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História Viajante de outro mundo - Descoberta


Escrita por: Mutekai

Notas do Autor


Agora que já tem um objetivo, o que acontecerá depois?

Capítulo 6 - Descoberta


Iniciaram uma votação para saber qual seria a opção mais votada, na qual foi aproveitar a praia, apenas Branco não votou nessa ideia, ele preferia ficar no hotel cochilando. Robert alugava uma cadeira pra ficar relaxando embaixo de um guarda-sol, se esticava embaixo da cadeira. Branco ficava deitado na areia próximo a ele. Esmeralda e Jhon se aproximavam de algumas pedras, onde as ondas batiam levemente, em outras áreas da praia as ondas estavam mais fortes, mas por algum motivo ali era mais calmo, talvez o mar fosse mais raso ali.
-Quero escalar essas pedras, parece divertido.- Dizia ela tomando a inciativa de subir em algumas delas, caminhando até a outra cuidadosamente.
Jhon acompanhava ela com mais cuidado que a mesma.
-Vai com calma, aqui é liso, pode escorregar.-
-Relaxa, deixei minhas sandálias com o Rob, descalça não escorrega. Falei certo né? Sandália..-
-Sim.. mas não, sem sandálias você não vai deixar de escorregar.- Ele franzia a testa olhando sério a comandante.
-Vou sim, já disse que me adapto não disse? Se tocar com os pés aqui, eles vão criar algum tipo de aderência que não irão me deixar escorregar nessas coisas verdes das pedras.- Comentava ela pulando para uma pedra mais afastada estava cheia de limo, porém ela não escorregava.
-Verdade, as vezes esqueço que não é humana.- Ele soltava um suspiro. - Essas coisas verdes são limo.- Ele se abaixava caminhando em uma pedra enquanto segurava na outra.
Em pouco tempo ela chegava em um conjunto de pedras, bem grandes, bem afastada da praia, dava para ver bem o mar dali. Ela se sentava ao topo de uma pedra mais oval, olhando encantada o mar.
-É lindo.- Os olhos dela brilhavam enquanto ela olhava o reflexo do sol na água.
Lentamente Jhon se aproximava a pedra oval, apenas se sentava, apoiando as costas a pedra que ela estava em cima, tentava controlar sua respiração arfante aos poucos.
-Caminhar em pedras cansa menos que eu esperava.- Comentava em tom baixo.
-Eu ouvi isso.- Esmeralda se deitava de barriga para baixo, deixando apenas a cabeça aparente, onde ela olhava para Jhon. -Te cansei foi?- Perguntava ela em tom bem humorado.
-Talvez..- Ele olhava para cima vendo os olhos verdes dela brilhantes. -Você não fica cansada não?-
-Fico, mas demora, minha seikka produz bastante energia, quando não é o suficiente para manter meu corpo eu desmaio ou fico sonolenta. Acho que acontece muito comigo por não saber controlar direito os poderes, heizianos mais experientes usam os poderes por horas sem se cansar.- Ela inclinava novamente a cabeça para o lado.
-Entendi. Sabe, você demonstra muito bem emoções, sou um bom ouvinte.. bem é o que meu comandante dizia.- Alguns flashbacks de seu comandante lhe dando ordens passavam por sua cabeça. -E pensar que eu fugi daquilo apenas para ajudar uma estranha, alguém que eu mal sabia se ia me matar. Falando até parece loucura, mas naquela hora foi o certo a se fazer, era aquilo ou iriam abrir você para estudar.- Comentava para si, mal pensava nas palavras que dizia, de tantos flashbacks que ele teve.
-Me sinto orgulhosa por conseguir demonstrar emoções ao menos na fala. Meu povo sempre foi reprimido, os sentimentos nunca importavam, apenas as ordens da rainha, fui educada a não sentir nada, mas quando vim para cá, ficou impossível, cada coisa diferente, costumes diferentes, sensações diferentes, acho que somos feitos da mesma coisa, só muda um pouco como fomos educados.- Ela se virava de barriga para cima olhando para o céu azul, mal tinha nuvens no mesmo e algumas gaivotas voavam por perto.
-Sabe, admiro sua forma de pensar, sempre muito esperta, sua mente aberta faz você aprender rápido. Com essa tal guerra imagino você como algum tipo de super herói, derrotando todos os corruptos.- A mente dele logo se organizava quando ele lembrava do corrupto no qual atirou a uns dias atrás.
-Fico aqui pensando, será mesmo que ele derreteu por completo quando toquei nele?-
-Ficou sim. Revistamos o lugar, não tinha nada, nem uma mancha, parece que ele derreteu até sumir. Agora que tocou no assunto, acertei um tiro bem naquela coisa da testa dele, lembra de ver alguma rachadura lá?-
-Não tinha rachaduras, mas talvez faltava um pedaço, um pequeno fragmento. Por que isso é importante?-
-Por que alguém pode achar o fragmento e se corromper... nossa, temos que voltar lá.- Ele se levantava levando as mãos a cabeça.
-Nem dá, a essa altura está embaixo de muita neve, não vamos encontrar nem procurando por dias. Podemos esperar a neve baixar e depois procurar.- Ela se sentava na pedra olhando o mar pensativa.
-Mas e se for tarde demais?-
-A guerra é inevitável, sempre será tarde demais. Podemos adiar, mas não fugir, vai acontecer.- A voz dela soava um tanto fria.
Ao ouvir tal voz Jhon sentia um arrepio na espinha, uma guerra? Não era bem o que ele imaginava, no fundo imaginava que seria apenas uma teoria, mas ela confirmava que era verdade.
-Mas guerra? De quem contra quem? Que exército.-
-Humanos e nós contra os corruptos. Daqui a um mês vai acontecer.- Ela mantinha o mesmo tom, que soava um tanto sombrio.
-Sério mesmo? Vai deixar a guerra acontecer? Vai botar nossas vidas em risco? Tudo isso por que uma pessoa te disse o que vai acontecer. O futuro só acontece se deixarmos ele acontecer, podemos evitar a guerra.- Ele franzia a testa, não queria acreditar que aconteceria uma guerra mesmo.
-Não vou deixar acontecer, eu vou ser a causa da guerra, tá entendendo? Vou ser corrompida e acabar com tudo.-
-Esmeralda... não vai ser culpa sua, você pode mudar tudo, pode evitar, vou te ajudar. O destino tem vários caminhos, podemos escolher qual seguir, se a guerra é inevitável, vai ter vários caminhos que levam a ela, podemos seguir o mais longo e conseguir contornar ou apenas ficar sem fazer nada e seguir o mais curto, que vai fazer tudo acontecer depressa.-
Ela se levantava da pedra, saltando de cima da mesma, dando uma pirueta ao ar, caindo lentamente, até praticamente pousar na frente dele, os olhos dela umedecidos, parecia que ela iria chorar, mesmo que a expressão fosse neutra.
-Não quero que aconteça.. quero seguir o caminho mais longos para não acontecer a guerra. Eu posso destruir eles com o toque, mas vou precisar de mais soldados, sozinha não vou conseguir, ainda mais quando não sei quantos são.- A vos dela soava muito baixa.
Jhon estava um tanto boquiaberto, ela basicamente flutuava em sua frente. Ouvia as palavras dela, parecia triste, logo abraça a mesma, na qual retribui.
-Com ou sem guerra vamos pelo menos tentar. Pra guerra ficar a nosso favor terá que treinar arduamente. Achei incrível sua habilidade de cair devagar. Consegue voar?- Perguntava afastando o abraço dela e olhando a mesma.
-Não sei.. meu corpo se ajusta a gravidade, mas acho que eu posso controlar isso, se quiser posso fingir que não tem.- Ela fechava os olhos, os pés dela saiam do chão lentamente, estava flutuando a poucos centímetros do chão. A mesma abria os olhos olhando o rapaz admirado e com um sorriso nos lábios.
-Cara, você é foda, mano, conseguiu voar. Então você controla a gravidade do seu corpo e pode voar. Exige muita coragem, pode voar mais alto?- Os olhos dele cintilavam de tão animado que estava com o “novo poder” da amiga.
-Claro, bem, não controlo ainda muito bem.- Ela subia um pouco mais ao ar, dando uma pirueta e logo fazia o contorno ao redor dele, o mesmo estava com os olhos fixos a ela.
-Muito foda, muito foda. Pensa em um pássaro, sente o vento em você. Já saltei de paraquedas me sinto assim. Vi num filme que pra voar tem que mentalizar seus movimentos de maneira que o corpo acompanha.- Comentava o rapaz empolgado.
-Entendi. Pensar, agir, ter coragem. Vou voar.- Ela olhava para cima, no qual ela subia.

