História Vício - 04. Chapter four: postura perdida

Voltaram para casa de Zoro juntos no final do dia após o trabalho, e Sanji tinha que admitir o quão ansioso estava para aquele "encontro" que iria ter. Mesmo sabendo que o real motivo seria a causa do seu vício, ele não deixava de animar e quem sabe, receber algo a mais.

Já Zoro estava determinado em conhecer um pouco mais Sanji, além dos limites da conversação — pois isso estava fora de jogo. Queria conhecer o outro lado do cozinheiro. E ele estava mais do que ansioso, estava quase sedento por aquilo.

A ideia inicial era ajudar profissionalmente o loiro com seus problemas com cigarro, mas acabou marcando o encontro com o especialista para outro dia e naquele em específico, só queria aproveitar. Não tinha dinheiro para algo incrível, mas com o pouco que tinha dava para comer um "rango" legal.

Sanji novamente assaltou o guarda-roupa de Zoro atrás de roupas que estivessem limpas e que combinassem com seu estilo, indo para o banheiro tomar banho. Sanji era mesmo muito vaidoso.

Zoro achava aquela vaidade interessante e gostava de Sanji assim, então esperou na cozinha enchendo a cara de cerveja — tendo a certeza de que não iria levar porre — o outro terminar seu banho para poder tomar o seu também, afinal, iriam sair e queria está pelo menos limpo para o que viesse depois.

Não demorou muito para Sanji sair do banheiro relativamente arrumado, apenas com os cabelos bagunçados e uma expressão sorridente no rosto. Ele se aproximou de Zoro ainda carregando um sorriso bonito desenhando os lábios alheios — estes que Zoro admirou por vários segundos — e esperou que dissesse alguma coisa.

— O que foi, aconteceu alguma coisa? — Zoro perguntou vendo que o outro não dizia nada só sorria. As bochechas de Sanji tomaram uma cor mais avermelhada e ele desviou o olhar, abaixando a cabeça envergonhado.

— O que acha? — girou e rodou para que Zoro pudesse ver todo o look do cozinheiro, com o improviso  de suas roupas. O esverdeado analisou e gostou do que viu, sorriu.

— Um verdadeiro ero-cook. — provocou recebendo em troca um leve tapa no braço. — Mas eu gostei do que vi! É do meu agrado.

Sanji ficou ainda mais corado e revirou os olhos pedindo para que Zoro fosse logo tomar banho, e obedeceu. Tomou um banho e se arrumou com as roupas que Sanji escolheu para ele — já que teve dificuldades em escolher uma decente —, mas estava admirado com o bom gosto.

Usando algo diferente do atual, Zoro estava realmente um galã muito diferente do que normalmente é. Até seus cabelos rebeldes ele conseguiu arrumar, apenas para aquele encontro com o cozinheiro. Claro, não estava com roupas chiques para um restaurante cinco estrelas,mas usavam roupas casuais para uma saída com os amigos para um bar qualquer. A diferença era um toque leviano de interesses em particular.

Quando já estavam prontos, sorriram um para outro e com poucas palavras, seguiram a pé mesmo até a barraquinha de tacos. Uma conversa fluía estranhamente bem e era impressionante o quanto que suas opiniões eram divergentes. Brigavam boa parte do tempo e era interessante o quanto isso acabou sendo motivo de piada depois de Sanji tomar alguns goles da bebida forte que Zoro escolheu. Dizia coisas que nunca diria sóbrio.

— Eu tenho que dizer, você é incrivelmente lindo e gostoso. Sabe Zoro, é muito curioso você não ter ninguém, tipo, olha pra você? Um homem tão... — soluçou e perdeu as palavras em sua mente quando parou para observar a imagem a sua frente. Tão bonito. — Você é tão bonito, Marimo!

Sussurrou admirado, a mente alterada, as bochechas coradas e os lábios sendo mordidos. Sanji não conseguia raciocinar direito, mas de uma coisa ele tinha certeza: não existia uma bela dama igual ao homem dono dos cabelos estranhamente verdes a sua frente.

Como um ato inconsciente, pegou um maço de cigarro e acendeu, fumando apenas para acalmar seu coração que batia rápido demais para seu gosto, como se fosse parar a qualquer momento. Zoro não esboçava uma reação negativa para aquele ato tão inocente vindo de Sanji, apesar de bêbado. Ele gostou de ser elogiado.

— Você já está enlouquecendo, ero-cook. — riu vendo o outro rir também, ainda fumando. Mas foi nesse momento em que Zoro sentou-se ao lado de Sanji, aproximou sua boca no ouvido do outro e sussurrou. — E eu acho que estou enlouquecendo junto.

Ambos eram homens adultos e sabiam o que estavam fazendo — talvez Sanji ainda estivesse alterado por causa do álcool, mas era a sua intenção desde o início: provar dos lábios de Zoro. O moreno afastou a mão que o loiro segurava o cigarro e a afastou de sua boca, impedindo que voltasse a fumar.

Olhou nos olhos azuis escuros como o profundo oceano de Sanji, e sorriu e sem pestanejar, tomou conta dos lábios alheios em um selinho demorado, explorando a superfície dos lábios alheios. Sanji fechou os olhos e respirou fundo perdendo o ar, aproveitando cada milímetro daquele contato.

Quando Zoro se separou, sentiu falta. Olhou o rosto do esverdeado, corado e com um sorriso irritante pintando os lábios, e ele não segurou menos que um sorriso também. Havia gostado. Queria mais.

— Só isso? — sussurrou, carente daquele ato tão simples. Ah, estava tão ansiosos para mais daqueles, quem sabe pelo resto da vida. Zoro soltou uma risada um tanto divertida, se divertindo com aquela carência de Sanji.

