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História Vestida Para Matar - Coisas Doces


Escrita por: AnneVit

Notas do Autor


Olá, olha eu aqui de novo!
Bem, esse capítulo foi inspirado em uma das músicas que eu mais gosto da minha banda favorita, Sweet Things do The Pretty Reckless. Recomendo que vocês ouçam, e se não gostarem de solo de guitarra e alguns screamos, ouçam em acústico, ou não ouçam, Whatever. hahsh
Enfim, é só isso, espero que gostem (e que não fiquem com raiva de mim por esse cap.)!
*Gif da Taylor Momsen meramente ilustrativo, somente por causa da inspiração*

Capítulo 7 - Coisas Doces


Fanfic / Fanfiction Vestida Para Matar - Coisas Doces

- Tô aqui. – Enfiei a cabeça pela meia abertura da porta da sala de Bradley. Ele vive me chamando em sua sala para conversar, às vezes, os motivos são irrelevantes.

- Entra e senta – ele sorriu, virando a cadeira para me olhar.

- E aí? – Me sentei na cadeira e fixei-o, esperando por mais uma das coisas sem importância que ele estava prestes a falar.

- Eu vou direto ao assunto – ele suspirou e jogou o cabelo para trás – Você aceitaria, tipo... Você quer sair comigo? – Ele indagou. Me surpreendi com a pergunta, e fiquei repetindo aquilo na minha mente mil vezes, tentando decidir se aquilo seria certo a se fazer.

- OK. – falei finalmente –, por mim está bom. – Suspirei e ele sorriu, mudando sua expressão de tenso para completamente calmo e feliz com a resposta.

- Hoje à noite então, você sabe, para jantarmos juntos. – Ele parecia completamente nervoso, o que me fez soltar uma risada forçada e assentir com a cabeça.

Eu me levantei e sorri, ele fez o mesmo respectivamente. Estendi a mão para um aperto, mas ao invés disso, ele abriu os braços e me envolveu em um abraço.

Pude sentir um nó se formar em minha garganta, e uma dor aguda surgir ao lado esquerdo do meu peito. Era completamente estranho aquele sentimento, não era amor, não era ódio. Eu queria sentir raiva, nojo e repulsa, e tudo quanto fosse sentimento ruim que eu guardo em meu peito por tantos anos. Mas isso não aconteceu. Eu apenas me senti de uma maneira estranha, e eu queria bater nele, queria chorar, queria xingá-lo, mas nada disso coincidia com o que meu coração queria.

Finalmente, nos soltamos e ele me fixou nos olhos com um sorriso sem jeito estampado nos lábios. Seus olhos verdes moviam-se rapidamente, observando cada traço do meu rosto.

- Já vou. – Acenei com uma das mãos, e fui até a porta.

- Espera! – Ele chamou. – Às oito horas, pode ser?

- Ah, claro – eu estava com a mão na maçaneta olhando para trás – Me encontra aqui na porta da empresa mesmo. – Ele apenas assentiu, girei a maçaneta e saí, balançando a cabeça na expectativa de afastar os pensamentos de afeto que estavam tentando se formar em mim.

(***)

- Oi-oi-oi. – Falei alegre ao entrar dentro de casa e avistar David. Corri até ele e o abracei forte. Ele beijou minha bochecha e sorriu.

- Oi. – Ele fez uma careta, estranhando minha reação.

- Que foi? – Perguntei.

- Nada... só gosto de quando você fica feliz assim. – Ele cutucou minha barriga e eu não me contive em abraçá-lo novamente.

Eu estava feliz, realmente feliz.

- Hm, e as novidades?

- Não tenho nenhuma, o plano ainda está em execução. E você? – Sentei no sofá e ele se sentou ao meu lado.

- Conheci uma garota. – Olhei para ele, e vi um sorriso enorme se formar em seu rosto.

- Tá apaixonado. – Cantarolei, ele riu e revirou os olhos.

- Ninguém se apaixona em algumas horas, Mayzinha. – Ele cantarolou, me imitando, e passou o dedo indicador na ponta do meu nariz. – Ela só é legal e bonita.

- Primeira vez que você diz isso pra mim sobre alguém que não sou eu – sorri firme – E isso me deixa feliz por você. 

- Ei, espera. Eu só acho ela bem legal.

