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História Veneno e Cura - Capítulo Dois: "Sombra da Misericórdia"


Escrita por: Raizel_Seraphic

Capítulo 2 - Capítulo Dois: "Sombra da Misericórdia"


Fanfic / Fanfiction Veneno e Cura - Capítulo Dois: "Sombra da Misericórdia"


🌹ཱྀ࿆࿓ Minhas mãos não são limpas, talvez nunca vão ser...mas te prometo, vou te proteger com tudo o que tenho, mesmo que signifique sujar minha alma também.🌹ཱྀ࿆࿓ — Me

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Desde que Jason percebeu o parentesco entre Bruce Wayne e Damian, temeu odiar o garoto e culpa-lo pelos erros do pai todavia como sempre o pequeno encrenqueiro tinha a mania de o fazer errar em suas próprias convicções, por que e claro, ele era um bebê, exigente, irritado e dependente, a única semelhança com Wayne eram os cabelos grossos e escuros, as curvas das sobrancelhas e o nariz pequenino e é claro, a careta de irritação que a qual era uma máscara permanente naquele rostinho infantil, mas ele não poderia odiar aquele menino, aquele bebê que ria consigo mesmo e soprava bolhas de saliva e que agora aprendeu a andar. Foi emocionante para dizer no mínimo, ele mal se arrastava antes, sempre se equilibrando nos parcos móveis do quarto de Jason até que enquanto o mais velho lia um livro antigo o garoto se colocou sob os pés balançando-se sob as pernas gordinhas e desconexas, quase caindo algumas vezes, Todd ria consigo mesmo ao observar o esforço até que aquele olhar verde se focou em seu rosto, a boca em um sorriso, havia determinação naquela face jovem antes de dar o primeiro passo desajeitado e logo o segundo a aquela altura Jason já havia largado o livro e se ajoelhado no chão com os braços abertos, esperando o pequeno se entregar neles, foram minutos árduos mas logo o peso quente e perfumado estava encostado no peito nú murmurando frases desconexas naquela linguagem de bebê, o orgulhou inchou em seu coração ao arrulhar para a criança convencida, beijou ambas as bochechas e recebeu uma boca babada em seu queixo, fez careta no mesmo instante antes de deixa-lo andar mais um pouco, sempre estando lá para quando este caísse.

Ser pai sempre era uma tarefa árdua que requeria tempo, os filhos sempre confiam nos pais, dependem deles, e os pais sempre estão lá para as suas crias, são aqueles que o pequeno estica as mãozinhas para serem pegos no colo ou choram na calada da noite, pais são figuras de proteção mas também de autoridade, impor limites a criança e fundamental para o seu futuro, é por mais que Jason não tivesse tido boas experiências no quesito família acabou percebendo logo cedo o que deveria fazer em relação a Damian, por que a criança não tinha limitações para o que podia ter, Thalia não estava focada na criança ainda, não quando ele apenas aprendeu a andar recentemente e mal falava, murmurava e grunhia apenas isso, adorável na opinião de Jason e bastante inútil para Al Ghul para a felicidade do jovem, com a morte da ama de leite e o descaso de Thalia significava que o garotinho era completamente dele pelos períodos de tempo em que não estava treinando, após a primeira matança e a culpa... Bem Todd lentamente se desapegou do conceito de Batman, ele tinha Um lugar para voltar, alguém esperando por ele no final do dia, era amado, aguardado por uma criaturinha travessa que mesmo em seus sonhos, não imaginava que iria se apegar justamente a alguém como a si próprio. Mesmo com toda a situação esporádica, Jason se sentia satisfeito com a sua vida na Liga.

