1. Spirit Fanfics >
  2. Viajante >
  3. Fim de semana - Parte Um

História Viajante - Fim de semana - Parte Um


Escrita por: SaphirePrince

Notas do Autor


Lumos!

Capítulo 7 - Fim de semana - Parte Um


H.P

Impulsividade sempre fez parte de mim. A lista de decisões que tomei sem pensar é enorme, incluindo a ida ao ministério que resultou em Sirius passando pelo véu, mas convidar Severus Snape para passar um final de semana comigo parecia, agora, surreal demais.

Nunca, nem em meus sonhos mais tresloucados, imaginei que dividiria o mesmo teto com ele, não de bom grado pelo menos. Mas já não tinha nada que eu pudesse fazer se não arrumar tudo e partir.

Não era realmente necessário que fosse pra casa no final de semana, mas vi o quanto Snape precisava daquilo e inventei uma desculpa qualquer para Dumbledore nos dar a permissão. Esse era o lado bom de não ser Harry Potter, eu tinha liberdade para ir e vir sem correr o risco de ser atacado em qualquer esquina e nem precisar de todo um esquema de segurança para me manter vivo. Infelizmente tinha plena consciência de que isso vai mudar assim que começar a botar meus planos contra Voldemort em ação. Por enquanto eu vou aproveitar o momento.

Usei o período livre que tinha pela manhã para organizar tudo. Não precisava fazer mala porque tinha tudo em casa, mas chamei Tishy e pedi a ela que arrumasse o quarto de hóspedes e comprasse mantimentos. Hermione me mataria por eu ter “comprado” um elfo doméstico, mas era necessário ter alguém para cuidar da casa na minha ausência. Deu trabalho mas consegui convencer a pequena elfa a aceitar roupas novas e um salário. Outros bruxos me criticariam por isso, mas ela era tão dedicada e tão boa companhia que valia a pena.

Mandei uma nota à Snape dizendo que já tinhamos a permissão e aproveitei a manhã livre para fazer meus deveres de casa no salão comunal. Não demorou para que James e Sirius se juntassem à mim com um convite para ir a Hogsmeade porque eles faziam questão de me mostrar o vilarejo e apresentar suas lojas favoritas. Recusei com o coração pesado. Um dia passeando no vilarejo com meu pai e meus padrinhos seria, no mínimo, maravilhoso, mas eu já tinha dado minha palavra. Apesar disso jurei que minha 'primeira' visita à Hogsmeade seria com eles.

A resposta de Snape só chegou durante o almoço e eu só consegui realmente falar com ele durante a aula dupla de poções daquela tarde. Aula essa que foi totalmente diferente do tinha sido até então, já que tentando despertar uma veia pocionista em mim, Snape praticamente obrigou que invertêssemos os papéis e, diferente das outras aulas, eu preparei a poção enquanto ele cuidava dos ingredientes. Ele com certeza não vai propor uma coisa dessas nunca mais. Por mais cuidadoso que fosse, ser desastrado é algo que acontece naturalmente e que não posso controlar. Se Snape não fosse minha dupla metade dos alunos estaria na enfermaria por causa de uma explosão que eu quase provoquei.

Com a sua intervenção ainda conseguimos terminar antes da maioria dos alunos. Aproveitando a sobra de tempo, cada um voltou ao seu dormitório para deixar as mochilas e, no caso dele, pegar a mala antes de partir. A chave de portal estava marcada para ativar às 18:15, o momento exato em que conseguimos chegar aos portões do castelo.


-----x-----


-Essa é a sua casa? – foi a primeira coisa que Snape disse quando “aterrissamos” nos portões da minha casa. Quer dizer, ele terminou a viagem de portal pousando com a leveza e a agilidade de um felino, ao contrário de mim que já cheguei tropeçando e só não fui com a cara no chão porque ele foi rápido em passar o braço pela minha cintura e me apoiar. Os meios de transporte mágicos definitivamente não são para mim. – Você vive aqui, nessa casa enorme, sozinho? Não é exagerado?

A casa era realmente grande, e parecia ainda maior quando se levava em conta que eu estava vivendo lá tendo um elfo como minha única companhia, mas era proposital. Naquela casa eu tinha todo o conforto que precisava, sem chamar a atenção da sociedade mágica da Grã Bretanha por causa do montante que tinha em meu cofre. Além do mais, eu já tinha passado tempo demais trançado em lugares pequenos.