Inclinava o corpo para frente, ganhando velocidade, estava indo como uma bala em direção ao mar. Se imaginava leve como uma folha, logo erguia um pouco a cabeça, flutuando bem perto da água, estava agora indo em alta velocidade para a praia. Fixava os olhos na cadeira de Robert, queria que ele o visse voar. Erguia um pouco o voo para evitar de se molhar nas ondas, logo estava próxima a areia, um pouco mais alto que algumas palmas. Agora como iria descer? Em um susto ela caia em cima das folha de uma das palmas, foi divertido, apesar do susto. Sua bunda doía um pouco pela queda rápida, ela se levantava, saltando e caindo em pé ao chão, por sorte ninguém havia visto nada para questionar, pois novamente ela caia lentamente, pousando ao chão como uma pluma. Ela corria até Robert, com a voz empolgada, acabava falando muito rápido.
-Pai, pai, eu tava voando, não sabia que conseguia fazer isso.- Ela saltava a frente dele a cada fala parecendo animada.
-Você o que?- Ele parecia confuso, não queria acreditar no que ouvia.
-Aprendeu a voar já?- Dizia o lupino impressionado.
-Sim, legal né? Você pode me ensinar a voar melhor?- Perguntava olhando para o lupino.
-Você o quê?- Perguntava Robert novamente ainda não acreditando.
-Claro que não. Não posso voar tola.- Dizia ele em um tom sério, aquilo parecia o incomodar. -Apenas se eu virar uma ave.-
-Sério? Como assim? Achei que fosse uma habilidade natural de um heiziano.- Ela parecia um pouco confusa.
-Não é. Só os seikka-verde voam. Cada seikka tem uma energia relacionada a um elemento. Seu caso é do elemento ar. Essa habilidade lhe dá o controle sobre a resistência do seu corpo ao ar. Por isso sua raça é tão resistente, não há nada mais forte e resistente quanto o ar né?- Comentava Branco de forma bem humorada.
-Acho que pedras são mais resistente.- Comentava ela participando da brincadeira dele.
-Engraçadinha. Mas entendeu. Seus poderes relacionados ao ar lhe deram mais resistência e força.-
-Claro, achei incrível. Vou aproveitar então, já estou pegando o jeito.- Ela tirava sua blusa jogava ao rosto de Robert, ficava apenas de top. Ela fazia tal ato apenas por achar a expressão dele muito engraçada. -Fui.-
-Espera, você pode voar mesmo?- Dizia Rob um tanto incrédulo, ainda fazia uma expressão de desentendido, tirando a blusa dela de seu rosto.
A mesma nem respondia, apenas corria saltando bem alto, onde ficava parada ao céu, acenava para ele e se inclinava para frente, sumindo de vista. Robert ficava boquiaberto olhando tal cena, ela realmente poderia voar. Respirava fundo relaxando na cadeira, deixando a blusa dela em seu colo.
-Ela parece tão diferente de quando a encontrei, agora não está mais assustada, parece que quer viver entre nós até. Acha que ela vai preferir voltar para seu mundo mais tarde?- Dizia o homem preocupado.
-Bem improvável. Aqui ela é tratada como um igual, mesmo que não seja humana ela se sente um deles. Em nosso planeta, não era bem assim, só éramos iguais a os de mesma cor de seikka, o resto era superior ou inferior, tínhamos que obedecer a rainha. Mesmo que Esmeralda tivesse conquistado o título de comandante, não quer dizer que ela deixaria de ser apenas uma escrava a mercê da rainha sabe? Aqui não precisamos obedecer ninguém, me sinto livre.- O lupino se confortava na areia fechando os olhos.
-Mas temos leis, não é exatamente livre sabe? Tem que seguir as leis.- Questionava Robert um tanto confuso ainda.
-Leis não são nada comparadas a ordens. Lá tínhamos até hora de ficar nos nosso lares sem sair. Não podíamos nos vestir diferente, não dava pra comer manda, mal tinha comida lá, a seikka é nosso alimento, toda a comida era da rainha. Nem podíamos dormir pois se ela chamasse teríamos que estar no mesmo instante na frente dela. Por aí vai, vivemos pra ela basicamente, acho que por ela ter nos criado, se aproveita de nós obrigando-nos a fazer tudo pra ela, alguns dizem ser gratidão, mas chamo de escravidão.- Aos poucos ele falava mais baixo, fechando os olhos, a essa altura seu focinho estava deitado ao próprio braço, seu corpo fazia um pequeno círculo, posição típica de animais adormecerem.
-Parece bem difícil. Pensando por esse lado, somos bem livres.- Rob leva as mãos atrás da cabeça fechando seus olhos também.