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As vezes, coisas acontecem sem que as pessoas percebam, mudanças sutis que naturalmente passam desapercebidas e são ignoradas como nuvens pesadas de chuva na época do verão, chega de surpresa, derramando água e esfriando a terra quente, normalmente essas surpresas são boas mas outras vezes... Nem tanto, nem toda mudança e boa, algumas vem marcadas por acontecimentos que poderiam ser evitados com um olhar atento, tal como a tragédia, Jason deveria ter se habituado a ela com facilidade, sua própria morte foi uma tragédia agridoce cujo a história terminava com sua ressurreição em meio aos lábios sedentos da vingança, mas a tragédia... Ah! Ela e uma poesia lenta, deixa avisos, faz chantagem e joga com os participantes como a cretina viciosa que é, ela não veio quando Damian disse a primeira palavra, o Jay Sussurrado em meio a uma birra, Jason sentiu o coração inchar de orgulho no dia a ponto de invadir a cozinha da Liga e fazer panquecas como presente pelas primeiras palavras, não veio quando Damian já andava com mais segurança e corria por aí com as pernas fofas de bebê, muito menos em seu aniversário de dois anos cujo Todd montou um pequeno ninho do lado de fora da Fortaleza onde passaram a noite comendo bolo simples de baunilha e suco, havia doces caseiros, uma tentativa mirrada deste de imitar as delícias de Alfred para a criança, junto com a promessa de que no próximo ano ele faria melhor, escusado seria dizer que ela veio quando as missões, treinos e aulas os separaram por horas as vezes dias a fio, ah.. A cretina chegou após o aniversário de três anos, Jason havia acabado de voltar de uma missão particularmente ruim, havia perdido o controle de si mesmo, o poço guiando seus sentidos a uma massa de loucura esverdeada e sangrenta, a noção de amigo e inimigo desaparecendo tal como sua primeira aparição em Gotham, sua revolta e repulsa estavam altos ao saber que ele havia sido trocado e bem rapidamente por um novo garoto maravilha, Nem mesmo um ano Se sua fonte estivesse correta, e quem ele queria enganar? Foi Thalia quem lhe entregou o documento, demorando dois anos para poder esfregar em seu rosto que sua morte não fora nada para Bruce, o palhaço ainda estava vivo, Vivo Após tudo o que fez.

Ele chegou na Fortaleza cansado e manchado de sangue, dele e de outras pessoas, sua vingança poderia ter ocorrido naquele momento... Manipular as gangues a obedece-lo, tirar o Coringa de Arkham e expor sua morte, a ironia do destino — ou talvez sua própria rebeldia falando alto — que Capuz Vermelho era agora seu pseudônimo, ele poderia Ter feito, a cabeça do piadista estaria ornamentando um posto policial, sangue manchando as paredes em uma cascata bonita, pinturas feitas especialmente para um causador de discórdia, o corpo.. Pregado em uma cadeira de madeira, braços presos, e os moldes das risadas brilhando por trás do cadáver, ele poderia ter feito isso e muito mais, ir até Bruce e o confrontar, já fizera uma boa impressão na cidade e nele, fugindo deste com facilidade surpreendente, mas Todd parou, ele tinha que voltar, não para a Liga, para Damian mesmo que seu ódio por Bruce não ter notado nada, não ter percebido as dicas que deixou para trás, frustrante e irritante, suspirou rangendo os dentes ao retirar a armadura e os sapatos em seu quarto, ele estava ansioso para ver seu pequeno arruaceiro, havia prometido que arrumaria tempo para passarem juntos, coisas para fazer, talvez até leva-lo a uma cidade próxima, mas a sua ansiedade maior era para entregar os livros que comprou a criança, estavam embrulhados em papel brega, muito colorido, o pirralho torceria o nariz para a embalagem do mesmo instante. Jason tomou banho, usando as roupas folgadas usuais quando a porta foi aberta lentamente, só havia uma pessoa que entraria em seu quarto como se fosse o dono, sorriu, o cansaço evaporando por ver a única pessoa que considerava família, clichê, mas casa, família, eram as pessoas que pensavam em você, que te queriam bem, que ficavam com você e te protegiam, e ali estava a pessoa que se atreveu a amar, vestida com o verde da Liga, a túnica amarrada no corpo infantil com firmeza estava manchada de vermelho, assim como as mãos, o rosto abatido, havia uma faca fina apertada entre o punho pequeno, ela escorria vermelho, Jason sentiu seu sorriso desaparecer no mesmo instante, a ironia agridoce da tragédia... Era que ela sempre atingia pessoas inocentes.

     ── Damian? — Questionou baixinho e mais gentilmente possível, mesmo que seu coração estivesse batendo forte nos ouvidos, todo aquele sangue... Era quase como voltar ao passado, a piscina, ao corpo do criminoso que matou.

