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História Viagem Para o Futuro - Aulas De Natação e Estórias Para Dormir


Escrita por: DearDanvers

Notas do Autor


Mais um porque vocês são lindos demais!! Boa leitura e nos vemos lá embaixo!

Capítulo 12 - Aulas De Natação e Estórias Para Dormir


Fanfic / Fanfiction Viagem Para o Futuro - Aulas De Natação e Estórias Para Dormir

— Eu pensei sobre o acordo... — Camila murmurou parada na porta do quarto vendo comovida aquele momento.

Engoli a seco. E livrei o pequeno do abraço apertado, o mesmo viu a mãe e começou a balbuciar esse mesmo termo.

— Espero que concorde, — levantei-me e entreguei-a o bebê. — porque é um ótimo plano e resolveria todos os seus problemas.

— Você é quem gera meus problemas. — deu sua resposta seca.

Passei a mão nos lindos cabelos castanhos de Matt, e o mesmo brincava com os botões dourados da blusa da latina.

— Estou oferecendo uma maneira de resolvê-los, então quem não quer mais se ajudar é você. — umedeci os lábios na expectativa.

— Não venha dar uma de espertinha novamente. — deixou escapar irritação mas a reprimiu. — Me parece que bateu um recorde. — espiou para dentro do quarto.

Olhou sobre meu ombro para saber se havia algo fora de ordem dentro do recinto e franzi o cenho sem entender o seu ponto.

— Estou falando da quantidade de tempo que conseguiu ficar no quarto do Miguel, — entrou com seus passos graciosos e os mesmos não impediam dos seus saltos de ecoarem, tocou gentil uma jaqueta pendurada. — ele expulsa todo mundo daqui, o que o disse? — virou-se para mim.

Camila sempre me lembrou os livros que lia na adolescência, era digna de um romance próprio. Vejo desde sempre ela se encaixando em obras clássicas como a de Vladimir Nabokov, principalmente naquela parte em que ele apresenta a definição de uma Ninfeta. Uma junção aparentemente perfeita de uma garotinha inocente com a capacidade da sedução ardente de uma mulher feita, sempre boba e de atitudes infantis mas me seduzia como a mulher que hoje se tornou. E como se tornou... Agora nem ao menos precisa insinuar-se para fazer de seus trejeitos gestos que acendem minha cobiça.

Click Click... Seus saltos ecoam... 

— Ele achou que dentro de casa eu não o encheria tanto, sabe... — expliquei sem hesitar.

— É da sua natureza fazer isso, eu entendo o pensamento dele. Mas é realmente um assunto muito delicado... — disse preocupada.

Omiti o real motivo para não causa mais constrangimento para o garoto, a resposta levaria a mais perguntas até um momento que a confiança entre ele e eu fosse nada mais do que uma utopia.

— Foi a única solução que consegui encontrar, e as crianças vão me vigiar assim como eu vou vigiá-las. — esclareci. — Até o Matthew gosta de mim, — sorri ao lembrar-me da cena anterior. — eu vou saber cuidar dele e o que eu não souber vou aprender de alguma forma, eu juro. O que me diz?

Ficou em silêncio alguns segundos, e pensou e repensou. Analisou minhas roupas com certo interesse como se as vestimentas lhe trouxessem lembranças indesejadas porém fiéis. Me veio um frio na barriga pela tamanha ambiguidade das possíveis respostas de significado tão distantes, teria que ser uma delas.

— Faremos o seguinte, — disse num fôlego — tentaremos seu plano pelo resto da semana. Se tudo ocorrer bem ele se torna permanente. Estamos feitas? — ergueu a sobrancelha ao dar sua sugestão.

— Certamente!! — assenti contente.

O menino ao ver minha animação contagiou-se, estendeu seus braços em minha direção e abriu e fechou as mãozinhas repetidamente, me pedindo colo. Fiquei acanhada em retirá-lo da mãe, que ficou desconcertada em ver seu filho tão amigo de uma recém chegada.

