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História Vazio - Despedida


Escrita por: ChisanaRumiko

Notas do Autor


Olá, galeris <3 Tudo de bouas?
Siiiiim, eu sei, me atrasei um pouco na postagem... É, gente, eu tô precisando desenferrujar depois dessa temporada sem postar capítulos com frequência =____=
Por sinal, vou voltar ao meu esquema de 4/5 mil palavras, pq aí eu consigo postar mais rápido!
~desculpem o transtorno~

Enfim, era só isso mesmo :3
Ah, e tb agradecer pela forma lindamente fofa que vcs me acolheram ;---; GENTE, NA MORAL, VCS SÃO OS MELHORES <3
Agr, sem mais enrolação... Mais um cap pra vcs ;D

Boa leitura!

Capítulo 36 - Despedida


Estava tudo um caos. O seu psicológico, o seu emocional, o seu rosto... Nada se encontrava da forma como normalmente deveria estar. Armin simplesmente se levantou da cadeira sem muita cerimônia e passou por Marco e Jean.

— Eu vou embora — anunciou o loiro com a voz murcha.

— Armin! — Marco o chamou, mas que de fato o impediu foi Jean, segurando o braço do menor.

— Me solta, Jean — murmurou Armin com a cabeça abaixada. — Estou cansado de pessoas me segurando por hoje...

— E eu já estou cansado dessa ceninha, Armin — rebateu Jean, fazendo o loiro o olhar com espanto. — Foi um pouco engraçado ver você e o suposto namorado de Eren discutindo... — Ele notou que Armin fez uma careta ao mencionar Levi, mas seguiu sem dar muito enfoque nisso. — Só que, agora, está na hora de você relaxar e conversar um pouco.

Mas eu não quero conversar — resmungou Armin, virando-se lentamente para olhá-lo nos olhos. — Eu já não estava me sentindo bem, acabei de deixar Eren irritado, comprei uma briga desnecessária com o namorado dele... Cara, eu só quero voltar para casa e ficar deitado na minha cama o resto do dia.

— Isolar-se do mundo não vai ajudar de nada, Armin — disse Marco carinhosamente ao aproximar-se dos dois e retirar a mão de Jean. — Tenho certeza de que Eren não está tão chateado assim, vai ficar tudo...

— Marco, desculpa — Armin o interrompeu enquanto passava uma mão pelos fios loiros, puxando a franja curta para trás. — Mas eu realmente não estou a fim de um discurso autoajuda.

— Se ele que está tentando te ajudar, então não é autoajuda — retrucou Jean. — Armin, sério, para de...

Eu parei, caralho! — gritou o menor, perdendo a paciência de novo. — Eu só queria ir embora, porra, nem isso eu posso fazer?!

— Eu não vou te deixar ir assim! — Jean gritou de volta, fazendo Armin recuar um passo para trás.

— Ei, vocês dois, calma! — pediu Marco, pondo-se entre os amigos.

— Você não manda em mim, Jean! — Armin seguiu a discussão, ignorando completamente a presença de Marco.

— Isso não é mandar, é se preocupar! — Jean pôs ambas as mãos na cabeça e puxou de leve alguns fios. — Por que você não consegue ver a diferença?!

— Não se preocupa comigo — respondeu o loiro com sarcasmo —, eu sei me virar sozinho!

— Aham, estou vendo!

— Pelo amor de Deus — Merco murmurou enquanto apertava a ponte do nariz com o indicador e o polegar —, será que dá para vocês pararem de gritar?

— O que vocês estão fazendo? — perguntou Eren, finalmente se juntando aos amigos na sala. A sua presença fez com que os três se calassem simultaneamente. — Armin, você...

Desculpe! — gritou o loiro, passando a mão pelos cabelos novamente. —Desculpe, eu agi como um idiota com você e com o escroto que você chama de namorado. Satisfeito?!

— Escroto...? — murmurou Eren, inclinando a cabeça.

— Ah, Eren, gostar dele é pedir demais — resmungou Armin, desviando a vista para outro canto qualquer do cômodo. — E isso sem falar que ele me odeia, não é?

— Na verdade, não — disse Eren tranquilamente, o que capturou a atenção do melhor amigo. — Na verdade, quem deveria pedir desculpas sou eu... — Massageou a nuca. — Eu escutei Jean dizer que você estava bem triste antes de mandar a mensagem e ignorei completamente... Isso foi muito vacilo meu.

— Ah, Eren, obrigado... — suspirou Marco, agradecendo que a briga não tenha sido estendida.

— Finalmente, Eren acerta uma — resmungou Jean, cruzando os braços.

Eren o olhou com indignação e ameaçou abrir a boca para respondê-lo, mas, antes que o fizesse, Marco se apressou em arrastar o melhor amigo para fora da sala e esperar no corredor até que Eren e Armin se acertassem. Até lá, faria o máximo possível para manter Jean calado.

Armin finalmente estava à sós com Eren.