Esmeralda voltava voando próximo as pedras, procurava por Jhon. Ela estava parada ao ar olhando para as pedras, avistando ele ali sentado, se aproximando aos poucos.
-Hey Jhon, foi incrível. É ótima a sensação de voar, sabia que os poderes da minha seikka tem ligação com o ar? Talvez por isso que me sinto mais forte nesse planeta, tem mais ar que no meu.- A voz dela era bem animada e um tanto alta pois estava voando alguns metros acima de Jhon.
Ele olhava para cima acenando para ela.
-Que foda! Desce aqui, é difícil ouvir você daqui.- Ele falava alto para que ela pudesse entender.
A mesma acabava de lembrar que não sabia como descer, voando em direção a ele, ao ver que ela vinha o rapaz engolia em seco, deitando de barriga para baixo na pedra, levando as mãos a cabeça. Sem saber como parar, ela apenas deixava seu corpo levado pelo impulso que tomara para frente, caindo em cima da costa de Jhon.
-Desculpe, não quis machucar, não sei como parar de voar.- Ela saia de cima dele e o ajudava a levantar.
O rapaz começava a rir, parecia não se importar. Era notável alguns pequenos arranhões ao abdome e peito dele, caudados pelo impacto que o fez rapaz a área na pedra.

-Estou bem. Nem doeu, foi engraçado.- Ele dizia com um sorriso.
-Está sangrando...- Ela apontava a um pequeno corte ao abdome dele que escorria um filete de sangue.
O rapaz olhava para onde ela apontava, vendo o corte.
-Foi só um arranhão. Já levei um tiro, dói bem mais, veja só.- Ele apontava o dedo para uma cicatriz próxima ao umbigo. -Tive sorte que a bala se alojou nos músculos ai não danificou nenhum órgão, mas doeu demais.- Ele contava como um sorriso, aquilo parecia ser uma estranha lembrança boa dele.
-Vamos tratar de seus ferimentos, venha.- Ela segurava a mão dele saltando onde ela começava a flutuar carregando ele. -Nossa! Você é pesado.- Ela puxava o braço dele para cima, para que ele pudesse se segurar em si para não cair.

Ao ser pego por ela o rapaz ficava assustado, não conseguia parar de olhar para baixo. Logo usava a mão livre para envolver a mesma ao redor do pescoço dela, onde ele ficava observando o rosto da mesma, focado no que vinha a frente. Ela colocava a outra mão nas costas dele e a outra agora o soltava o braço e segurava as pernas do rapaz, estava segurando ele no colo, nem notava o rosto avermelhado dele.

-Não precisa me carregar, está tudo bem, é só um pouco de sangue.- Resmungava ele.
-Shh pare de cismar, vou levar e deu.- Ignorava ele resmungando avistando já a cadeira de Robert.

Sentia sua mão tocar a água, estavam caindo e ela nem percebia.
-Seu peso.. acho que não aguento.- Agora era ela que resmungava, deixando ambos cair a água. Ali a água é funda, Esmeralda soltava Jhon se debatendo, não sabia nadar.
Ao ver sua colega se debatendo, Jhon se aproximava dela nadando, colocando as mãos da mesma em seus ombros, tentando acalma-la.
-Shhh calma, olha pra mim.- O rapaz olhava para ela. -Relaxa, se apoia em mim pra não afundar.- A voz dele estava calma, o que servia para acalmar ela.