Me aproximei dele envolvendo suas mãos nas minhas, lembrando que as dele cabiam nas palmas das minhas.  Sorriu com a língua entre os dentes, assim como Camila, desde que eu a conheço tem essa mania adorável. Olhei apaixonada para Camz, estranhou a natureza do meu olhar, creio que estranhasse todas as minhas atitudes dos últimos dias.

— Está na hora dele comer, ele comeu algo? — perguntou formal quebrando o clima.

Limpei a garganta e tentei parecer casual.

— Ah... Não. Eu o trouxe até aqui porque ele tinha acabado de acordar da soneca, deve estar morrendo de fome, tadinho. — fiz uma expressão de pena e acariciei sua orelha, ficou parado por gostar da carícia e seus olhos até pesaram pelo relaxar. 

— Vou fazer algo, — bufou. — se bem que era dever do Shawn fazer isso enquanto eu estivesse fora, ele já consegue andar um pouco.

— Chá!! — ele gritou.

— Não sei com quem ele aprendeu isso, — beijou sua testa com carinho — mas é lindo quando ele fala, deve ter pegado dos irmãos, bebem chá sempre que podem. Eu e Shawn somos mais fãs de café. — afirmou olhando encantada para sua cria e somente reagi com um revirar de olhos.

— Mamãe eu estava pensando... — Luna apareceu chamando atenção da sua mãe mas a sua mesma foi desviada pela minha imagem. — Mãe 'Lo!! — correu em minha direção e se atirou em mim.

— Oi, pequena! — a abracei muito forte sentindo o aroma suave de seus cabelos. — Como foi a escola?

— Muito cansativa, eu estava me preparando para fazer um teste tentando conseguir voz principal no coral. — ficou um tanto mas com muita expectativa, esfregou as mãos e comprimiu os lábios.

Segurei seu rosto e beijei a ponta do seu nariz, ela se contorceu pela sensibilidade.

— Com certeza vai conseguir, tudo em você é lindo. — corou.

— Assim espero, eu recebi críticas muito negativas sobre minha voz ser diferente. — desanimou-se ao lembrar.

— Sua mãe também escutava dessas de vez em quando, — Camila ficou atenta ao ser citada. — mas sempre foi inegavelmente talentosa, quando fizemos coral juntas era mágico quando ela cantava. Pergunte à Dinah ou Normani, irão confirmar o que digo.

Em minha frente haviam duas pessoas quase idênticas que igualmente eram o significado do meu viver. A diferença estava na experiência de cada uma, Camz estava num estado ambíguo de desvelo e vertigem, enquanto a mocinha desfrutava inteiramente de um sentimento de nostalgia.

— Você nunca me contou que a mãe 'Lo fazia coral com você. — a dirigiu palavra com um sorriso torto e inocente.

— Fizemos algumas coisas juntas, nem lembro. — ficou fria inesperadamente. — O jantar deve estar pronto, vou checar. Não se atrase, querida. — saiu do quarto levando o pequeno. Sem ao menos lembrar da minha presença.

— O que veio fazer aqui? — perguntou simpática e animada sem notar a tensão anterior.

Tentei esquecer o que houve aspirando não afetar minha filha com intenções que não a envolve.

— Vim falar com você e seu irmão... — fiz suspense. — E vou buscar vocês na escola e cuidar de vocês esta semana!

— Aqui em casa?! — ficou perplexa e boquiaberta, chegou a cobrir a boca com as mãos. 

— Sim!

Me dar um abraço não era o suficiente, segurou firme com seus braços em volta de meu pescoço e passou suas pernas em volta da minha cintura, como um filhote preso na mãe.

Estou feliz em saber que ganharei esses abraços todos os dias... Da Luna, do Matthew, tomara que do Miguel e um dia o da Camila.

— Irá ficar para o jantar? — perguntou com esperança e pôs os pés no chão.

— Desculpe, meu anjo, eu não posso. Olhando pelo lado bom, amanhã eu vou ficar até tarde com vocês.

Sorriu com a língua entre os dentes, fechando um pouco seus olhos verdes.

— Precisamos ir agora, eu tenho que jantar e dormir logo em seguida. — puxou-me pelo punho para sair do quarto e consequentemente do andar em questão.

