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História Venus - Décimo Quinto


Escrita por: abacategelado

Notas do Autor


Alô alô
Demorei mais um pouquinho pq eu tinha achado uma fic muito legal e tava lendo ela esses dia tudo KSKSKSKSKSK perdão

Capítulo 15 - Décimo Quinto


Conhecer os pais do namorado não era fácil nunca, mas naquela situação era um pouco mais complicada.

Eu me sentia como um adolescente sentado no sofá da sala do pai de Jimin com este me encarando sem dizer uma palavra há uns dez minutos.

Taehyung e sua mãe estavam sentados em cadeiras atrás dele, enquanto Jimin estava ao meu lado, o meu amorzinho estava tão assustado que até tremia. Por isso também comecei a ficar nervoso.

Era como se eu tivesse quinze anos e tivéssemos sido pegos fazendo algo terrível. Não havia motivo pra toda aquela cena, éramos os dois maiores de idade — apesar de Jimin ainda parecer um bebê as vezes — e totalmente capazes e responsáveis de ter um relacionamento sem ter que passar por isso.

Queria dizer isso aquele homem, mas ele estava me assustando de verdade. Não sabia que o pai de Jimin era tão assustador.

— Então, Min Yoongi — o modo como ele dizia meu nome também era amedrontador —, quantos anos você tem?

Engoli seco. Por que minha idade importava? Ser mais velho que Jimin influenciaria alguma coisa? E se ele achasse isso ruim?

— Vinte e seis, senhor — respondi baixo. Queria mesmo me impor e agir como alguém muito maduro, mostrar a ele que também era um adulto e que ele não podia nos tratar como se estivéssemos fazendo algo de errado, mas aquilo definitivamente não estava funcionando.

— Certo — assentiu. Sua expressão era séria demais. — Muito bom saber que somos todos adultos aqui. Agora quero que me responda, por que estava beijando o meu filho?

Meu cérebro tratou de procurar uma resposta que não o irritasse e não o desrespeitasse, mas era muito difícil encontrar algo que fosse inofensivo para dizer no momento.

— Porque nós estávamos nos despedindo. — disse hesitante. Sua expressão dura não mudava.

— Jimin, você pode me explicar isso? — pediu, forçava sua voz a se manter baixa e calma.

— É que... Yoongi e eu — começou a dizer sem jeito. — Bem, nós estamos... Namorando.

O homem se levantou de vez, assustando a todos nós. Ele andou em círculos por um tempo e voltou onde estava, dessa vez permaneceu em pé.

— Namorando?! — repetiu. — Vocês estão namorando. A sua mãe sabe sobre isso? — Ele riu sarcasticamente quando Jimin assentiu em resposta. — Claro que ela sabe. Isso é ótimo!

A mãe de Taehyung se levantou e o puxou para dizer algo. Enquanto isso, o próprio Taehyung olhava de seus pais para nós confuso.

Jimin olhou para mim, ele estava claramente com medo. Tentei tranquiliza-lo, mas sabia que não ficaria calmo até que estivesse tudo bem. Eu não estava calmo.

Sem dizer mais nada, o pai dele entrou no corredor e sumiu, ouvimos uma porta se bater e então tudo ficou em total silêncio.

— Acho que é melhor você ir, Yoongi — a mulher disse de modo gentil. Concordei e me levantei, não queria causar mais estresse ali.

— Vou te acompanhar — Jimin murmurou, se levantando em seguida. Fomos até a porta e ele a fechou atrás de si assim que saímos. — Foi um ótimo primeiro encontro entre você e o meu pai, melhor que esperado.

Não pude evitar sorrir. Apesar de sua expressão triste ele continuava fazendo piadas.

Jimin era mesmo um ser precioso que precisava dos meus cuidados.

— Não se preocupe, vai ficar tudo bem — garanti. — Melhor eu ir de uma vez, te mando uma mensagem assim que chegar, tá bom?!

Ele apenas assentiu. Me aproximei para deixar um beijo em sua testa e fui em direção ao carro.

Não iria me arriscar a beijá-lo mais uma vez depois de toda aquela confusão.

Tinha certeza que toda a irritação do pai dele era passageira e talvez fosse apenas por não saber de nada. Ele não parecia estar com raiva de verdade. Talvez no dia seguinte, quando estivesse calmo, conversariam melhor.

