1. Spirit Fanfics >
  2. Vermillus >
  3. Vinculum

História Vermillus - Vinculum


Escrita por: MissQueenBee

Notas do Autor


Demorei mas cheguei.

Vocês estavam esperando por esse capítulo né? Por sinal, a semana voou kkkk

Vamos ver o que aconteceu de fato com nosso rebelde e apaixonado Changkyun.

Boa leitura!

Capítulo 25 - Vinculum


Fanfic / Fanfiction Vermillus - Vinculum

 O travesseiro úmido denunciava o estado febril de Kihyun. Acordou um tanto desnorteado com a voz de Changkyun lhe chamando com profundo desalento. No peito se percebia a angústia de uma sensação agourenta que surgia sem qualquer explicação aparente e mesmo de olhos abertos ele ainda conseguia ouvir vez ou outra seu amor lhe chamar em meio ao silêncio daquele quarto agora tão vazio. 

Se levantou, notando que as pernas trepidavam de leve ao tocar o chão como resultado do tremor corpóreo. Se segurou na janela e encarou a vista sem graça de seu quarto e ela não era tão bela quanto a do quarto de Changkyun, apesar de admitir que sem a presença dele tudo se tornou de certo modo sem graça e sem sentido.  

A pequena harpa que tantas vezes embalou os bons momentos dos dois, agora, adormecida, ficava esquecida no canto do quarto. Chang era a principal razão e a única fonte de inspiração para que daquele instrumento, sons divinos soassem, causando um efeito tão mágico que de onde Changkyun estivesse, ele seria capaz de escutar Kihyun a dedilhar as cordas de metal dourado, feito um anjo belo e imaculado. 

Pensar sobre as vezes em que atraiu Changkyun ao tocar a harpa fez com que uma louca ideia lhe surgisse. 

O jovem vampiro caminhou em direção a pequena harpa e a tomando nas mãos passou os dedos de leve pelas cordas, emitindo um som sem sentido enquanto refletia sobre algo. 

— E se talvez… dizia baixo. — ...se talvez eu tocar a minha harpa. — a voz falhava com o princípio do choro. — Ele atenderia ao meu chamado? — andou até a janela. — Voltaria para mim como sempre fazia ao escutar o som que saía dela? 

Kihyun fechou os olhos e as lágrimas desceram juntas pelas bochechas. Acreditar que tocar a harpa traria Changkyun de volta talvez fosse uma loucura maior do que se envolver com o próprio irmão. A essa altura, Chang já estava longe e seria impossível que ele ouvisse o som da harpa, mas ainda assim, Kihyun sentia que era o que deveria fazer para que seu amor voltasse para ele, pois não aguentava mais de tanta saudade. Foi quando se ouviu pelo lugar a primeira nota. 

 

Afastados, no meio da floresta, um grupo de guardas carregava Changkyun. Dois seguravam cada um em um braço e outros dois em cada perna. Se aproximaram do rio cuja as águas corriam violentas e nas margens deixaram o corpo do vampiro. Antes que lhe virassem as costas o deixando ali para que os animais selvagens o comessem, um deles conferiu se de fato Chang havia morrido, afinal, os Ettore tinham a conhecida fama de serem extremamente fortes e praticamente imortais, haja visto Hyungwon que ao ser envenenado por uma flecha, apesar de doente, não sucumbiu ao atentado sofrido. Então, com a cabeça no peito ensanguentado de Changkyun, o guarda que lhe cravou a espada final atestou para os restantes incrédulos que o mais jovem e mais odiado dos filhos de Arando estava morto. 

Com um pequeno empurrão, o corpo de Chang foi jogado no rio e com o rosto emborcado na água, era arrastado para muito longe de seus assassinos pela correnteza fria. 

O grupo de guardas que o observava de longe sorria com a sensação de missão cumprida, e tão logo Changkyun desapareceu das vistas, todos eles deram as costas para o lugar, fazendo o caminho de volta para o Domum. Caberia a eles agora, dar a triste notícia para os familiares de Changkyun. 