Nos despedimos breves, não quis ir na cozinha, onde todos reuniram-se e enfrentar Camila naquele estado, iria fazê-la me maltratar ainda mais com sua atitude de quem superou tudo. Eu precisaria agir como uma real mãe se quisesse prová-la que poderia contar comigo, no entanto existiam uma série de fatores que me infantilizavam.

Ouvi a buzina do meu motoristas lá fora.

Ter um motorista é algo luxuoso e muito cobiçado, mas uma mãe que tem condições de participar da vida dos filhos vai buscá-los na escola sozinha, num momento íntimo de família que é a reunião de todos os membros após um dia cansativo. Irei dispensar meu motorista e dirigir eu mesma. Eu observava meu pai fazendo-o sempre e costumava a ir até a mercearia da esquina de carro, não deve ser tão diferente.

Eu tenho carteira de motorista? Provavelmente sim.

Se eu tenho muita habilidade em direção? Não.

Irei fazer de qualquer maneira? Com certeza!!

[...]

[...]

[...]

Durante a madrugada o próprio Miguel me mandou uma mensagem com o nome da escola e o horário em que deveria comparecer. Cheguei na Humbert Haze, a escola em questão, com quase uma hora de antecedência. Teria chegado com duas, mas ao tentar tirar o carro da garagem bati sua traseira no portão da mesma. Certamente eu precisei da ajuda da Vero para encontrar meus documentos, uma mãe dedicada sempre está dentro da lei, dentre eles minha identidade e carteira de motorista.

Uma pena que minha carteira só exista para que eu possa ser punida quando arrombar mais portões com minhas habilidades motoras.

Fiquei esperando dentro do carro escutando um pouco de música, e acalmando os ânimos, tentei ligar algumas vezes para o número misterioso que me deixara várias ligações perdidas, mas a ligação nunca se completa, não faço ideia de quem seja porém ando relevando esse fato. Meu filho estava ciente de que o dia estava, em parte, reservado para suas aulas de natação. Foi um milagre divino essa oportunidade ter caído em minha cabeça como um raio, não era algo que ele seria comparado a mim, era uma atividade somente nossa e completamente discreta.

Providenciei minhas próprias roupas de banho, algumas boias se forem necessárias e principalmente muito amor e paciência. Quando chegasse na casa deles ainda teria que dispensar a babá do Matthew (que agora ficará meio período), para que eu possa assumir seu cargo.

O vidro em que apoiava minha cabeça levou duas batidinhas chamando minha atenção. Eram meus filhos com suas mochilas penduradas nos ombros esperando minha resposta, destravei as portas e eles entraram, Luna veio no banco da frente comigo deixando a mochila cair em seus pés, estava muito animada pela procedência do dia. Miguel estava cansado como se voltasse de uma guerra, ficou jogado no banco de trás.

Ok, nos tempos de escola eu era o Miguel.

— Mãe... — Luna ficou sem graça. — Não que eu esteja lhe acusando de nada mas... Tem uma amassado enorme na traseira do carro. — pela primeira vez falou séria.

— Eu sei. — afirmei sem dar detalhes.

— Lauren, — Miguel levantou-se e inclinou a cabeça para perto de nós duas. — sinceramente, você se lembra exatamente como se dirige? 

Não!

— Crianças, — apostei na camaradagem da minha atitude. — eu cheguei até aqui, certo?

— Eu sei, Mãe 'Lo, mas é que... — a mocinha engoliu a seco — O carro está amassado e eu não acho muito seguro...

— Vocês não tem com o que se preocupar! Eu sou praticamente uma piloto da Nascar... — ambos se olharam desconfiados sem saber o que dizer — Agora só me resta lembrar como se faz.

Seus olhos se arregalaram quando dei a ré de maneira brusca e pisei no acelerador mais forte do que esperava. 

[...]

[...]

[...]

Durante o percurso cometi algumas, ou muitas, gafes. Mas em sua maioria eu lembrei bem o que deveria fazer, não tirei carteira de motorista aos dezessete, mas sempre prestei atenção de observar meus pais no volante e sempre que podia fazia trajetos mínimos nos carros alheios. As crianças tomaram alguns sustos, Luna quase se atirou para fora do automóvel, tirando isso eu fui absolutamente bem.

