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História Viagem Para o Futuro - A Orla do Adeus


Escrita por: DearDanvers

Notas do Autor


Acabei de entrar de férias. A fic estava muito rotineira, eu sei, mas não se preocupem... Só digo que, boa sorte e boa leitura. Até lá embaixo

Capítulo 25 - A Orla do Adeus


Fanfic / Fanfiction Viagem Para o Futuro - A Orla do Adeus

As casas se passavam lentamente, o sol atravessando o para-brisa gentilmente e mesmo assim eu apertava a vista tentando focá-la nos números, checando se eram compatíveis com o que eu procurava. O que separava o asfalto em que meu carro prosseguia e as níveas areias da praia eram justamente essas casas requintadas.

Como são lindas!

Todas as residências enfileiradas, de diversas cores alegres, envolvendo tons amarelados, púrpura e azul claro... De detalhes brancos, eram palácios de madeira, com modestas janelas e sacadas para ver o mar, tinham tantas cores vivas criando a sátira descontraída afirmando a paz que o lugar representava. Casas de praia convidativas aos olhos. Os mais chegados caminhavam em seus trajes esportivos, mulheres e seus carrinhos de bebê, casais de mãos dadas. O paraíso das famílias felizes e a conversão da felicidades nos que estão somente de passagem.

— Nunca havia vindo em Santa Monica antes. — Miguel chamou minha atenção.

Olhei pelo retrovisor vendo novamente a imagem das crianças no banco de trás com os olhos vidrados na janela, os palmos em contato com os vidros levantados e até as pontas dos narizes pressionados contra os mesmo em maravilha, o cheiro salino estava cada vez mais impregnado em nossos narizes e ao léu ouvia-se o chiado da maré indo e vindo sobre a orla. Matty é o que parecia estar mais alheio, porém ocasionalmente esticava o pescoço mais para fora da sua cadeirinha tentando capturar a vista. Camila vinha ao meu lado no banco da frente, estava modestamente maravilhada, com sorrisos tímidos admirava o ambiente mas não me direcionava palavra. Foi assim a manhã inteira, tomara que sejam todas as lembranças rondando sua cabeça.


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Nem havíamos chegado direito e logo montei a cadeira sobe o guarda-sol, pus o óculos escuros e quis fingir estar morta para que não começassem a ladainha de sempre, todos tentando me fazer entrar na água, retirar o short ou me arrancar a blusa afirmando que as marcas ficariam ridículas na manhã seguinte. Vim com minha família e além disso, com a família da Camila. Minha amada esplendorosa revelou o biquíni ao retirar o tecido preso à sua cintura e a blusa que antes cobria o tronco, bem diante de mim. Ela é mestre em me deixar com tesão sem notar.

— Amor, entra na água comigo? — inclinou-se e me deu um selinho.

Suspirei incômoda, olhei em volta e haviam tantas pessoas. Ninguém precisa ficar sabendo da minha condição e definitivamente eu não quero que ninguém saiba. Essas pessoas parecem tão felizes e relaxadas, meus pais falavam com os dela enquanto tão sorridentes e aos poucos montavam o conforto do espaço escolhido por nós. Eu estava deslocada, como sempre...

— Camz, não há chances alguma de eu tirar meu short... — quase cuspi as palavras mas respirei fundo. — Você me conhece, sabe que eu não gosto.

Decepcionou-se e se afastou de mim, cruzou os braços.

— Se você tivesse dito antes que iria ficar de cara amarrada o passeio inteiro eu escolheria ficar em casa.

Icei suas coxas pelos braços de leve trazendo-a para mim, beijei seu abdome.

— Desculpe, amor, eu não gosto de usar pouca roupa na praia. Me queimo fácil, não vê? — dei uma risadinha cínica.

Odeio ter que mentir pra ela, como odeio. Eu poderia ser mulher e enfrentar meu medo mas prefiro sentar e mentir até que ela esteja feliz, até que eu esteja suportavelmente infeliz. Ela é meu único raio de sol na insatisfação incessante que é a minha vida, com ela eu sorrio, eu faço brincadeiras e nem tenho vergonha de ficar sem roupas em sua presença, portanto que estejamos juntas e sozinhas, tudo é mais feliz.

