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História Vampire Heart - Capítulo I


Escrita por: NahimanaMayfair

Notas do Autor


Hello!

Depois de sumir por muito tempo, cá estou again e desta vez com uma fic que escrevi faz muuuuuuito tempo de presente para minha linda @Freya_Senju. Como uma boa fã da Anne Rice, tinha que escrever algo sobre vampiros e aqui está hahahaha
Espero que todos gostem <3
Boa leitura!

Agora para ti Lisa (@Freya_Senju), espero de coração que goste dessa fic, foi escrita com todo coração, é um presente simbólico mas fiz o possível para ser de seu agrado ^^ E mais uma vez quero desejar a você um feliz aniversário, já te disse praticamente tudo o que queria, então desejo que você curta todos os seus dias e saiba que sempre terá uma amiga quando precisar de mim. Te amooo muito <3

Capítulo 1 - Capítulo I


A lua brilhava no céu sobre a cidade de Roma, e sob seu olhar, uma figura humana estava agachada no alto de um prédio, observando as idas e vindas na rua Viale Aventino logo abaixo. Dentre as pessoas que ali passavam, uma se destacava, esta era uma jovem -pelo menos ao julgar por sua aparência- possuía cabelos róseos brilhantes e um gentil sorriso no rosto enquanto caminhava calmamente, uma figura encantadora. Olhando para ela, era difícil de acreditar que era o monstro que Sasuke Uchiha teria que destruir.

O caçador de vampiros permanecia quieto no alto do prédio, observando sua presa atentamente. A garota correspondia a descrição de Haruno, uma nobre voraz que vinha aterrorizando os seres humanos desde anos atrás, os boatos eram de que ela viajava por diversos países, espalhando o terror por onde passava, deixando corpos e mais corpos para apodrecerem após terem seu sangue sugado até a morte, todavia, Sasuke não queria atacá-la até ter certeza de que ela era seu alvo .

— Deve enfrentá-la - disse uma voz baixa, à esquerda do caçador — Você não pode apenas assisti-la. É uma linda mulher, quem pode culpá-lo por hesitar? Um verdadeiro desperdício… 

Sasuke endireitou seu fedora preto de abas largas que, juntamente com um casaco de trincheira ébano o deixava um tanto assustador, exceto pela camisa social branca destacada por um colete preto que usava por baixo.

— Olhe para ela - a voz sussurrou — Aquele sorriso, apenas aquele sorriso poderia derrotá-lo. Eu sei.

Sasuke apenas ouvia atentamente, preferia não dizer nada para não agredir o amigo. Sai quase sempre o acompanhava em suas missões, também era um caçador, apesar de ser um homem deveras indiscreto, além de ter as mulheres como uma grande fraqueza.

— Vamos Sasuke, confesse - Sai continuava dizendo — A minissaia e aquelas botas... Tudo muito sexy. Sem mencionar o quanto aquele sobretudo preto por cima... 

Sasuke permanecia atento a voz do amigo sem lhe dar atenção. Maior do que a sede de sangue era a ironia de que uma das poucas criaturas no mundo que poderiam causar-lhe irritação genuína, era seu parceiro de caça. Às vezes, ele se perguntava por qual razão ainda o matinha ao seu lado sabendo o quão problemático Sai era.

Após alguns minutos, Sasuke notou que Haruno havia entrado em um pequeno beco ao lado do prédio, de onde ele a espiava. A vampira já estava preparada para fazer mais uma vítima, quando algo nas sombras lhe chamou a atenção.

 — Droga - ela resmungo,  levantando rapidamente a cabeça a procura de quem a observava. Passados alguns momentos, ela viu o caçador de pé, em silêncio na luz prateada da lua. Então, em um rápido movimento, a mulher pegou algumas vigas de aço que ali haviam e avançou contra o homem, com velocidade e graça, além do escopo mortal.

— Ela é uma sugadora de sangue, tudo bem! - Sai disse, ao reparar que a vampira fora segurada por Sasuke antes de atingi-lo.

— Cale-se - Sasuke murmurou, sua voz era tão fria e serena como uma geleira a meia-noite. A caça tinha começado.

A vampira aproveitou-se da distração de Sasuke e acelerou até a Viale Aventino novamente, parando de frente a uma loja. Gritou com sua bela voz feminina estridente, pedia ajuda, como se fosse uma vítima desesperada. Um homem de dentro da loja, deu um grito para que disparassem o alarme e a polícia viesse logo.