No início, havia um desconforto pairando entre eles, como se o ar estivesse mais denso, mais difícil de respirar. Porém, não demorou muito para que Armin suspirasse e deixasse que todo o sentimento ruim acumulado em seu peito extravasasse junto com as lágrimas que escorriam de seus olhos. Tentou enxugá-las com as mãos algumas vezes, mas era inútil; elas continuavam vindo.

Eren... — choramingou o loiro quase que em um gemido de dor. — Eren, eu sinto muito...

— Ah, Armin —Eren murmurou e, em poucos segundos, já estava do lado do melhor amigo, envolvendo-o em seus braços e aninhando-o em seu peito. — Conversa comigo, por favor... me diz por que você está assim...

— Eu... não sei, eu... — o menor tentava falar entre os soluços, mas não estava funcionando.

Lentamente, Armin foi encolhendo-se até que acabou sentando no chão com as pernas cruzadas. Apoiou os cotovelos nos joelhos e cobriu o rosto com as mãos para que pudesse esconder um pouco a vergonha que sentia de si mesmo naquela hora. Eren o acompanhou, sentando-se à sua frente. Delicadamente, puxou a cabeça do melhor amigo até o seu ombro e a deixou apoiada ali, e Armin não recusou. Ambos passaram uns bons minutos naquele silêncio quase profundo, se não fossem os soluços ocasionais do loiro.

Eren preferiu deixar daquela forma. Conhecia Armin, sabia que ele precisava primeiro daquele momento em que simplesmente deixava-se viver a tristeza que fosse para só então se recompor e pensar numa solução brilhante para o problema. Esse era Armin. E sentia-se, no mínimo, feliz por poder estar ao seu lado naquelas horas; esta era uma valiosa forma de demonstração de ambas as partes de como a amizade era sólida: Armin confiava em Eren o suficiente para deixá-lo ver em sua forma mais frágil e Eren retribuía com a sua presença, mostrando que estaria sempre ao lado do melhor amigo.

Quando Armin se acalmou mais um pouco, respirou bem fundo e ergueu a cabeça, limpando rapidamente o caos que estava o seu rosto. Eren deu um sorriso terno e o acariciou no joelho, esperando pacientemente enquanto Armin tomava o seu tempo.

— Hoje, meu dia foi uma merda — declarou Armin, assim que terminou de se ajeitar.

Eren sorriu de canto e inclinou a cabeça.

— Acho que tenho um pouco de culpa nisso...? — arriscou o moreno, recebendo um revirar de olhos do amigo.

— Mais o seu carcereiro do que você — resmungou enquanto desviava os olhos para o lado. — Não pensei que fosse detestar ele tanto quanto eu detesto agora, e aposto que o sentimento é mútuo...

— Na verdade, não — anunciou Eren, dando de ombros. Armin o olhou com dúvida e receio, já que não acreditava nem um pouco naquilo. Estava convicto de que ele o odiava. — Admito que ele não é o seu maior fã... Mas ele me disse para pegar leve, pois você só estava se preocupando comigo, e com razão...

— E põe razão nis... Ei, espera — Armin piscou os olhos para Eren, como se isso fosse ajudar de alguma forma na sua compreensão. — Ele disse isso mesmo? Com essas palavras?

— Não, mas...

— Ah, bom — murmurou Armin, descrente das palavras do moreno.

— Cara, ele me deu uma bronca lá em cima — murmurou Eren, dessa vez com a voz séria, o que chamou a atenção de Armin.

— Por quê? Porque você não soube dar um jeito em mim? — ironizou.

— Não, claro que não. — Eren revirou os olhos. — Ele disse que você tinha razão, e isso ele disse com as próprias palavras — apressou-se em dizer a última parte antes que Armin retrucasse. — Ele disse que você tinha razão, que eu não conhecia ele direito na época, que ele podia ser um louco querendo foder com a minha vida... E outras coisas.

— Pelo menos ele sabe que não tem moral nenhuma nesse relacionamento — resmungou Armin, recebendo um olhar de reprovação em resposta. — Ah, Eren! Até o cara percebeu que o que ele fez foi bem bosta, só você não vê isso, provavelmente porque você... — Armin se interrompeu no meio da frase, quase como se o ar tivesse fugido de seus pulmões.

—... Porque eu estou apaixonado — completou Eren, com as bochechas bastante rubras.

Armin apenas o olhou boquiaberto. Eren entendeu a reação do amigo como uma surpresa, já que ele nunca havia dito isso de um homem.

— Você acha que está apaixonado — Armin o corrigiu, ainda num estado meio catatônico.

— Não, Armin, eu realmente estou... — Eren sorriu de orelha a orelha e passou a mão pelos cabelos, tentando disfarçar o constrangimento. — Não vou ser hipócrita como fiz nos meus outros relacionamentos e dizer que “o amo com todo o meu coração”... Mas ele me faz sentir tão bem...

— Diz isso só porque ele deve conseguir tapar o seu “vazio” — retrucou Armin, ainda desconfiado daquela história.

— Não, Armin, é essa a questão! — disse Eren, animado, enquanto o segurava pelo ombro e o balançava de leve. — Eu me esqueço completamente de que tenho esse problema quando estou com ele, ou até mesmo quando não estou literalmente com ele... É só por saber que ele é o meu namorado que eu me sinto bem, sabe?

