– Finalmente vocês chegaram. – exasperou Nayeon, balançando o menino no colo que chorava de modo escandaloso.
– Onde está Siyeon? – fora a primeira coisa que perguntei ao olhar ao meu redor e não ver nada além das 3 meninas de cabelo em pé.
– Ela mal chegou e já desmaiou no sono. – Sana.
– Na verdade. – interrompeu, Jihyo. – Ela parecia muito cansada e relutou bastante para ficar com o menino, mesmo não tendo condições. Mas depois de um bom banho, Sana á fez dormir e ela está lá até agora. Imagino que só acorde amanhã.
– Certo. Tá cansada, Dah?
– Não. – sorriu. – Quero ajudar vocês, eu amo crianças, sempre quis fazer pedagogia sabe, mas não consegui passar no vestibular. – comentou, pegando com cuidado o bebê que estava com Nayeon, segurando ele em outra posição e o balançando, dando leve tapinhas em suas costas e aos poucos ele foi se acalmando.
– Ela é boa nisso. – sussurei para Sana, que secava alguns pratos enquanto eu me encostava em nossa bancada.
– Uhum. – concordou com a cabeça rapidamente. – Quer ter filhos com ela? – perguntou-me sem me olhar nos olhos, me fazendo engasgar.
– Do quê você está falando Sana?
– Sei lá, vocês parecem bem apaixonadinhas nas últimas 24 horas. – deu de ombros. – Dahyun não era doce nem comigo e sejamos sinceras, eu sou mais legal e prestativa como namorada do quê você. Isso é totalmente injusto.
– Cada um tem o que merece. – comentei ironicamente, á deixando irritada.
Não pude evitar o riso e me distanciar da garota, desta vez fui para perto de Jihyo e Nayeon.
– Momo...
– Hm – respondi, beliscando algumas comidas do bebê que haviam ali, na verdade eram algumas frutas, ele não comeria mesmo, estava praticamente dormindo no colo de Dahyun.
– Esse bebê... Ele pode ser o seu-
– Não. – tratei de corta-la o mais rápido o possível com um tanto de desespero. Eu não havia contado isso à Dahyun ainda, na verdade ninguém além de minha família e Nayeon sabiam daquilo. E Nayeon apenas sabia por ser uma curiosa sem tamanho e estudava sobre a minha família á anos. – Ele morreu nos meus braços, Nayeon. Eu vi Siyeon desacordada e sem respiração aparente mas ela pode ter sobrevivido. Ele não. Eu o senti morto. Eu o carreguei comigo por dias. Um cadáver.
– Siyeon está jovem. Ela era uma simples mortal e isso faz muito tempo. Ela estaria no mínimo muito muito muito velha. Esse bebê ser seu, não é impossível. – disse, encerrando o assunto. Jihyo parecia deslocada no entanto não se pronunciou em momento nenhum, pouco tempo depois se despediu junto com Nayeon, Sana dormiria aqui.
– Não é melhor levar eles para a cama? – perguntou Sana, apontando para Dahyun e o bebê, que dormiam juntos no sofá.
Suspirei com a cena, eu honestamente á fotografaria. Se ter filhos com Dahyun significasse ver cenas tão fofas quanto aquela todos os dias... Estaria perfeito.
Ou não tão perfeito.
Bebês ainda cagavam fedido, nos davam despesas e eu não suportaria conviver com a culpa de colocar um bebê com o mesmo problema que eu no mundo.
O que eu havia tido com Siyeon havia sido um erro de cálculo muito amado. Mas ainda assim, um erro de cálculo.
– Vá dormir, Sana. Eu vejo o que faço aqui. – disse pra garota que deu de ombros, murmurando um tanto faz, subindo as escadas.
Me aproximei do sofá, afastando a mesa de centro com cuidado mas mesmo assim acabei acordando Dahyun.
– O quê está fazendo? Vamos subir. – disse sonolenta mas não saiu do lugar. Então puxei a parte de baixo do sofá, que formava um sofá cama e peguei algumas mantas que ficavam dentro de um puff da sala para dias frios.
– Use. – lhe estendi, que abriu a manta com dificuldade, então resolvi lhe ajudar a se cobrir. Como a manta era grande, entrei em um espaço nela, nos deixando um pouco juntas demais. Esperava que não fosse incômodo para ela e fechei meus olhos.
Não estava com sono, eu não precisava dormir se não quisesse. Já falei sobre isso antes.
– Me abraça. – ouvi seu sussuro abafado e obedeci, abraçando sua cintura e encarando seu rostinho sonolento, resolvi dormir também para que o outro dia chegasse logo.
Ele seria cheio.
– Bom dia, bela adormecida. – ouvi Dahyun falar no pé do meu ouvido, seu peso todo encima de meu corpo e a casa parecia estar cheia pelo barulho.
– O quê está acontecendo? – perguntei, esfregando os olhos e me virando devagar para que ela saísse de cima de mim.