A mesma olhava o rapaz acenando positivamente com a cabeça. Ele cerrava um poucos os dentes, fazendo uma expressão de dor.
-Que foi?- Pergunta Esmeralda percebendo a expressão dele.
-A água salgada faz minhas feridas arderem. Mas é bom pra cicatrização. Escuta, fica apoiada nos meus ombros, quero que me use de boia, vou nadar até a praia.- Ele se virava ficando de costas para ela, segurando as mãos da mesma para que ela não solte seus ombros.
Esmeralda acenava positivamente com a cabeça, se aproximando um pouco mais dele, estava um tanto assustada, segurava firme nos ombros dele. O rapaz nadava em direção a praia, ela não o soltava, olhando o percurso, parecia fácil olhando, mas era mais complicado do que parece. Já chegavam mais a borda, onde os pés podiam ser tocados ao chão, ele logo se levantava, caminhando até a praia junto dela.
-Obrigado.- Dizia Esmeralda.
-Me deve uma.- Falava Jhon em um tom brincalhão.
Ela segurava o braço dele puxando ele para onde ela andava. Ia até onde Robert estava correndo.
-Ele se machucou, tem que cuidar dos ferimentos.- Dizia ela soltando o braço dele apontando para o rapaz.
-O que aconteceu?- Pergunta ele acordando um tanto assustado, olhando de um lado a outro.
-Cortou na pedras.- Respondia a filha.
-Não é nada de mais.- Comentava Jhonny.
A essa altura o pouco sangramento que tinha nas feridas escorria um pouco, no qual sujava ele pouco de sangue, a água ajudava o sangue a se espalhar. Ao ver o sangue Robert caia da cadeira.
-Achei que fosse mais grave, mas tomei um susto.- Resmungava ele levantando. -Vista isso, nada de ficar exibindo seu corpinho por ai.- entregava a blusa para Esmeralda dizendo em um tom brincalhão.
-Hein?- Dizia ela um pouco confusa, colocando a camisa, ao colocar ela ficava colada ao corpo, por estar molhado.
-Nada não. Vamos para o hotel, aí o Jhon pode cuidar dos seus ferimentos.- Ele fazia questão de enfatizar ferimentos como se fosse uma coisa grave, estava apenas tirando sarro de Jhon.
Não demorava muito e todos já estavam no hotel novamente, o lupino resmungava por ter sido acordado pois estava em um bom sono.
-Todos pro banho, tirar essa maresia do corpo.- Falava Robert adentrando ao local.
Esmeralda corria para o quarto de Robert, enquanto Jhon para o seu, parecia competição para ver quem pegava o banheiro primeiro. Robert apenas ria, logo se lembrava que queria tomar um banho também, correndo para seu quarto, era tarde, Esmeralda estava já no banheiro.
-Ahh sacanagem, eu queria ser o primeiro.- Resmunga de forma brincalhona.
-Eu cheguei primeiro.- Dizia ela imitando o tom dele.

Dava para ouvir o som do chuveiro, seguido da voz dela.
-O Branco me disse que os humanos tem um umbigo que a mãe se conecta a eles através dele.- Ela estava olhando para o próprio umbigo um pouco curiosa. -Mas como fazem essa conexão?- Perguntava com esperança que Robert estivesse ouvindo.

A essa altura Robert já estava deitado na cama, esperando ela sair, mas como a suíte não era muito grande, dava para ouvir as palavras dela. Logo ele se lembrava da sua falecida esposa grávida, deixando um sorriso aparecer em seu rosto.

-É algo mágico, principalmente para as mulheres. Os bebês ficam dentro da barriga delas, conectados por um tipo de cordão, chamado cordão umbilical. É nessa tal cordão que o bebê se alimenta.- Mal percebia que estava olhando para o teto com um sorriso bobo, lembrando de uma cena onde estava deitado em um gramado com sua esposa ao lado, ela estava com uma barriga arredondada, no qual ele acariciava e ambos sorriam.
Não demorava para Esmeralda sair do banheiro, com a toalha sobre os ombros, vestia um top preto e um short mais largo, já estava se aprontando para dormir ou ficar a toa em casa, pois desejava passar o resto do dia no hotel, aprendendo sobre o comportamento dos humanos. Os óculos estavam embaçados, no qual ela apertava um pouco os olhos para ver. Notava a expressão de seu pai enquanto falava, levando a mão a própria barriga e olhando a mesma.
-Mas como um bebê fica dentro da barriga?- Ela cutucava o próprio umbigo ainda curiosa com tal “buraquinho.”

-Na verdade, é como se ele fosse feito, nos reproduzimos dessa maneira, as mulheres carregam os filhos, mas dependem de um elemento masculino para pode gerar o bebê. Ou seja, se juntam um homem e uma mulher e podem prosseguir com a linhagem da família. Mas por que tantas dúvidas agora?- Sacudia a cabeça afastando as ideias da cabeça, não queria incentivar sua filha a nada, talvez não devesse falar de tal assunto.
-Pois minha raça não se reproduz, somos seres que não tem essa capacidade, não produzimos essas coisas que você fala. Algumas funções que o corpo de vocês tem no nosso não tem. Sem querer parecer superior, mas nosso desenvolvimento avançado descartou essa possibilidade de reprodução, nossos corpos são feitos para durar anos e nossa rainha cria mais de nós se assim desejar. Somos basicamente cadáveres.- Ela suspirava sentando na ponta da cama. -As vezes queria ter nascido aqui, ser humana e viver toda essa aventura maluca do mundo de vocês. Mas eu nunca serei humana, já que parece que tal função eu também não tenho.- Ela abaixava a cabeça, mesmo que sua expressão sempre fosse nula, a voz dela demonstrava uma pontada de tristeza.
Robert se sentava na cama, se arrumando para ficar ao lado dela, levando um dos seus grandes braços ao redor dela e a trazendo para perto de si.
-Não se preocupe com isso querida. Os humanos não são obrigados a se reproduzirem. Existe casais de dois homens, de duas mulheres, mas mesmo assim eles tem filhos, eles adotam. Pra ser humana não precisa ter a capacidade de reproduzir. Posso concordar que nunca será humana, mas algo pode ter certeza, você é alguém especial, melhor que muitos humanos, você não julga, você escuta, você aprende, e essa é uma ótima característica que apenas os humanos tem, pode ter o corpo diferente, mas seu coração é humano, isso é o que importa.- Ele dava um beijo a testa dela.
Os olhos brilhantes da cor esmeralda estavam fixos no pai.
-Obrigado. As vezes preciso ouvir palavras assim pra me sentir bem. O comportamento de vocês é muito diferente, acho isso interessante pois cada humano é único. Assim como eu.. mas isso em meu povo não é muito bem aceito, foi feita pra ser grande e forte e não uma estrategista. Acho que a rainha só me promoveu por não ter uma capacidade de pensar, confesso que pelo que li no banco de dados dela, ela mal sabe do que se passa no universo, está com medo, parece que quer destruir tudo que possa lhe oferecer perigo.. pera... ela estava me usando...- Ela balançava a cabeça negativamente, custava a acreditar naquilo.
-Não se preocupe, essa rainha está bem longe agora, sabe, inteligência vence força. Não importa o tamanho do oponente, se você estudar os movimentos dele e saber onde bater, você o derruba com um golpe.- Ele soltava a filha se levantando. -Irei tomar banho.- Sem demora entrava no banheiro.
Tais palavras do pai haviam feito Esmeralda ficar pensativo, ele tinha razão, ela devia usar seu melhor dom, talvez essa fosse a chave para derrotar os corruptos que estavam prestes a vir para o planeta. Logo ela se levanta, indo até sua mala, pega uma camiseta bem larga, a vestindo, quase que cobrindo seu short. Descalça ela ia até a sala, onde Jhon estava sentado ao sofá assistindo um filme de ação, onde um homem atirava em alguns bandidos.
-O que é isso?- Perguntava Esmeralda sentando ao lado dele.
-Um filme. É meio que cenas inventadas para entreter o público.- Ele tentava explicar o que era filme, sem muito sucesso, estava muito concentrado no filme para pensar em algo. Ele veste uma calça jeans e uma blusa simples branca, nos pés um tênis sem cadarços, apenas tinha uma tira em velcro.
-Tipo um vídeo.- Lembrava já ter visto vídeos na internet e pesquisado um pouco sobre eles.
-Isso, só que maior.- Os olhos dele estavam fixos na tela.
Ela logo prestava atenção no que acontecia, tentando entender como funcionava. Branco estava deitado no tapete em frente ao sofá, estava cochilando. O filme estava logo no final, logo Robert saia do quarto, com os cabelos molhados. Vestia uma calça jeans escura e uma blusa vermelha de gola polo, aos pés sandálias de dedo na cor preta com tiras grossas próximas aos dedos. Sentava ao sofá ao lado de Esmeralda, olhava de canto ela sentada tão próxima do soldado.