Estávamos indo bem demais para alguma coisa estragar do nada.

Chegando em casa, a primeira coisa que fiz foi mandar uma mensagem avisando que estava em casa e perguntando se estava tudo bem por lá. Jimin não demorou a responder dizendo que seu pai ainda não havia saído do quarto e que ligaria pra mãe se nada mudasse.

Tinha certeza que se ele fizesse isso, a mãe dele aparecia lá na mesma hora e alguém iria apanhar, mas não seria o Jimin.

Definitivamente tinha a melhor sogra.

Apesar de preocupado, eu estava muito mais cansado, por isso resolvi que era uma boa ideia tomar um banho e relaxar um pouco.

No domingo, não tinha muito o que fazer em casa e não queria ficar sozinho o dia inteiro, como no sábado. Por isso acabei sentado na poltrona confortável da casa de Jungkook contando tudo que havia acontecido na sexta à noite para ele que, como sempre, ouvia atentamente.

— Por que ficou com tanto medo? O que acha que o pai dele pode fazer? Proibir o namoro? Hyung, as vezes eu acho que se esquece que não está namorando um adolescente — Jungkook disse em um tom de deboche.

Já era ruim o bastante meu único amigo próximo ser meu primo de quinze anos, daí ele ainda zombar da minha cara por coisas sobre a idade era o cúmulo.

— Do que está falando? Você nunca teve que conhecer o pai de ninguém — respondi irritado. — É uma situação complicada. Não quero que ele fique contra nosso relacionamento, isso pode ser ruim no futuro.

— Ruim do tipo seus filhos crescerem sem um avô?

— Algo assim — falei pensativo, até notar que ele estava brincando. — Não ouse continuar rindo de mim, Jeon Jungkook.

— Não estou, desculpa hyung — tentou conter o riso. — Isso tudo é muito fofo, alguns meses atrás você estava exatamente aí se perguntando se Jimin era a pessoa e se deveria investir. Hoje está pensando nos seus filhos, quantos vão ser?

— Não penso sobre isso — menti desviando o olhar para a televisão. Na verdade, já tinha pensado até mesmo naquelas roupas combinando para usarmos em família. Era muito fofo.

— Tenho certeza que já pensou nos nomes — provocou com um sorriso maldoso. Joguei uma das almofadas nele, que a pegou no ar e começou a rir alto. — Ele não falou com você ainda?

— Nada desde ontem — suspirei. — Estou ficando realmente preocupado.

Jimin havia mandado apenas uma mensagem no sábado à tarde dizendo que estava tudo bem e que iria conversar com o pai dele, depois disso desapareceu. Não respondia as mensagens e não atendia as ligações, achei melhor não incomodar e esperar que ele retornasse quando desse, mas estava ficando cansado de esperar.

— Vai ver ele só está resolvendo as coisas e quer deixar para falar com você quando estiver tudo certo.

— É, pode ser.

Passei mais um tempo na casa dele, mas perto de escurecer voltei para a minha solitária casa sem comida.

Todo o estoque que Jimin trazia as vezes já tinha acabado e eu realmente não sabia cozinhar bem.

Recorri a salvação de todos: macarrão instantâneo.

Enquanto colocava a água para ferver meu celular tocou. Quando vi quem era, larguei as coisas para ir atender rápido.

— Desculpa não ter ligado antes — ele disse com a voz baixinha.

— Não tem problemas. Aconteceu alguma coisa?

— Não, na verdade está tudo bem — disse, soltei um suspiro de alívio. — Meu pai ainda está tentando processar toda a informação. Conversamos pouco, mas não acho que ele vai me deserdar ou algo assim.

— Isso é muito bom. Estava preocupado — confessei. Ouvi sua risada baixinha do outro lado.

— Tá na hora de voltar pra casa e eu estava pensando se... — ele se interrompeu.

— Se...?

— Hm, você não gostaria que eu fosse aí — falou rápido, como se confessasse alguma coisa. Eu sorri.

— Claro que sim! Quer dizer, agora? Quer que eu vá te buscar? — me empolguei. Poderia aproveitar e passar em algum lugar para comprar um pouco de comida de verdade.