Os caçadores sabiam que apesar de toda aquela cena, não tinha como a mulher fugir deles, então não a seguiram. Sasuke decidiu usar uma estratégia melhor assim que avistou uma jovem com olhar assustado, encostada contra uma parede de tijolos. Era uma mulher loira de olhos azuis, possuía um corpo esbelto e seios fartos, usava um vestido curto de cor vermelha, ao notar os caçadores, seus olhos rolaram para lá e para cá em confusão e medo, estava encrencada e sabia disso.

Sasuke tirou de seu casaco uma lâmina de prata, correndo na direção de sua vítima. Não gostava de matar mulheres, era um fato, teria que fazê-lo rápido como sempre, porém, um vulto rápido interrompeu sua corrida, desviando sua espada e jogando-a contra a parede cor terracota. A mulher loira deu um grito e se afastou do caçador.

— Se três é demais…- a vampira de cabelos róseos entoou com uma voz sedutora — Então deve ser de quatro a superlotação - virou a cabeça, olhando na direção da mulher loira  — Ino… Se recomponha, não temos muito tempo, querida.

A rosada olhou para o homem caído no chão, àquele de quem tentara sugar o sangue, antes de ser interrompida pelos caçadores e ter de correr. Ela observava como num deleite o olhar de puro terror na face de sua vítima. — Quanto a você, está sobrando… - ela continuou, voltando-se para o caçador — Aliás, e você? O que diabos deseja? Você olha como um profissional, por isso duvido que esteja com essa escumalha - concluiu, voltando-se novamente para o homem no chão, o segurou pela camisa, girou e o jogou na parede oposta, como se quisesse demonstrar sua força. O crânio do homem golpeou duramente contra a parede, e o cheiro de sangue encheu o ar.

Sasuke tentou ignorá-lo, mas sua língua corria por conta própria ao longo dos caninos em sua boca fechada. Apesar de caçador, ele também era um vampiro, e como sempre, era difícil esconder esse lado. Ele abaixou a cabeça, esperando que a vasta aba do chapéu escondesse suas presas que iam se alongando.

— Desculpe! - A vampira riu ingenuamente — Será que isso dói? - questionou aproximando-se e sacudindo o homem que havia lançado contra a parede — Parece que ele está morto, mas que tragédia - ironizou.

— Eu fui enviado para matá-la, Haruno - Sasuke disse rapidamente — Eu sou Uchiha Sasuke, caço monstros que prestam desserviço à sociedade, como você.

— Haruno? Desserviço à sociedade? - a vampira riu — Você pegou o parasita errado, idiota. Eu nunca matei um inocente, todos os que me servem de jantar, assim como o homem que acabo de matar, já cometeram algum pecado, se é que posso chamar assim. Geralmente são estupradores, corruptos, aliciadores, assassinos etc. Esse é meu tipo de “vítima”. Na verdade faço um serviço à sociedade a limpando desse tipo de lixo humano. Agora sobre a Haruno, bem, não deixo de ser uma, mas sou Haruno Sakura, a Haruno que você procura deve ser minha mãe, talvez minha avó, mas não sou eu, não tenho muito valor no mercado, não ainda.

Sasuke piscou, ele nunca tinha ouvido falar de um vampiro chamando-se de parasita antes, especialmente um da antiga nobreza. Certamente, a Haruno de quem ouviu falar não se rebaixaria a tal gíria vulgar — Você usa o símbolo - observou, apontando para um pingente que pendia sobre o pescoço da sanguessuga — E você combina com a descrição que tenho.

— Óh, é verdade - Sakura respondeu enigmaticamente, tocando o pingente e sorrindo. Ela olhou ao redor, notando Ino devorando sua presa, sob o olhar abismado de Sai — Merda! - gritou — Perdi meu jantar! Ino você deveria ter deixado para mim, idiota!

— Eu estava fraca imbecil! Sabe que faz muito tempo que não como - Ino respondeu, limpando os lábios — O que foi? Nunca viu um vampiro jantar? - questionou fitando Sai, que apenas sorriu de canto.

Sakura bufou e encarou Sasuke com um olhar envergonhado, então simplesmente deu de ombros e chutou com raiva uma lata que estava jogada no chão.