-Amanhã vamos para casa, agora para a minha casa mesmo, lá onde estava, na montanha é apenas uma casa de campo para relaxar, moro mesmo é na cidade grande.- Comentava testando se estavam prestando atenção, já que os olhos de ambos estavam voltados a TV.

-Estou ansiosa pra conhecer sua casa.- Os olhos de Esmeralda voltavam para ele, onde ela o olhava por alguns segundos e logo olhava para o filme novamente.
Robert entendera o recado, ela estava concentrada no filme, portanto não o daria muita atenção. Ele logo assistia junto com eles. Algumas horas se passavam, logo o filme terminava. Jhon pegava o seu notebook, que estava ao braço do sofá, havia deixado o mesmo ali para usar depois. Ele logo mostrava alguns vídeos sobre várias espécies de animais para Esmeralda, que parecia encantada.
-Pelo histórico de navegação, se amarrou mais no comportamento de animais, tenho acesso a esse site pela TV a cabo que pago, só usar meu login. Aqui tem muitos documentários bons sobre a vida de nosso planeta. É bem interessante, assisto quando estou entediado. Essa parte mais tecnológica tem aqui também, só que em outras áreas.- Enquanto ele explicava a ela mostrava, ela parecia mais concentrada no vídeo que estava rodando sobre as gaivotas.
-Deixa eu ver, quieto.- Resmungava ela tirando mão dele do touchpad do notebook, deixando o vídeo em tela cheia para que a mesma pudesse aproveitar.
Jhon dava uma risada com tal ato dela, logo deixando que ela assista o que quiser.
-É magnifico o gosto dela por conhecimento.- Comentava o rapaz inclinando a cabeça por cima dela para olhar Robert.
-Também acho. Mas não se aproveite da curiosidade dela, estou de olho em vocês.- Robert o olhava de canto cruzando seus braços.
Jhon dava uma risada.
-Nunca faria nada que ela não queria, sabe que eu respeito muito ela, principalmente o senhor.- Dizia o rapaz agora sério.
-Eu sei, mas gosto de lembrar para ter certeza.- Retrucava Robert com um sorriso entre os lábios, mesmo assim iria vigia-los.
-Fiquem quietos vocês dois, parem de falar de mim, não sou criança seus bocós. Deixa eu assistir o vídeo em paz.- Ela pausava o vídeo olhando para Jhon e depois para Robert, voltando ao seu vídeo.
Ambos olhavam por cima dela para si, começando a rir. Esmeralda olhava de canto para um e depois ao outro, eles logo se calavam. Jhon mudava para o jornal, onde estava com um volume bem baixo. Uma repórter dizia.

-Destroços de uma nave foram encontrados no alto de uma montanha, ela estava completamente destruída, porém será estudada. O exército está atrás de um pequeno alienígena verde, dizem que ele é fugitivo, quem o vir ligue para o número da tela agora. Ele é perigoso, precisamos dele viva para estudá-lo. Temos um retrato falado do nosso visitante.- Ao lado esquerdo aparecia um desenho, é uma jovem de cabelos arrepiados, tinha quatro olhos, orelhas pontudas e dentes pontiagudos. -Não estamos sozinhos no universo. O que esse ET quer de nós? Por que veio aqui? Por que ele quer destruir tudo? Ouçam agora a entrevista do comandante do exército que liderava a equipe responsável pela missão comandante Chepper.- Ela apontava o microfone a um homem alto, forte, com olhos fundos e cicatrizes na bochecha e testa. Jhon arregalava os olhos.
-Meu comandante... não acredito.-
Tais palavras faziam Esmeralda olhar para a tela, para ver do que se tratava. O comandante dizia:

-Eu capturei o invasor. Ele era muito forte, explodiu tudo e fugiu, está controlando a mente de um dos meus soldados. Pobre Jhonny, mal sabe que não passa de ilusão. Espero que esteja bem. Esse monstro do espaço não está só, ele tem um amigo que parece um lobo branco, pode mudar de forma, ou seja, pode ser qualquer um. São muito perigosos, os portos de todos os países vão fechar, temos que encontra-los. Mas o monstro verde é o pior, derreteu um pobre lagarto apenas tocando nele, foi horrível...-
-MENTIROSO...- Gritava Esmeralda, a testa dela franzia levemente.
Jhon desligava a TV.
-Hey, calma Esmeralda, o governo pediu para ele abafar a parte do lagarto provavelmente. Tem coisas que são secretas.- Dizia um tanto preocupado com o temperamento dela, nunca vira ela irritada.
-Por que inventar coisas? Fala logo que você tem medo de mim... não vou fazer mal a ninguém... MENTIROSO...- O tom dela ainda estava um pouco elevado.
-Filha... calma... não fica assim, não vão encontrar você, eres humana agora.- Robert colocava a mão ao ombro dela.
-Sou uma criminosa para seu país, agora ninguém mais vai me ver como alguém que deseja ajudar, apenas como a vilã da história... não quero ser obrigada a machucar algum de vocês...- A essa altura ela segurava a mão de Robert apertando a mesma com força, as finas sobrancelhas dela franzidas chegavam a assustar ele um pouco.
-Está me machucando Esmeralda, tens uma baita força.- Tentava dizer aquilo na brincadeira, ele engolia em seco.
Ao perceber que passou dos limites ela soltava a mão dele, vendo a mesma avermelhada. Coloca o not para o lado saltando para o colo do pai e abraçando ele.
-Não quero ser vista como um monstro. Apenas vim aqui por acidente, quero que me vejam como um amigo.- Agora já estava mais calma, porém havia se entristecido pelo fato.
-Pra mim, sempre será minha filhinha, não é um monstro, pois eles só pensam em fazer o mal, você se preocupa mais com os humanos do que eles próprios. Vê o Jhon, aquele tonto se cortou na pedra, se não tivesse ajudado ele ia infeccionar tudo e doeria muito depois. Fosse a segunda melhor coisa que aconteceu na minha vida, pois a primeira foi conhecer minha falecida esposa.- O homem dizia em um sorriso, olhando para a menor em seu colo, acariciava os cabelos rebeldes dela com carinho.
Ela inclinava o rosto para cima, olhando para o homem diante de si.
-Posso provar que eles estão errados, assim cai a ficha do Chepper. Ele vai ver só. Tudo que vai volta.- Os olhos dela brilhavam enquanto olhava para seu pai sorridente. Jhon apenas estava em silencio olhando os dois.
Robert concordava com as palavras dela, sentia como se ela fosse da família.
-Hey gente... e-eu sou órfão..- Resmungava Jhon querendo um pouco de atenção também.
-Vem cá bocó.- Ela estendia uma mão para ele se aproximar.
Robert estendia seu grande braço puxando ele para um abraço, Esmeralda sentada ao logo do pai ficava bem ao meio do abraço.
-Obrigado senhor, me sinto melhor.- Dizia o loiro sorridente.

Logo o lenhador soltava o soldado e se levantava segurando sua filha no colo.
-Você é muito leve, deve ter uns quarenta quilos acho.- Comentava colocando ela no chão.
-Não tenho tantos órgãos como vocês humanos. Mesmo que eu pareça um de vocês, não passa de apenas uma mudança na aparência. Meus órgãos tem funções diferentes dos seus, alguns que vocês tem eu nem tenho. Mesmo que meu esqueleto seja humano, a seikka modificou o corpo, meu sangue continua verde sabe?- Comentava olhando para Robert, o mesmo parecia rir.
-Não precisa justificar tudo querida, se estiver saudável não me preocupo. Você fica doente?- O sorriso dele logo desaparecia, dando lugar a um olhar preocupado.
-Bem.. considerando que doenças são causadas por bactérias ou vírus.. creio que não, meu sangue é tóxico a esses seres, não conseguem se hospedar em mim. Apenas se forem superdesenvolvidos para isso, mas somente ocorrerá se forem modificados manualmente, ou seja, alguém tem que criar um ser novo, pois nenhum deles consegue se adaptar a meu corpo, pois ele sempre muda, até a composição do meu DNA.- Estava um pouco pensativa enquanto falava, ajeitando seu óculos com uma das mãos.
-Fico feliz que não fica doente, pois não saberia se levaria para o médico, vai que né, ele tente abrir você ao meio para ver o que tem dentro.- Comenta em uma risada.
Jhon também ria com ele, Esmeralda olhava o pai inclinando a cabeça para o lado, não havia entendido a brincadeira.
-Vou comprar algo para comer. Volto em breve.- Parava de rir dizendo, da sala.
-Espero que ele traga algo gostoso.- Dizia Esmeralda esperançosa, seus olhos brilhavam.

-Hey Es, vamos testar sua força física? To curioso pra saber quanto de peso consegue erguer. Claro, se for verdade que você é bem forte.- Dizia em um tom desafiador, com um sorriso aos lábios.
-Levanto você com só uma mão.- Dizia ela imitando o tom dele.
-Prova.- Ele ficava sentado ao sofá e cruzava as pernas.
Esmeralda se aproxima dele colocando uma das mãos por baixo da coxa dele, o erguendo do sofá com apenas uma mão.
-Viu? Sou forte.- Colocava ele no lugar novamente.
-Incrível. O que mais pode fazer?- Perguntava sorridente.
-Não sei.. aprendi a usar meus poderes a pouco tempo.- Ela dava de ombros um pouco confusa.
-Você conseguiu.- Falava ele descruzando as pernas olhando a amiga.
-Consegui o que?- Se sentava no sofá olhando confusa para ele.
-Expressou indecisão. Fazer isso...- Ele dava de ombros mostrando a ela. -Quer dizer que está confusa ou não sabe o que fazer, em certos casos também quer dizer que não se importa.- Ele ficava um pouco pensativo, podia significar várias coisas dependente do contexto.
-Ahhh. Acho que eu aprendi isso observando o comportamento da sua espécie. Sabe, acho que devíamos voltar para casa, queria conhecer o local onde eu irei morar, estou curiosa. Bem... meu antigo lar era uma... err.. caverna.- Dizia olhando para o lado.
-Sério? Que primitivo, achei que fossem mais avançados.- Comentava ele simpaticamente, tentando não soar como um deboche.
-Somos... mas as cavernas são a melhor maneira de nos proteger daquele horrível sol. Chega a arder a pele, parece que queima, o desse planeta é mais tranquilo, nem arde. Fora que, nosso planeta é meio precário, temos poucos recursos, imagino que tenha sido devastado ai ela esta tentando reconstruir, mas sem sucesso, pra que adianta tantos guerreiros? Mal temos recursos para nós mesmos, nossas naves estavam cada vez menores. A seikka é nosso combustível, não temos nem maneira de canalizar a água igual a vocês, é como se a rainha preferisse impedir que a tecnologia cresça.- Estava um pouco pensativa enquanto falava.
-Talvez dessa maneira ela garanta que fiquem sempre leais a ela, e não encontrem uma maneira de destruí-la, essa rainha tem algum poder?- Agora ela Jhon que estava curioso sobre o planeta natal dela.
-Nunca vi. Mas dizem que nenhuma seikka funciona contra a rainha, parece que ela consegue desativar a energia de todas.- Ela não tinha certeza, mas foram os boatos que ouvira.