 

Do quarto, era como se ele premeditasse a tragédia. Kihyun tocava a harpa aos prantos e com cada vez mais desespero, pois já se encontrava na metade da canção e Changkyun ainda não estava ali como de costume. Os dedos eram machucados com a força que aplicava no instrumento de cordas e era perceptível o tom avermelhado do líquido que escorria por elas. Kihyun estava sangrando de amor. 

— Por favor, Chang, volta pra mim. — implorava em meio às notas. — Volta pra mim. 

Repetia o pedido suplicante sem se importar com a distância de corpos, principal empecilho para que Changkyun o ouvisse. Fazia isso, sem saber que seu amor já não estava mais naquele plano, pois o corpo dele corria pelo rio revolto, batendo vez ou outra nas rochas até se prender a um tronco de uma árvore que caiu nas águas gélidas pelo meio do caminho. 

Alí o corpo de Changkyun ficou. Imóvel, ferido e cada mais frio. A beleza jovial e selvagem do rapaz de rosto e corpo sensual nada mais era agora do que uma pálida e deplorável carcaça triste e trágica, pois qualquer um que o visse no estado em que estava, jamais poderia imaginar os dias de glória que Changkyun viveu e muito menos deduzir a que poderosa família ele pertencia. 

Changkyun se assemelhava a qualquer pobre figura triste e miserável. Era como um simples homem sem sorte que encontrou o seu destino da pior forma, visto que até as roupas militares que vestia quando saiu do Domum cheio de esperança, lhe foram arrancadas e agora ele era apenas como um pedaço de carne nu, exposto como um apetitoso banquete para os animais da floresta e esses animais não tardaram a chegar, pois pouco tempo depois que o corpo do vampiro se prendeu ao tronco no rio, uma dupla de imensos lobos se aproximou da margem, atraídos pelo cheiro de sangue fresco. 

Os lobos caminharam lentamente para perto e quando as patas tocaram a água do rio, como mágica, se tornaram pernas e ao chegarem próximo do corpo de Chang já não eram mais lobos e sim, dois homens jovens, talvez entre seus vinte e vinte dois anos. 

— Está morto? — um deles perguntou.

— Vamos descobrir. — o outro disse, pegando o corpo com facilidade e colocando nos ombros. 

O jovem lobo caminhava com dificuldade contra a corrente, enquanto o outro lhe ajudava a conduzir Changkyun até a margem do rio. 

— Está ouvindo isso? — o lobo disse, deitando o corpo do vampiro na grama. — Parece o som de uma harpa. 

O lican ouvia sem saber o som da harpa de Kihyun que era tocada há quilômetros de distância dali. 

A ligação entre os irmãos e amantes era tão forte, que o poder daquele amor improvável e trágico alcançava Changkyun onde quer que ele estivesse e mesmo deitado e inerte sobre aquela grama, ainda assim, as notas da harpa de Kihyun adentravam-lhe o ouvido, invadindo a mente desligada, obrigando a sua alma a voltar o quanto antes para o corpo pois seu amor aguardava ansioso pelo seu retorno. 

— Eu não escuto nada. — o mais jovem dos licans disse. — Anda, veja logo se ele está vivo. 

— Calma. Não te parece óbvio que ele está morto? Veja esses lábios, frios e acinzentados. O peito está todo furado de facadas e um corte imenso de espada. É praticamente impossível que ele esteja vivo e quem quer que ele fosse, tinha muitos inimigos. 

Os dois encararam a imagem de Changkyun deitado sobre a grama. O mais velho se aproximou aos poucos e lentamente, recostou a cabeça no peito ferido de Changkyun. 

Chang… meu amado. Chang, por favor…

O lican se demorou um tempo ali como se buscando ouvir qualquer sinal de que o desconhecido estava vivo. 

Por favor, meu amor… volte para mim. 

E então, abrindo os olhos levemente assustado, o lican mais velho se pôs de pé, encarando o amigo. 

— O que foi? — o mais jovem perguntou. — Alguma coisa errada? Como ele está? 

Observando Changkyun de onde estava, o jovem lobo agora ouvia o som da harpa ainda mais alto e ao voltar a atenção para o amigo que lhe questionava, respondeu: 

— Eu não sei como isso possível mas… — pensou para dizer. — Ele está vivo. 

*

— Agora eu preciso que relaxe. — Jinah dizia com voz suave. 

