Os meses tinham se passado calmamente e já entravam em junho. Estando no terceiro mês de gestação, era seguro contar às ouras pessoas sobre a novidade, já que o risco de aborto espontâneo era muito menor. Tinham ficado sabendo que Harry saiu pulando pela casa com a notícia sobre seu filho, mas ainda não haviam contado para o pequeno James de dois anos. Já no caso dos Malfoy, as únicas pessoas que sabiam eram os garotos e Narcisa.
Hermione tinha recorrido à sogra em busca de ajuda para os enjôos matinais e o cansaço excessivo, enquanto Draco não se aguentou e contou aos seus irmãos. Samuel tinha sido o que mais vibrou de alegria, se ressentindo de não ter um corpo para abraçar o tataraneto.
Narcisa e Andômeda estavam sendo de muita ajuda para Hermione, que estava assustada com a enxurrada de sensações que sentia. Gina estava ocupada com a própria gestação, por isso ela evitava fazer perguntas absurdas à amiga. Mas sua sogra não se importava, inclusive adorava relembrar a época em que estava grávida de Draco.
-Sra. Malfoy, é normal sentir vontade de comer gengibre frito?
Hermione tinha questionado enquanto passeavam por uma livraria. Elas tinham decidido que já estava na hora de comprar o primeiro livro do bebê.
-Gengibre frito? Isso é novidade....
-A senhora não teve esses desejos?! – Ela se sentia tão esquisita!
-É claro que tive, Hermione! Só muito me espanto que os seus sejam tão.... Normais.
-Gengibre frito é normal?
-É uma comida, não é?
Hermione passou alguns segundos ponderando até ficar curiosa.
-Sra. Malfoy, que desejos a senhora teve?
-Bem, começou com uma vontade louca por doces. Depois passou para os mais incontáveis líquidos. E carne, muita carne. Eu costumava saborear tudo o que desejava, mas no dia que senti uma vontade incontrolável de comer tijolos, eu me recusei. Não me dignaria àquilo.
-Então foi por isso que Draco nasceu tão cabeça dura? Por não ter comido tijolo?
Narcisa estancou no mesmo lugar e começou a rir. Aquela sim era uma verdade.
Mas uma coisa Hermione começou a perceber conforme os dias se passavam: a sua vontade louca por comer carne vermelha, de preferência bastante sangrenta. Assim como tinha lido relatos de humanas grávidas de vampiros que bebiam sangue de canudinho para satisfazerem o feto, ela tinha quase certeza que isso acontecia com ela. Já tinha visto o apreço de Draco por carne longe de ser malpassada e pelo o que já tinha escutado dos garotos eles também apreciavam o alimento sangrento. Por mais que seu filho não tivesse chances de ser um meio-veela (já que o gene só voltaria a se manifestar em duzentos anos), ela desconfiava que talvez fosse uma tentativa de seu corpo de não desistir da possibilidade. Mas ela não acreditava em nada daquilo, por isso sempre evitava ao máximo ingerir aquilo.
Finalmente tinha chegado o dia que contariam para seus amigos.
Hermione e Gina tinham combinado um almoço na Toca em um domingo, na justificativa de terem algo muito importante para contarem. Os Potter’s e Malfoy’s chegaram cedo à cada dos Weasley’s, os ajudando a preparar tudo. Enquanto Hermione e Gina ajudavam Molly na cozinha, Harry e Draco colocavam à mesa. Arthur Weasley estava em sua garagem resolvendo um problema no carro, enquanto os dois homens também vigiavam James brincar no tapete da sala. Somente uma hora mais tarde que o restante da família começou a chegar: Fleur, Gui, Victoire e Dominique foram os primeiros, seguido de George com Angelina, Fred e Roxanne. Percy e Audrey chegaram momentos antes de Rony e Susana atravessarem a lareira.
James corria pela casa com Dominique, Fred e Roxanne. Era bonitinho o modo que todos os homens se colocaram como babás, dando um tempo de descanso às esposas. Quando o almoço finalmente foi servido a torta de frango foi devorada, enquanto as crianças pareciam estar mais propensas a uma guerra de comida do que se alimentarem. Com um belo pedaço de carne, Draco se serviu e repartiu com a esposa, já tinha percebido o gosto dela atualmente. Recebeu um carinho em sua perna, junto de um sorriso. O clima era de felicidade conjunta. Percy tinha sido promovido, George e Rony abririam uma nova filial das Gemialidades Weasley. Mas nenhuma das duas tinha aberto a boca ainda.
Com a louça sendo lava magicamente, a família voltou a se reunir na sala de estar, mas Susana aparentava estar passando muito mal.