Impressionante como me admiro fácil por tudo que ela faça, me perco em devaneios e em carícias vou a outros mundos. O que dizer deste corpo coberto somente por roupas de banho, com os pés delicados sendo tomados pela fina areia, com as coxas expostas, o abdome chapado, a pele bronzeada por natureza nem sentindo os efeitos dos raios solares, os cabelos soltos e esvoaçantes. Porém me mordia quando os olhares caiam sobre sua beleza, estou em eterna desvantagem.

— Promete que é somente pelas queimaduras? — perguntou desconfiada.

— Prometo. — sorri.

Como odeio ter que mentir.

— Sua mãe trouxe comida pronta, mi hija, ainda está quentinha.

Alejandro, meu sogro, veio até a cubana com uma travessa em mãos com comida caseira. Assim que ele levantou a tampa Camila tapou o nariz e fez cara de enjoo.

— O cheiro... Muito forte! — virou o rosto para o outro lado.

O homem aproximou o nariz da travessa e ficou confuso.

— É seu prato favorito, oras. Lauren, o que acha?

Levantei-me da cadeira e tentei captar o cheiro, ao contrário da minha namorada, fiquei com água na boca.

— Deu até fome, Sr. Alejandro.

Camila continuava com a sensação de náusea, independente da nossa constatação.

— Vou dar um mergulho e esquecer esse cheiro, não dá pra continuar aqui. — me deu um selinho rápido e correu em direção ao mar.

— Você está bem, amor? — perguntei preocupada.

— Totalmente!

Chris, Taylor e Sofi correram junto à ela.

Antes de dar um mergulho, virou-se e acenou pra mim, acenei de volta. O movimento de seus lábios formaram "Eu te amo", respondi com o mesmo jeito, meus lábios formaram "Quero foder você". Ela riu que se contorceu,beijei a palma da minha mão e assoprei em sua direção seguido de um sincero "Eu te amo."


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— Tem certeza que sua casa é por aqui? — Camila perguntou retirando-me do meu transe.

— Vero disse que eu tinha uma casa por aqui. — continuei visando.

Luna deu dois tapinhas no meu ombro.

— Mãe 'Lo, encosta ali. — apontou para a calçada mais à frente.

Assim o fiz, a velocidade foi diminuindo aos poucos até que estivesse totalmente parado no acostamento. A menina desceu o vidro do carro e acenou freneticamente para um senhor que estava caminhando, o mesmo curvou-se um pouco para ver o que a mesma pedia.

— Pode nos dizer onde fica a casa da Lauren Jauregui, por favor? — perguntou dando um grande sorriso.

O homem não precisou pensar duas vezes, respondeu bem breve.

— É uma das últimas, a maior de todas e é branca. Assim que vocês virem grandes janelas saberão qual é. — disse direcionado-nos ao apontar.

Menina esperta.

Agradecemos a gentileza e seguimos caminho mais apressados. Miguel se pôs a puxar conversa.

— Quando você disse que iríamos à praia eu achei que seria somente montar uma barraquinha na areia, pular no mar e depois comer até dormir. — disse neutro. — Mas pelo que vejo você foi bem além de montar uma barraquinha... — deu uma última olhada pela janela. — Esse lugar é lindo.

Luna e eu rimos.

— Sendo bem sincera, filho, eu também pensei que seria assim mas a Vero começou uma ladainha dizendo que deveria manter minha imagem... — afirmei e Camila revirou os olhos. — Então ela me apresentou essa tal casa em Santa Monica, apenas pelo bairro sabemos que seria algo bonito mas não imaginava que seria tanto.

Mama tigue, lelo... — o menino tentou chamar minha atenção.

Fico toda derretida quando o Matthew tenta falar comigo, pode ser qualquer tipo de balbuciar. Sempre que ele me demonstra amor fico quase sem reação, somente o instinto de protegê-lo e dar muito carinho, certamente essa nossa ligação se deve ao fato dele ser filho da Camz. É um pedacinho dela que eu amo assim como ela em si.

