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História Veela, Draco? - Chapter XXVII


Escrita por: SofiaDuarte

Capítulo 27 - Chapter XXVII


-Estou impressionado em como vocês conseguiram sobreviver sozinhos.

Eram por volta das sete da noite daquela sexta feira quando Viktor Krum surgiu na lareira da sala, chamando atenção para si. Ele havia de fato ficado surpreso com o clima encontrado na casa, já que realmente apostava que encontraria um cenário pós-apocalíptico. Quer dizer, eles ainda eram Draco Malfoy e Hermione Granger no final das contas. Por mais que fossem companheiros, também tinham suas implicâncias.

-Não graças a comida de Hermione. – Draco brincou enquanto mexia no fogão.

-Eu realmente estou vendo o que eu estou vendo? – Viktor se aproximou relutante da cozinha, observando em choque o mais novo.

-Depende... – Draco soltou um sorriso irônico.

-Você.... –Viktor apontou para o loiro – Está realmente cozinhado? Um Malfoy fazendo uma tarefa doméstica?!

-A mão dele certamente não iria cair por me ajudar, sabe? – Hermione apareceu na sala, reclamando. Odiava quando as pessoas colocavam os homens em posições elevadas em que não poderiam ajudar em nada. Tudo piorava ainda mais se eles fossem de grande importância para a história – o que Draco certamente era, tanto pela sua família como pela sua condição de criatura mágica agora.

-Era uma questão de vida ou morte, acredite em mim. – Draco olhava desesperado para Viktor. – Nunca deixe Hermione chegar perto da cozinha.

-Entendo. Situações drásticas exigem medidas desesperadas. – Viktor concordou com um sorriso.

Hermione respirou fundo, indignada com aquela situação. Como que aqueles dois conseguiam ser tão idiotas ao ponto de concordarem que Draco ajudar era uma medida extrema? Sem que ninguém percebesse, puxou sua varinha levemente, atingindo Viktor com um pequeno choque. Assustado, o moreno olhou indignado para ela, não acreditando que ela realmente fizera aquilo.

-EI! O que raios eu fiz, Hermione?!

-Concordou com aquele idiota ali.

-A culpa não é nossa se você não nasceu com a mínima habilidade de mexer com comida, docinho. – Draco ostentava aquele sorriso que em tempos anteriores usava para implicar com ela. – Se quisermos sobreviver, eu vou ter que dar um jeito.

-Hunf. – Emburrada, Hermione apenas deixou a sala, voltando para o que estava fazendo na lavanderia.

-Ela continua irritada? – O moreno demonstrava sua nítida preocupação com o casal. Sabia que se um não estivesse bem, a situação poderia desandar e ocasionar um desastre.

-Você não faz ideia... – Draco suspirou, abaixando a cabeça em frustração. Ele desligou o fogo e se virou em direção ao passa prato da cozinha, apoiando suas duas mãos no mármore. Ele respirou fundo antes de erguer os ombros e olhar no fundo dos olhos de Viktor de maneira suplicante.

-Eu.... Eu nunca pensei que fosse fazer isso, mas.... Eu preciso que você me ajude, Krum.

-Como eu poderia ajudar nessa situação? – Viktor tinha a confusão estampada em seu rosto.

-Ela não está nenhum pouco contente com a ideia de ficar escondida sem poder ajudar. Por mais que eu pense igual, também me sinto um inútil por estudar tanto tempo e agora simplesmente desaparecer. Mas ao mesmo tempo eu só consigo agradecer pelos meus pais terem pensado nisso. A ideia de perde-la durante a guerra me destroça só de imaginar. – Ele teve de fazer uma pausa, normalizando sua respiração – Eu não posso fazer isso com ela. Ela tenta aceitar essa situação, mas eu sei que não consegue. Por mais que me doa pedir isso, eu preciso. Tenho que fazê-la feliz.

-O que.... O que está me pedindo especificamente, Malfoy?

-Aulas. Peço que você nos prepare para a guerra. Hermione precisa se sentir ativa, não como uma trouxa medieval. Seria pedir demais para ela brincar de casinha sem se meter com magia.

-Draco.... – Viktor respirou fundo enquanto encarava a expressão do mais novo – Realmente está disposto a abandonar toda a proteção que seus pais pediram pela felicidade de Hermione? Mesmo sabendo o que pode acontecer lá? Com você? Com ela?

-Eu só quero ela feliz. E se isso significa assumir todos esses riscos, eu faço.