A criança tremeu ainda agarrada a adaga com força, olhos verdes, normalmente intensos e duros agora estavam opacos, distantes com fios de medo é terror irradiando do mais claro da íris, a boca pequena e trêmula antes da primeira lágrima descer pela bochecha escura, agora Damian se recusava a encara-lo, Jason se ajoelhou devagar quase gemendo com a dor nas costelas machucadas, as mãos para os ombros pequenos que a qual fugiram de si, esquivando-se com a graça de um assassino mais ainda desajeitado por pernas infantis

     ── Não toque em mim — o garoto rosnou no mesmo instante, abraçando a si mesmo com força, aquela era a primeira vez que Jason via a criança daquele jeito mas, por que esperar algo diferente? Ele era um bebê ainda, não deveria...

     ── Só quero saber se está machucado. — Tentou novamente com a mesma voz calma que adquiriu ao longo do tempo, reservado apenas para Damian. Este balançou a cabeça e ficou quieto, o sangue secando em seu corpo

O mais velho não insistiu, não o tocou mesmo que quisesse apenas ficou lá, sentado próximo aguardando o menino se desenrolar e se deixar cuidar, o observava com o canto dos olhos, os tremores, choro desenfreado mas silencioso, o aperto inconsciente na adaga, Jason quase podia sentir as próprias engrenagens girando em vários sentidos e nenhum deles em um caminho agradável, obviamente tinha ciência do treinamento da Liga e sempre que podia supervisionava o menino, ensinando e ajudando, o habituando a altura e a certas emoções porém nada muito drástico, os exercícios eram leves, alongamentos e movimentos simples, surpreendente ele tinha a estrutura fina como a de um dançarino, e mesmo ainda pequeno e desajeitado... Era bonito, fluido, ele seria um artista incrível no futuro , sua mente simplesmente não conseguia aceitar o que já sábia, Damian havia matado pela primeira vez. Tal como dizia o mandamento Al Ghul, provavelmente um professor favorito ou alguém em que o menino havia se apegado indiretamente, tragédia e manchada de sangue e lágrimas, e Jason apenas esperava que não tivesse chegado a aquele menino tão cedo, ele ainda tinha que irritar as pessoas ao deixar coisas espalhadas, brincar e comer o que quisesse, o garoto teve isso roubado, sua inocência cruelmente arrancada de si e exposta como um tipo de troféu de glória, provavelmente Thalia havia o parabenizado e sussurrado como uma serpente maldita que aquele era o seu legado, um trono de ossos e sangue. Suspirou apertando os punhos, sangue ainda cobria o rosto e corpo de Damian como uma pintura feita brutalmente, respingos em face jovem, linhas em mãos infantis, feridas abertas no coração, algum tipo de utopia deturpada, a sensação de um Deus manobrando criações a seu bel prazer, era assim para Ra's? Talvez fosse.

Não havia como ele saber, mas Jason tinha certeza de algo... Faria esse deus cair de joelhos diante da terra e do próprio neto, ah! A sensação morna e quente do verde, Lázaro sussurrando em sua orelha sobre o que poderia fazer agora, como seria? Destruir a Liga, Coringa e até mesmo Batman? Mas a parte infantil e racional rebateu no mesmo instante, por que... Em seu íntimo não realmente queria matar Bruce, ele era O seu pai, a pessoa que o acolheu mesmo com todas as falhas e trejeitos, uma parte de Jason sempre o amaria e esperaria impressiona-lo, o que doía... Era ter sido substituído, ele valia tão pouco assim? Para Jason, Bruce era um pai e para o outro homem? Ele era o que? Um soldado? Reprimiu o risinho amargo que iria escapar de sua garganta quando a mão de Damian cobriu a sua, dedos grudentos de vermelho e não demorou para que se arrastasse contra o colo do mais velho que apenas o aconchego, o cheiro de sangue e suor era terrível mas não reclamou

     ── Foi um dos professores, o de idiomática — Confessou a criança e Jason xingou baixinho, o homem era habilidoso mas muito mole quando se tratava do menino, ajudando com mais gentileza do que qualquer outro na Liga, sempre prestativo — Mãe disse que se eu não o matasse, iria esperar você chegar e iria nos colocar contra o outro.

Damian tremeu em seus braços e Jason amaldiçoou Thalia em seus pensamentos, aquela onda de raiva ameaçando deixar seus pensamentos incongruentes e turgidos, violentos e assassinos e oh... Ele queria sentir o sangue morno daquela cobra entre seus dedos

     ── Eu... Fiquei com medo, tentei fazer rápido... Como foi ensinado. Havia tanto sangue — Uma fungada baixinha — Meu legado — Damian cuspiu a palavra — E assim? Eu devo ameaçar as pessoas que são leais a mim? Mata-las e colocar novas no lugar, como se fossem peças de um jogo?