— Eu sei, mi amor, as casas estão pintadas de amarelo. — olhei para trás bem breve.

Camila deu um sorriso debochado e olhou para neném no banco de trás.

— Você está muito comunicativo, mocinho. — deu a ele um falso olhar de desconfiança.

No no, mama... — cobriu os olhos com as mãos e ficou corado.

— Desde quando ele te chama de Mamãe Tigre? É... — procurou as palavras. — Inusitado.

— Desde o dia que eu sugeri as aulas do Miguel. Não é? — me referi ao rapaz que concordou de imediato. — Desde aquele dia somos a Mamãe e o Bebê Tigre. — disse bastante contente.

— Você aprova isso?

— Por que não aprovaria? É adorável. — franzi o cenho.

— Não acho que seja o certo, — ficou estática a olhar para a estrada. — você está conosco por causa dos mais velhos, não quero laços desnecessários...

— Camila, ele é só um bebê. — a cortei.

— Exatamente por isso. — sua entonação ficou mais firme. — Ainda dá tempo de cortar esses apelidinhos, não me leve a mal...

— Camila, do que diabos você está falando?! — praticamente cuspi a indagação.

Luna tirou o cinto de segurança e praticamente se jogou no meio de nós duas afastando-nos empurrando um ombro de cada. E freei o carro no mesmo instante.

— Mãe, por que você está sendo tão malvada?! — a mocinha ficou sentida. — Vocês estão assustando o Matt!Por favor, estava tudo indo bem... Por favor. — sussurrou a última parte.

Senti um aperto no peito. Miguel estava fazendo cafuné no pequeno, que ficou tenso com a nossa alteração, o rapaz se demonstrou desapontado com a nossa atitude completamente infantil e sem razão aparente. Luna voltou a se sentar jogando-se no banco. A tensão do silêncio mortal foi quebrada quando meus olhos avistaram uma verdadeira obra da arquitetura, magnífica, esplêndida.

Uma casa de dois andares, branca com detalhes em cinza. Com elegantes janelas para a entrada de luz, parecia mais um apartamento de luxo do que uma simples casa de praia. Estacionei o carro debaixo de uma cobertura bem perto da porta, o queixo dos meninos já haviam caído desde que a vimos ao relento. Tudo nela expressava arquitetura contemporânea, é como morar numa obra de arte.
Saímos do carro, suspirei olhando aquela imensidão diante de mim, encarei a chave que estava na minha mão.

Lá vamos nós!

— Eu ajudo a tirar as coisas do porta-malas! — Miguel avisou.

[...]

[...]

[...]

Os filhos mais velhos estavam vestidos em suas roupas de banho, Luna estava pronta para sair da casa e pular no mar. Miguel estava mais calado, espalhei o protetor pelas suas alvas costas.

— Estou um pouco nervoso... — murmurou.

— Pelo quê?

— É minha primeira vez entrando na água do mar, é completamente louco. Nunca fui tão longe.

— Mas agora você está indo, sua mãe e eu estamos bem orgulhosas de você.

— Vamos, Miguel! — 'Lu exclamou.

Ela estava adorável com seu biquíni azul e os cabelos soltos, tinha ainda muito jeito de menina e cursas não muito aparentes, sua imagem me é bastante familiar nesse ponto de vista. Ficou batendo o pé descalço na cerâmica do piso, plenamente impaciente quase cruzando a porta de vidro para pisar na praia.

— Já vai, já vai... — checou o próprio corpo. — Até depois, mãe. — correu em direção à moça.
Ambos apostaram corrida, como sempre, ignorando todos os avisos de "Vocês irão se machucar" que sua mãe sempre lhes dava. Sua imagens se distanciavam ao fincar seus pés no solo arenoso ansiando a quebra das ondas azuladas.

— Tomem cuidado! — foi tudo o que gritei.

Pus as mãos nos quadris vendo as duas das pessoas mais influentes da minha existência.

O que eu faria sem eles? Não sei!