- Eu sei que é exagerado. Mas quando se passa praticamente a vida inteira trancafiado em um armário apertado tudo o que se quer é ter espaço. – respondi e torci para que ele não percebesse a pontinha de mágoa na minha voz. – Vem, deixa eu te mostrar a casa!

Abri os portões e o puxei pela trilha de cascalhos que era ladeada pelas plantas e flores do jardim frontal. Muito provavelmente tinham plantas que serviam de ingredientes para poções já que por várias vezes ele estancou no curto caminho para observa-las. Quando chegamos à porta principal, Tishy já estava a nossa espera.

- Boa noite, Mestre Seeley. Seja bem vindo de volta, Tishy contente por estar com Mestre outra vez.

- Obrigado Tishy, e já lhe pedi para não me chamar de mestre, não é? – a elfa assentiu desconfortável. – Somo amigos, me chame pelo nome. Esse – apontei para o nosso visitante – é Snape. Ele é quem vai passar esse final de semana conosco. Você pode, por favor, levar suas coisas para o quarto de hóspedes?

- Sim, Mestre Seeley. – e antes que eu pudesse dizer qualquer coisa sobre o título, ela desaparatou. Bufei ao mesmo tempo que Snape soltava um riso nasalado.

- Posso saber qual a graça? – questionei.

- Sua tentativa falha de fazer um elfo doméstico agir como um igual. – devo ter olhado pra ele sem esconder minha incredulidade com as suas palavras, porque ele logo se justificou. – Não leva a mal, acho cruel a forma como os bruxos tratam essas criaturas. Você fez por essa elfa muito mais do que qualquer bruxo faria, afinal ninguém daria roupas novas e sapatos à um elfo, mas não espere que ela te trate pelo nome. É algo que ela não vai conseguir obedecer e você vai acabar batendo na mesma tecla eternamente.

- Tanto faz. – dei de ombros. – Mais cedo ou mais tarde eu consigo convencê-la. Agora vem! Vamos jantar e depois fazer um tour pela casa pra você se habituar.


-----x-----


Depois de um jantar delicioso preparado por Tishy, arrastei-o por toda a casa. Vi seus olhos se iluminarem quando mostrei a biblioteca e um sorriso tímido, mas sincero, quando disse que tudo ali estava a sua disposição. Ele e Hermione se dariam bem. Nossa última parada foram os quartos, é só os deixei por último porque se os mostrasse antes com certeza não iria conseguir mostrar o resto já que ambos estávamos cansados.

- Esse aqui é o seu quarto, Snape. Espero que goste! – disse indicando a porta.

- Severus. – ele disse antes de abrir a porta.

- Como?

- Se vou passar o final de semana na sua casa toda essa formalidade é desnecessária. Me chame de Severus.

- Oh, certo, Severus. – o nome dele saiu da minha boca com uma fluidez que me deixou desconcertado. – Sendo assim, me chame de Harrison. – respondi, mas pensei melhor. – Harrison não, Harry. Me chame de Harry! – sorri para ele, me virei e alcancei a porta do meu quarto quando ele me chamou:

- Harry? – virei-me para ele – Boa noite!

Borboletas deram cambalhotas no meu estômago ao ouvi-lo dizer meu nome. Não faço ideia do motivo. De qualquer forma foi muito bom ouvir meu nome deixar seus lábios sem toda aquela carga de ódio que ele sempre fez questão de depositar quando era meu professor. Foi com um sentimento indecifrável, mas muito bom, que eu devolvi o cumprimento.

- Boa noite, Severus!


S.S


Confiar em Seeley estava sendo, até então, uma boa decisão.

Ontem não fizemos nada por estarmos cansados demais para qualquer coisa. E hoje, durante todo o dia ele fez questão de me manter ocupado o tempo inteiro.

Pela manhã eu o acompanhei nas suas compras. Aparentemente Tishy já tinha comprado os mantimentos, mas só os utilizados nas comidas bruxas e ele queria alguns artigos trouxas. Seria mais honesto se ele dissesse que queria mesmo era os doces trouxas. Seeley era magro de ruim! Eu nunca tinha visto um carrinho de compras com tanta porcaria quanto aquele mas não disse nada, era divertido vê-lo tão animado.