Jason engoliu em seco, o toque firme que fez Damian se virar para ele. O verde daqueles olhos agora era escuro, muito escuro quase como jade, determinação e raiva brilhando em seu centro

     ── Nunca devolva a lealdade de alguém com sangue, traição e morte. Existem métodos diferentes de se conseguir lealdade, nem sempre e necessário matar Damian. — Segurou a face alheia — Se repudia esse legado, crie o seu próprio, não existe regra no mundo que diz que tem que ser como Thalia e Ra's Al Ghul, você não e eles, não e a sombra do desejo deles, se tem um sonho... Persiga-o, mesmo que ele envolva tomar banho de espaguete

A criança enrugou o nariz, mas a raiva foi clareada pela diversão

     ── Não acho que seja muito higiênico.

     ── Ao menos se pode contar com a diversão — Rebateu fazendo o menino rir baixinho, era doce e rouco, e Jason queria ouvir o som para sempre.

Eles ficaram em silêncio por longos minutos apenas respirando o mesmo oxigênio, os dedos do de olhos azul topázio acariciando os fios grossos e escuros com carinho

     ── O pai...— Damian começou e Todd sentiu-se ficar tenso no mesmo instante —Ela me contou sobre ele, quem ele é. Ele e um herói.

Havia uma luz repentina nos olhos do menino que Jay não quis destruir, mesmo após todo aquele inferno ele ainda era o pai do menino, mesmo que não tivesse trocado uma frauda sequer, Fez careta internamente, ciúme comendo-o por dentro

     ── Me escute, se quiser ser um herói... Seja um herói, mas Damian... Nunca se esqueça, não adianta nada salvar o mundo e deixar quem você ama morrer, por que no final do dia são eles quem te sustentam.

Beijou a testa deste e fez careta imediatamente, provando o sangue para o deleite de Damian

     ── Acho que preciso tomar banho. — Dami sabiamente ignorou o irônico "Você acha?" Vindo da pessoa que considerava seu irmão mais velho e ficou de pé — Ajuda?

Questionou e Jason sabia exatamente do que ele estava falando, "Lavar o sangue ajuda? Vai me deixar limpo quando me sinto tão sujo? Vai tirar a crosta que se formou em minha alma?" Acabou se recordando de sua experiência e sabia que Não, não importava o que fosse feito... Uma vez que se tira uma vida, carrega o peso dela para sempre, Damian pareceu notar isso diante do seu silêncio e apenas comprimiu os lábios e suspirou, a arrogância retornando enquanto tirava as roupas

     ── Espero que tenha trazido algo para mim. — Resmungou no mesmo instante ao entrar no banheiro

     ── Quando eu não trago? — Veio a resposta de Jason, abafada e levemente exasperada.

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A vingança não valia de nada quando se perde a si mesmo e quem você ama, Jason era alguém manchado de sangue e raiva e talvez por algum tipo de ironia do destino, ele agora entendia o motivo pelo qual Bruce não havia matado o Coringa, talvez por que tinha medo de se perder entregar-se tão profundamente que esquecesse quem era, o que deveria fazer. Bufou consigo mesmo pela constatação, irritado e com vontade de soca-lo no rosto, todavia Jason não era como Bruce apenas a situação o levou a entendê-lo, por que se Jay se deixasse levar... Perderia Damian, ele não morreria obviamente, mas se tornaria uma máquina Ao Ghul, o soldadinho perfeito da mamãe que destruiria tudo a sua frente apenas pelos caprichos de Thalia, não, ele não ia permitir aquilo, estava sob seu horário e direito, legalmente Damian era seu irmão mais novo mas em sua cabeça ele era uma figura paterna, estava lá para consolar pesadelos, trocar fraudas, alimentar e ensinar, era para ele que Damian sempre corria quando algo dava errado, ele, e não seria a mesquinharia de Ra's e Thalia que arrancaria isso de si, já havia perdido muito, ele morreu caramba! Tinha o direito de cuidar e proteger aquele menino como se fosse seu, por Dami era dele. Seu garotinho de olhos intensos e arrogante, que amava animais e tinha talento para arte, que secretamente amava ser pego no colo mesmo que resmungasse. Thalia iria desejar nunca o ter trazido de volta a vida, apenas o pensamento o fazia sorrir. 

