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História Veela, Draco? - Chapter XXVIII


Escrita por: SofiaDuarte

Capítulo 28 - Chapter XXVIII


-VOCÊ FEZ O QUÊ, MALFOY?!

Um grito esganiçado retumbou pela pequena casa, afastando qualquer curioso da sala de estar. O casal havia acabado sua primeira aula com Viktor, comentando sobre ao entrarem em casa. Samuel havia estranhado toda aquela movimentação no jardim, assim como a vibração mágica vinda de fora. Preocupado, quase teve um surto ao perguntar e receber a resposta da brilhante ideia de Draco.

-EM ALGUM MOMENTO PASSOU PELA SUA CABEÇA A MERDA QUE VOCÊ COMEÇOU, MALFOY?!

-Eu sei o que eu estou fazendo, Samuel. – Draco nunca falava o nome inteiro do tataravô, num claro sinal que sua paciência não estava muito boa.

-Não, você não sabe! Vocês vieram para cá como proteção à testemunha e você pede ajuda para ir para a guerra?! QUEM VOCÊ PENSA QUE É? – Samuel estava tão irritado que sua voz havia engrossado, permitindo que suas presas aparecessem.

-A DROGA DE UM COMPANHEIRO, SAMUEL! – Completando com um silvo, expressando o quão irritado havia ficado. Sabia que ao dizer aquilo abalaria o mais velho, mas simplesmente não aguentou. –Eu sei muito bem o que pode acontecer, mas eu tenho que fazer isso!

-Eu não acredito que sobrevivi para ver meu gene morrer bem à minha frente... – O olhar ressentido de Samuel demonstrava o quão magoado ele estava. – Quem saiba com seu ato de heroísmo nós nunca mais teremos que encontrar outro veela.

-Sabe que eu ainda vou para o dormitório.

-Infelizmente. – Com um último rosnado, Samuel passou a ignorar Draco, em um claro sinal que ele deveria desaparecer.

De fato, aquilo era um martírio para o Fitzgerald: saber que mesmo após sua morte prematura seu gene havia prosperado tinha sido o ponto mais alto de felicidade de toda a sua existência, mas vê-lo numa ideia suicida o trucidava. Quaisquer das opções que poderiam acontecer na batalha matariam Draco: a morte de sua companheira, sua captura para chantagem ou até mesmo a dele própria. Ver aquilo e não ter um corpo de verdade para soca-lo e impedi-lo colocava uma sensação de impotência sobre a pequena moldura. Nem mesmo seus amigos conseguiam tirar aquele efeito.

 Os próximos dias foram bastante pesados entre os garotos naquela casa, com Samuel apenas aceitando conversar com Hermione. Ele sabia que ela de nada tinha culpa naquilo. Hermione nunca pediria um absurdo daqueles, entendendo que ela era tão vítima quando ele. Mas de resto, se recusava a trocar um par de palavras com Jacques e Jeremiah, tendo a consciência de que os mais velhos tentariam a todo custo aliviar para o lado de Draco. E falando em seu tataraneto.... Bem, eles haviam adquirido o costume de rosnarem um para o outro caso se encarassem por tempo demais. Samuel já havia prometido socar o mais novo assim que sua pintura se mexesse, provavelmente não tendo que esperar muito para isso.

Aqueles estavam sendo longos dias de solidão para Fitzgerald.

Ele próprio recusava a companhia dos outros, mas não parava de observar o ambiente em que morava: mesmo sabendo dos riscos, ver o sorriso alcançar o rosto de Draco a cada vez que Hermione sentia-se mais completa ao progredir nas aulas, a sensação de fazer o certo que Jacques sussurrava para ele quando estava menos hostil o faziam pensar. Será que era assim o ter uma companheira? O que ele havia feito de errado naquela vez? Porque Freya o largou? Será que.... Será que o problema era ele?

A cada dia Samuel ficava mais e mais depressivo, e de certa forma tinha razão para isso. Eram muitas dúvidas que rodeavam sua cabeça e era uma pena não haver respostas para elas. Sabia que tinha gritado sem muita razão com Draco, já que ele certamente não sabia a sensação de colocar a felicidade no rosto da companheira porque, bem.... A sua fugiu gritando o deixando morrer sozinho. Embora estivesse profundamente deprimido, não demonstrava para ninguém. Não queria dar o gostinho de estar arrependido para Draco. Não, ele ainda se sentia na razão pela briga.