— E você é um vampiro… E caça vampiros? Estupendo! Estou impressionada senhor, digo, senhores - Sakura disse piscando para Sai, em seguida, levantou uma sobrancelha — Você está pensando em me matar também? - seu tom era curioso, de forma desinteressada e como acontecia com todos os nobres, sugeriu que tal ação não poderia ser feita.

— Eu poderia facilmente, senhorita - Sai respondeu com um sorriso malicioso, recendo um olhar fuzilante do parceiro.

— Me diga, Sakura, não é? Onde posso encontrar a Haruno de quem preciso? Já que diz que não é você - Sasuke questionou em tom amigável.

— Interrogação antes do ataque? - a vampira observou — Você é um homem de negócios, Sasuke, gostei de você, se quisesse poderíamos formar uma dupla de matar, literalmente.

— Sakura… - Ino resmungou, mas fora interrompida pela amiga,

— Silêncio! Deixe eu negociar com o lorde Sasuke - a voz de Sakura era de pura malícia. Sasuke ficou em silêncio, olhando para ela sem dizer mais nada.

— Qual é a sua relação com a Haruno que procura? - a mulher questionou, curiosa.

— Ela assassinou toda a população de um hospital para os idosos - disse ele, tentando disfarçar que sua voz continha uma certa tristeza — Mais de uma dúzia de homens e mulheres. Fui contratado para matá-la por isso, sem contar os crimes antigos.

— Idosos e hospitalizados? - questionou a vampira — Onde está a perda?

— Eu não espero que você entenda, Sakura, mas não aja com tanta frieza - Sasuke disse calmo.

A mulher de cabelos róseos revirou os olhos — Então, é o dinheiro? - questionou — Ou é apenas o derramamento de sangue o motivo de estar atrás dela? Me diga!

O caçador ficou em silêncio.

— Ouça, lindo caçador - Sakura caminhou até Sasuke e colocou as mãos contra seu peito — Nós dois sabemos que há muito mais por trás disso do que dinheiro ou moral. Eu posso sentir o cheiro em você - ela dizia cheirando o pescoço do homem, para depois sussurrar em seu ouvido — Contra o que você está realmente lutando? 

Os olhos de Sasuke se estreitaram e ele levou as mãos até os cabelos de Sakura, os puxando com força para trás — Não banque a esperta, mulher! Você vai me dizer onde encontrar a vampira que procuro ou não?

— Eu não vou! - a vampira respondeu sem rodeios — Ela é minha parente, salvou minha vida uma vez, além disso, não vou insultar sua inteligência mentindo para você sobre a localização dela. Um homem como você, provavelmente pode ver através da lorota de qualquer maneira, e apesar disso não vou te dizer verdade alguma - seus olhos sustentavam um desafio, mas fez Sasuke deixar passar o assunto, ele tinha outras maneiras de descobrir, e vampiras honrosas como Sakura eram difíceis de encontrar.

— É claro... - a vampira traçou um dedo pelos lábios do caçador — Isso não significa que eu não posso ajudá-lo, talvez com outras coisas. Eu posso sentir seu fogo atrás de sua face pálida, Uchiha Sasuke, o caçador. É notável que existem coisas que você anseia de mim, coisas que eu posso lhe dar.

— Ela está certa sobre isso, Sasuke - Sai disse, chamando a atenção de Sakura para si.

— Quem é você, cara? - ela questionou — Você fica apenas aí parado com cara de paisagem e agora resolve falar algo? Ainda assim nada que ajude realmente.

— Sou Sai, parceiro de Sasuke, todavia não posso agir sem seu consentimento, por isso a “cara de paisagem” - Sai respondeu prontamente.

Sem dizer nada, Sasuke virou as costas e saiu para a rua escura. A vibração do casaco e os pés estalando em cima da calçada eram os únicos sons de sua partida, ele sequer se virou para ver se Sakura ou alguém estava o seguindo. Ele podia ouvir a respiração falsa dela, como uma mentira sussurrada, notando como ela tornou-se mais fraca com a distância. Sasuke atravessou a rua e voltou para o prédio de tijolos cinza, onde havia mantido sua vigilância. Após alguns longos minutos, em frente ao edifício tingido de azul na luz do luar, uma motocicleta parou, assim que a dona da mesma retirou o capacete, ele sorriu fracamente, descendo do prédio e aproximando-se da vampira.