Jason planejou devagar, observando os passos da Liga e suas missões, combinando as com os horários de Damian e se prontificando a ensina-lo a avançar mais rápido, logo o menino sabia segurar uma arma perfeitamente e era um verdadeiro dançarino quando se tratava de uma luta, o corpo pequeno era rápido e quase invisível, flexível ao invés de duro e formado por músculos como os do pai, na verdade a estrutura perseguia Thalia, fino e elegante, não demorou para que isso chamasse ainda mais a atenção de Ra's para o grande desgosto de Jason, os treinamentos logo eram pesados para o menino, mas a teimosia de ambos era quase impossível para avô e mãe tirarem a infância que Damian merecia afinal sempre que saia, Todd voltava com papéis e lápis de colorir, revistas e livros infantis, as vezes em idiomas diferentes para ensina-lo e em momentos, simplesmente o levava consigo a certas missões, tomando cuidado para que o pequeno intrometido não se envolvesse, ali eles visitavam museus, aprendiam sobre arte e cultura, até mesmo tiravam fotos cujo o qual Jason guardava com imenso ciúme consigo mesmo, era óbvia a obsessão do menino com pássaros, sempre os desenhando e o favorito era obviamente: Robin, Jason tentou faze-lo gostar de outros porém não obteve sucesso, parte dele estava contente por isso mesmo que em conflito, o aniversário de quatro anos passou com eles em outra cidade e o quinto na fortaleza... Foi nesse momento que Jason escolheu contar sobre seu passado, Damian sempre foi curioso mas até mesmo ele sabia onde deveria pisar, falou desde sua vida particularmente desagradável com o pai e a madrasta — ele a tinha como mãe de qualquer maneira, uma ruim, mas ainda sim... Mãe— sobre tentar roubar os pneus do Batmovel, o que divertiu Damian e levou a uma enxurrada de perguntas sobre o próprio pai, levou alguns minutos para Jason o calar mas logo continuou, contando sobre os primeiros dias na mansão e Alfred, o coração quente e ao mesmo tempo pesado ao se lembrar do mordomo, e instruiu o menino a ser educado caso chegasse a encontra-lo, até mesmo falou de Dick, como eles se estranharam no início e o relacionamento difícil, mas... Sobre Bruce, foi uma luta complicada dizer as palavras que pareciam ferir como mil facas, praticamente rosnou sobre sua morte, alertando Damian a ficar longe, muito longe do Coringa caso o encontrasse, a indignação do menino era fofa mas desnecessária, apenas o apertou até que prometesse nunca chegar perto do piadista, mesmo de má vontade disse sobre o novo Robin, Timothy Drake, contou o que sabia e logo ficou satisfeito pela raiva do garoto contra o rapaz mas a acalmou no mesmo instante, um discurso falso e altruísta que não o convenceu em nada, bufando apenas resmungou para deixar o moleque em paz, tentar se dar bem com o mesmo... Por que não era culpa do menino, assim como não era culpa de Jason o manto de Robin ser passado a ele, Dick também não gostou disso no passado. Agora sabia como era de primeira mão.

Finalizou seus planos apenas seis meses antes do aniversário de seis de Damian, cuidando para que Thalia e Ra's não desconfiassem de suas intenções, Damian também estava cego as suas investidas nada sutis o que era bom, logo ele tinha o menino enfezado com uma mochila imensa nas costas seguindo-o para dentro de um avião e logo após um trem que o levava a Gotham, Jason apenas aproveitou para repassar algumas lições e tocando nos temas de família algumas vezes, eles já haviam estabelecido um mantra "Não matar pessoas boas" E Damian era feliz seguindo ele, a lembrança do sangue do professor ainda assombrava os sonhos da criança e Jay estava orgulhoso, o menino cresceu bem mesmo que ainda fosse muito pequeno, as bochechas ainda gordinhas mas os dedos das mãos eram finos com calos que Jason deveria ter se esforçado para não ter, ele tinha a curva infantil de um beicinho permanente nos lábios, e aquilo era tão diferente de Thalia e Bruce que após vários risos contidos, Jason aderiu aquilo ao próprio jeito, perdeu a graça, ele não fazia beicinho. Assim que pisaram em Gotham já era noite, ambos cansados e sonolentos, o menino pareceu encantado e muito desconfiado

     ── Por que estamos aqui? — Perguntou no mesmo instante, Jason apenas se colocou atrás dele as mãos próximas do pescoço

     ── Achei que era hora de conhecer o seu pai — Foi direto, sem preâmbulos e pode sentir o menino querer se virar mas o segurou firme.