— Eren... — Armin murmurou, só que desta vez com um pouco de mágoa ao invés de surpresa. — Fico... feliz em saber que estão tão bem assim...

Eren teria notado o estado do amigo, se não estivesse ocupado demais pensando no que ele acabara de dizer.

— Talvez não estejamos tão bem assim... — constatou o moreno, passando a mão no queixo desprovido de pelos. — Ultimamente, ele vem dizendo muito que precisamos conversar... Acho que ele quer me dizer algo importante.

— Hm... — Armin respondeu sucintamente, e desta vez Eren percebeu que o amigo tinha voltado para aquele estado tristonho inicial.

— Mas não estamos aqui para falar de Levi, não é? — Eren forçou um sorriso, que não foi retribuído pelo loiro. — Vai me contar por que seu dia estava tão ruim?

Armin o olhou com apreensão, como se estivesse com medo de contar algo indevido, mas relaxou assim que desviou a vista para o pouco chão que os separava.

— Lembra... — começou Armin, mas fez uma pausa para reformular as ideias em sua cabeça. — Lembra daquela vez que eu te disse que também já gostei de um garoto?

— Ah, sim — murmurou o moreno, passando a mão pelo queixo mais uma vez —, foi daquela vez que eu fui dormir na casa de Levi pela primeira vez, não é?

Armin fez uma pausa para suspirar.

— É, isso mesmo — limitou-se a responder, sem ânimo algum. — Acontece que eu acho que... Ainda gosto desse cara.

— Meu Deus, Armin, você tem que me contar quem é — retrucou Eren, cutucando a perna do amigo.

— Não importa, você nem o conhece — respondeu Armin, desviando os olhos para outro canto.

— Como assim, eu não o conheço? Sou seu amigo desde que você nasceu, nós conhecemos as mesmas pessoas, praticamente.

— Ah é? — Armin arqueou uma sobrancelha. — Não me lembro de ter visto esse tal de Levi antes.

Touché — brincou Eren, dando uma rápida piscadela para o amigo. — Mas agora você já conhece Levi, então acho que tenho mais do que o direito de conhecer o seu crush.

— Não, esquece isso — murmurou o menor, cobrindo o rosto com as duas mãos. — Eu não quero amá-lo nunca mais...

— Ei, ei... — Eren tornou a acariciá-lo no topo da cabeça, bem como se ele fosse um bichinho. — O que ele fez com você?

— Ele não fez nada de mais — disse Armin num fio de voz. Não tinha ânimo para mais nada, nem para respirar. — Ele só... Só me mostrou que eu não tenho a menor chance com ele...

— Nossa, que escroto — resmungou o moreno, torcendo o nariz. — Não podia ter escolhido um tipinho melhor para gostar?

— Não foi culpa dele, Eren, não foi de propósito... — Armin deu de ombros. — Simplesmente aconteceu.

— Será que dá para explicar direito essa história?

— Ah, nem vale à pena entrar nessa história... — Armin suspirou e finalmente ergueu a cabeça de suas mãos. — O pior veio depois.

— Como assim?

— Eu já estava bem triste por causa da confusão com esse cara, e justamente quando eu estava no pior momento possível... — Armin fez uma pausa para respirar fundo e tentar não se afetar com as memórias de mais cedo. — Meu avô...

— Ah, não — gemeu Eren, já sabendo o que esperar. Estava bem ciente dos problemas de Armin com seu avô.

— Ele voltou mais cedo da loja, e... quando eu fui contar que estava assim porque uma pessoa que eu gostava me deu um fora... — A partir daquele ponto, Armin não conseguiu mais conter-se e voltou a chorar. — Ele simplesmente disse na minha cara que eu era ridículo por me “afetar” por uma mulher, que eu parecia um “boiolinha patético”...!

Caralho — praguejou Eren, realmente irritado. Puxou Armin mais para perto e o aninhou em seus braços de novo, sentindo-o encolher-se à medida que falava mais. — Armin, eu não pensei que seu avô fosse te dizer uma coisa dessas.

— E ainda não acabou! — disse o loiro entre soluços. — Ele ainda veio me dizer que eu era pior que minha mãe, e que não iria outra criança “errado”...!

— Cacete, isso foi pesado — murmurou Eren, abismado. A história dos “pais” de Armin não era exatamente um conto de fadas, muito menos um daqueles que termina com um “e eles viveram felizes para sempre”. — Cara, o que deu nele?!

—Não sei — gemeu o menor —, só sei que eu me senti um merda...

— Quem tem que se sentir um merda é ele, não você — acusou Eren, cheio de raiva.

Armin calou-se e, com isso, os dois permaneceram quietos mais um pouco. Eren continuou envolvendo o amigo em seus braços enquanto pensava em algo que pudesse animá-lo — tinha a certeza de que, se fosse a situação contrária, Armin já teria dado um jeito, então sentia-se muito culpado por não estar fazendo nada de útil.

