Dahyun.
– Tá, mas isso não diz muito sobre você, só me deixa confusa. – tentei argumentar para que parecesse justo que ela me desse alguma informação útil e concreta.
– Eu não tenho muito á dizer sobre mim, Dahyun. – falou, me fazendo suspirar derrotada, me deitando no sofá, eu sabia que minhas chantagens emocionais não funcionariam com ela, e nesse momento eu não tinha muitas opções, talvez eu tivesse que descobrir sozinha sobre essa garota, mas bem que ela podia ser mais direta e me contar, não é?
– Me diga, o que gosta de fazer? – mudou de assunto.
– Estando com o pé enfaixado e não servindo para quase nada além de ser um enfeite? – perguntei usando toda minha sinceridade, fazendo a loira rir e assentir com a cabeça. – Ficar jogada no sofá fazendo coisas que não são consideradas importantes por pessoas que tem o que fazer, como estamos fazendo agora. – falei.
– Entendi... Então, ver um filme se enquadra nisso? – questionou-me.
– Depende, se você me trouxer pipoca e refrigerante, yep. – disse, á fazendo sorrir de uma forma quase imperceptível e se levantar, indo em direção á cozinha fazer o que eu pedi, e eu torcia mentalmente para que ela soubesse fazer e não quebrasse nada ou destruísse a cozinha, caso contrario, Sana me mataria, ou não, afinal a casa é da Momo, então ela pode quebrar o que quiser, não?
Ouvi barulhos suspeitos do cômodo ao lado, mas apenas ignorei, tendo pensamentos positivos, me colocando á escolher um filme onde eu não me sentisse entediada, como o que filmes de romance me faziam sentir, nem assustada, como os filmes de terror, nem enojada, como os de besteirol, então optei por um filme animal que não fosse dramático, o deixando pausado enquanto esperava Momo voltar da cozinha, coisa que não demorou muito, e ela já estava de volta, com um copo de refrigerante e um balde de pipoca, os colocando em minha frente, pegando um pouco da bebida restrita dela, e se deitando ao meu lado.
– Não vai beber refrigerante? Vai trocar isso por bebida alcoólica? Olha, nem eu, hein, é dia de semana. – falei.
– Não eu... Prefiro a minha bebida, que diga-se de passagem não é alcoólica. – respondeu.
– Se não é alcoólica, eu posso provar? – pedi, me aproximando da garota, com minha cara mais fofa, que apenas á fez me afastar dela, com uma cara indecifrável.
– Você não pode beber isso, entenda e se contente com isso aí que você bebê. – respondeu levemente irritada, pegando o controle de minha mão e colocando o filme para passar, o jogando com força ao meu lado, me fazendo encara-la estranho, mas a mesma não se importava e apenas se colocou á assistir o filme, me fazendo suspirar fundo e fazer o mesmo.
Durante todo o filme, Momo não encostou na pipoca e ficou apenas bebendo daquele veneno dela, é, veneno, é a única coisa que eu poderia constatar que fosse, talvez ela estivesse tentando se matar, e estava bebendo veneno, e ela queria poupar minha vida, não permitindo que eu tomasse.
Tá, viajei agora. Momo não parece o tipo de pessoa que quer morrer, ou ao menos que está preocupada com isso.
Depois do termino do filme, eu me sentia cansada e carente pela minha cama, já era quase nove horas, e Sana já deveria estar chegando, e confesso que a companhia de Momo havia feito o tempo passar mais rápido do que deveria, mas isso era bom, creio eu.
– Eu vou levar tudo isso para cozinha, já volto. – comentei, juntando tudo, e me arrastando até a cozinha.
–Eu levo. – insistiu Momo, tentando pegar as coisas de minha mão que apenas puxei para o lado, á impedindo.
– Não, eu que levo. – resmunguei, encarando a menina e continuando á andar, e acabei não vendo uma bolsa de Sana largada no chão, tropeçando na mesma e acabando derrubando tudo que segurava e por pouco não caí, se não fosse pela Hirai ter me segurado, ótimo reflexo o dela, não?!
– Você com toda a certeza deveria ter aceitado minha ajuda. – reclamou, começando á juntar a sujeira que eu havia feito.
– Desculpa, eu vou limpar tudo sozinha, não precisa me- Ai! – soltei um baixo resmungo, ao sentir um caco de viro entrar em meu dedo, vi Momo puxa-lo rapidamente, e eu encarar meu dedo que agora sangrava como nunca. – Momo, por favor, pega a caixa de primeiros socorros para mim, fica no armário mais alto da cozinha. – pedi, me xingando mentalmente por ser tão burra, e ao levantar meu olhar para Momo, á vi paralisada enquanto desviava o olhar entre meu dedo e o caco de vidro, ambos ensanguentados, notei também que seu punho se encontrava fechado e suas veias do corpo pareceram começar á saltar. – Momo? – á chamei, com medo.
A vi, largar o caco no chão e correr até a cozinha, e voltar em poucos segundos, jogando á caixa em minha direção, subindo as escadas correndo, mas não sem antes dizer.
– Cuide disso e não me chame enquanto não o tiver feito.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.