Viktor reparou atentamente em Draco. A expressão cansada e sofrida em seu rosto, a angústia em seus olhos. Sabia que pedir aquilo acabava com o veela, mas ter Hermione devastada por ser deixada de lado também o destruía.

Se algum dia dissessem para ele que Draco Malfoy desistiria da calmaria de sua vida por uma atitude altruísta para Hermione Granger, ele certamente riria alto.

Mas aquilo realmente estava acontecendo, e seu peito apenas se enchia de orgulho. Sabia que ele nunca poderia ser tão bom para ela como Malfoy era.

-Parece que sou um professor agora.

***

-Eu não acredito que em pleno século vinte eles ainda ficam surpresos por um garoto ser capaz de fazer alguma coisa! – Hermione resmungava enquanto socava as roupas na máquina de lavar. – Isso é tão ilógico!

-Está tudo bem, Hermione?

-Jeremiah! Quem te trouxe para a lavanderia?

-Suponho que você. Não estava prestando muita atenção, pelo o que vi. O que está acontecendo? – Aquela carinha de criança a encarava curioso, jogando sua cabeça para o lado.

-Gostaria de dizer que não é nada, mas isso seria uma mentira.

-E então?

-Viktor está lá na sala agora mesmo em choque por Draco estar ajudando nas tarefas domésticas. Ao que parece não é nada normal um sangue puro fazer esse tipo de coisa.

-Bem, levando em conta de que não existem elfos domésticos aqui...

-Mesmo que tivessem, não seria trabalho para eles, Jeremiah. Eles não são escravos!

Jeremiah Withmore não respondeu nada, apenas olhou incrédulo para Hermione.

-E como se não bastasse isso, aquele idiota afirmou que apenas se mexeu para tentar se salvar da minha comida!

-E isso não é verdade?

-É, mas quer dizer que se eu cozinhasse bem, ele não faria nada? Ficaria me perturbando o dia inteiro? O serviço seria inteiramente meu?

Todos na casa percebiam o quanto a garota estava afetada com tudo aquilo, e não faziam a menor ideia de como resolver. Surtava por qualquer coisa, como se estivesse em uma TPM constante.

-Não sei se vou conseguir te ajudar, mas eu posso tentar. – O ruivo começou incerto. – Na minha época todos esses pensamentos que você falou funcionavam para valer, sabe? As garotas podiam frequentar a escola, mas aprendiam apenas o básico para sua defesa. De resto, enquanto nós aprendíamos feitiços mais avançados, elas aprendiam os domésticos. Ninguém falava nada porque isso era normal, mas não impedia de algumas garotas pensarem como você, Hermione. Eram raras, mas existiam as que pediam por direitos iguais, que afirmavam serem tão bruxas quanto os homens.

-E o que acontecia com elas? – Seus olhos brilhavam em expectativa.

-Elas não tinham conhecimento necessário para um duelo de verdade e acabavam mortas por não saberem como revidarem ou se protegerem a altura. Aquela não foi uma época muito boa para as mulheres em geral, tanto as bruxas como as trouxas se quer saber.

-Vocês.... Vocês...

-Eu entendo a sua raiva, mas ainda acho preferível a sua indignação de agora do que sua morte no passado.

Hermione apenas ficou quieta, contendo o sorriso irônico que teimava em querer sair. Não queria que sua língua afiada verbalizasse o seu pensamento sobre a esposa do ruivo ter tido sete filhos, significando que provavelmente teria sofrido sem ajuda. Não, ela não queria estragar o relacionamento com o mais amigável dos rapazes.

-Hermione, o jantar est.... aconteceu alguma coisa? – Draco se preocupou com a expressão da namorada.

-Já passou.

-Por que não toma um banho antes de jantarmos, hum? Tenho certeza que vai se sentir bem melhor. -  Ele fez um carinho em sua bochecha.

-Acho que sim...

Enquanto a garota entrava no banheiro, Draco se permitiu soltar um suspiro exasperado, passando as mãos pelos cabelos. Estava preocupado com sua namorada e aquilo acabava com ele.

***

- Pensei que Viktor fosse ficar para jantar. – Hermione comentou ao se sentar já de pijama à mesa.

-Ele teve um compromisso. Pediu desculpas por não poder ficar, mas disse que voltaria para te ver em breve.

-E você não se preocupou com isso? – Ela se espantou.

-Eu deveria?

-Levando em consideração que até quatro dias atrás estava rosnando para ele...

-Krum não é mais uma ameaça. – Disse convicto.