No fim das compras ele chamou Tishy e pediu para que ela levasse suas compras para casa, não antes de separar para ele – e só para ele- uma parte de suas compras. Uma quantidade quase imoral de barras de chocolate, pirulitos e balas de goma recheavam os bolsos de sua roupa, os maiores devidamente encolhidos, é claro.

Depois do almoço – onde ele recusou comida de verdade e se entupiu de fast food – ele insistiu em visitar o Museu de História Natural de Londres e eu apenas me limitei à seguir a criança hiperativa que ele tinha se tornado por causa dos doces - que ele me ofereceu e eu recusei veementemente. Não me arrependo de ter ido com ele. Foi sumamente divertido segui-lo pelo prédio e vê-lo olhar encantado para todos os lados, tentando captar o máximo de coisas ao mesmo tempo. Mas o ápice do passeio foi quando víamos os dinossauros e Seeley, sem mais nem menos, resolveu representar sua própria versão de T- Rex. Fiquei sem saber o que fazer quando o vi se aproximar de um grupo de crianças com os braços encolhidos, as pernas flexionadas e a boca bem aberta em um rugido tímido para não chamar muita atenção. Claro que tentar ser discreto enquanto se imita um T-Rex é impossível. As crianças começaram a gargalhar e a atenção das demais pessoas foi direta pra ele que rapidamente se recompôs e voltou para perto de mim com o rosto em brasas, totalmente sem graça pela brincadeira.

A companhia dele e as suas tentativas de me distrair tiveram um bom resultado. Durante todas aquelas horas minha mente estava inteiramente focada no garoto baixinho que se comportava com uma espontaneidade maravilhosa.


-----x-----


- Sente-se melhor? – ele me perguntou quando, após jantar, nos sentamos em frente à lareira na sala de estar.

- Estou mais tranquilo do que estaria se estivesse no castelo. – respondi. Apesar de ter sido um bom dia, algo muito raro na minha vida, não era o suficiente para aliviar o que eu sentia desde a conversa com Lily.

- Quer conversar sobre o que houve? – fiz que não com a cabeça. – Falar ajuda, confia em mim!

- Espero que estejas certo, Seel... Harry! – devolvi.

- Eu estou. Vamos lá, sou todo ouvidos. Qual é o seu problema?

- Potter! James Potter é meu maldito problema.

- E o que ele fez? – ele perguntou ligeiramente tenso. Não entendi.

- Dessa vez nada, por incrível que pareça. – respondi. – Mas ele sempre está no meu caminho. Sempre me infernizando, desde que chegamos a Hogwarts, e eu nunca entendi o porque. Quer dizer, em parte eu ainda não entendo, mas sei uma grande porcentagem desse ódio gratuito é por ciúmes de Lily, por saber que eu sou apaixonado por ela da mesma forma que ele também é. Mas não é como se eu fosse ter alguma chance com ela antes, agora que ela também está apaixonada por ele então... Era por isso que eu estava chateado aquele dia, ela tinha acabado de me contar. - despejei tudo de uma vez.

- Vocês brigaram? – quase revirei os olhos pela pergunta óbvia.

- Sim.

- Você e a Evans são amigo a muito tempo? – ele questionou.

- Desde antes de Hogwarts.

- E você quer que ela seja feliz?

- Sério? Que tipo de pergunta é essa? É claro que quero que Lírio seja feliz! – rebati irritado.

- Mesmo que não seja ao seu lado?

Não respondi de imediato. Esse não é o tipo de pergunta que se faz assim, de supetão.

- Eu amo Lily, tudo o que eu quero é que ela seja feliz, mas também quero ser aquele que a faz feliz. – respondi, a irritação sendo esquecida à medida que entendia o que ele queria com aquelas perguntas.

- Mas e se a felicidade dela fosse ao lado de outro? Você a abandonaria por isso? Renegaria uma amizade de anos porque ela não o quis? Corrija-me se estiver errado, mas tenho quase certeza que a resposta é não.

- Touché, Senhor Seeley! – ele tinha razão, eu jamais rejeitaria Lily, mesmo que tivesse que conviver com Potter pelo resto da vida. – Quem diria que alguém que imita um T-Rex em público seria tão sábio? – ele corou e por algum motivo gostei de vê-lo assim.


Notas Finais


Uma perguntinha pra me ajudar : vocês querem Wolfstar?

Nox!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...