respondeu um pouco seco ao notar a empolgação na voz do coreano.

- Ah, é que eu também precisava falar com você... Bem, por telefone não é o ideal. Amanhã nós conversamos.

- Sobre o quê? – ficou curioso e preocupado.

- Não é nada – a voz parecia dizer o contrário, no ponto de vista do chinês, já que Sehun mudara de um tom feliz para nervoso.

- Sei.. Não esquece que a consulta é quinta que vem.

- Já veremos o sexo do bebê, né?

- É, o médico disse que pode ser que sim. Tenho que trabalhar, Sehun. Boa aula e bom encontro.

- Obrigado! Bom trabalho Luge! E não faça muito esforço físico!

- Tá bom – respondeu virando os olhos, mesmo que um sorriso quisesse brotar em seus lábios.

No horário do almoço, o chinês se encontrou com o corretor e assinou os papeis da locação do outro apartamento, onde passaria a morar em menos de duas semanas. Ele agora precisaria organizar seus pertences e se mudar. Ele havia comentado sobre o assunto por cima com Sehun e sabia que teria que falar novamente, afinal os dois praticamente dividiam o apartamento.

Ao sair do trabalho, recebeu uma ligação do amigo, convidando ele para tomarem algo refrescante. Se encontraram meia hora mais tarde numa lanchonete e o menor começou a choramingar para o chinês.

- Han, você não imagina o que aconteceu ontem. O Chan e eu brigamos feio.

- Mas por quê? – ficou surpreso com o que ouvia.

- Ele pediu demissão e nem me falou nada! Nós não podemos ficar só com o que eu ganho na loja, ainda mais que em quatro meses o Jae nasce e nós temos o apartamento e... – o rapaz falava cada vez mais alto.

- Baek, respira fundo. Por que ele pediu demissão? – Lu Han o interrompeu.

- O pessoal da equipe dele, incluindo você-sabe-quem, ficam menosprezando e ignorando ele. Fora que parece que fizeram uma besteira e jogaram a culpa nele.

- Mas ele pode conseguir outro emprego, não pode?

- Quando viemos para cá, demorou para ele achar um e não ficou nem dois meses! E também, quem vai querer contratar um coreano que mal sabe falar chinês para fazer editoração de foto e vídeo? – o rapaz estava completamente aborrecido.

- E vocês discutiram por isso?

- Eu disse coisas que não devia – suspirou – que ele era egoísta, disse que se ele se esforçasse para aprender o idioma seria mais fácil.. Aí ele disse que eu tava chamando ele de folgado e eu disse que não, aí começamos a jogar os gastos e defeitos um na cara do outro e ele foi dormir na sala.

- Como diria um amigo meu, essa energia não faz bem para o bebê. – Baekhyun deu um sorriso finalmente – eu imagino que você fique preocupado, mas não pode achar que tudo vai dar errado porque ele saiu do emprego.

- Eu sei...

- Eu posso ver se estão precisando de alguém na revista e te aviso. E se precisar de umas aulinhas de chinês eu tô aqui – sorriu.

- Eu entendo porque o Sehun gosta tanto de você...

- Ahn?

- Você consegue ver as situações claramente e não fica desesperado.

- Ah, você não me viu no dia que contei a ele sobre a gravidez. Disse que era o resultado de me divertir com ele...

- Aigoo! e ele? – os dois já bebericavam o suco gelado.

- Devolveu com um "e a culpa foi só minha né?", aí tive que concordar com ele...

- Tá vendo, você não ataca de volta. E foi o que eu fiz com o Chan.. Vou me desculpar com ele assim que chegar em casa.

- Só deixe claro o que foi que realmente te chateou. Pelo que me parece foi ele tomar uma decisão por conta, não é?

- Sim! Nós moramos juntos, é quase um casamento, só não oficializado.

- Se acerte com ele logo, senão quem vai te fazer gemer alto, hein?

- É verdade! – o menor riu escandalosamente – como estão seus nervos?

- À flor da pele! Se dependesse de mim a gente tinha feito ontem, mas ele chegou tarde e o Tao foi lá em casa também... Estou com a impressão de que ele não quer que eu me aproxime do Sehun.

- Por quê?

- Lembra que eu disse que ele veio com uma conversa estranha? Então, ele disse que viu o Sehun com outro na rua e que pareciam ter algo além de amizade.

- Hum, justo agora que você quer ele, fisicamente falando.

- Eu fiquei mal, porque achei que o Hunnia só tinha olhos pra mim. Isso soa muito idiota, né?

- Então você não quer só transar?

- Eu não sei mais! Eu tentei descobrir alguma coisa sobre ele ter outro cara, mas ele só falou do Xiao Bai, que conhecemos no shopping. Só que hoje estava todo feliz que vai reencontrar um amigo de infância. – bufou.

- Amigo de infância? O amigo dele tá vindo pra cá?

- Não sei... Mas ele disse que não vai lá pra casa hoje e que quer conversar pessoalmente.

- Han, você não está criando coisas? Tipo, pode ser que não seja nada de mais a conversa e o amigo pode ser só um amigo.

- Meu eu racional não quer funcionar quando o assunto é o Sehun. Acho que talvez eu esteja gostando dele ou é só pela gravidez e por ele estar sempre perto...

- E pode ser que esteja assim porque não é acostumado a ficar solteiro. Não é porque vão ter um filho juntos que vocês precisam ficar juntos. E se for pra acontecer, vai rolar, ainda mais se você já se sente atraído por ele, em questões fisiológicas. Depois se vai durar, virar um romance e essas coisas, depende de vocês.

- Isso é verdade. Gosto de conversar com você, sempre me dizendo coisas úteis.

Os dois ficaram mais um tempo na lanchonete e então Baekhyun foi embora para se reconciliar com Chanyeol. Lu Han saiu mais tarde e foi para casa praticar ioga e aproveitar para deitar mais cedo.