Justamente por isso muitas das vezes sequer percebiam a presença de Sammy em sua moldura. Era muito mais fácil fingir que ele não estava ali do que lidar com o problema de fato.

Embora Viktor não pudesse estar presente todos os dias para as aulas – devido a sua profissão de jogador de Quadribol – o casal maravilha tinha permissão para treinarem sempre que possível. E mesmo que não tivessem, eles fariam mesmo assim. Ninguém conseguia impor ordens a Draco Malfoy e Hermione Granger quando juntos.

Não, não mesmo.

Eles não tinham muito o que fazer estando presos à aquela casa, passando então quase a maior parte do dia no jardim praticando. Sentiam-se como crianças ao finalmente aprenderem com êxito o feitiço não verbal, conseguindo aplicá-lo a qualquer tipo de situação mágica. Haviam começado cedo naquele sábado de manhã, excitados por saberem que seria o grande dia para o feitiço sem varinha.

-Ainda me surpreendo em como Malfoy se adaptou às roupas trouxas. – Viktor encarava atônito Draco do outro lado do jardim enquanto recuperava o fôlego do pequeno duelo não verbal.

-Ele seria um idiota por preferir as bruxas. Não estamos na escola.

-Se bem que tenho meus motivos para pensar que ele não passa muito tempo vestido. – Viktor brincou, elevando a sobrancelha sugestivamente, rindo com a súbita timidez de Hermione.

-Não.... Não é bem assim!

-Não, é? Duvido muito!

Hermione apenas o encarou, desistindo pouco tempo depois, suspirando alto.

-Até parece que você não faz isso! – Decretou jogando os braços para o alto, querendo rir da situação que se encontrava.

-Te garanto que você com toda certeza já me ultrapassou, Hermione!

Era óbvio que era mentira, e ela sabia disso, mas não impediu que o bichinho da curiosidade se instalasse em sua consciência. Era uma bem verdade que haviam se divertido bastante desde que haviam chegado lá, mas....

-Você realmente está considerando isso?! – Viktor riu ainda mais, atraindo a atenção de Draco, que até então estava se controlando ao máximo.

Ele aguentava isso, não era nada demais. Viktor não representava perigo. Amigo, amigo. Mas porque raios ele estava rindo enquanto Hermione virava um tomate? Draco conseguia manter a calma, não precisava mais deixar seu lado animal de fora, mas aquilo ainda o incomodava. Chegou perto o suficiente, deixando escapar apenas um pequeno rosnado. Não havia sido sua intenção, mas não se arrependia.

Quer dizer, não até um balde de água fria ser jogado na sua cabeça. Literalmente. Draco apenas olhou dos seus pés até a sua frente, deparando-se com Hermione olhando em choque dele pra Viktor.

-O que aconteceu aqui? – Draco perguntou entredentes, completamente ensopado.

-Proteção pessoal! A sua cara não estava nada boa se aproximando, cara!

-Eu não ia fazer nada!

-Como você fez aquilo, Viktor? – Hermione pouco ligava para a pequena briga que se formava. Estava mais interessada em aprender a nova técnica.

-O que? Ah, claro. Isso foi apenas um pequeno exempl....

-Eu percebi. – Draco rolou os olhos, mas ficando bastante interessado. Com o sol que fazia em pouco tempo ele já estaria seco.

-O segredo é você relaxar. Eu sei que quando vocês tinham os surtos de magia involuntária ela aparecia a qualquer momento, até que aprendessem a controlar. Da mesma forma que vocês faziam antes, farão agora. A varinha é só um condutor, lembrem-se disso. A magia está dentro de vocês. – Viktor colocou de lado sua varinha, erguendo as mangas de sua camisa. Respirando fundo, apenas tencionou um pouco o seu pulso, fazendo florescer uma margarida bem aos pés de Hermione. – Viram só? Óbvio que agora eu tive mais tempo para me concentrar, mas antes não.

-Eu nem percebi nada até sentir a água. – Draco se espantou.

-A meta é vocês chegarem nesse nível, o que não deve ser difícil. Vocês são ou não os dois melhores alunos de Hogwarts? – Viktor alfinetou, na esperança que a competição os fizesse investir ainda mais vontade nas lições.