-Será que foi a comida? – Audrey tinha se preocupado, junto de Arthur e Molly.
Susana não mais Bonnes estava suando frio, pálida, com tendências a ficar um pouco verde. Ronald tinha a sentado imediatamente, buscando um copo de água. Draco se aproximou para examiná-la (já que era um medbruxo, afinal), mas foi impedido pela mesma antes que se aproximasse.
-Já.... Já vai passar....
Ronald voltou e massageou suas costas até que ela voltasse ao normal. Respirando regularmente, Susana percebeu todos os olhares sob si.
-Você está bem, Susana? – Angelina não entendia o que tinha acontecido – O que aconteceu?
-Não se preocupem.... Eu estou bem. É só que….
-Nós vamos ser pais. – Ronald soltou de repente, pegando todos desprevenidos.
-Pais?
-Vamos ser avós de novo?
-Você também?!
Agora todos os olhares se viraram para Hermione e Gina, que riam uma para a outra.
-Vamos dar à luz do novo trio de ouro de Hogwarts? – Gina implicou com o apelido dos amigos, resultando em uma gritaria generalizada.
Como se fossem três homens aranhas apontando um para os outros, Draco, Harry e Ronald se encaravam. Como os arqui-inimigos poderiam jurar que um dia se tornariam amigos e teriam filhos ao mesmo tempo? E pior ainda, seriam quase da mesma família?
Eles estavam absortos um nos outros enquanto o restante da família fazia uma enxurrada de perguntas às mulheres. Eles achavam que ia ser o momento especial deles, mas foi tudo em conjunto.
-Vocês estão de quanto tempo? – Fleur tinha conseguido reunir o que perguntavam em coro.
-Quatro meses. – Gina respondeu.
-Três meses. – Foi a vez de Hermione.
-Apenas algumas semanas.... – Tinha sido a vez de Susana.
-Existe alguma possibilidade de ter sido outra falha generalizada de poção? – Percu não tinha perguntdo por mal, mas tinha despertado Draco do transe.
-Percy! – Gina repreendeu o irmão, sabendo o que lembraria.
-O quê?! – Coitado, os outros não tinham noção do que tinha acontecido.
Draco olhou para Hermione, esperando a sua resposta. Por mais que soubesse que ela planejara, tinha se tornado inseguro.
-É claro que não, Percy! Foi algo totalmente planejado! – Hermione respondeu ultrajada, protegendo o pequeno ventre começando a se avantajar com as mãos.
-Não precisa ficar na defensiva, Mione. Ele não sugeriu nada.... – George não sabia porque a mulher tinha se irritado tanto com a pergunta.
Draco andou até a esposa, a abraçando de lado, recostando seu queixo em sua cabeça. Era doloroso ser lembrado sobre o fato, mas não tinha porque exibir ao público.
-Já tem previsão do nascimento? – Angelina mudou de assunto rapidamente, tentando abstrair o ambiente.
-A partir de outubro.... – Hermione encarava o marido, que fazia um carinho em seu braço.
-E sabem o sexo?
-Um menino. – Harry respondeu, pegando James no colo.
Ele tinha chorado um pouco ao receber a notícia, completamente enciumado, mas tinha se animado ao descobrir que teria um irmãozinho.
-Acho que descobriremos essa semana. – Draco tinha grande emoção na voz, com os olhos úmidos.
Ele amava tanto a sua esposa e toda aquela fase....
***
“Quem é vivo sempre aparece e como não podia deixar de ser, Harry Potter voltou aos holofotes essa semana. Que ele estava aproveitando seu tempo de anonimato durante todos esses anos no Ministério nós já sabíamos, mas ele essa semana foi visto passeando com sua esposa novamente grávida. A notícia por si só não teria nada demais, caso não tivéssemos tido um furo de reportagem!
Enquanto os Potter’s passeavam com seu filho, os Malfoy’s foram mais além. Eles sãobem conhecidos no meio da Alta Sociedade, conseguiram mudar o nome Malfoy e aina são um casal de mestiços – tanto nas questões de sangue como de espécies. Mas o que mais seria um atrativo para eles? É simples! Recentemente eles foram vistos saindo de uma loja para artigos de bebês com sacolas, mas o vestido solto de Hermione Malfoy não nos enganou! Segundo nossas investigações o jovem casal Malfoy está esperando o primogênito da família. Com isso, existem certas questões que precisam ser respondidas:
Como eles vão lidar com a miscigineção de sangue da criança? Uma coisa é Draco se casar com uma trouxa pela sua necessidade de sobrevivência, mas outra completamente diferente é ele aceitar a condição de mestiço do filho ou filha, sabendo que irá perder um pouco do renome Malfoy tanto preservado por diversas gerações.