- Talvez ela seja muito mais do que isso.

- Eu espero – ele suspirou.

- Vou sair hoje. – Eu disse, arrumando o cabelo.

- Então é por isso que você está feliz, né?! – Revirei os olhos e levantei do sofá, ficando de frente para David, que estava sentado.

- Se você fosse eu, e soubesse com quem é, não ficaria feliz. – Ele alisou o próprio rosto, e me olhou pensativo.

- Quem poderia ser? – Ele indagou.

- Bradley. – Disse rápido.

- Ah – ele falou com desgosto. – Boa sorte.

- Nada de boa sorte – olhei para o relógio fixado na parede, que marcara 6:30 PM –, você vai me levar.

- Que horas?

- Às oito eu tenho que estar lá. – Ele assentiu.

- Vá se arrumar então. – Ele me apressou, levantando do sofá e me empurrando de leve para me dar impulso.

- Ei, eu já estou indo, não precisa me apressar. Calma aí. – Rimos.


Fazia frio, por isso vesti uma blusa de moletom cinza, com uma calça preta, um chapéu, tênis, e pus um colar com pedra de quartzo roxo.

Me encontrei com David em seu quarto, que penteava o cabelo – deduzi que ele já estivesse fazendo aquilo há muito tempo. Bati na porta, mesmo ela estando aberta, era mais para chamar sua atenção, o que deu certo, pois ele me olhou e ajeitou a roupa em seu corpo.

- Como é que eu estou? – Perguntou, com um sorriso no rosto.

- Tá bonito. – Sorri, com as mãos apoiadas na cintura. – Vai sair com a menina bonita que você está afim? – Ele riu, nervoso, e concordou.

- Gosto de chamá-la de Hollie.

- Hm, Hollie – pensei por um instante – Até que é um belo nome. – Ele sorria e não conseguia mais parar, olhar aquilo fez meu maxilar doer. – Enfim, vai sair com ela? 

- Vou. – Ele andou até mim. – Aproveitei que vou te levar pra Burlem e perguntei pra ela se ela queria sair, mas eu marquei pra mais tarde com ela, óbvio.

- Vocês homens são rápidos. – Cruzei os braços abaixo dos seios e sorri, ele olhou para o relógio de pulso e me avisou do horário.

- Vamos? – Balancei a cabeça em concordância e fomos para o carro.

(***)

Após cerca de cinco minutos que eu havia chegado à Soul's, avistei um carro Audi A7 prateado e quando este estacionou, abriu o vidro do banco de carona, permitindo-me ver Bradley sentado de frente ao volante.

- Estou atrasado? – Ele sorriu, e eu neguei. – Então entra aí. – Ele pediu, e sem hesitar, entrei e me sentei, colocando o cinto de segurança respectivamente.

Respirei fundo, ele fechou o vidro da janela e ligou o aquecedor. Me encolhi no banco do carro e minha respiração estava ofegante.

- Tudo bem com você? – Ele me olhou preocupado ao pararmos no semáforo.

- Sim, só que – pausei, tentando inspirar ar – eu tenho claustrofobia. – Fechei os olhos e tentei me acalmar, comecei a ficar cada vez mais tensa.

- Me desculpa – ele desligou o aquecedor e abriu a janela com rapidez. O vento gelado da rua entrou pelos meus pulmões e aliviou um pouco da tensão.

- Obrigada – expirei, satisfeita – E não precisa se desculpar, ninguém é adivinho. – Ele estalou os lábios e riu.

- Não começamos muito bem – ele parecia sussurrar para si mesmo.

Bradley prestava atenção na estrada e olhava para mim às vezes, aquilo começou a me deixar nervosa, então eu apenas sorria forçada. Apertei meu pulso com força para aliviar a raiva que se formava em meu peito.

- Gosta de comida italiana? – Ele perguntou, tentando iniciar uma conversa.

- Sim – sorri, sem jeito – Você gosta?

- Muito – Ele estacionou o carro e foi para o lado de fora da minha porta, abrindo-a, então ele me olhou – É por isso que viemos aqui. – Ele sorriu e me esperou sair.