Camila passou por mim com o neném. Ele estava adorável em sua sunga estampada e ela estonteante em seu biquíni.

— São lindos, não são? — os observou junto a mim.

— Fizemos um ótimo trabalho, — sorri pra ela. — deveríamos fazer mais dez filhos. — fiz cara de safada.

Fez cara de nojo como se eu tivesse dito algo absurdo.

— Só pode estar ficando louca de vez. — disse distraindo-se com o pequeno.

— Mas oras... Eu achava que era estéril e acabei fazendo dois... De uma vez só! — enfatizei. — Fizemos crianças até demais!

Deu uma risadinha nasal bem debochada.

— Nem me fale. — murmurou.

Minutos depois montamos nosso "território" próximo da água. Os gêmeos por nenhum momento saíram da mesma, mergulhavam e caíam um sobre o outro sem medo ou receio algum, sentei na cadeira banhada em sombra pelo guarda-sol apreciando a a paisagem (com muita dificuldade pela claridade que me fazia quase cerrar os olhos), os meus óculos escuros estavam com quem precisava mais.

— Está gostando dos óculos, Matty? — olhei para o garoto em meu colo.

Ri vendo o menino usando-os, os mesmos cobriam quase seu rosto inteiro e pra mantê-los no lugar os segurava com suas duas mãos. O lugar ao meu lado foi ocupado pela cubana.

— É muito esquisito, lembro de quando a gente foi pra praia pela última vez. — ajustou-se.

— No nosso passeio em família?

— Esse mesmo.

Umedeci os lábios e respirei fundo.

— Eu menti naquele dia, — disse de uma vez. Ela não se alterou. — o lance do short... Eu estava com medo das pessoas notarem algo se eu ficasse de sunga.

Fez pouco caso, estava firme como uma rocha e gélida como um iceberg. Estava estranha comigo desde que eu acordei, nem parecia que horas atrás estava deitada sobre meu peito implorando-me para estar ao seu lado. Maldita seja a instabilidade do ser humano.

— Não se preocupe, eu também menti.

— Sobre o quê? — fiquei alterada.

— Você perguntou se eu estava bem... Eu não estava bem, estava bem longe de estar bem, — relaxou e me encarou. — eu estava grávida.

Eu não estava acreditando nos meus próprios ouvidos, duvidava até na capacidade da minha mente de entender as palavras. É óbvio que eu sabia que em algum momento ela estava grávida, antes mesmo de eu partir... Mas eu não imaginava que tivesse sindo tão antes. Estávamos juntas, tantas vezes que eu menti sem consciência, todas as vezes que a toquei sem notar os dois novos corações batendo em seu ventre, momentos lindos que deslizaram dentre meus dedos assim como estas areias níveas debaixo de mim. Meu queixo estava caído.

— P-Por que... — tentei formular frases conforme gaguejava. — Por que diabos você não me contou antes?!

— Opa, opa, opa... Acalme-se, Srta Jauregui. — ironizou.

— Camila, você podia ter me contado bem antes... Bem antes! E-Eu poderia ter feito algo por nós!

Revirou os olhos.

— Da mesma forma que você algo por nós quando meus pais lhe ligaram e você respondeu "Pago as despesas"?
Minha boca abriu-se para dizer algo, mas estava preocupada demais em entender o ponto dela estar cutucando com adagas as nossas feridas.

— Eu não lembro de ter dito uma atrocidade dessa!

— Eu lembro, eu lembro muito bem. — falou amarga.

— O que te deu hoje?! Você tem sido terrível comigo! Era pra ser um domingo relaxante pra todos nós... Camila, eu não entendo você! — quase supliquei por empatia.

— Você tem sido terrível comigo há dezessete anos, eu que não entendo você. — olhou no fundo dos meus olhos.

Matthew começou a chorar alto e desesperadamente. Com o par de óculos praticamente partidos ao meio, um pedaço em cada mão, o debrucei sobre o meu ombro tentando afagá-lo.

— Ah não, mi amor... A Mamãe Tigre compra outro óculos pra você. Shhhh. — dei tapinhas em suas costas.

