História Veela Hereditatem - Um amigo de "longa data"

Sirius estava deitado na cama do licantropo, sabia que se ele chegasse e o visse ali teria una confusão. Mas estava se sentindo mal, e só queria se deitar e o cheiro do outro curiosamente o acalmava muito. 

Tinha chegado ao dormitório que estava vazio por ainda está tendo aula, mas não estava fazendo de propósito, o professor o levou até a enfermaria antes do começo da aula, pois quase desmaiou no meio do corredor, estava com a cabeça doendo, o corpo pesado, resumindo, estava fodido(não no bom sentindo).

-Você está assim por conta de estresse e não estar se alimentando bem! Descanse e tome essas poções de duas em duas horas e se alimente!.

Madame Pomfrey lhe deu um baita sermão, mandou que ficasse na enfermaria mas convenceu a mesma de que ficaria no quarto até a hora de ir para o salão principal.

Sem perceber, o Black simplesmente caiu no sono enquanto agarrava o travesseiro do licantropo fortemente.

Nem percebeu quando passos apressados invadiram o quarto e se aproximaram da cama. Olhos azuis agora escuros e dilatados analisaram o corpo do menino. Fios negros foram afastados da testa do animago.

- Idiota, não podia pelo menos se cuidar? Ficar preocupando os outros assim.- a voz baixa e calma fez o outro se mexer na cama.

-Desculpe.. me desculpe Moony.- saiu num sussurro tão baixo que Remus se não tivesse perto não ouviria. Suspirou profundamente e voltou a fazer carinho nos cabelos longos do amigo.

Não queria mais ter que ignorar ou tratar o outro assim. Não quando gostava tanto dele que doía. Mas ele precisava mudar, para o bem de si mesmo.

Já tinha acabado a última aula do dia, Severus agora saia da biblioteca com pergaminhos e livros. Teriam uma hora vaga até o jantar.

Passou seu tempo livre fazendo o dever da próxima semana, assim teria mais tempo para fazer outras coisas. Mas o que realmente não saiu da cabeça do Veela, foi que Lílian veio falar consigo, os dois conversaram enquanto faziam o dever.

Foi estranho que a mesma tinha chegado assim, mas foi bom novamente conversar com a ex amiga, ver que ela que quis se aproximar. Perguntou  como estava, se tudo ia bem, várias banalidades. Inclusive desculpas vindo de ambos.

No final prometeram sair para juntos no final de semana que viria. 

Quando estava próximo de chegar no corredor que daria até a entrada da sua comunal, viu ali escondido e espiando um garoto, alto, com cabelos castanhos bem escuros e..lufano.

Arthie.

Pensou, então calmamente foi até o espião, parou bem próximo ao seu corpo, e como ele estava meio curvado conseguia alcançar onde queria.

-Invasor no perímetro das cobras? Deveria azarar você!.- sussurrou maldoso no ouvido do outro que contraiu o corpo no susto e soltou um gritinho.

-P..por favor eu só..- Arthie parou de falar quando viu Severus rindo. O lufano irritado, percebendo o que estava acontecendo cruzou os braços e virou o rosto.-Isso não se faz Severus! 

-E espiar os outros também não. Afinal, esqueceu onde está? Quer ir parar na enfermaria o resto da semana?-Severus viu o outro aumentar o bico.- Sorte que eu fui quem chegou e te viu. Agora espere um pouco que vou guardar isso.

Rapidamente, Severus cruzou o corredor até a passagem da comunal, disse a senha baixo e entrou, ignorou os colegas que estavam por ali, largou sua bolsa e livros na cama e seguiu para fora. 

Arthie estava ali, parado. Foi se aproximando e viu o mesmo triste. Certo que não eram tão próximos, tinha se conhecido naquele dia. Mas..era como se já se conhecerem e fossem amigos de longa data. Meio bobo de se pensar mas...querendo ou não  se importava com o garoto.

-Vamos, vamos até o lago e você me conta o que aconteceu.- Severus sabia que talvez ele não quisesse falar, mas não custava tentar. Sua mãe sempre dizia que quando se estar triste, com raiva, angustiado, é melhor por pra fora antes que seja pior.

-Arthie..se não quiser..tudo bem. Vamos falar sobre out..- ambos estavam sentados sob o carvalho que ficava próximo ao lago. Fazia cinco minutos e nada, tudo num silêncio.