— Você não pode ficar só por aí enquanto seu parceiro e minha parceira, provavelmente… Você sabe - Sakura falou alegremente, fitando os olhos do caçador.

— Eu não penso assim - ele respondeu prontamente — Sai dorme com qualquer uma que lhe der mole, isso não tem nada a ver comigo.

— Por que não? - Sakura desceu da moto e pousou a mão no rosto de Sasuke — Oh, entendi, você pensou que eu estava falando sobre irmos para cama? Bem, isso só serve para mostrar que você só tem morte e sexo no cérebro.

Aquilo foi o sujo falando do mal lavado, ambos sabiam disso.

— Quando foi a sua última vez com uma mulher? - a vampira questionou — Você não deve ter muito tempo, eu presumo.

— Isso é o suficiente! Afaste-se logo se não quiser que eu a machuque - advertiu Sasuke, com uma nota de nervosismo na voz.

— Eu não entendo - Sakura suspirou — Você tem uma boa aparência e charme, mas parece temer ficar perto de uma mulher. Você acha que uma vida de combates impede qualquer chance que você pode ter de encontrar a felicidade? Que você está condenado a passar o resto da eternidade vivendo uma vida de penitência e conflitos, tudo porque matou seu pai com as próprias mãos?

— O que você sabe sobre meu pai? - o caçador questionou.

— O suficiente, você sabe, nós vampiros ouvimos os boatos uns sobre os outros. Eu sei que seu pai foi o maior assassino que esse mundo já conheceu, não se culpe - a mulher disse calmamente.

— Fique quieta! Não fale sobre o que não sabe.

— Tudo bem, tudo bem. Mas neste ritmo, você morrerá sozinho. Até logo, Sasuke - Sakura se despediu com um beijo no canto dos lábios do rapaz, para depois sair acelerada em sua moto.

 

(...)

 

A noite avançava e Sasuke seguiu para o apartamento que servira como sua casa naquela era. Não muito tempo atrás, ele vivia em relativo luxo, mas vampiros tinham tornado-se muito mais cuidadosos com o advento dos sistemas de vigilância e medicina forense, com isso, o dinheiro foi ficando cada vez mais escasso. Às vezes, ele era incapaz de pagar as armas necessárias para as suas tarefas, muitas delas sendo forçado a incapacitar sua presa, deixando-as no sol para morrer lentamente, o que ia contra seus princípios, pois mesmo que algumas de suas presas merecessem tortura, o caçador era relutante torturar. Sentia saudade dos bons e velhos tempos, quando o mundo tinha mais dignidade e até mesmo monstros possuíam algum tipo de honra. Com esse pensamento, Sasuke seguiu para seu quarto e jogou-se na cama, iria ligar para Sai, mas lembrou-se das palavras de Sakura.

— Aquele idiota, um dia ele vai acabar se matando - falou para si.

Não sabia porque, mas não conseguia tirar a vampira de cabelos róseos da cabeça, não sabia se sua aparência angelical somada ao temperamento vezes explosivo, vezes doce era o que havia lhe chamado tanta atenção, talvez ela tivesse razão, talvez ele precisasse de uma mulher.

 

(...)

 

Sasuke não sabia quanto tempo tinha passado, quando fora acordado pelo som de vozes que conversavam por perto. Ficou alerta e concentrou sua audição, para então perceber que uma das vozes pertencia a Sai.

— Ele nunca vê o meu lado das coisas - Sai reclamava — Eu tenho coisas que quero fazer muito, sabe? Mas ele não entende, se preocupa demais com o que pode acontecer e não foca no que realmente está acontecendo, é um pessimista.

Sasuke manteve os olhos fechados, achou melhor fingir estar dormindo. Muitas coisas poderiam ser ditas para Sai, para que ele parasse de difamá-lo daquela forma, mas pelo menos sabia que era raro seu parceiro falar com estranhos, então queria saber com quem ele falava com tanta intimidade.

— Isso é muito ruim - disse uma segunda voz. Depois de um momento, Sasuke a reconheceu como pertencente a Sakura — Aposto que você e ela se divertiram na noite de ontem, enquanto ele ficou se torturando, pensando em inúmeras estratégias para achar a minha parente, não reclame tanto Sai, você tem a loirinha... - Sakura dizia referindo-se a Ino — E ele não tem ninguém além de você. Por falar nisso...