– Todas as meninas estão aqui. Menos Chaeyoung e Mina, elas devem chegar logo.
– Mina? – franzi o cenho, me acostumando com a luz.
– Mina. – sorriu. – Ops – arrelagou os olhos.
– Bonito nome. – sorri fraco. – Nunca vi ninguém chamado assim.
– Nunca? – perguntou parecendo aliviada. Como se tivesse dito besteira anteriormente.
– Nunca – ri – Vou tomar banho e escovar os dentes ok? Amo você. – beijei sua bochecha, me levantando e indo fazer o quê eu deveria.
Durante todo esse processo andei pensando nos nomes que Dahyun havia dito e suas reações.
Mina. Era um nome familiar de fato, mas eu não conhecia ninguém vivo á se chamar assim. Apenas uma tataravó de Sana. Minatozaki Mina que havia se casado com um Myoui e desde aquela época apenas Hirais e Minatozakis se davam bem. Desde então ela havia mudado seu nome para Myoui Mina, mas havia morrido um pouco antes de eu e Hana nascermos. Queimada.
Coloquei uma roupa simples, uma calça camuflada folgada para esconder... vocês sabem o quê. Uma blusa regada listrada e um tênis vans azul marinho. Não era o tipo de roupa que eu usava, aquela blusa era de Dahyun por exemplo.
Desci as escadas e aparentemente as duas meninas haviam acabado de chegar.
– Momo, momo. – Sana correu até mim. – Quero lhe apresentar o restante do nosso grupo na faculdade, Nayeon. – apontou para a menina que eu já conhecia. – Jeongyeon. – apontou para uma garota extremamente bonita e de cabelos medianos. Ela poderia ser modelo se quisesse. – Jihyo. Mina. – apontou para uma menina de rosto angelical, que sorriu. Seu rosto parecia conter uma constelação, eu ligaria suas pintinhas todas. Ela era adorável. – Chaeyoung e Tzuyu. Nem falo sobre Dahyun porquê enfim. – riu e as meninas lhe acompanharam. Todas sabiam sobre nós duas então?
– Siyeon já acordou? – perguntei alto.
– Já, á pouco tempo na verdade, eu acabei de ir lá e ela estava despertando, lhe dei mais roupas e jajá ela deve descer. – Jihyo.
– E o bebê, Dah? – sussurei para ela.
– Nayeon fez algum tipo de magia que formou um berço assustador e temporário. Ela disse que vai comprar um ainda hoje.
– Na verdade eu já comprei. – interrompeu a conversa. Nos dando um susto, ela não estava na minha frente agora a pouco? Como ela estava atrás agora? – Pela internet. Chega no meio da tarde, então enquanto ainda é meio-dia, vamos almoçar e esperar. Meu berço não é tão assustador assim.
– Já pensou a magia acaba e o bebê cai com tudo no chão? – cogitou Dahyun, o quê me deu um grande desespero interno.
– Tire essa cara Momo, não confia em mim mais? Eu sei o quê eu faço. – disse indignada, Nayeon.
– Honestamente... – cocei a cabeça, dando um sorriso nervoso, desistindo de falar o quê queria devido ao olhar feio de Nayeon.
Antes da mesma me xingar em outras línguas e me lançar alguma maldição cujo eu realmente temia. Siyeon descendo as escadas enquanto balança o bebê parecia mais atrativo.
– Aaaah, como ele está? Dormiu bem? – Nayeon correu até a mesma, brincando com o menino (ou o assustando). Nayeon era a única que havia conseguido arrancar muitas coisas da menina, ela parecia achar a companhia de Im divertida e realmente era. A garota era totalmente sem neurônios e aconchegante. Ela tratava qualquer um como seu ultra big master melhor amigo. Como dizia ela.
– Agora que todo mundo tá aqui, vamos comer. – sorri, indo até a cozinha, enchendo a minha taça e a de Sana de... você sabe o quê. A sorte é que se repararam, ninguém pediu para tomar aquilo também.
E se houvesse pedido.
A resposta era um não bem seco.
Durante o almoço Siyeon parecia ter se enturmado com as meninas, elas eram muito extrovertidas e logo fizeram amizade. A garota parecia confortável com aquilo e eu estaria disposta a conversar melhor com ela á noite. De maneira mais reservada.
Parei de olhar a menina para olhar outra, que estava ao meu lado, sorrindo de ponta a ponta enquanto me olhava.
– O quê foi? – sorri de volta.
– Nada. – respondeu ainda sorrindo, encostando sua cabeça em meu ombro, entrelaçando as nossas mãos.
E o resto do almoço foi assim, eu esperando Dahyun levar a comida até a minha boca e ela voltar à se encostar em mim e rindo das baboseiras das meninas.
Eu parecia não ter problemas naquele momento, mas era mentira. Eu sabia que eu tinha. E ele estava na mesma mesa que eu.
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