Jooheon estava deitado na cama da bruxa. Ela achou por bem fazer a hipnose dentro de seu quarto, pois no quarto de Minhyuk os riscos de serem descobertos seriam maiores. 

Sentada em um banco ao lado da cama, Jinah pôs o polegar no centro da testa do híbrido. Atrás dela, Juno assistia tudo quase que imóvel, pois tinha medo de que qualquer barulho ou movimentação pudesse tirar Jooheon do transe e pôr tudo a perder. 

— Somno… somnum. Durma… durma. — disse a bruxa. — Et revelationis somnia. Sonho e revelação. Ad praeteritum. Volte ao passado. 

Ao ouvir o final da conjuração, Jooheon que estava com os olhos fechados e em um sono profundo, de repente os abriu, enrijecendo o corpo na cama. As mãos fechadas em punho, o jovem começava a mover a cabeça lentamente, fechando os olhos como em um sonho. Foi neste período de semiconsciência que ele então viu o pai. 

 O homem estava junto a vários outros, sorrindo e conversando enquanto bebia em alguma taberna, mas entre estes homens, havia um que mesmo sorrindo de volta para ele o olhava com profundo desprezo. 

Jooheon moveu a cabeça para a direita, afundando o rosto no travesseiro. De repente, a visão mudou. 

A mãe preparava algo na cozinha enquanto o pai conversava com alguém em um outro cômodo. No instante em que seu pai se ausentou do lugar, viu quando a pessoa com quem ele conversava surgiu silenciosa na cozinha. Era o mesmo homem da taberna e que agora, dentro de sua casa, olhava para a mãe dele com desejo. 

O feitiço prosseguia sendo conjurado e quanto mais Jinah o pronunciava, mais Jooheon reagia na cama. Em dado momento, pareceu estar vivendo em um pesadelo, de modo que começou a se debater na cama com violência, gemia, urrava e estava a ponto de gritar quando a bruxa fez uma conjuração final o trazendo de volta. Levantou-se esbaforido, gritando o nome do pai e ao perceber onde estava e olhar para todos os lados em reconhecimento, viu a pequena Juno correr para ele e saltando na cama com o rosto vertido em preocupação, a menina o abraçou muito forte. 

— Está tudo bem. Fique calmo. Está tudo bem. — ela repetia, tentando o acalmar. 

— Eu vi. — ele dizia com dificuldade e em meio às lágrimas. — Eu vi tudo. 

Chorando compulsivamente, o híbrido relembrava cada parte da visão que Jinah trouxe de volta. Chorou tanto que se mostrava cansado. 

Jinah o conduziu de volta até o quarto de Minhyuk e deitado na cama de seu amante e senhor, Jooheon dormiu após muito chorar. A bruxa voltou para o próprio quarto acompanhada de Juno que trazia no rosto uma expressão comovida e em oposição, Jinah andava preocupada de um lado para o outro.

— Ele mal conseguia falar. — Juno disse. — Isso me corta o coração. 

Ainda pensativa, a bruxa andou até a cama e ali se sentou, encarando a criança diante de si. 

— Ele lembrou de coisas muito tristes. — Jinah falou. — O pai sempre foi um homem pacífico. Tinha boas relações com todos no vilarejo dos humanos fora de Akai, mas a sua boa reputação causava inveja em um de seus amigos. 

Juno escutava atentamente ao que ela dizia. 

— Esse homem invejoso era também apaixonado pela mãe do Jooheon, então quando ele descobriu que o pai de Jooheon era um lican, ele o expôs para a comunidade de humanos. A família ainda tentou fugir da cidade, mas era tarde. O pai de Jooheon foi assassinado pelo homem que considerava amigo e após o velório, a mãe dele recebeu a ingrata visita do assassino. Ele tentou… — parou de falar e encarou o rosto assustado da criança. — Ele tentou fazer mal a ela. — disse com cuidado. — Jooheon assistiu a tudo, ainda criança. Foi quando a mãe dele fugiu do Vilarejo. Os anos passaram mas a mágoa e o desejo de vingança de Jooheon, não. Ele voltou àquela cidade que tanto fez mal a sua família tão logo a mãe faleceu. Não teve dificuldade em encontrar o homem que matou o pai e assediou a mãe. Optou por matá-lo de uma forma lenta e sofrida, pois acreditava que assim, ele refletiria sobre o que fez. Esganou o homem sem pena, enquanto ele implorava para que não fizesse isso na frente dos filhos pequenos. 