— Hey! - Sai gritou — Não vá até lá, Sakura!

A vampira apenas sorriu e caminhou até o quarto onde estava Sasuke.

— Hey, bela adormecida! - o chamou — Está acordado?

— O que você quer? - o caçador tentou parecer calmo, mas o fato da vampira ter invadido o seu espaço pessoal o incomodava.

— Eu só vim para reiterar a minha oferta - ela disse calmamente.

— Não estou interessado.

A mulher riu musicalmente — Isso não é o que seu parceiro diz.

Sasuke abriu os olhos e lançou um olhar sutil para Sai, que estava na porta sorrindo. “Imbecil” - pensou. Seus olhos mudaram e fixaram-se no grande rasgado que havia no vestido de cor negra usado por Sakura, evidenciando sua coxa devido a posição em que ela se encontrava, agachada sobre sua cama. Silenciosamente, ele deslizou a mão debaixo do travesseiro, buscando um punhal.

— Ah, por favor, você não tem que ser assim - a Vampira fez beicinho — Ele só está tentando te ajudar e eu sou a ajuda que precisa - concluiu puxando a mão de Sasuke com violência, lançando o punhal longe.

O caçador rolou, virando o rosto para a parede.

— Você também não é humano... - a mulher observou — É por isso que você está atrás da minha parente?  

— Eu não sei nada sobre isso - Sasuke respondeu friamente — Eu sou um caçador de vampiros, fui pago para matar sua parente, nada mais.

— Você pode querer arrancar seu coração - Sakura opinou — Mas pelo que sei, ela recentemente teve uma mão em salvar o mundo, você também sabe, não sabe?

Sasuke virou e encarou a mulher. Após anos de caça, ele já era bem treinado para detectar a falsidade e mentira nas palavras, gestos e atitudes das pessoas, e não viu nenhuma ali. Claro, mas quem poderia dizer por quanto tempo àquela vampira vinha praticando engano? Ela poderia ser tão treinada em mentir quanto ele em descobrir. 

— Oh, eu tenho sua atenção agora - Sakura sorriu — Te surpreende que um sanguessuga possa fazer algo útil? 

— Explique - Sasuke pediu.

Sakura respirou fundo, como se estivesse se preparando para recitar uma grande ladainha.

— Vamos começar com o básico. Vários vampiros possuem algum tipo poder místico, um deles é o de trazer uma pessoa morta de volta a vida para vingar seu próprio assassinato. Uma menina passou por essa situação, ela foi assassinada e trazida de volta por uma outra vampira, que lhe revelou este poder. Sabendo disso, essa menina conheceu outros vampiros e lhes contou sobre a existência de um culto de sangue que ela estava caçando, o culto de sangue que a matou em um ritual longo e terrível.

Sasuke tinha ouvido falar de tais coisas, cultos feitos por vampiros afim de proporcionar-lhes o sustento sem a necessidade de sujar as mãos pessoalmente várias vezes, eles persuadiam e levavam pessoas para servirem de sacrifício, tais sacrifícios eram tantos que esses vampiros eram severamente procurados por caçadores e ocultistas. 

— Essa menina rastreou o culto - continuou a vampira — E matou os membros em uma única noite de justa vingança, mas a um custo. O culto tinha um vampiro que podia voltar a vida, este conduzido pela raiva e sede de vingança, jogou uma katana no peito da menina, prendendo-a na parede.

Sakura afastou um pouco o decote de seu vestido e esfregou os dedos ao longo de seu esterno, apenas dentro do vale de seus seios. Sasuke baixou os olhos momentaneamente, notando que ela era a menina da história, provavelmente. Sentiu pena dela por alguns instantes, ao que parecia, para ela falar daquilo estava trazendo de volta sensação de sua morte.

Sakura viu o movimento de olhos de Sasuke e assentiu com a cabeça — Haruno Mebuki, minha mãe, me trouxe de volta antes que meu espírito fosse capaz de atravessar. Além de ter me dado a vida, quando viu que eu morreria, ela me deu uma forma de poder que salvou minha vida em mais de uma ocasião. Não apenas por ser minha mãe, eu tenho com ela uma dívida que você simplesmente não compreende e nunca poderá compreender.