Mas o que poderia dizer? Por mais que quisesse escrachar o avô do amigo, sabia que não adiantaria de nada; ele era o parente mais próximo de Armin, sendo praticamente seu pai. E, diferente da relação atual de Eren com Grisha, Armin realmente o amava e o admirava, sendo o seu exemplo de vida. Como poderia ofendê-lo na sua frente, por mais que eles tivessem brigado?

Preferiu deixar como estava. Sabia que era péssimo dando conselhos, e Armin já estava numa situação complicada demais para ter que escutar mais besteiras.

Abraçou-o com mais força.

 

 

Levi desceu as escadas com pressa, e isso sem falar na onda de nervosismo que tomava seu corpo. Primeiro, havia sentido medo, agora estava nervoso por estar indo ver Pixis... O que havia de errado com ele? Pensava que esses sentimentos já estavam mortos para ele. Com certeza, aquilo tinha um dedo de Eren na sua vida.

Mas, desta vez, realmente tinha motivo para ficar, no mínimo, desconfiado.

Pixis mandou uma mensagem simples, chamando-o para encontrá-lo para que pudessem conversar sobre a invasão à AIS e para dar as instruções sobre os próximos passos de Levi. Porém, o local escolhido não foi o Nuit Roseé, como sempre fora. Pixis escolheu um lugar terrivelmente doloroso para Levi, e isso sem falar que era muito perigoso: escolhera o casarão onde Levi e outras crianças filhas de membros da Yakuza ficavam, além de outros objetos de extremo valor para o grupo. O lugar que considerou como sua casa pela primeira vez.

Vale destacar que o casarão se encontrava numa localização extremamente complicada, já que era um importante esconderijo para a Yakuza, o que dificultaria uma possível fuga caso as coisas não ocorressem como o esperado e Pixis realmente tentasse matá-lo. Mas, caso se recusasse a ir, seria o mesmo que declarar que não confia neles e então seria caçado até a morte, além de todos os seus companheiros da AIS. Ou seja, se Pixis estivesse realmente cansado da sua atitude ambígua, poderia facilmente descartá-lo devido à situação.

Estava fodido.

Mesmo que houvesse uma pequena chance de que Pixis não queira a sete palmos abaixo do chão, seu pessimismo não lhe permitia ver uma situação feliz em que tudo daria certo no final.

O que diria a Eren? Que provavelmente estava sendo caçado até a morte? Não, o garoto com certeza iria entrar em desespero e acabaria ligando para a polícia... o que só complicaria a situação. Mas, mesmo assim, não podia “sumir” sem deixá-lo sem nenhuma explicação. Precisava pensar rápido em uma desculpa, e isso só o deixava mais nervoso. Detestava esse sentimento. 

Assim que teve a certeza de que pôs tudo dentro da mochila e que não esqueceu de nada, desceu as escadas lentamente. Não queria interromper a conversa dos pirralhos, e ao mesmo tempo, queria. Disse para Eren que entendia como o He-mini-Man se sentia e que não estava chateado, mas sabia que aquilo não era totalmente verdade. Sim, entendia como ele se sentia, mas detestou a ideia de deixar o loiro psicótico nos braços do seu namorado — principalmente porque tinha suspeitas de que Eren tinha um fraco por esse tipo, já que aceitou namorá-lo. Não estava nem um pouco a fim de discutir com o He-mini-Man, mas o faria se julgasse necessário, a depender da situação que encontrasse lá embaixo.

— A que nível eu cheguei para sentir ciúmes de pirralhos? — murmurou baixinho, e logo se surpreendeu com a constatação que fez. Ele estava com ciúmes...?

Levi balançou a cabeça e decidiu que iria se concentrar no que iria dizer para Eren quando se despedisse. Porém, a casa estava mais quieta do que esperava, o que rapidamente chamou sua atenção, já que não era exatamente um bom sinal. Assim que pisou no corredor principal do andar de baixo, notou os dois pirralhos que vieram junto com o loiro sentados no chão perto da entrada da sala, ambos parecendo cabisbaixos e distraídos demais para notar sua presença. Eren e He-mini-Man não estavam em seu campo de visão — aquilo o deixou ainda mais irritado.  

— Ei, pirralhos — chamou Levi com seu usual tom grave, o que assustou um pouco Marco e Jean. — Onde está Eren? 

— Eles estão... — Jean começou a responder, mas recebeu um beliscão de Marco para que ficasse quieto. Porém, ele já tinha apontado na direção da sala, o que foi suficiente para que Levi tivesse uma direção. 

— Espera! — gritou Marco enquanto segurava uma das pernas de Levi. Teve um segundo para admirar a panturrilha maravilhosa em suas mãos, e mais um segundo para arrepender-se do que fez enquanto era julgado pelo par de olhos cinzelados mirando em sua direção. Porém, sobrou-lhe coragem o suficiente para ainda dizer: — Por favor, não briga com Armin ele só... 

— Não vou brigar com ninguém, garoto — respondeu Levi, puxando sua perna das mãos do moreno. — Só vou me despedir de Eren. 

— Se despedir? —  repetiu Marco, visivelmente aliviado. 