- Legal

Abracei meus braços, pois estava ficando cada vez mais frio. Burlem Brock e Fireland são cidades montanhosas e com muitas áreas de preservação; parques ecológicos, e etc., e essas características fazem com que o clima fique frio, principalmente em épocas de o outono e inverno que são – obviamente – as mais frias do ano.

- Quer algum casaco a mais? – Bradley me olhara com as mãos no bolso da jaqueta.

- Não, valeu – agradeci – Lá dentro deve estar quentinho. – Sorri tentando ser o mais simpática possível.

- Então, o que estamos esperando para entrar? – Ele sorriu, e eu assenti, indo para dentro do estabelecimento.

A recepcionista nos levou até a mesa que Bradley selecionara e nós nos sentamos. Eu tinha razão, aqui dentro é mais quentinho.

- O que vai querer? – Clark corria os olhos pelo cardápio e me olhava ao mesmo tempo.

Abri na seção de massas, que aliás, é algo que gosto bastante. Não demorou muito para eu rapidamente achar o que todos amam: – ou pelo menos, quase todos – Pizza.

- Uh, tá aqui algo que eu gosto! – Indiquei com o dedo no cardápio o subtítulo pizzas, e o Bradley me observou, sempre sorrindo.

- Então vamos escolher o sabor. – Ele fechou o cardápio e me olhou, provavelmente esperando que eu dissesse algo sobre.

- Poderíamos pedir uma com dois sabores, por que eu suponho que você não deve gostar muito de Pizza vegetariana.

- Você é vegetariana? – Ele me olhou surpreso.

- Sim. – Clark passou a mão no cabelo e umedeceu os lábios com a língua.

- Então vai ser metade vegetariana e a outra metade frango com catupiry. – Ele sugeriu e eu concordei. 

Fizemos o pedido ao garçom, agradecemos e esperamos que ele voltasse para nos entregar a comida.

- Eu posso te fazer uma pergunta meio idiota? – Ele mordeu o lábio inferior, chamando minha atenção, eu estava olhando para o celular.

- Hm, pode fazer – bloqueei a tela do celular e o encarei.

- Você... – ele inspirou e pensou por um tempo – tem namorado? – completou, e eu ri.

- Não – pus o cabelo para trás dos ombros – nem pretendo, não agora.

Olhamos ao lado e vimos um garçom vir servir taças de vinho para nós, e provavelmente, as pizzas estavam quase sendo entregues também.

- Obrigado. – O babaca agradeceu o garçom, que sorriu e foi embora logo após.

Eu só ouvia cochichos por todo o salão, e barulhos de pratos sendo inteiramente devorados. Eu queria ficar só, é uma das coisas que eu mais gosto. Ter o silêncio da minha mente sozinha para pensar sobre qualquer coisa me acalma, ao contrário de ambientes como restaurantes barulhentos com musiquinhas de elevador.

- Então, Chelsea, quando decidiu virar vegetariana? 

Engoli um gole do meu vinho seco e olhei para Bradley.

- Ah, alguns anos atrás – pus a taça sobre a mesa – eu vi como os humanos são cruéis... – falei aquilo para ver se despertava algum sentimento nele, mas ele apenas me fixava sem culpa aparente – tipo, na hora de abater os animais, sabe como é, né?! – Soltei um suspiro e sorri. – Somos uma espécie malvada, né? – Bebi do meu vinho novamente, com um sorriso cínico, enquanto olhava para ele. Eu queria vê-lo se contorcer de raiva com a indireta, mas acho que ele não deve ter percebido meu sarcasmo. Afinal, a Chelsea não sabe de nada.

- Somos terríveis – Ele mordeu o lábio inferior e passou a mão pelo cabelo, logo após ele se encostou na cadeira e me olhou malicioso, com um sorriso perverso.

- Sim, somos como diabos que habitam na terra. – Fixei-o com o olhar fumegante e sério. Eu estava com os cotovelos sobre a mesa, encarando-lhe como se eu quisesse sugá-lo (de uma maneira ruim, claro).

- Ficou muito séria essa conversa – ele se pôs na mesma posição do que eu, e o que ele havia dito saiu quase que como um sussurro.

Ele me olhava no fundo dos olhos, e eu da mesma maneira para ele. Estávamos vidrados um no outro, mas meu olhar era de raiva e ironia, o dele por sua vez, era malicioso e cheio de perversidade e segredos.