— Você mencionou salvar o mundo - o caçador disse calmamente. Ele não tinha nenhum desejo de ouvir a história da vida da vampira.

Mais uma vez, Sakura assentiu — Descobriu-se que o culto tinha sido danificado por alguma força externa. Ele havia sido criado como o intuito de ser uma fonte de alimento mais do que suficiente para sustentar qualquer bebedor de sangue, além de ser uma fonte de influência, pois cada um de seus participantes era membro notório da cidade, desde políticos, advogados, empresários, policiais e até médicos, porém essa cidade nunca sangrou o suficiente para prejudicá-los - a vampira respirou — Mebuki sabia que havia um vampiro-demônio adormecido debaixo desta cidade e que as pessoas do culto tinham usado o mesmo para enfraquecer lentamente os selos que o mantinham preso, oferecendo-lhe sangue e dor. Ele quase ficou livre, mas os meus esforços junto aos de Ino, bem como um punhado de outros o manteve selado e assim ele permanece.

Sasuke ponderou sobre a história por um momento — E Haruno Mebuki estava entre esses outros? - questionou. Se ela estivesse, ele supôs que era provavelmente para seus próprios propósitos e não para ajudar alguém. Se o culto era tão impressionante como Sakura alegara, sua destruição deve ter sido um golpe para os que dele faziam parte.

— Não exatamente - Sakura admitiu — Mas ela estava me estudando e sabia exatamente quem e o que eu era, ela sempre cuidou de mim e do meu grupo.

O caçador a olhou — Quem é seu grupo?

A vampira riu, coçando a nuca em um gesto formoso de quase vergonha. Para Sasuke por um momento foi muito fácil esquecer que ela era uma predadora e pensar nela como a jovem que ela parecia ser: Adorável.

— Meu grupo era formado por quatro meninas, sendo três com poderes específicos - ela informou — Uma vampira que pode voltar a vida, uma mulher-lobo, uma necromante e uma vampira normal. Nós viemos da escuridão, nós sempre a governamos mas ela nunca nos governou, e desde que nos unimos mantivemos Roma segura.

Aquela conversa tornara-se interessante. Dia após dia, ele lutava contra a fome, noite após noite ele perseguia aqueles que perseguiam os homens. Uma vida que nunca foi fácil e sempre carregava um custo. O caçador notou que ela falou de seus companheiros no passado e não quis perguntar mais sobre o assunto. No entanto, Sai não era tão discreto.

— Como você alimenta, vampirinha? - ele perguntou — Diga-me isso!

— Eu já disse anteriormente, me alimento da escória da sociedade - respondeu ela.

Sasuke fez uma careta — Impossível! - ele gritou. Esteve lutando contra a fome dentro de si desde sempre e nunca a usou como desculpa para matança. Ele sabia que poderia evitá-la por uma semana ou duas, até mesmo alguns meses, mas a chamada do sangue nunca poderia ser negada e ele tinha que se alimentar, mesmo que depois se arrependesse de tê-lo feito.

— Nada é impossível - Sakura retrucou — Sua mãe não já mencionou isso?

— Confie em mim - Sai se intrometeu — Não mencione a mãe dele.

Sasuke respirou fundo e a vampira aproximou-se dele. Normalmente ele teria simplesmente a chutado para fora do colchão, mas a proximidade dela o fez relaxar e ele estava interessado no que ela tinha a dizer. Ela reclinou languidamente ao lado dele, mantendo uma distância casta, mas seus movimentos deixaram claro para o caçador que ela estava disposta a ir mais longe. Parte dele agitou-se com o pensamento, mas essa parte estava acostumada a ser ignorada, e por enquanto, facilmente controlada.

— Por que falar de vampiros te causa tal desconforto? - Sakura questionou. O olhar em seu rosto era franco e aberto, como se os dois fossem velhos amigos, então ela jogou a pergunta casualmente.

Olhando para longe, o vampiro se levantou e começou a ver como estava a manutenção de suas armas. Puxando uma grande espada que estava embaixo da cama, passando o dedo pela parte cortante lentamente.

— Você também é um morto-vivo… - a vampira dizia — Eu posso cheirá-lo e vê-lo em sua aura. Você não é como eu, não é um vampiro que voltou a vida, porém, não é um vampiro normal. Eu estou curiosa sobre você.