— Eu não... — Levi foi falando e andando até a entrada da sala, até que seus olhos captaram o namorado sentado no chão com o amigo em seus braços. Não demorou para que admitisse que os dois ficavam muito bem juntos... E aquilo o irritou mais do que imaginava. — Eu realmente tenho mais o que fazer. 

Não era novidade para Jean e Marco que Levi era uma criatura levemente aterrorizante... Mas, naquele momento, os dois sentiram pena de quem quer que estivesse na mira daqueles olhos fumegantes. 

 

 

Armin estava completamente calmo agora. Como Eren imaginou, ele só precisava de um ombro amigo e um pouco de conforto, e então estaria de volta ao normal. Porém, sentia que seu emocional ainda estava fragilizado, e não custava nada deixá-lo aninhado em seus braços mais um pouco.  

Estranhou que Jean estivesse se comportando lá no corredor — Marco realmente era o único que conseguia controlá-lo. Secretamente, torceu para que os dois ficassem juntos, mesmo que acreditasse que Marco era um cara legal demais para alguém como Jean. Bem quando estava agradecendo o silêncio, escutou a voz do cara-de-cavalo, seguida por um grito de Marco e... Levi.  

Seu coração falhou uma batida ao pensar num motivo para que ele tenha descido, já que prometera esperá-lo em seu quarto. "Provavelmente, é porque eu demorei demais", concluiu. 

— Armin... — chamou o moreno, sacudindo o ombro do amigo de leve. — Rapidinho, eu acho que Levi... — Antes que terminasse a frase, Armin levantou a cabeça para olhá-lo de frente.

Devido à proximidade dos dois, mal havia distância entre o rosto de Armin e Eren. Ambos arregalaram os olhos com a surpresa, sendo que Armin ainda conseguiu corar ainda mais as bochechas. O loiro fez uma cara de surpresa tão engraçada que Eren não se conteve e deixou um sorriso carinhoso se formar em seus lábios. Porém, não o afastou de imediato, já que não se importava com a proximidade quando se tratava de Armin... Só que uma terceira pessoa que assistia a cena na entrada da sala pensava de forma completamente oposta.

— Uau, isso é o que eu chamo de “conversar com um amigo” — Levi cuspiu as palavras quando seus olhos cruzaram com os de Eren. — Usar palavras é o mais comum, mas com certeza linguagem corporal é bem mais efetivo, não é?

— L-l-l-levi! — gaguejou Eren, esquecendo-se momentaneamente como se controla a língua. — Do que está falando? Eu só estava...

— Ah, vá se foder, Eren — grunhiu Levi, enjoado com a cena. Recusava-se a ficar ali por mais um segundo que fosse, então dirigiu-se imediatamente à porta principal.

Eren chegou num estado de pânico em que não conseguia mais reagir. Aos poucos, foi entendendo a situação — ou, ao menos, tentando entendê-la do ponto de vista de Levi — e só então teve dimensão da merda que poderia dar. Precisava dar um jeito nisso antes que o namorado pusesse um pé para fora de casa.

— Levi, espera! — gritou enquanto se levantava desajeitadamente, já que o corpo de Armin estava no caminho. — Levi, sério, espera!

— Esperar o quê, Eren? Você acabar com ele? — grunhiu Levi, já abrindo uma pequena fresta da porta.

— Não! — pediu Eren, correndo ainda mais rápido pelo corredor.

Pegou tanta velocidade que, ao aproximar-se de Levi, não conseguiu frear a tempo e com isso decidiu fazer uma jogada arriscada: não tentou parar. Esticou o braço por cima do ombro do namorado e aproveitou o impulso para empurrar a porta e fechá-la novamente, pois sabia que não seria capaz de ganhar em força a não ser que tivesse uma pequena ajudinha da cinética. Além de fechar a porta, o seu “freio de emergência” também fez com que seu corpo colasse com o de Levi, que permaneceu imóvel por alguns segundos.

— Não vá... — pediu Eren num sussurro, com a voz morna. Sua respiração quente passava pelo pescoço do namorado, e podia ver que alguns de seus pelos se arrepiaram. — Eu juro que não estava fazendo nada de mais...

Eren foi interrompido por uma forte cotovelada em sua barriga, o que o forçou a tomar distância para que pudesse se curvar sobre o local atingido. Não se lembrava de já ter levado um golpe tão forte quanto aquele.

— Acho que quem decide isso sou eu, pirralho — disse Levi com seu tom de voz congelante. Só que Eren já estava acostumado àquele lado meio demoníaco do namorado, então não se sentiu verdadeiramente ameaçado.

— Levi, não faz nem meia hora que eu te disse que eu estou disposto a ser seu... — murmurou Eren entre gemidos de dor. Sim, aquela foi uma excelente cotovelada. Arriscou olhar para Levi e recebeu o esperado par de olhos faiscantes nos seus. — Completamente seu, e de mais ninguém.

— Algo me diz que não é para te levar muito a sério. — E rolou os olhos.