Será que terão um veela? Procuramos registros e até mesmo pesquisas sobre o assunto, mas foi nos informado que o próprio Draco proíbe qualquer pesquisa relacionada. Parece que ele não quer saber sobre suas possibilidades. Certamente não deseja passar mais miscigenação ao seu priogênito. De condenado já basta ele na família.
Sabendo que Harry e Gina Potter esperam o segundo filho, será que poderemos esperar uma reparação histórica e uma união familiar entre as duas crianças? Um casamento entre um Potter e um Malfoy certamente seria terrível para o nosso Draco, ainda mais se ele perder o seu nome para o outro.
De resto, só nos resta esperar notícias sobre o avanço da gestação e sua confirmação pelo casal.
Em breve com mais notícias,
Rita Skeeter”
Draco havia tido uma série de contratempos nos dois últimos meses que o impediram de ter participado das primeiras ultrassonografias. Se condenava até hoje por não ter estado presente para ouvir pela prieira vez o coração da criança batendo, mas estava no meio de uma apresentação para o diretor do hospital que dependendo de sua performance garantiria regalias para o programa de criaturas mágicas. Na segunda vez ele tivera uma prova prática que não poderia ser remarcada. Agora na terceira vez ele tinha rosnado para seu coordenador, indicando que sim, ele iria para a consulta.
Então na tarde daquela quinta feira Draco saiu mais cedo do hospital, aparatando até uma vila comercial bruxa, encontrando com Hermione na porta do consultório médico.
-Pensei que não fosse conseguir vir. – Hermione o cumprimentou com um beijo rápido.
-Eu não perderia isso por nada. Ainda me culpo por não ter te acompanhado na primeira....
-Mas em compensação conseguiu fundos para o programa de criaturas mágicas. Agora vai poder ajudar mais pessoas como você, Draco.
-Como eu? – Ele arqueou uma sobrancelha. – Como nós dois, você quis dizer.
-Ser sua companheira não me torna uma criatura mágica.
-Não, mas não se esqueca que 1% do seu sangue é veela.
-Não sei de onde vocês tiraram isso. Não existem artigos científicos provando isso.
Draco balançou a cabeça sem avreditar no que a esposa dissera.
-Você não vai me convencer a deixar Azanate....
-Que nada! Mas você não pode afirmar uma coisa que não tem certeza.
Eles esperavam na sala de espera vazia do consultório. Tinham passado a noite passada conversando sobre as suas preferências e a única conclusão que chegaram é que Draco seria muito ciumento e protetor caso fosse uma menina. Era mais forte do que ele querer o melhor para as duas, três mulheres de sua vida.
-Hermione Malfoy! – A secretária chamou.
Acompanhada pelo marido, Hermione entrou no consultório, imediatamente percebendo que a médica apesar de mais velha tinha ficado desconcertada com a presença de Draco. Ela prendeu o riso ao notar a mulher se ajeitar e abrir seu melhor sorriso. Ela não tinha culpa, Draco estava exalando charme de tão nervoso que estava.
-Boa tarde, Sr. e Sra Malfoy! Como passaram o mês?
-Bastante ansiosos para descobrirmos o sexo, doutora.
-Já tem um nome em meste?
-Ainda não pensamos sobre isso.
-Se tudo der certo conseguiremos descobrir hoje!
Após as perguntas de rotina, Hermione se encaminhou até a maca, abaixando o cós da calça e se arrepiando com a sensação gelada do gel. Com um mecanismo muito parecido com o trouxe (a médica era bastantante ligada com tecnologia hospitalar trouxa), a doutora começou a examinar Hermione, que segurava a mão de Draco. Ele não controlava seu sorriso nem suas lágrimas ao ouvir o coraçãozinho bater. Estava tão realizado! Queria escutar aquele som para o resto da sua vida.
-Então vamos lá.... O crescimento dele é ideal, está ganhando peso certo. Vamos lá, se vire bebezinho.... Conseguem enxergar aqui? – Ela apontava para a tela. – É um menino!
Draco não se aguentou e beijou a esposa, dessa vez chorando ainda mais. Mais um menino Malfoy!
-Eu te amo tanto....
Aquele Draco era o completo oposto do que tinha exposto no jornal da manhã. Ele estava bastante contente por estar com Hermione e com o filho, como conseguiriam descrever uma imagem daquelas em algo público?
Mas agora tinham uma tarefa ainda mais importante do que se preocuparem com sua imagem: encontrarem um bom nome para o segundo filho deles.
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