Jinah se deu um tempo e não pôde deixar de perceber as lágrimas que surgiam. 

— Estava tão tomado pelo ódio e pelo desejo de vingança que não deu ouvidos ao pedido. Matou o homem na frente dos filhos, obrigando as crianças a assistirem a cena escatológica assim como ele foi obrigado a ver mãe ser desrespeitada. 

Juno fechou os olhos e as lágrimas impossíveis de conter rolavam pelo rosto pequeno e infantil. 

— Saiu da casa talvez mais destruído do que quando entrou. E após fugir pela floresta, desmaiou no meio dela. Quando acordou não se lembrava mais de nada. A mente dele bloqueou o ato criminoso, talvez como um modo de defesa. Jooheon pegou uma carona em uma carroça que vinha para Akai e foi assim que parou aqui. As notícias obviamente correm e com o testemunho das crianças, seria uma questão de tempo até que o rosto dele estampasse os anúncios de procurado. — a bruxa suspirou. — E isso é tudo. 

A criança ainda parecia perplexa e levemente emocionada. Tentava associar a imagem do amigo aquela pessoa que foi capaz de matar um homem na frente dos filhos e tudo parecia como uma grande mentira. 

— Então… ele realmente fez aquilo. 

— Lembra quando te falei do mal que guardar rancor ou mágoa poderia causar? 

A criança afirmou silenciosa. 

— Mas… confesso a você que no lugar dele, talvez eu fizesse até bem pior. É por isso que não confio em nenhum homem. 

— Se não confia, por que nos ajudou? — Juno questionou. 

— Porque Jooheon pertence ao povo da lua e você… — encarou a criança. — Você não é menino, muito menos homem. 

Os olhos de Juno se abriram um pouco assustados. 

— Eu sou uma bruxa. Acha mesmo que eu não seria capaz de perceber que você é uma menina? Sei que fez isso para se proteger, então fique tranquila, eu não pretendo te entregar a ninguém. 

— Eu agradeço. — respondeu solene. 

— Você disse que gosta muito do Minhyuk, não pretende contar a ele que não não é um menino? 

— Eu pensei em fazer isso, mas logo veio essa novidade sobre o Jooheon então… acho que seria muita informação para ele assimilar. 

— Acha que Jooheon contará a verdade para ele agora que se lembra de tudo? 

Juno se preparava para dar a resposta quando ouviu na porta alguém bater. Assustada, cogitou se esconder atrás de uma elegante poltrona mas Jinah mexeu a cabeça de leve, sinalizando para a menina que não tinha problema ela ser vista em seu quarto. 

Jinah andou até a porta e a abriu devagarinho. Do outro lado a surpresa. Os olhos negros se abriram tanto de amor quanto de apreensão. Diante dela, estava o seu amado e tímido Hyunwoo. 

— Você não veio tomar café da manhã comigo hoje. — ele disse, olhando para o chão. — Eu vim para ver se estava tudo bem. Por sinal, sabe o que aconteceu aos guardas que foram encontrados desmaiados hoje cedo no corredor? 

Com a pergunta, ele levantou os olhos para a moça que trazia um sorriso bobo no rosto. 

— Eu… estou bem. — disse, saindo para o corredor e fechando a porta atrás de si. — E não faço ideia do que aconteceu aos guardas. 

A bruxa passou os braços em volta do pescoço de Hyunwoo e lhe ofereceu a boca. Foi beijada com carinho pelo vampiro apaixonado e aproximando o corpo dela do dele, intensificou a troca de carícias. 

— Mal posso acreditar que serei grato ao meu pai pelo resto da vida por trazer você para mim. — sussurrou. 

— Realmente pensa nisso? — a bruxa perguntou. — Pensa em viver comigo para sempre? 

— Mais do que qualquer coisa. 

Jinah sorriu com lágrimas nos olhos. A forma como Hyunwoo falava e o modo como ele agia desarmava todas as defesas daquela experiente bruxa. Ela se via cada dia mais apaixonada e agora que olhava uma vez mais diretamente em seus olhos, pensar em deixá-lo parecia cruel demais. 