— Caralho, eu falei contigo e desci para falar com Armin no mesmo segundo! —  Eren estava tão indignado que quase se esqueceu da dor na barriga e pôs-se na postura ereta, coisa da qual se arrependeu no mesmo instante. — Olha... Mesmo se eu quisesse ficar com outra pessoa, eu não o faria enquanto você estiver no mesmo bairro... — Eren tentou mais uma vez erguer-se e viu que já estava doendo bem menos, era só não fazer movimentos bruscos. — Ainda assim, Levi, eu nunca iria te...

— Eu não confio em você — o mais velho simplesmente disse, sem paciência para escutar o que o namorado tinha a dizer. — Pensei ter deixado isso claro lá em cima.

Eren o olhou com pesar por alguns segundos, que pareceram horas nos olhos do garoto. Porém, não esquentou a cabeça; suspirou e aproximou-se um passo do namorado.

— Eu sei que você tem problemas para confiar nas pessoas — murmurou Eren, com a voz manhosa e levemente decepcionada. — Mas isso não quer dizer que não seja possível um dia. — Olhou diretamente nas orbes cinzas de Levi e viu a genuína surpresa do namorado ao ouvir aquilo. Talvez, agora, tenha conseguido fazê-lo entender como realmente se sentia em relação a ele.

Porém, a surpresa de Levi não passou disso.

— Você é um idiota — disse o mais velho, ainda com irritação em sua voz. Eren pensou em contestar, mas antes que pudesse dizer algo, Levi o segurou pela gola da camisa e puxou seu rosto para perto, ficando a centímetros um do outro. — Mas é o meu idiota, e espero, pelo bem do seu traseiro, que não se esqueça disso.

Eren sorriu de orelha a orelha com um brilho peculiar nos olhos. Tentou se aproximar para roubar-lhe um beijo, mas a mão que estava na gola da sua camisa o empurrou pela garganta, impedindo-o de se aproximar. Eren tossiu algumas vezes e o olhou com um olhar indignado.

 — Não pense que eu esqueci a sua “ceninha” com o He-mini-Man — resmungou Levi, arqueando uma sobrancelha. — Por sinal, retiro tudo o que disse sobre entender que ele estava tendo um dia difícil.

— Mas, Levi...

— Eren não fez nada... — disse Armin com a voz fraca e rouca. O casal olhou em direção ao final do corredor e só então percebeu que o loiro estava parado na porta da sala assistindo a tudo, assim como Jean e Marco, que ainda estavam sentados no chão. — Não culpe ele...

— Sabe, você é a última pessoa que eu quero escutar agora — resmungou Levi, revirando os olhos. Eren o olhou feio, mas foi ignorado. — Aproveitando que está aqui, quero te lembrar uma coisa...

— Que Eren é seu? — retrucou Armin, com um olhar impaciente.

— Não, que eu trabalho para a polícia — respondeu Levi, com a voz carregada de cinismo. Armin franziu o cenho, e então completou: — E, caso não saiba, algemas não é a coisa que eu tenho.

— Levi! — Eren o repreendeu, pondo uma mão no ombro do namorado e o olhando com verdadeira apreensão. Era claro que Eren estava fazendo de tudo para que os dois não brigassem, então Levi recuou um pouco. Porém, Armin ainda estava disposto a trocar algumas palavras, coisa que Eren percebeu de imediato. — Armin, não, agora não.

O loiro torceu o rosto numa carranca e deu as costas ao casal, mas permaneceu encostado na parede do corredor.

Eren suspirou e voltou sua atenção para o namorado mais uma vez. Só que, para a sua infelicidade, Levi não estava com uma cara muito boa... ele parecia mais preocupado do que antes.

— Por falar em trabalho... — murmurou Levi, e então finalmente olhou para o namorado. Sua expressão era indecifrável, o que deixou Eren extremamente desconfortável. — Recebi uma mensagem urgente do meu... chefe. Eu realmente preciso ir agora.

— O quê? — Eren franziu o cenho e cruzou os braços. — Mas é final de semana, e você foi suspenso, e...

— Eren, eu tenho que ir — insistiu o mais velho, mesmo que tudo em seu corpo dissesse o contrário. — As coisas estão fugindo do controle.

— E por que tem que ser você? — Eren entendia que ele tinha que ir, mas sentia como se algo fosse dar errado... muito errado. — Aposto que tem vários outros agentes que...

Eren — chamou-o com a voz grave, o que o fez calar-se rapidamente. — Minha equipe foi diretamente ameaçada por uns... caras ruins...

— Sim, disso eu sei — o garoto respondeu apressado, ficando nervoso com as hipóteses que criava em sua cabeça sobre o que provavelmente poderia estar acontecendo.

—... E a culpa disso foi minha — completou Levi, analisando com cuidado a reação de Eren.

— Não, não foi — negou de imediato. — Levi, você foi resolver os problemas do trabalho anteontem! — À medida que falava, ia aumentando o tom de voz. — Meu Deus, você até levou dois tiros!

— Eren... — tentou chamá-lo de novo, mas era inútil; Eren já estava assustado.

— E o que isso da sua equipe tem a ver com você?! Qual é o problema, eles não sabem se virar sozinhos?!

Eren! — Levi praticamente gritou para fazê-lo calar-se novamente. — Eles sabem se virar sozinhos, o problema é que foram pegos desarmados... Foi um ataque planejado.