-Relaxar que você disse? – Draco perguntou olhando Hermione no fundo dos olhos, desafiando-a.

-Respirem fundo e fechem os olhos, isso deve ajudar. Concentrem-se na minha voz. Imaginem uma onda de energia saindo do seu coração, subindo pelo seu ombro e passando pelo seu braço, bem devagar. Por onde passa, a magia esquenta levemente. Vocês conseguem sentir?

-Sim. – Draco murmurou.

-Não muito. – Enquanto Hermione não teve muito sucesso.

-Imaginem que ela se aproxima cada vez mais do pulso de vocês. Sintam a força que ela traz, desde o coração, até a mão. Imaginem toda a magia se concentr....

-Minha mão está formigando, Krum. – Draco se alarmou com a novidade.

-Consegue sentir, Malfoy? – Viktor se espantou. – Normalmente só se consegue sentir após mais aulas.

-Deve ser a magia veela. – Hermione deu um palpite, invejando o namorado.

-E agora? – Ele perguntou ansioso.

-Só para garantir, o que está sentindo?

-Meu braço está quente, minha mão pesada e formigando.

-Perfeito. – Sua cara de alegria misturada com espanto era real. -  feche os olhos de novo e respire fundo. Escolha um feitiço simples e fale mentalmente. Você pode falar em voz alta, se preferir.

“Wingardiun Leviosa”

“Wingardiun Leviosa”

“Wingardiun Leviosa”

Draco tentou pelo menos três vezes levitar a pequena flor que Viktor havia conjurado, mas sem sucesso.

-Não deu certo, e meu braço voltou ao normal. – Ele suspirou entediado.

-Me espantaria se tivesse conseguido, Malfoy. Você já fez muito para um primeiro contato. É surpreendente.

-Mas isso não quer dizer que ele seja....

-O melhor aluno de Hogwarts? – Draco sorriu. – Não sei porque insiste em afirmar que é você, Hermione. Não vê que eu tenho um talento natural para isso?

-Eu diria que você é anormal.

Draco desdenhou, sabendo que ela não falava sério. Viktor se preocupou com a situação a sua volta. Aquilo logo, logo poderia virar um caos sexual se dependesse exclusivamente da provocação natural de cada um. Mas antes que ele pudesse arrumar suas coisas para sair, Hermione se lembrou de algo muito importante que vinha a perturbando todos os dias.

-Viktor, eu posso te perguntar uma coisa?

-Mas é claro. – Viktor se espantou com o tom preocupado que ela apresentava.

Draco apenas abaixou a cabeça, sabendo do que se tratava. Tentando reprimir o sentimento de culpa, se afastou da dupla mesmo sabendo que ainda sim conseguiria ouvir eles. Decidiu que se distrairia praticando mais um pouco.

-Como as coisas estão na escola? – Sua ansiedade estava estampada no rosto.

-Hermione.... Eu não faço a menor ideia. A última vez que fui até Hogwarts foi a três semanas, para pegar as pinturas e sua poção.

-Mas.... Não sabe realmente o que aconteceu depois....

-Não. Mas você sabe que as férias estão muito próximas, seus amigos devem ficar em segurança.

-Nada sobre eles?

-Ah, isso. Porque não falou logo? McGonagall informou que eles ficaram loucos procurando por você, achando que tinham te sequestrado. Ou que Malfoy estivesse te prendendo em algum lugar, em pânico. Alguma coisa assim.

-Mas eles estão bem?

-Acho que sim. Vai dar tudo certo, Hermione. – Viktor passou suas mãos pelos braços da garota.

Antes que Hermione se sentisse culpada por alguma outra coisa, um barulho alto chamou a atenção dos dois. Ao olharem, depararam-se com um pequeno buraco no gramado, com Draco olhando chocado para suas mãos. Ele ouvia tudo atentamente e na realidade era ele quem sentia o peso da culpa nos ombros. Tinha se distraído e por seu braço já estar carregado, o pequeno descontrole emocional fez com que o chão recebesse uma pequena bomba.

-Pelo menos sabemos que isso realmente funciona com alunos de Hogwarts.