Hermione o olhou chocada com sua atitude madura. Aquele era mesmo seu namorado?

-Mas ele não ter ficado não significa que você não vá comer do meu macarrão. – Draco ofereceu a comida, servindo um pouco de vinho.

-Vinho?

-Queria fazer algo especial hoje à noite.

Pelo menos havia conseguido arrancar um sorrisinho dela.

Passaram os próximos trinta minutos num clima agradável até Draco contar sobre a sua decisão.

-Hermione, eu preciso te contar uma coisa.

-Pela a sua cara não é algo muito bom.... O que aconteceu?

-Eu sei como você se sente sobre essa situação toda, por isso.... Eu pedi ajuda ao Krum.

-Como...? – Olhava desconfiada para o loiro.

-Eu pedi para que ele nos ajudasse a treinar para a guerra. Você não vai ficar parada sem fazer nada. Vai ajudar com tudo.

-Draco.... O que você tem na cabeça?!

Aquilo era novidade para ele. Porque raios ela estava irritada?

-Como é?! – Ele se alterou.

-Você por acaso se lembrou de todo o esforço que seus pais fizeram para colocar a gente aqui? A preocupação de Dumbleodore de encontrar um lugar afastado o suficiente para no final você simplesmente ignorar tudo isso e ir para a guerra?!

-Você acha que eu por acaso dou a mínima para isso? O que importa é o seu bem-estar! Você está infeliz aqui, não serei eu o maluco de fingir que não percebo! Você é o meu mundo, Hermione. Te ver desse jeito acaba comigo!

Hermione percebeu todo o esforço e sacrifício que era para Draco optar por aquela situação se comovendo um pouco.

-O... O que vocês pensaram em fazer?

-Ele concordou em vir nos dar aulas, treinar minhas habilidades para te proteger. Eu sei que você quer lutar com seus amigos e estarei lá com você, te protegendo.

-Mesmo que....

-Mesmo que o pior aconteça, terei garantido a sua felicidade. – Disse com o rosto carregado de dor. – Mas agora, por favor não fique mais irritada.

-Draco.... – Hermione o puxou para um abraço apertado, demonstrando em toda sua força o quanto estava grata por aquele ato. – Você vai ver que não vai acontecer nada. Nós temos todo o tempo do mundo para treinarmos. – Deu u beijo suave em seus lábios, demonstrando gratidão.

-Ótimo, porque começamos amanhã de manhã.

***

-Prontos para começarmos? – Viktor perguntou indo em direção ao quintal da casa.

Lá seria o lugar perfeito para os treinos: era amplo, com espaço suficiente para caso alguém fosse jogado longe. Estava repleto de feitiços, sendo completamente invisível a outros olhos que não fossem dos três. Qualquer exposição mágica que houvesse ali, ficaria apenas ali. Por mais que tivessem vizinhos, era o mesmo do que nada.

-Não seria melhor nos dizer o que pretendo fazer antes?

-É uma boa ideia também. Andei pensando nisso a noite toda e acho que consegui chegar a alguns pontos principais. É uma guerra, não sabemos exatamente como vai ser o ambiente ou quanto tempo vocês terão, apenas que não podem ser lentos.

-É meio óbvio, não? – Draco revirou os olhos.

-Não apenas por ser um combate, Malfoy. O tempo é essencial para um casal veela. Se demorarem demais, podem acabar se ferindo e baixarem a guarda. E se isso acontecer, não terá adiantado de nada nosso curso intensivo.

-Curso intensivo?

-Acredite, Hermione. Eu passei um ano em Hogwarts e lá não se ensinava metade do que em Durmstrang.

-O que pretende fazer, então?

-Vamos começar melhorando os seus feitiços não verbais e quando já estiverem bem o suficiente, passaremos para os feitiços sem varinha. Não é algo impossível, então tirem essas expressões assustadas do rosto. Precisaremos de agilidade, então poderíamos tentar melhorar a habilidade veela. Draco consegue ser bem mais rápido do que quando era um humano, mas você não, Hermione.

-Também vou precisar treinar minhas características veela, Krum. – Draco disse sério. – Não posso perder a cabeça na hora, preciso me controlar. Por mais que seja doloroso virar... aquilo, eu preciso. Tenho que saber se consigo protege-la e atacar alguém ao mesmo tempo.

-Draco!

-Ele está certo, Hermione. Acho que teremos muito com o que nos divertimos daqui para frente. – Terminou com um sorriso. – E então, prontos para começarmos?

 



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