Hã?! — Eren estava ficando verdadeiramente apavorado, e Levi sabia disso. Porém, ainda se sentia na obrigação de avisá-lo sobre os riscos dessa missão.

— Eles foram atacados por minha culpa porque os “caras ruins” estão, na verdade, atrás de mim — Levi disse de uma vez.

Eren arregalou os olhos e passou ambas as mãos pelos cabelos até a nuca. Simplesmente não podia — não queria — acreditar no que o namorado acabara de dizer. Um calafrio forte desceu pela sua espinha, arrepiando todo o seu corpo. Aquilo não iria acabar bem, Eren sabia, só não sabia por que Levi parecia tão normal com isso.

Chama a polícia... — murmurou Eren, ainda catatônico. Levi apenas revirou os olhos.

— Eu sou a polícia, Eren — explicou calmamente. — Por isso tenho que ir, não tem ninguém que faça esse trabalho por mim.

— Não... — murmurou o garoto, e então correu os braços em volta do pescoço do namorado, juntando seu corpo ao dele. — Não vai, fica aqui...

Por um segundo, achou que Levi fosse afastá-lo e dizer que já estava indo. Porém, não demorou muito para que o moreno sentisse um par de braços envolvê-lo pela cintura, selando a distância entre os dois. Tentava colocar a cabeça em ordem e pensar positivo, mas a fragrância desnorteante que exalava do namorado o fazia pensar em coisas como “e se essa for a última vez que eu sinta o seu cheiro?”, e então ficava ainda mais angustiado.

— Eren... — Levi o chamou, mas cheio de receio em sua voz. — Lembra-se do dia em que eu te pedi em namoro?

— Por que você sempre volta nesse assunto?! — ralhou Eren.

— Não, não é isso... Lembra-se por que eu não queria namorar com você?

Aquilo o pegou de surpresa. Separaram-se o mínimo necessário para que pudessem ver o rosto um do outro. Eren franziu o cenho, confuso nos primeiros segundos, mas logo recordou-se vagamente da frase dita pelo namorado: “Se algum deles te achasse...”. O coração de Eren falhou uma batida.

— Eren — a voz de Levi o tirou de seus devaneios —, vai parecer ruim, mas eu juro que estou fazendo isso pelo seu bem.

— O que vai fazer? — perguntou o garoto num fio de voz.

— Não fale comigo, nem por mensagem... — Levi foi falando aos poucos, para que Eren pudesse digerir tudo com calma. —... Por uma semana.

O quê?! — grunhiu Eren, agora em pânico. — Levi, não! Não, não, eu não quero ficar sem saber se você está bem!

— Eu peço para Hanji falar com você caso algo aconteça — respondeu calmamente.

— Mas eu não quero que seja Hanji, eu quero que seja você! — suplicou o garoto.

— Eren, eu não sei quanto eles conseguiram rastrear da minha vida, e colocar você em perigo não é uma opção — Levi falou de forma mais dura que o necessário, o que fez Eren retrair-se, mas sem soltá-lo de seu abraço. — Eu vou ficar bem, isso acontece com mais frequência do que imagina.

— Isso deveria me deixar mais tranquilo? — gemeu o garoto, fazendo Levi dar um casto sorriso torto.

— Não se preocupe comigo, pirralho — disse enquanto o acariciava nos cabelos. — Eu sou muito bom no que faço.

— Mas não é imortal — murmurou Eren, emburrado. — Não tem mesmo outra opção?

Levi balançou a cabeça negativamente, arrancando um suspiro sofrido do namorado.

— Eu estou com medo... — confessou Eren enquanto enterrava a cabeça no pescoço do mais velho.

— Nada vai te acontecer — disse com uma voz carinhosa enquanto o afagava na nuca. — Eu não vou deixar nenhum daqueles porcos encostar um dedo sequer em você.

— Não é com isso que eu estou preocupado — resmungou o garoto, surpreendendo Levi. Apertou ainda mais o abraço e sussurrou: — Tenho medo de te perder...

Levi ficou sem reação por alguns segundos, mas logo tratou de retribuir o gesto.

— Eu não disse que ficaria bem?

Levi, por favor... — suplicou Eren, e então uma lágrima rebelde escapou de seus olhos cerrados e pingou na pele de Levi, alarmando-o. — Por favor, volta pra mim...

— Eren, eu não vou morrer — constatou Levi, ainda que um pouco receoso. — Sério, se você for ficar assim toda vez que eu...

— Já entendi, já entendi — murmurou Eren, desfazendo o abraço e rapidamente limpou os olhos. — Só toma cuidado, tá?

Levi deu um sorriso sereno e o puxou um pouco para baixo, dando-lhe um beijo carinhoso na bochecha esquerda. Eren não pôde negar ter ficado um pouco decepcionado. Indiscretamente, Levi se inclinou para o lado para que pudesse ver os outros três garotos no corredor. Como esperado, todos mantinham seus olhos atentos na despedida do casal — até mesmo Armin.