— Hyunwoo…

A bruxa começou a dizer quando viu o amado voltar toda a atenção para trás dela. Curiosa com a distração repentina, se virou lentamente e tal qual foi a sua surpresa ao perceber atrás de si a pequena Juno de pé, em silêncio, segurando a porta que acabava de abrir. 

— Você é… — Hyunwoo disse, se lembrando da criança. 

— Sim. — ela respondeu. — Eu sou a criança que você conheceu na tenda de Hani. 

Com o clima pesado do momento, Jinah apenas se afastou do abraço de Hyunwoo, observando até onde aquela conversa iria. 

— Se o senhor não se importa… — abaixou a cabeça. — Eu gostaria de falar a respeito daquele dia. 

Apesar do nervosismo que sentia, Hyunwoo era capaz de refletir sobre o quanto aquela criança era única. Nunca havia conhecido alguém que com tão pouca idade soasse tão sensata. Olhou para o lado e viu a noiva fazendo que sim com a cabeça. Concordou em falar com a criança de pronto, muito embora já estivesse inclinado a fazer isso de qualquer maneira. 

*

O alvo no extremo oposto da ponta da flecha deixava Hyungwon razoavelmente nervoso. Ainda que acostumado a fazer aquilo com frequência desde a infância, tendo diversos tutores ao longo da vida, agora, com Hoseok como seu preceptor, o vampiro se sentia como qualquer novato. 

Os dedos abandonaram a flecha e a corda do arco trepidou de leve, impulsionando o objeto contundente em direção a árvore há alguns metros de distância. Ao errar o alvo, suspirou pesado, deixando a cabeça se abaixar em um fracasso evidente. Sentiu os dedos de Hoseok invadirem o começo de seus cabelos que caíam pelo rosto desapontado e ao levantar a cabeça para a direção do lican notou o seu rosto muito perto. 

Aquela presença era tão única em sua vida que não se lembrava se em algum momento sentiu algo parecido na presença de alguém. Hoseok lhe trazia aquele desassossego na alma tão característico dos apaixonados, ao mesmo tempo que com apenas um toque ou um olhar o levava a experienciar a paz do amor amigo. 

Conforme o esperado, os lábios vermelhos do lican se aproximaram dos do vampiro e o beijo que ele lhe deu trouxe a tranquilidade perdida com a derrota.

 Hoseok foi para trás de si e cobrindo o braço dele com o seu, fez junto com ele o movimento de levantamento do arco, pegou a flecha restante no alforje e prendeu a mesma no arco com a sua mão forte sobre as delicadas mãos de Hyungwon. Esticou a corda, levando a flecha para trás e aproximando a boca do ouvido do vampiro, disse: 

— Quando mirar no seu alvo, mantenha o foco. — percebia Hyungwon se arrepiar com a voz dele ao ouvido. Sorriu e continuou. — Quando soltar a corda do arco, mantenha o foco. 

Hoseok fez o vampiro soltar a corda junto com ele e quando assim o fizeram, a mão de Hyungwon fez um curto movimento para o lado ao que Hoseok o conteve com a força da sua. Quando olharam para a direção da flecha, ela havia se fincado muito próximo do centro do alvo.

— Você fica bem concentrado quando mira no alvo, mas no momento em que atira a flecha, a mão direita faz um pequeno movimento, quase que imperceptível mas que afeta a precisão do lançamento. A flecha acaba fazendo um pequeno desvio e é por isso que você não acerta. — Hoseok atestou. 

Os lábios de Hyungwon fizeram uma pequena curva. Olhava admirado para aquele professor que além de extremamente lindo era mais competente do que todos os outros que teve. 

— Eu não costumava errar alvos com tanta frequência. — o vampiro disse, deixando o arco no chão e caminhando até um tecido estendido sobre a grama. — Fiquei assim depois que fui atacado por um lican. 

Hoseok engoliu seco. Os bons momentos que vinha tendo com o vampiro lhe fizeram esquecer o atentado que o colocou na frente dele pela primeira vez. Talvez devesse ter aproveitado o momento em que se revelou lican para lhe contar sobre o episódio ocorrido naquele mesmo campo, mas as coisas foram acontecendo e agora se via tão envolvido naquele relacionamento proibido e intenso que tocar nesse assunto lhe dava medo. 