-Seu povo é mesmo estranho, eu gostei.- Falava ele com um sorriso.

-Seria ótimo se eu soubesse como ela faz pra desativar uma seikka, ajudaria muito com os corruptos.. tem que ter algum truque....- Ouvia uma voz que a interrompia.
-Não tem truque e sim jeito. Analise e irá descobrir você mesma o maior segredo da rainha.- Era uma voz na cabeça de Esmeralda, parecia a mesma voz de Shayn.
-Um truque?- Perguntava Jhon esperando que ela completasse.

-Na verdade é um jeito, talvez eu possa descobrir como, mas terei que descobrir participando de um combate.. parece que a guerra irá acontecer.- Mesmo que não quisesse que aconteça ela assim aceitaria, sentia que tudo daria certo, só não sabia explicar o por quê.

-Parece que tudo está a favor da guerra, tem noção do quanto isso é horrível? Mortes de inocentes, coisas destruídas, famílias em desespero. Já participei de uma guerra, era apenas uma briga boba de dois estados, mas eles fizeram uma guerra, por sorte vencemos e agora assinaram um tratado de paz, mas quem trará as pessoas de volta? Perdi muitos amigos.. não quero que aconteça mais uma guerra, é perigoso.- A voz dele era deprimente, estava com medo, não queria que uma guerra aconteça.
-Eu sei o quanto é grave, mas preciso lutar para evoluir, não tem como estudar o inimigo. Preciso de experiência para evitar mortes, alguns sacrifícios infelizmente ocorrerão, mas prometo proteger o máximo de pessoas que eu conseguir, só para não ver a dor dos familiares ao perder seus entes queridos.- Colocava a mão sobre o ombro do loiro, tentando consolar ele, não queria que ele ficasse triste por isso.
A porta se abria, logo Robert entrava com sacolar.
-Bora comer.- Dizia indo até a cozinha.
Ao ouvir tais palavras, Branco despertava correndo até a cozinha, esperando sentado enquanto Robert tirava a comida da sacola colocando em cima da mesa. Jhon e Esmeralda se olhavam, logo olhavam a cozinha correndo também até lá. Estava posto a mesa três hambúrguer, próximo a cada um dele um copo de milkshake, no centro da mesa havia uma bandeja de papelão com nachos e um pode de plástico próximo com um molho avermelhado. Branco se levantava ficando bípede para olhar a comida.
-O que vou ganhar?- Peguntava farejando o ar, queria comer também.
-Vou pegar sua comida.- Dizia Robert saindo da cozinha.
Pacientemente Branco se sentava ao chão esperando sua comida. Esmeralda era a primeira a sentar na mesa, escolhendo logo o copo com milkshake rosa.
-Deve ser de morango.. adoro morango...- Comentava ela observando o copo de plástico com uma tampa. Olhava para Jhon que sentava a sua frente, via ele pegar um canudo que estava próximo ao copo, tirar a embalagem de papel e logo colocar no centro da tampa, onde um buraco se abria e o canudo encaixava. Logo imitava ele, agora podia beber seu milkshake, logo bebia um grande gole. -Delicioso.- Comentava ela.
-Toma devagar ou vai doer...- Logo Jhon tentava avisar, porém via ela colocando as mãos na cabeça, ele começava a rir.
-Dói mesmo. Parece que vai congelar minha cabeça.- Dizia ela enquanto seu amigo não parava de rir.
-Es, bebe devagar, não se preocupa, já passa.- O rapaz desembrulhava o hambúrguer do papel, logo segurava o mesmo abocanhando o alimento.