— Isso seria muito bom.

— Ótimo, já chego aí, até mais — falei antes de desligar e ir pegar minhas chaves.

Cheguei lá em pouco menos de dez minutos e mandei uma mensagem para avisar.

Não demorou nada para Jimin aparecer com sua mochila, entrar no carro e me dar um selinho como cumprimento.

Era ótimo ter um namorado, buscar o meu namorado e receber um beijo do meu namorado. Me sentia realizado.

— Como foi o seu final de semana sem mim, namorado? — perguntei sorrindo. Me sentia mais feliz só de ter sua presença no mesmo ambiente.

— Foi muito chato, mas a mãe do Taehyung fez uma lasanha ontem à noite. Estava muito boa — disse com empolgação. — E o seu? Fez alguma coisa legal?

— Acha legal passar o dia inteiro dormindo e conversando com Jungkook? — perguntei arrancando-lhe uma risada. — Foi horrível, nunca mais fique longe de mim.

— Sinto muito — riu. — Não é o caminho da sua casa, pra onde estamos indo? Por acaso vai se revelar um assassino agora?

— Com certeza, já tá na hora de matar você em um beco escuro e te empalhar pra passar o resto da vida olhando esse rostinho lindo na minha sala — brinquei.

— Que horror, Yoongi! — reclamou apesar de estar rindo também.

— Estou procurando um lugar para comprar comida. Ia comer macarrão antes de você ligar, mas já que estamos na rua, vamos procurar algo decente.

[>>>]

— Quando você disse que íamos procurar algo decente, pensei que falava de comida de verdade e não hambúrgueres — Jimin riu pegando os sacos da minha mão enquanto eu procurava a minha chave. Abri a porta e entramos no apartamento. — Que cheiro estranho é esse?

Respirei fundo, mas não conseguia sentir nada. Ele continuava farejando andando lentamente pela sala.

— Que cheiro?

Jimin não respondeu, mas andou pelo apartamento até a cozinha e ouvi uma panela ser jogada na pia. Ele andou até a mim com um olhar irritado e as mãos na cintura.

— Você estava tentando explodir sua casa? — perguntou irritado. Ainda não entendia do que estava falando. — Você deixou uma panela vazia no fogo. Tá ficando louco? Agora você tem menos uma panela, porque essa queimou.

— Oh, merda. Esqueci de tirar quando você me ligou — bati a mão na testa. — Tudo bem, não aconteceu nada. Vamos comer!

Jimin revirou os olhos e me deu um tapa realmente forte no meu braço.

— Não aconteceu mas poderia, como pode ser tão irresponsável? Imagina se tivesse filhos? Agora as crianças estariam mortas!

— Jimin, relaxa — sorri tentando tranquiliza-lo. — Esquece isso e vamos comer. Estou morrendo de fome.

Ele assentiu e começou a tirar nossa comida dos sacos.

— Precisa tomar cuidado com essas coisas, não quero que nada te aconteça — murmurou. Sorri, feliz porque Jimin estava preocupado comigo. Tão fofo. — Pare de rir, eu vou te bater.

— Sabe que sou mais velho, não sabe? Como pode ameaçar seu hyung e namorado? — brinquei, dando ênfase no namorado. Não estava nem aí pro fato de Jimin não me chamar de hyung ou algo assim.

— Se é o mais velho deveria ser mais responsável e não deixar panelas no fogo enquanto está fora de casa. Não merece o meu respeito assim, namorado.

Jimin me chamando de namorado fazia meu coração palpitar. Não pude evitar colocar as duas mãos no peito e fazer uma careta sofrida ao ouvir aquilo, isso o fez rir.

— Sabe o que estava me lembrando? — falou, começou a rir assim que terminou a pergunta. Balancei a cabeça negativamente sorrindo, porque amava o som da risada dele. — O bolo de carne.

— Como eu poderia esquecer do bolo de carne? Foi nosso primeiro encontro, eu estava muito nervoso — confessei sorrindo nostálgico. Ele pareceu surpreso com isso.

— Sério? Não percebi, eu estava quase morrendo. Mas foi muito bom apesar de tudo — sorriu. — Estive falando com Hoseok outro dia...

— Quando você não tá falando com ele? — ri e mordi um pedaço do meu hamburguer.