Cabello levantou-se e o tomou de mim. O segurou mais firme ainda quando ele se contorceu.

— É meu filho, eu cuido dele.

— C-Camz...

Afastou-se em passos firmes fazendo caminho para dentro da casa. Ainda ouvia o choro do menino que não tirou os olhos de mim, tão sofridos, seu sofrimento ou estresse mexia com meu psicológico. Seja lá o que for que fez minha morena estremecer darei um jeito de descobrir e melhorar.

Percebi duas vozes ofegantes avançando pelas minhas costas.

— Aonde vai a mamãe? — Luna indagou.

Virei e tentei dar minha melhor atuação quanto tranquilidade.

— Está com um enxaqueca incômoda, — falei bem serena. — e com o Matt chorando também não ajuda, deixem ela no silêncio. — dei uma piscadinha.

Os gêmeos se olharam e suspiraram. Às vezes aparentavam ter uma comunicação psíquica em que uma simples troca de olhares dissesse tudo o que queria explicar, sorriram em seguida e olharam para a cesta que estava no chão.

— Então vamos comer sem ela mesmo. — o garoto ajoelhou-se pegando os sanduíches.

Nem isso eu consigo imaginar sem ela.

[...]

[...]

[...]

Fiquei na área externa da casa com um copo de uísque na mão. Não havia exagerado, estava somente degustando algo que tivesse um sabor mais forte do que os sentimentos amargos, e doem, como doem. Tinha uma vista privilegiada do mar vendo o sol se pôr, se me dessem um cigarro poderia estar estrelando um filme indie pra pirralhos complexados, ao fundo, com o som um pouco abafado pela porta de vidro, eu escutava as vozes angelicais de Miguel e Luna apaziguando o ambiente.

If you fall asleep down by the water        Se você adormecer debaixo d'água

baby i'll carry you, all the way home        Baby eu carregarei você, até chegar em casa

If you fall asleep down by the water        Se você adormecer debaixo d'água

baby i'll carry you, all the way home        Baby eu carregarei você, até chegar em casa

 

Everybody's gotta love some one              Todo mundo tem que amar alguém

but i just wanna love you dear                    Mas eu quero apenas amar você, querida

everybody's gotta feel something              Todo mundo tem que sentir algo

but i just want to be with you, my dear     Mas eu quero estar apenas com você, querida

 

I know it's hard                                                Eu sei que é difícil

i know it's hard                                                Eu sei que é difícil

i know it's hard to be in this forever            Eu sei que é difícil estar nisso eternamente

 

if they stop loving you                                    Se eles pararem de te amar

i won't stop loving you                                    Eu não pararei de te amar

if they stop needing you                                 Se eles não precisarem de ti

i'll still need you, my dear                               Eu ainda precisarei, minha querida

 

You've gotta believe me                                  Você deve acreditar em mim

when i say                                                           Quando eu digo

when i say the word forever                           Quando digo a palavra "eternamente"

And whatever                                                     E qualquer coisa

comes your way                                                 que vier em seu caminho

oh we'll still be together                                    Oh ainda estaremos juntas

 

I know it's hard                                                    Eu sei que é difícil

i know it's hard                                                    Eu sei que é difícil

but i understand you, just take my hand        Mas eu entendo você, apenas segure minha mão

 

If you fall asleep down by the water                Se você adormecer debaixo d'água

baby i'll carry you, all the way home                Baby, eu carregarei você, até chegar em casa

 

Vi um vulto passando diante de mim e ficando parado ao meu lado. Não estava com cabeça para me importar, talvez fossem as escassas doses de álcool que estivessem aninhando pelo meu sangue e subindo à cabeça, estava parada completamente dormente e alheia dos possíveis ataques. Pouco se via com o escuro e a pouca luz alaranjada.

— Lauren, me desculpe. — um quase sussurro. — Eu tomei uma atitude muito infantil, estou em muito conflito e peço desculpas por isso... O lance da gravidez, — pausa. — eu não contei na época porque nem sabia, eu desconfiava bastante de alguma doença mas eu não sabia, o problema cresceu desde então.