— Se quiser mais, podemos ir a outro lugar — sugeriu e Sanji sorriu, concordando com a ideia. Recebeu um selar perto da clavícula direita, e os braços de oro rodearam seu corpo o abraçando de lado. — Então vamos aproveitar cada segundo dessa noite, tudo bem?

— Claro — ousou capturar os lábios de Zoro para si, não aprofundando o contato igual a Zoro, apenas num selinho demorado e aproveitador de novos sentimentos fluindo normalmente. Sorriu.

De fato aproveitaram. 

Quando terminaram com a barraquinha de tacos, fizeram questão de passear por aí de mãos dadas dando continuidade ao encontro deles, que durou boa parte da noite com pequenas carícias e beijos — selinhos — sendo trocados nesse meio tempo. Zoro não pretendia fazer nada enquanto o outro ainda estivesse alterado do álcool, afinal, queria que Sanji se lembrasse de toda a noite.

Vendo que o outro agia normalmente e se irritava com as opiniões diferentes de Zoro, assim como queria chutar sua bunda por ter péssimos hábitos — como a falta de higiene diária —, percebeu que quando Sanji estava bêbado apenas o chamava pelo o nome e agora, usava Marimo para se referir ao outro, como normalmente.

Sabendo disso, arrastou Sanji para um canto da rua onde era pouco iluminado e poucas pessoas passavam, apenas para tomar seus lábios inteiramente para si. Beijou com afinco o loiro que parecia tão desesperado quanto, segurando a camiseta do outro com certa força tentando fundir seus corpos enquanto se beijavam e se acariciavam.

Mesmo em público, Zoro não teve dó de tocar o corpo do outro por debaixo da camisa que usava, arranhando sua pele deixando algumas marquinhas. O melhor daquele contato é ver o medo de Sanji em ser pego, mas também ver sua expressão prazerosa que queria ser pego agora.

As mãos grandes de Zoro iam descendo até pararem no cós da calça, mas não avançou. Ele apenas iria passar daquele limite quando Sanji permitir e claramente, ele estava choroso para que o fizesse, mas em um lugar mais adequado. Beijou o pescoço de Sanji e começou a provocar:

— Tem certeza de que não quer que eu te toque aqui mesmo? Você parece querer tanto isso... — soou sensual, em tom baixo, rouco e arrastado, aquela voz... Sanji estava enlouquecendo.

Ele queria Zoro ali mesmo, mas também queria Zoro em sua cama de solteiro, tocando seus lábios e seu corpo.

— M-Marimo idiota... — gaguejou envergonhado, aliás, Zoro estava o deixando sem jeito. Logo ele que sempre mantivera a postura intacta, sem vacilar em situações parecidas e menos românticas. Mas com Zoro, toda aquela postura era perdida.

Sanji não conseguia controlar seus hormônios — que agora, mais se assemelhavam a de um adolescente — perto de Zoro, e no momento em que as mãos grandes do marimo tocou seu membro endurecido por cima da calça, ele soube que não aguentaria esperar mais. Gemeu em resposta ao contato e desejou mais daqueles.

— Você gosta assim, ero-cook? — beijou o pescoço exposto de Sanji, ouvindo a respiração pesada do rapaz, e suas mãos apertando ali. Sanji gostava, sim. Apertou os ombros de Zoro e com dificuldade, disse.

— E-Eu quero... quero que me toque, M-Marimo... — gemeu bem pertinho do ouvido de Zoro, que se arrepiou com aquele ato do loiro e sorriu. Se Sanji estava pedindo, quem era ele para negar?

Sanji sabia onde estava se metendo e seu desejo era maior que a sua razão, já não se importando mais com o lugar onde estavam realizando aqueles atos pecaminosos. Ele apenas queria Zoro, nada mais. Também estava envergonhado. 

Pedindo uma coisa tão vulgar para um homem que conheceu a pouco tempo? Depender desse mesmo homem para fugir de seus problemas em casa? Acreditar nele que supostamente estava o ajudando a superar um vício iniciado desde a adolescência perturbada?

Sanji acreditava que estava sob efeito do álcool mas se lembrou também que ele havia considerado a proposta de "parar na cama" do outro. Não sabia exatamente o porquê, mas ele queria ficar com Zoro mais tempo do que imaginava. Era confortável mesmo com tantas brigas.

E Zoro, que por mais que não estivesse acostumado com a presença de mais alguém, não se importaria de ter Sanji consigo por um bom tempo. Talvez aquela "zona de conforto" fosse o bastante para querer com que ficassem juntos por um tempo.

Adentrou as calças de Sanji tocando seu membro e brincando com ele ali, vendo o outro segurar gemidos — que deveriam ser escutados por Zoro —, e sorriu apertando o membro do rapaz. Sanji gemeu sem segurar e Zoro se viu muito satisfeito com aquilo.

Não iriam além pois o local de fato não era apropriado, mas aproveitou o máximo para proporcionar prazer e ótimas sensações em Sanji, que assim que gemeu seu nome, se viu sem chão. Ele queria muito aquilo. Ele necessitava daquilo.

E então beijou. Beijou como se ele fosse embora no dia seguinte e ele precisasse daquilo mais do que qualquer outro. Tocou o membro de Sanji, masturbando-o gostoso para que gemesse mais o seu nome, e não demorou tanto para que o outro se desfizesse em sua mão.

Quando se separaram, olhou o rosto de Sanji corado e perdido, alheio a tudo e a todos. Zoro selou os lábios mais uma vez e afastou as mechas de cabelo em cima do olho direito e admirou o rosto do outro, que parecia tímido com tudo aquilo.

— Gostou? — perguntou, abraçando o corpo magro de Sanji, sendo bem recebido.

— Sim... podíamos fazer isso mais vezes... — murmurou baixinho, partindo pequeno.

— Talvez...