***

Já era tarde da noite quando Viktor foi embora, tendo recusado o convite de ficar para jantar. Exausto, Draco foi tomar um longo banho enquanto o moreno ainda estava na casa, deixando Hermione sozinha com ele. Ele sinceramente não ligava para nada no momento, apenas queria um banho quente e relaxante. Todo o treino do dia havia esgotado mentalmente, nunca fizera tanto esforço como a magia sem varinha. Ela parecia fácil, mas exigia muito mais do bruxo, visto que não tinham uma varinha como muleta para facilitar a situação ao máximo. Mas aquilo seria o ideal. Ainda conseguia se lembrar do comensal que havia matado em sua forma completa naquele dia em Hogwarts.... Mesmo que alguém jogasse sua varinha fora como ele próprio tinha feito com o homem, ainda poderia se defender usando suas mãos. Aquilo era perfeito, porque raios não ensinavam aquilo na escola?

Sem conseguir pensar direito, Draco saiu do banheiro quase que de forma metódica, sequer percebendo a namorada entrar nele. Estava cansado e com fome, indo parar na cozinha minutos depois, completamente alheio ao mundo. Hermione não tinha se preocupado muito por ver o quanto de si Malfoy estava dando nas aulas, então sabia que todo o mau-humor vinha dali. Encontrou com ele na cozinha após seu banho, ficando alguns minutos apenas parada encarando-o cozinhar. Uma das primeiras coisas que haviam aprendido ao descobrirem os livros de magia foram os feitiços domésticos e mesmo assim Draco insistia em fazer tudo manualmente, do jeito trouxa aquilo era completamente encantador, além de ser uma visão deveras excitante. Sentindo-se observado o garoto apenas olhou por seu ombro, dando um pequeno sorriso ao encontrar a namorada debruçada na pequena ilha.

-Você sabe que nós já temos os feitiços.

-Eu sei, mas cozinhar com minhas próprias mãos é relaxante.

-Está se sentindo muito cansado? – Hermione se aproximou um pouco.

-E estressado. Mas não se preocupe, não é com você, docinho.

-Sei que não. Se fosse você com certeza já estaria rosnando e mostrando os dentes a muito tempo.

-É tocante a imagem que você tem de mim, sabia?

-Não é uma imagem, é a mais pura verdade, Draco!

-Não aja como se você também não fizesse o mesmo comigo, Hermione. Você não é tão amedrontadora como eu, mas também gosta d exibir seus dentinhos.... – Draco olhava ameaçador, provocando,

-Não posso exibir algo que não tenho.

-Ah, é? Isso aqui significa o que, então? – Draco abandonou a panela em que mexia, virando-se até ficar de frente com ela, puxando a manga de sua camisa até deixar seu ombro de fora, junto das pequenas marcas que se cicatrizavam ainda.

-Você fica tão bonito sorrindo desse jeito. – Hermione ignorou o comentário anterior, se rendendo ao pouco charme que começava a se manifestar.

-Droga...

-Você não precisa carregar o peso de tudo nas costas, Draco. Você não é culpado de absolutamente nada, tenha em mente isso. – Hermione se aproximou com cuidado, até pressionar o corpo do namorado no balcão da cozinha. – Eu sei que toda essa situação está nos levando ao extremo, mas por favor....

-Me desculpe.- Ele pediu sinceramente, abraçando sua cintura, encostando suas testas. – Só me desgastei mais do que o normal hoje....

-Eu imagino. Você disse que cozinhar manualmente de relaxa, mas eu também sei outra maneira,

Antes que Draco pudesse raciocinar o que ela dissera, sentiu a pequena mão de Hermione acariciar seu membro por cima da calça, despertando por completo todos os seus sentidos – e partes do corpo. Apenas fechou os olhos e aproveitou a carícia, suspirando fortemente ao sentir suas mãos tornarem-se ainda mais ousadas. Draco bem que tentou se aproximar para roubar um beijo, mas apenas deu de cara com o nada.

-Hermio.... – Draco perdeu sua fala ao notar aonde o rosto da garota se aproximava perigosamente.

-Não fique tão tenso. – Ela deu um pequeno beijo na trilha rala de pelos que desaparecia sob sua cueca, tencionando o corpo do garoto ainda mais.

Aquilo realmente estava acontecendo? Sabia que não era o charme fazendo efeito, então.... Era Hermione mesmo que queria avançar mais alguns passos na relação? Draco não teve muito tempo para pensar antes de se apoiar com força soba a bancada, sentindo pela primeira vez que a boca daquela Grifinória não servia penas para azarar sonserinos, principalmente ele.

 



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