Esmeralda apenas observa como ele abria o papel, fazendo o mesmo e mordendo seu hambúrguer, os olhos dela brilhavam enquanto mastigava, logo engolia para falar.
-Delicioso. A comida daqui é tão saborosa, acho que no meu planeta já provei pedras, barro, um pouco de carne de alguns animais, porém era tudo ruim. Isso sim que é comida.- Novamente ela abocanhava seu hambúrguer, apreciando aquele sabor do alimento.
Não demorava para Robert voltar a cozinha com um pote a mão, dentro dele havia ração, de um tipo com vários cubos quadrados de alguns bagos era esverdeados e circulares.
-Prova, essa é a ração mais cara e que os cães mais gostam, fará bem pro seu pelo.- Comentava ele enquanto coloca o pote ao chão.
Branco cheirava a comida logo pegando um pouco de ração com a boca, ao mastigar ele conseguia sentir o sabor, tratando de mastigar rápido para comer mais.
-Esmeralda isso é muito bom, tens que provar.- Dizia o lupino de boca cheia.
-Me dá um pouco também pai?- Dizia ela olhando para Robert, a essa altura ela haiva terminado de comer, só estava bebendo seu milkshake bem devagar.
-Não, é comida pra cão, só o Branco vai comer tá? Nesse planeta cada espécie tem um tipo de comida diferente, nem todas as comidas fazem bem para todas as espécies.-Comentava o pai enquanto se sentava a mesa para comer com eles.
-Entendi. O que é isso?- Ela pegava um nachos o observando, cheirava o pedaço e logo leva a boca, experimentando. -É bom até.. mas é esquisito o sabor.- Dizia assim que terminava de mastigar.
-Suja ele com o molho do pote e depois come.- Dizia Robert em seguida mordia seu hambúrguer.
Como orientada pelo pai, ela sujava o nachos no molho, comendo em seguida, os olhinhos dela brilhavam.
-Muito melhor agora, parece que foi feito pra mergulhar no molho.- Tratava de pegar outro pedaço e fazer a mesma coisa.
-Mas foi feito.- Dizia Jhon rindo, logo limpava a boca em um guardanapo, recém terminou de comer seu hambúrguer.
Esmeralda ficava um bom tempo degustando os nachos, Jhon a acompanhava, eles pareciam fazer competição de quem comia mais, Robert apenas se contentava com seu hambúrguer, enquanto Branco limpava seu pote e ficava sentado ouvindo eles conversando.
-Devemos voltar para casa, pelo que passou no jornal logo vão fechar os portos, estão procurando você minha filha. Se voltarmos logo não corremos o risco de ficar presos aqui, sinto falta da minha cama.- Comentava o lenhador.
-Pode ser, quer ir agora? Não temos mais uma missão aqui.- Ela dizia animada para o pai, sem demonstrar nenhuma expressão ao rosto. Logo em seguida ela olhava para Jhon. -Problema.-
-O que?- Dizia o soldado sem entender.
-Tão dizendo que eu controlei sua mente, então se aparecer lá vão te chamar de volta e fazer uma série de perguntas.-
-Verdade. Mas pode ficar tranquila, posso fingir amnésia.- Ele piscava o olho soltando uma gargalhada.
-É sério, se fizer isso apenas vai colocar lenha na fogueira, vão pensar que sou perigosa. Apenas conte a verdade, e não o que eles querem ouvir.- O tom gentil dela agora estava sério, tal assunto a preocupava muito, não queria causar transtornos naquele planeta.
-Eu direi Es. Prometo.- O loiro estendia a mão para apertar a dela, porém tal gesto não era entendido por ela, a mesma apenas olhava para a mão dele e depois para o rapaz.
-Espero poder confiar em você. Se tem algo que não perdoo é mentiras, posso ser tola de confiar, mas se quebrar minha confiança, nunca mais confiarei em você.- A voz dela estava fria naquele momento, causava até um arrepio em Jhon.
-Prometo falar a verdade Es, não se preocupe, pode confiar em mim. Estarei do seu lado sempre.- O rapaz dizia confiante, pois sempre foi um símbolo de confiança dentre os soldados.
-Vamos indo então. Espero que não decepcione minha garota rapaz.- Robert se levantava. -Vou arrumar as malas. Branco pra caixinha.- O lenhador apontava para a sala.

Branco abaixava a cabeça indo até a sala.
-A caixa não, odeio ficar preso.- Resmungava enquanto Robert tirava a caixa de dentro do quarto, abrindo ela para o lupino entrar.
Jhon e Esmeralda tratavam de jogar todo o lixo na lixeira, indo cada um para seu quarto arrumar as malas, logo iriam partir.

Não demoravam para chegar ao aeroporto, onde pegavam o primeiro voo de volta para casa. Esmeralda havia cochilado a viagem quase toda, enquanto Robert assistia a TV que estava ligada no avião, novamente Jhon jogava em seu vídeo-game portátil. Era de tardinha quando chegavam a cidade, Robert já colocava as malas atrás da caminhonete, soltando Branco da caixa para pet.
-Finalmente livre.- Ele corria ao redor do carro feliz.

Jhon e Robert caiam na gargalhada, Esmeralda apenas se encostava ao carro meio sonolenta, nem havia trocado de roupa para voltar a casa, apenas vestiu um tênis.
-Vamos logo.- Resmungava ela abrindo a porta de trás, sentando ao banco.
-Calma filha, não vou pra casa de campo, minha casa fica na cidade aqui, é perto, dá uma meia hora no máximo.- Robert logo adentrava o veículo e ligava ele.
Jhon sentava ao banco de trás.
-Pode me deixar na metade do caminho, o quartel não fica longe, devo voltar pra lá.- Ele parecia triste enquanto dizia isso.
Robert mexia ao espelho do meio voltando para a filha e vendo ela adormecida, em seguida ele virava para Jhon, vendo a expressão triste dele.
-Sabe que não precisa voltar né?- Comentava Robert logo dando a partida, já havia arrumado o espelho.
-Sei, mas devo. Alguém precisa dizer que ela não é má, que está tudo bem, não posso apenas sumir.-
-Decisão difícil.- Dizia Branco sentado ao banco da frente, ao lado de Robert.
-Pode vir nos ver quando quiser. Você é bem vindo soldado.- Falava o lenhador com um sorriso ao rosto.

-Então vou ir sempre que puder, Es adora aprender, dê uns livros pra ela, vai virar uma daquelas pessoas bem sabidas.- Um sorriso surgia aos lábios dele, parecia bem animado com a ideia.
-Vou leva-la a biblioteca qualquer dia desses, ela vai explodir de tanta coisa pra ler.- Robert falava em um tom brincalhão.
-Podíamos fazer uma festa de boas vindas a ela, como se fosse um aniversário.- Comentava o soldado.
-Ótima ideia.- Dizia o lenhador. -Vocês fazem aniversário?- Ele olhava para o lupino e em seguida para frente.
-Aniversário é comemorar cada ano que você faz de vida né? Se for isso não comemoramos.- Falava Branco olhando pela janela, já estava ficando noite.
-Que pena, mas logo irão comemorar, será uma festa dupla, para você e Esmeralda.- Dizia Jhon animado já imaginando a festa.
-Obrigado, a Esmeralda vai adorar, melhor guardar como surpresa.- Comentava o lupino.
 


Notas Finais


Olha a Esmeralda descobrindo os poderes ai gente :v


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