O rapaz, de vez em quando, me olhava pelo espelho do carro. Nossos olhares iam ao encontro e o dele constantemente transparecia sua desconfiança, tivera medo de eu comentar algo sobre as aulas em voz alta. Medo de ser exposto demais foi herdado de mim, sem dúvida, os malditos genes o fizeram perfeito com os meus defeitos mais sutis.

Estacionei o carro na garagem da casa, pela primeira vez, ficou meio torto porém nada mau para uma iniciante. Ainda estava distante da noite, não era para menos não ter demorado levando em conta a velocidade em que dirigi. Luna saiu do carro imediatamente e correu até o interior da casa, deixando eu e o rapaz na companhia um do outro.

— Como vai ser hoje? — perguntou casual. Ajustou a mochila no ombro e seu nervosismo estava escondido sobe seus rosto contorcido pela claridade do sol em seus olhos claros.

— Nada o que temer, trouxe algumas boias se te fizer se sentir mais seguro. Hoje eu pretendo reforçar sua confiança em relação a água. — seguimos em direção ao interior.

— Acha que irá funcionar? — ficou incerto.

— Precisamos tentar.

Sem mais delongas, ao entrar foi direto ao quarto. Quando entrei, retirei com calma a jaqueta, a pendurei no suporte, pus as chaves em cima da mesa. Fui até a cozinha, e na mesma encontrei a babá terminando de alimentar o meu Matty.

Meu Matty?! O que?! Esqueça!

Uma mocinha ruiva, de olhos castanhos, baixinha e sorriso largo. Sentada na frente dele, enquanto ele estava na cadeirinha com a boca lambuzada de sopa. Seu rosto expressava a felicidade de alguém que ganhara um milhão de dólares, mas na verdade ele estava comendo mesmo, a gula corre na família tanto pelo meu lado quanto o de Camz, nenhum filho escapa. Nem Matty que é exclusivamente dela com o Mendes.

— Oi, meu lindo! — exclamei sem me aproximar.

Gritou e bateu palmas demasiadamente animado em me ver. Olhou cheio de expectativa para a sua babá e gritou "Chá" diversas vezes e deixando a moça ainda mais confusa. Não me aguentei ao ver ele estendendo os bracinhos com esforço em minha direção, depressa o peguei e beijei os cantinhos de sua boca sentindo o gosto da sopa, ficou todo acanhado com os beijos cobrindo o olhos com as mãos e um sorriso tímido.

Expliquei a moça como ficaria o seu horário, e que estaria dispensada no momento que eu chegasse em casa. 

— Mãe 'Lo! — Luna me abraçou por trás e beijou o topo da cabeça de Matthew.

— Por que fugiu de mim, mocinha? — a provoquei. E retirei da minha bolsa o que precisaria para o resto do dia, organizando tudo em cima do balcão da cozinha.

— Eu não fugi... — murmurou. —É que eu fiquei muito feliz em chegar em casa e saber que pelo menos aqui não bateria de frente com um caminhão.
           Ri alto a fazendo-a rir também.

— Não dirigi tão mal. — afirmei certa e com bom humor.

— Verdade... Da próxima vez tente pelo menos não ir tão depressa. Eu sou muito nova para morrer!

De mim puxou somente os olhos e o drama. Inacreditável.

— Para que trouxe essas boias infláveis e as roupas de banho? — estranhou a quantidade de equipamentos que Matty até estava brincando.

— É um segredo... — aproximou sua orelha. — Darei aulas de natação para o seu irmão, mas fica somente entre nós. Se puder, invente que está estudando no seu quarto ou qualquer outra coisa, você entende? — sussurrei.

Assentiu.

— Laure... — o rapaz chamou-me ao se aproximar mas travou quando viu a irmã.

— Pois bem, eu irei treinar o meu vocal para os testes no meu quarto, adeus! — rebateu rápida. Me deu um beijo na bochecha e se retirou.

Miguel veio até mim e observou os equipamentos sobre o balcão.