— Ei, pontilhado — Levi disse o primeiro apelido que lhe passou à cabeça, já que não lembrava o nome de nenhum deles.

Marco se assustou e então apontou para si mesmo, para confirmar se era com ele mesmo. Afinal de contas, o único que poderia ser “pontilhado” era ele, que tinha sardas por toda a região do nariz e bochechas.

— Eu? — perguntou Marco, já que não obteve nenhuma confirmação, a não ser o olhar penetrante de Levi em sua direção.

— Você é o único dos três que me parece sensato — constatou Levi com casualidade em voz alta, o que incomodou Jean um pouco. — Tenta não deixar Eren fazer besteira enquanto eu estiver fora.

Impossível... — murmurou Jean, revirando os olhos.

— Jean! — reclamou Marco.

— Você sabe que esse daí só toma jeito nascendo de novo — Jean sussurrou para Marco, baixo demais para que alguém além dele escutasse.

— E quanto a você, He-mini-Man... — prosseguiu Levi, ignorando a conversa paralela dos dois.

Que apelido de merda... — murmurou Armin, visivelmente incomodado. — Quer que eu “fique longe do seu garoto”? Desculpa, mas ele é o meu melhor amigo e...

— Na verdade, eu só ia dizer para você boa sorte com a sua psicopatia — Levi o cortou sem cerimônia alguma. — Aproveita que você tem um bom amigo e não força a barra.

Armin ficou surpreso com o que escutara. Não era exatamente “animador”, mas era melhor do que alguma ameaça de morte, que era o que esperava.

— E você, pirralho... — disse Levi, virando-se para Eren, por fim, enquanto prendia seu queixo entre o polegar e o indicador. — Não seja tão dramático, ok? Eu volto na semana que vem.

— Eu não sou dramático... — murmurou Eren, pondo o beiço para frente.

Esperava que Levi fosse beijá-lo, mas ele não o fez. Ao invés disso, deu uma breve olhada em Armin no final do corredor e então deu-lhe um suave beijo na ponta do nariz. Bagunçou seu cabelo e sussurrou um “até daqui há pouco”, e então virou-se para abrir a porta.

Não, Eren não deixaria a despedida dos dois ser assim, mesmo que estivesse um pouco envergonhado com os amigos o assistindo. Naquele momento, timidez era a última coisa com a qual se importava. Um pouco sem jeito, segurou o punho de Levi e o fez virar em sua direção para então avançar seus lábios nos dele.

Sentia seu coração martelando em seu peito enquanto suava frio. Sim, ainda estava morrendo de medo que algo acontecesse com seu namorado, não importava o que lhe dissesse. Com isso, o beijo seguiu tímido, já que Levi também não estava muito confortável naquela situação. Porém, não demorou muito para que ambos dessem um “foda-se” a tudo e realmente aproveitassem aquele beijo, que se tornou cada vez mais profundo. Levi brincava com a língua de Eren, que se sujeitava a qualquer provocação. Eren pôs as mãos nas laterais do rosto do namorado, uma de cada lado, e o acariciou com o polegar. Já Levi o puxou pela cintura mesmo, aproveitando-se do tronco desnudo para deliciar-se com a pele quente e macia do garoto.

À medida que seus corpos exigiam por mais doses de oxigênio, ambos se viram forçados a se separarem — o que fizeram lentamente. Levi ainda o puxou para mais dois selinhos antes de despedir-se definitivamente.

Não podia negar, o olhar que Eren havia feito no momento em que fechara a porta foi quase doloroso de se ver. Mesmo com todos os empecilhos e problemas que surgiram, aquele foi um final de semana incrível. E talvez esta tenha sido a parte que o tornou incrível: nada conseguiu estragá-lo, nem a súbita aparição do pai de Eren.

Depois desses dois dias, Levi finalmente começou a tomar dimensão do preço que pagaria ao namorar com Eren. Com certeza, os dois encontrariam mais problemas, tanto entre eles quanto com outras pessoas em relação a eles. Sabia que o garoto via a vida de forma contrária à sua, e que isso também renderia algumas boas discussões. Também tinha plena consciência de que a diferença de idade interferiria em alguns momentos, principalmente porque as fases nas quais se encontravam não eram muito parecidas, muito menos o estilo de vida de cada um. Mas a coisa que mais o chamou atenção foi a constatação de que, se quisesse mesmo continuar com o garoto, teria que se acostumar a viver com esse medo que sentia, só que constantemente.

Afinal de contas, esse é o preço que se tem a pagar por algo precioso, e que pode ser perdido a qualquer momento.


Notas Finais


Eu não tenho muitas considerações a fazer... Ah, mentira, tem uma coisa sim: acostumem-se com a ausência de Levi um pouco, ele vai... "dar uma volta" hehehehe
Enquanto isso, vejam o que acontece com o cérebro de Eren quando ele buga de vez (tadinho, gente, ele vai dar umas surtadas nessa semana sem o bofe, mas perdoem ele kkkkk)
Eeee é isso aí, gatíssimos, quem gostou dá um joínha \O/
Mentira, gente, tô de sacanagem kkkk
Mas é isso, e até o próximo cap ;D


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