— Quando será o campeonato? — perguntava, mudando de assunto. 

— No próximo mês. Alguns dias antes do casamento de Hyunwoo. 

Ao dizer aquilo, Hyungwon esperava causar alguma reação no lican e assim enxergar nele a possibilidade de que talvez estivesse aberto para encontrar Hyunwoo. Mas Hoseok, contrariando as suas expectativas, não mostrou qualquer mudança em seu rosto ao ouvir o nome do irmão. Caminhou até onde Hyungwon estava e se sentou ao lado dele. Com isso, o vampiro achou por bem não forçar mais aquela situação e encarando o lican, notou a forma sedutora com que ele o olhava. 

— O que aconteceu com o seu cheiro? 

— Eu consegui um elixir para disfarçar.

— Então… isso significa que você pode passar essa noite comigo no Domum. — insinuou, mordendo os lábios. — Não como meu servo, mas sim como meu amante… — se aproximou mais. — Meu amor...meu dono. 

A voz saiu em um sussurro, deixando Hoseok duro dentro da calça. 

— Você vem comigo, não vem?

— Eu vou para qualquer lugar com você. 

O lican se lançou sobre o corpo de Hyungwon que caiu deitado para trás, sorrindo. 

— Você parece com fome. — disse baixo. 

— Eu confesso que busquei os mercadores de sangue. Eu tentei provar outros, mas existe algo no seu que me deixa completamente louco e dependente. 

Hyungwon sorriu, abrindo a camisa devagar. 

Hoseok o devorava com o olhar, vendo o vampiro lhe oferecer o pescoço. Os dentes se pronunciaram e então ele mordeu, ouvindo Hyungwon gemer debaixo de si. 

*

A porta se abriu de repente. Minhyuk entrou por ela e quando percebeu Jooheon deitado em sua cama, escondeu as duas bolsas de sangue que trazia nas mãos, as colocando atrás das costas. Ao se dar conta de que o híbrido dormia e que não havia percebido a sua presença ali, o vampiro se sentou na cadeira em frente a penteadeira, encarando o que o médico lhe trouxe como solução para seus problemas. 

Tome essas duas bolsas de sangue. — o médico disse. — Será o suficiente para você se recuperar da crise de ontem, mas saiba que se não passar a consumir sangue humano a partir de agora, as crises podem ter consequências muito piores. 

A mão trêmula levou uma das bolsas até a boca e com os olhos fechados e as lágrimas escorrendo por eles, Minhyuk deu uma pequena tragada no sangue ali contido. Tão logo sentiu o gosto do sangue, o vampiro correu para a casa de banho em seu quarto, colocando para fora o pouco que havia consumido do conteúdo da bolsa e tudo o que havia comido na manhã. 

Minhyuk voltou chorando para o quarto. Andou até a cama e subindo nela devagarinho se aproximou de Jooheon. Curiosamente, teve a impressão de que o híbrido também chorava, pois seus olhos estavam úmidos e o nariz vermelho, mas acabou deixando esses pensamentos e deitou ao lado dele, encostando a cabeça em seu peito. 

O vampiro o abraçava e chorava ao se dar conta de que não teria a coragem necessária para beber aquele sangue, muito embora soubesse que decidir não beber o obrigava invariavelmente a escolher entre viver ou morrer.


Notas Finais


É isso meus amores!

Changkyun tá vivo!! Porém foi encontrado por licans. Será que isso é a salvação ou perdição dele? Será que esses lobos são justamente o grupo que tá indo pra Akai? 🤔

E a revelação do passado do Jooheon 😢 O que acharam? Esperavam algo como isso?

Minhyuk está tão confuso que tá colocando a vida dele em risco. Vamos ver o que ele vai decidir sobre consumir sangue humano daqui pra frente.

E nosso 2won cada vez mais apaixonado...eu não aguento ❤️

Amores, já estamos na reta final. Faltam 5 capítulos para o fim...pelo menos é o que eu tô me programando kkkk

Até semana que vem! 😘


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...