— Sim, mas ele estava bastante interessado em nós e perguntou sobre... — se interrompeu. Não gostava quando ele fazia isso e notei que sempre fazia quando queria dizer algo e não sabia se devia.

— Sobre?

— Nada, deixa pra lá. Não é importante — riu nervoso. Provavelmente não era nada demais e estava curioso, mas se ele não estava a vontade para dizer, não iria pressiona-lo. Mais cedo ou mais tarde ele acabaria falando.

— Então, você vai ficar ou tem que ir pra casa? — perguntei tentando parecer indiferente. Torcia mentalmente para que ele pudesse ficar e eu não tivesse que dormir sozinho mais uma noite.

— Quer que eu fique? Acho que não tem problema — sorriu. — Só preciso mandar uma mensagem para minha mãe e Hoseok. É que ele queria falar comigo mais tarde, parecia importante aí disse que podia ir lá em casa.

Então ele pegou seu celular e começou a mandar mensagens e não parou até que tivéssemos terminado de comer.

O fato de ele estar entretido com sua conversa com Hoseok não me incomodava nem um pouco, o que me incomodava era ele não estar me dando atenção o suficiente, mas não disse nada, apenas tirei as coisas da mesa e fui arrumar o quarto para nós deitarmos.

Uma das melhores partes de passar a noite com Jimin, além do fato de ele estar aqui, era dormir abraçado a ele sentindo seu cheiro. Nas noites em que ele não estava, sentia tanto a falta. Minha sorte era que o travesseiro que ele usava sempre ficava o cheiro dele e eu podia dormir abraçando ele.

Mas agora o Jimin verdadeiro estava ali e ainda não largava o maldito celular.

Não queria ser um namorado chato e dizer pra ele parar de falar com Hoseok pra vir me dar atenção, mas era exatamente o que eu queria que ele fizesse.

Resolvi deixá-lo na sala conversando e ir tomar um banho, seria tempo suficiente pra ele terminar aquela conversa chata e lembrar de mim outra vez.

Ninguém pode me julgar, tinha passado dias sem falar com ele direito e depois mais um final de semana inteiro sozinho. Precisava da minha dose diária de Park Jimin.

Enquanto tirava a roupa para entrar no chuveiro, pensei sobre o quão ridículo estava sendo com ciúmes de um celular. Mas tinham que me compreender, ele não fazia essas coisas normalmente, era perfeitamente normal que eu me sentisse incomodado.

— Yoon — Ouvi ele chamar. Sorri por ele finalmente ter notado minha ausência.

— Aqui — respondi alto, mas aparentemente ele não tinha ouvido já que não tinha dito mais nada.

Abri a cortina para sair do chuveiro e avisar que estava tomando banho, mas nesse exato momento a porta foi aberta.

Okay, não era assim que planejei que seria a primeira vez que Jimin me veria sem roupa. Desse jeito era bastante constrangedor, ainda mais quando ele ficou parado na porta me olhando com os olhos arregalados e a boca entreaberta.

Fui rápido em pegar a toalha para me cobrir, estava envergonhado. Tudo bem que ele era meu namorado e em algum momento nessa relação nos veríamos assim, mas não tinha mais de duas semanas que ele havia me visto sem camisa pela primeira vez.

— M-me desculpe — gaguejou. Seria muito engraçado se não fosse trágico. — E-eu não... Não queria... Aí meu Deus!

Com isso, Jimin saiu correndo pelo corredor, entrou no meu quarto e bateu a porta. Acho que tinha sido uma surpresa e tanto, da última vez que isso aconteceu havia sido por um beijo.

Me ver nu não podia ser algo tão chocante assim.

Pela primeira vez na vida senti um pouco de insegurança, será que havia algo de errado? E se ele não tinha gostado do que viu?

Jimin precisava parar de correr quando coisas desse tipo acontecia e eu precisava parar de supor as coisas. Era uma péssima combinação.


Notas Finais


Esse capítulo pode estar meio chatinho, desculpem por isso
Ainda não queria revelar muito sobre a conversa do Jimin com o pai pq quero deixar isso pro capítulo dele
Mas enfim
FALTAM 5 CAPITULOS PRA FIC ACABAR oq será q farei nesse pouco tempo


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