Olhei para a latina se contraído pelo frio e com o rosto tomado de culpa, um casaco de lã e cabelos presos. O quite de desculpas mais clichê que eu já vi.

— Dói você não acreditar em mim. Eu quero casar com você... — comecei a desabar.

— Não, Lauren...

— Eu quero que a gente se mude pra uma casa linda... — comecei a lacrimejar.

— Pára, por favor... — implorou.

— Você não quer outra casa?! — indaguei. — Ficamos naquela e eu compro outra pro Shawn! — forcei um sorriso.

— Não vai acontecer, — tentou segurar-me pelos ombros. — nada disso vai acontecer, pare, por favor.

Comecei a chorar e as lágrimas (de bêbado) começaram a escorrer pelo meu rosto, eu sussurrava de novo e de novo, incessantemente "Não diga isso, não diga isso...", ela sussurrava de volta algumas palavras confortantes mas nada iria afagar-me depois de encarar os fatos e meu maior parceiro e pior inimigo, a desilusão.

— Lo, não podemos brincar de casinha, o mundo não funciona assim.

— Eu consigo... Eu faço o que for preciso. — supliquei mais.

— Shawn me ligou, chegará aqui em poucas horas, ele deu notícias... Eu tenho meus planos com meu marido e você deve ter os seus com a sua esposa, a adolescência acabou, tudo acabou. Tudo. — olhou-me intensamente com seu ar de despedida.

Não sabia se implorava mais, se chorava toda a dor, se ligava pro Mendes dizendo que ele precisa ficar mais tempo fora ou somente desabafar tudo para as minhas amigas. A dor de perdê-la era tão imensa que me veio centenas de flashes daquela noite, aquela mesmo... A única diferença é que agora não estou com ódio dela, odeio à mim mesma.

— Ele encontrou sua mulher na Europa, ela disse que vai voltar bem em breve também. — respirou fundo. — Eu te amei, Lo, te amei tanto que achei que morreria sem você mas você partiu e aqui estou eu! É lindo ver que a Jauregui de antes está de volta mas não há amor sem confiança. Como eu poderia amar quem me quebrou? — segurou minha mão. — Tem coisas que estão melhor em segredo, pela segurança de todos e o que tivemos também é bom deixar em segredo e superar. Me orgulho muito da bondade que agora habita o seu coração mas por causa das suas armadilhas eu tive que mentir, odeio mentiras mas eu o fiz. Menti para mim mesma, para você e tantos outros que não mereciam isso, se você se aproximar demais, porventura, possa não haver volta. É a salvação de nós duas, Lauren...

— Mas você disse para eu não te abandonar, eu não vou fazer isso. — disse soluçando.

— Eu agi por impulso, eu vivi o momento mas as notícias chegaram e não posso ignorar os fatos. Guarde o que houve entre nós como uma boa lembrança.

— E os meus filhos?!

— Não vou tirá-los de você, só se eles quiserem isso. Há muito mais do que eu possa contar, não posso arriscar, não agora. — ficou cabisbaixa. — Tenho que organizar nossas bagagens, o Shawn deve estar chegando. Meu marido precisa de mim, — fez menção de dar meia-volta. — Ah... Não sei quando poderemos nos ver de novo então vou adiantar: Felicidades para sua futura família.

Entrou novamente e eu encostei as costas na parede e deslizei até o chão, planejava chorar até desmaiar de cansaço e se tivesse sorte, morreria.

O que eu farei sem eles? Eu não sei.
 


Notas Finais


Espero que esteja bom, que ao menos, satisfatório. O que acharam?

A música desse capítulo é Down By The Water do The Drums!!

Os que estão se afundando em teorias podem ficar atiçados porque devem ter uma ideia do que vem por aí.

Vou dedicar esse capítulo pra minha irmã, que é uma ótima escritora daqui, ela merece.

Cada um deixando seu comentário com sua teoria, crítica ou sugestão está ótimo!

Meu twitter https://twitter.com/fosterjergi

Desculpem qualquer erro e até a próxima <3


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