— Eu vou mesmo precisar usar essas boias infantis nos braços?! — perguntou olhando-as.

— Se quiser aprender... — murmurei. — Quer comer algo antes? Porque Luna disse no carro que havia comido um lanche e esse bebê lindo — mordi sua orelha minúscula — acabou de comer também.

— Não, obrigado. Também comi depois da aula, vamos ao que interessa. — afirmou convicto.

[...]

[...]

[...]

Vesti minha roupa de banho, entrei na água morna e nadei um pouco, curti mais o ambiente. Pedi para que Luna vigiasse o bebê enquanto estivesse com seu irmão. Estava um pouco mais escuro do que anteriormente, um silêncio profundo, olhando em volta era bem visível . Se eu ficar com a Camz precisarei de uma nova casa, essa é bela mas tem Shawn demais nela, preciso de um lugar exclusivamente nosso. Onde poderemos construir nossa própria história.

Afinal, como esse palerma do Mendes se machucou?

— Lauren! — chamou minha atenção e pairou na borda da piscina.

Usava sua sunga e nada mais, revelou seu corpo bem definido proveniente dos seus treinos de Softball. Porém seu olhar assustado quebrava o ar de virilidade que teria se não estivesse apavorado por alguns litros de água.

— Entre!

Inseguro desceu as escadas com muito cuidado, em cada degrau que colocava o pé era um erro no ritmo da sua respiração, quando entrou inteiramente na água foi desesperadamente se apoiar na borda. Eu me localizava no meio e ele num canto. Para isso funcionar e para tudo funcionar ele precisa ter confiança na piscina, nele mesmo e ter confiança em mim.

Fui até ele e segurei ambas suas mãos com leveza. Sinalizei com a cabeça para que viesse junto a mim, dei um passo de cada vez para o lugar em que me encontrava anteriormente, lentamente íamos para mais e mais fundo, quanto mais distante da borda maior a força em que ele segurava em minhas mãos, como um gato no banho.

— Fomos muito longe. — estava apavorado, nem sabia que alguém poderia ficar mais branco do que já somos.

— Calma, continue a segurar em minhas mãos. — assentiu. — Agora fique completamente debaixo d'água, espere cinco segundos e volte, tome fôlego e faça tudo de novo.

Passamos alguns minutos fazendo esses exercícios. O que fizemos em seguida foi uma lenta caminhada ao longo de todo o comprimento da piscina, íamos e voltávamos diversas vezes criando familiarização com o espaço e profundidade. Começamos a conversar aos poucos, no começo recebia respostas monossilábicas e com o passar dos minutos ele passou a dar respostas mais detalhadas.

— E essa garota... O que está rolando entre vocês? — perguntei casual andando ao seu lado.

— Vou deixar Aaliyah responder essa.

— É tão difícil assim falar sobre uma garota?! — debochei.

— O problema não é ela... O problema sou eu. Acho que somos melhores sendo amigos.

— Mas não é isso o que você quer. — busquei o seu olhar.

— O irmão dela é o rebatedor do time adversário... — silêncio. — Meu treinador disse que me põe para fora do time se eu buscar contato com ela. — ficou cabisbaixo.

 — O que ele tem a ver com isso?! — fiquei incrédula.

— Tudo! O meu contrato diz que devo ficar longe de possíveis escândalos, namorar a irmã do cara que é meu adversário e me odeia é um puta de um escândalo! — cerrou os punhos na água furioso. Escorregou com a ação.

O segurei firme antes que pudesse afundar-se desprevenido. Ficou mais calmo com minha proteção.

— Não consigo acreditar... — sussurrei.

— Em quê?

— Miguel, você é a pessoa que mais se preocupa com vida pessoal, privacidade e tantas outras frescuras... Para acabar dependendo de um contrato que burla tudo o que deseja para si mesmo, um maldito contrato diz quem você deve amar, quem deve abraçar... É deprimente.

— Sei disso. Sabe quando digo que sei quem sou? — assenti. — É mentira, eu não faço ideia de quem eu seja. — bufou, largou minha mão e dobrou os joelhos para poder mergulhar.

Emergiu tranquilo passando a mão no rosto o livrando-o do excesso de água.