- Eu gosto de uma pessoa. Antes nos falávamos e tudo, mas aconteceu uma..coisa e ele não quis mais me ver.- soltou de uma vez, Severus o olhou surpreso. Achou que por não serem tão próximos ele ficasse retraído.

-Ele..é da minha casa certo?- um balançar positivo de cabeça.- Estava tentando falar com ele, por isso estava nas masmorras?- outro balançar positivo.- O que aconteceu?

-Ele estava com notas baixas em herbologia, a professora perguntou se eu podia ajudar. Eu respondi que sim, mas não sabia de quem se tratava, só que era um aluno mais novo um ano do que eu. No começo era bem complicado porque ele não era muito comunicativo. Depois ele foi se deixando levar, então quando ele conseguiu recuperar suas notas, conversamos e continuamos a conversar, e estudar vez ou outra juntos.

Ele parou de falar, Severus viu que o mesmo baixou a cabeça os fios soltos do rabo de cavalo cobriram seu rosto.

-Ai, eu vi que estava gostando dele. Eu guardei em segredo pra mim, tentava ao máximo não demonstrar mas.. teve um dia que..- ele respirou fundo.- Eu não aguentei mais, ele era discreto mas ainda falava comigo sobre garotas, pessoas com quem saia. Então eu fiquei com ciúmes...E ele descobriu, não falou mais comigo. Se afastou. 

-Uma semana, não nos falamos a uma semana, mas nós vemos nos corredores e ele finge que não me conhece.

-Arthie..- sem saber exatamente o que dizer, Severus só colocou o braço circulando seus ombros num abraço.- Se ele não teve coragem para encarar isso, ele não te merece, ele fugiu como covarde.

O garoto chorou, agarrou Severus e chorou no ombro do slytherin. 

Quando tudo se acalmou, os dois agora deitados no chão, olhavam o céu escurecendo.

-Sabe quando você conhece uma pessoa recentemente, mas você tem a sensação de que já tem séculos de amizade com ela?- Arthie dizia enquanto estava de olhos fechados.

-Hm..você também sentiu isso?- a risada dos dois veio logo após a fala de Snape, então o Veela se ergueu do chão.- Vamos se não ficamos sem jantar.

- Aaah, pode ir! Estou sem fome mesmo.- disse o lufano ainda de olhos fechados.

-Você chorou muito, vai desidratar assim. E um lufano sem fome não é lufano.- Snape puxou o maior pelo pé, que resmungou.

- Que ponto de vista generalista. Nem todos são assim! Se fosse, você teria de ser frio e ganancioso, um vilão.- Snape o olhou sorrindo maldoso.

- E quem disse que não sou?- Arthie engoliu em seco, levantando rapidamente.

Snape sorriu vendo o outro caminhar a todo vapor para dentro do Castelo.

Todos estavam já em suas mesas, jantando e conversando. James estava conversando com Peter quando Sirius e Remus chegaram juntos, conversando calmamente. Sorriu de lado, Remus ainda estava frio em relação ao outro mas já era um começo.

-Animado hoje Potter?- seu corpo girou para o lado esquerdo, e ali estava a ruiva. Sorrindo enquanto lia algo num pedaço de pergaminho passado por uma das amigas. Fofoca talvez.

- Pode se dizer que sim, Evans.- disse simplista comendo mais um colher do puré de batatas.

- Já tem em mente que o próximo jogo está próximo e vai ser contra a sonserina?- James sorriu, ia ser mais uma vitoria.

-Vamos vencer, não se preocupe lírio.- Algumas meninas que estava ouvindo a conversa suspiraram apaixonadas, ele ainda era o famoso apanhador e pegador da grifinoria, mas com a diferença de que estava comprometido e não queria mais caso com ninguém.

-Lily, olha ali seu amigo sonserino. Parece que arrumou um amigo novo.

-Namorado talvez?- as duas olharam a cena. E James também mais que rápido.

Severus vinha segurando o braço de um garoto alto, lufano. Os dois riam, e foram para a mesa da casa furões. Pronto, a mesa das serpentes venenosas ficou estática, que raios era aquilo?!

James ficou estático. Sentiu um leve desconforto, tudo bem, poderia ser só um amigo mas...Severus não tinha comentado nada consigo a respeito do tal lufano.

-Olha só. Ele tem bom gosto!- uma das meninas comentou. Isso fez o desconforto de James aumentar. Severus conversava animadamente com o garoto, ainda tinha o rosto sério, mas vez ou outra sorria. Ele não notou James, não olhou pra ele. Como se ele não existisse.

"ÔMEGA OLHE PRA MIM!!"