O caçador arqueou uma sobrancelha, e a vampira prosseguiu — Eu devo avisá-lo, despertar meu interesse é uma maneira de me fazer ficar por aqui. Sai me disse que você matou a última garota com quem dormiu, isso é meio assustador, é por isso que evita contato intimo? Gosta de sexo violento? - ela caçoou. 

Sasuke se atrapalhou e acabou cortando o dedo com a espada. Não havia dor, a lâmina era muito afiada para isso, o corte fora rápido, porém não profundo.

Sakura sorriu, aproximou-se do rapaz e colocou o dedo do mesmo na boca, sentindo o gosto diferenciado que tinha o sangue do mesmo. — Isso… - Sasuke resmungou, tentando manter a voz calma — Não é sua preocupação. Não é da sua conta.

— Eu tive sorte - Sakura persistiu — O garoto que eu amava era um lobisomem.

Sasuke levantou a vista, mas não disse nada. Aquela estava longe de ser a primeira vez que ele tinha ouvido falar de tal relação, embora lobisomens misturando-se com vampiros nobres era novo.

— Ele era forte e disposto a cooperar com um pouco de seu sangue quando surgia a necessidade. Eu era capaz de desabafar meus instintos - a vampira recordou — Até que eu finalmente pudesse superá-los.

Sakura notou que Sai havia saído dali, não sabia a quanto tempo estava a sós com Sasuke, mas não perderia a oportunidade de uma aproximação. Rapidamente, retirou a espada da mão do rapaz e a colocou em um canto próximo, lambeu o restante do sangue perdido de seus dedos e em seguida, tirou um pano para limpar o local.

— Você deve pensar em seguir o meu exemplo, Sasuke - ofereceu — Encontrar alguém que possa aceitar seus avanços e usá-la.

— Usá-la…- o caçador repetiu em dúvida.

— Usá-la para superar suas fraquezas - a vampira riu — Eu posso dizer que elas irão deixá-lo maluco mais cedo ou mais tarde.

Independente de qual fosse sua intenção, ela estava usando uma quantidade preocupante de verdade em suas palavras. Era uma verdade que ele não queria viver solitário para sempre, precisava de alguém que pudesse alimentá-lo, aceitá-lo, levantar sua força e paixão sobrenatural, o mantendo dentro da razão. Também era verdade, no entanto, que as forças estavam contra ele, poderiam usar sua afeição por outra pessoa como uma arma que o levaria direto para o inferno.

Sasuke respirou pensativo — Não seria sábio.

— Vamos, me diga do que você tem medo? - Sakura falou. Num piscar de olhos, os dedos alongados, saltando para nitidez mortal como canivetes, suas garras enormes atravessaram seu braço nu e o cheiro de sangue se propagou, como uma explosão de gás lacrimogêneo no quarto minúsculo, enchendo o ar em torno de ambos em um miasma de doce. A dor explodiu na boca Sasuke, suas presas dispararam instantaneamente ao seu comprimento total e seus olhos ficaram vermelhos, enquanto um desejo incontrolável dominou seu corpo.

— Sangue Vampiro - Sakura cantarolou — O mais doce e poderoso de todos. Beba hoje à noite - ofereceu — E amanhã deixará a sede para trás.

Sasuke se afastou como um animal encurralado, com uma mão, ele juntou seus pertences, antes sair do local rapidamente, deixando a vampira incrédula.

— Estúpido - ela pronunciou, rindo enquanto observava seu ferimento fechar rapidamente.


Notas Finais


Heeeeeeeeeey people ^^
Esse foi o primeiro capítulo, a fic terá apenas dois segundo meus planos e pretendo postar o outro o quanto antes.
Se algo ficou confuso podem me questionar à vontade ^^

Lisa, espero que tenha gostado do presente, sua opinião é crucial <3
Também quero agradecer a @DLion que super me animou a postar essa fic, além de me ajudar sempre *.*
e agradecer ao @Lugaid, meu amor que fez essa capa para mim <3

Bem, é isso, até a próxima ^^

PS: Para quem acompanha EMD, postarei o quanto antes, tive um grande problema com meu notebook e perdi 3 fucking capítulos que pretendia postar D': mas não abandonei e jamais abandonarei a fic <3

Beijooos :**


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