O garçom chamou nossa atenção, ao chegar com a Pizza.

- Muito obrigada. – Sorri para o garçom agradecida, ele partiu um pedaço para cada um, perguntando quem queria o quê.

Começamos a comer; eu comia a pizza vegetariana, e o Bradley de frango com catupiry, não havia assunto fluindo de ambos, e eu preferi assim.

(***)

Eu estava dentro do carro estacionado de Bradley, em frente à Soul’s , e ele me implorava pela décima vez para me levar para casa.

- Por favor. – Ele pôs um de seus braços ao redor do banco que eu estava sentada, e se aproximou de mim. Olhei pelo vidro escuro do carro, e respirei fundo. – Essa hora na rua é perigoso para uma moça como você.

Moça como eu? O que ele quer dizer com isso?

- Eu sei me virar sozinha – fiz muxoxo e ele bufou, pondo-se na posição anterior: costas encostadas em seu assento, olhando para mim.

- Então eu posso, pelo menos, – ele me encarou – te beijar? – Olhei para ele como quem queria dizer não.

- Muito cedo pra isso, você não acha? – Pus minha mão na porta, pronta para sair, e ele me segurou.

Eu respirei fundo, e engoli em seco quando ele travou os vidros e as portas. Fechei meu olhos e um nó se formou em minha garganta. Meu coração parecia querer pular do meu peito; e eu comecei a ter mais um de meus ataques claustrofóbicos.

“Deus, ou seja lá quem está no céu, se o senhor aí existe mesmo, por favor não deixe que nada ruim aconteça comigo.” Foi tudo que eu consegui pensar, antes dele pôr sua mão nojenta em meu maxilar e me fazer olhá-lo no fundo dos olhos. Ele queria aquilo e eu suava muito, ele se aproximou com um sorriso malicioso.

- Não, eu não acho. – Ele respondeu minha pergunta.

Eu congelei, fechando os olhos como se estivesse esperando pela morte.

- Lembra do que me disse mais cedo? – Ele perguntou, alisando meu rosto.

- O que exatamente? – Eu tentava parecer calma.

- Que nós, seres humanos, somos cruéis... – ele acariciou meu rosto e eu não parava de respirar pesadamente – Você também disse que... somos como diabos que habitam na terra. – Ele umedeceu o lábio, e deu uma risadinha.

- Sim, eu disse isso. – Soltei o ar dos pulmões e o olhei nos olhos, ele parecia malicioso demais, malvado demais, meu pior pesadelo, meu maior inimigo. Eu estava com muito medo.

- Então – ele me olhava sem parar – Eu sou o diabo batendo na sua porta. – Aquela música que eu conhecia muito bem, Sweet Things do The Pretty Reckless.

Um arrepio subiu por minhas costelas, e eu tive coragem de falar a parte da música que eu queria.

- Eu não me importo se você pegar o que é seu, mas me dê o que é meu. – Ele riu.

- Não é bem assim, querida. – Ele me provocou. – Eu sou o diabo fazendo de você a minha prostituta. – Senti sua mão apertar minha coxa, e eu dei um suspiro forte, não de prazer, mas de horror e medo. Engoli em seco, e fiz de tudo para a antiga Marilyn não voltar a mim, aquela menininha fraca que tivera medo de lutar.

- Não – eu disse finalmente, firme. – Eu – dei bastante ênfase – sou o diabo batendo na sua porta. E eu vou apodrecer no chão que orienta o seu caminho – Ele respirou fundo, sem respostas, e riu.

- Eu vou ter meu jeito com você! – Bradley sussurrou ao meu ouvido, e eu respirei fundo, então aquele homem podre pôs sua mão em meu pescoço.

Eu pedia ao meu interior por favor, para que aquilo fosse um pesadelo em que eu acabaria acordando logo, mas eu sabia que não era isso, que era muito mais, e eu daria de tudo para estar morta agora. 

Ele puxou meu cabelo e selou nossos lábios em um beijo nojento que eu não conseguia sair, por que em um piscar de olhos ele segurou meus pulsos com suas brutas mãos gélidas. Meu pesadelo se repetiria novamente?

Eu estava com um medo súbito me invadindo lentamente.



Notas Finais


E aí? O que acharam?
Por favor, não me batam!
Comentem. <3


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