— Isso foi muito bom! — dei um sorriso torto e muito orgulhoso.

— Nossa...! Nem percebi que mergulhei sozinho! — deu um grande sorriso e meu coração falhou um batimento.

Saber que tenho dinheiro para o resto da vida não me faz feliz, saber que sou casada com uma modelo não me faz feliz, saber que tenho roupas de grife não me faz feliz. Ver meus filhos sorrindo são a minha felicidade incondicional, tanto quanto meu amor por eles. 

Ele tem dentes de castor iguais aos meus!!

— Acho que você merece um pouco de descanso, campeão. — pus a mão em seu ombro.

[...]

[...]

[...]

Saí do banheiro do andar de cima, fiquei no corredor terminando de ajustar minhas roupas secas, cabelos ainda um pouco úmidos e meu rosto livre de maquiagem. Pedi algo para jantar, serviria para as crianças, Camila e Shawn quando chegassem. Mas Miguel e Luna prepararam algo para eles mesmos antes do pedido chegar.

— Mãe 'Lo, você se importa de ler uma estorinha para a gente dormir? — Luna veio até mim fazendo biquinho com o irmãozinho no braço. Matthew, ao ver a ação, fez o mesmo.

Suspirei e concordei.

— Qual estorinha querem que eu leia? — perguntei e deitei na cama da mocinha, observando atentamente a decoração graciosa do quarto.

— Matt só consegue dormir se alguém ler A Família Tigre pra ele. — me entregou o livro de poucas páginas.

Deitou-se ao meu lado com o bebê sobre seu peito que brincava, distraído, com mechas do seu cabelo. Apagou as luzes deixando apenas o abajur ligado. O meu filho estava de volta em seu quarto, isolado, mas creio que mais contente do que ontem.

Iniciei a leitura. O menino ouviu cada palavra com atenção e a irmã também, seus olhos não venceram a batalha contra o sono, foram se fechando aos poucos e com o soar de cada sílaba foram mergulhando dentre os estágios da sonolência, como num encanto profundo das utopias simples.


                         "A mamãe Tigre foi malvada, pediu desculpas desenfreada.
                         Prometeu nunca mais ser ruim, e ficar com seus bebês tigres até o fim.
                         Não esquecer suas raízes e deixar seus amigos mais felizes.
                        O seus filhotes a esperam com muita ansiedade e a mamãe tigre os amará por toda a eternidade."

Luna dormia agarrada em meu braço, Matthew dormia entre nós duas. Apaguei o abajur, levei o pequeno adormecido até o corredor pouco iluminado. Notei que a porta do quarto do Miguel estava aberta, dei alguns passos para trás e sorri. Ele dormira com a cabeça escorada na parede, sentado na cama, estava ouvindo a estória inteira e adormeceu na mesma posição, entrei sem fazer ruídos e com meu braço livre o fiz se deitar na cama.

Pus seu cobertor e beijei sua testa. Sei que estou ficando uma mãe experiente quando adquiri a habilidade de fazer diversas atividades com um braço apenas.

Levei o pequeno até seu quarto, fiquei com pena de deixá-lo no berço, me preocupa saber que estou me apegando com um filho que não é meu, todavia está no meu extinto natural cuidar desse miúdo como se fosse meu. Ele merece todo o meu amor e atenção assim como os gêmeos. Não faço ideia de como isso se sucede mas é o que é.

— Boa noite, pequeno Matty... — o deitei no seu espaço e acariciei sua mão com meu polegar. — A Mamãe Tigre também te ama muito. — senti sua mão apertar em volta do meu dedo em resposta.

O som da porta principal ecoou pela casa ao ser fechada, alguém chegou...

 


      ...


Notas Finais


O que acharam desse capítulo??
Está bom??
Já criam suas teorias?!

Desculpem qualquer erro, deixem seus comentários porque eles me motivam. O último capítulo teve vários comentários e vocês debateram e eu adorei, então em comemoração fiz esse de presente!!

Deixem BILHÕES de comentários, adoro responder <33

Eu amo quando vocês falam comigo no Twitter https://twitter.com/fosterjergi

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