Jason não iria permitir que Thalia transformasse seu garoto em um soldado, Bruce também não era a melhor opção com toda a seu emocional constipado — E Jason ainda estava furioso com o velho — porém... Era melhor que a Liga, pelo menos até ter estrutura para cuidar de Damian sem intervenções, uma casa segura pelo menos, comida na mesa e escola, sim... Uma vida normal, sonhava em buscar o encrenqueiro na escola, fazer lanches variados para este levar, passear em um parque e ir a zoológicos em finais de semana, suspirou, iria doer... Aquela separação seria como o inferno na terra mas estava disposto a qualquer coisa para ver aquela criança ter tudo o que merecia.

     ── Confia em mim? — Questionou, sangue zumbido nos ouvidos se abaixando a altura do moreninho sem solta-lo, aqueles olhos verdes encontraram os seus, amedrontados mas firmes, aquele mesmo verde... Venenoso que lembrava serpentes, aquele verde que se enrugava nos cantos quando estava confuso mas que tinham inteligência o suficiente para ler as pessoas e ambientes com a facilidade digna do seu treinamento, a mesma cor que se iluminava com alegria e que salvou Jason inúmeras vezes de si mesmo

     ── Confio — A resposta foi definitiva.

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Damian vagava entre a consciência e inconsciência após Jason pressionar o ponto em sua nuca causando um desmaio instantâneo, a última coisa que se lembrava foi daquele sorriso coquete nos lábios do mais velho antes da escuridão o levar embora, agora ele sabia que estava deitado em uma cama macia com um cobertor pressionado até o queixo, alguém estava ao seu lado parecendo analisa-lo com leve ansiedade, havia duas pessoas murmurando para si mesmo em um tom que a qual o fazia querer estreitar os olhos e os calar, sua cabeça doia e a garganta estava seca, tomando coragem abriu lentamente os olhos enxergando nada a princípio antes dos tons de preto clarearem para um teto cavernoso, um rosto pairava próximo a si e não era Jason, não.. Esse era mais velho, cansado e com linhas de expressão de alguém que não dorme muito além dos olhos, azul escuro e feições familiares, Damian estava habituando a vê-las sempre que se olhava no espelho, engoliu em seco tentando aplacar a ardência por trás dos olhos ao saber que certamente Jason não estaria ali, não agora, mas ele confiava no homem, Jay sempre esteve ao seu lado, nunca mentiu, nunca o enganou ou machucou, ele se sentou devagar, as vozes ficando em silêncio no mesmo instante

     ── Eu deveria dizer "Olá pai, pensava que fosse mais alto" — Começou um tanto rouco, a ironia mesclada com a diversão leve, até mesmo a arrogância típica de Al Ghul — Ou... Apenas ficar quietinho e esperar o teste terminar?

Damian escutou um bufo não muito longe, provavelmente do jovem vestido de Robin e logo uma risada divertida de um outro, mais velho, usando azul, deu de ombros para os presentes a dor em seu peito não clareou ou melhorou, ele não estava em casa, não se sentia em casa, mas esperaria por Jason.



Notas Finais


Heeeey meus anjos
Tudo bem?
Voltei um pouco mais cedo com o capítulo e como pensei
Vou continuar
Três capítulos no máximo
O que quer dizer que o próximo será o último Hehehe
Eu tenho que agradece vocês de todo o meu coração por comentarem e favoritarem
Seus anjos perfeitos
Amoooo vocês ❤
Obrigada, de coração 💜❤
O próximo capítulo provavelmente vai ser na narração do Damian
Pelo menos grande parte dele
Espero que estejam bem, que se lembrem de cuidar de si mesmos e de seus familiares nesse tempo horrível da Pandemia
E vamos torcer, orar, para que ela passe logo e que saiamos vitoriosos dela
... E.. E isso hahaha
Me digam o que acharam meus anjos
Por que to amando essa coisa meio partenalista entre Jason e Damian ⭐❤


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