História Victor(ia) - Neagle - Tinta e Poeira.

Neox POV

Depois que eu expliquei e meio que comprovei pro Ashton e para uma parte do Zayn, já que ele ainda estava doidão, que o Eagle tinha virado a garota sentada ao meu lado no carro eles quase tiveram um AVC. Na verdade só o Ashton que quase teve um AVC porque o Zayn estava muito drogado até pra saber quanto é 1 mais 1.

- Meu deus! Como pode isso?! Que... Que foda! – o Ashton falou tocando no braço do Eagle.

- Foda? Porque não é você – o Eagle falou irritado.

- Você já tem TPM mano? – o Ashton brincou e o Eagle mandou a ele o dedo do meio.

- Chegamos a casa do Zayn! Ashton desova o corpo lá com a tia e eu te levo pra casa... E vocês dois quietinhos sobre esse assunto – falei e ele assentiu levando o Zayn pra fora. Eagle suspirou alto e eu o olhei curioso.

- O que foi? – perguntei calmamente e ele bateu a cabeça no vidro – Acho que nós já passamos dessa fase de nos auto espancar – falei e ele riu.

- Eu só estou com medo – ele falou se encolhendo no banco.

- Do quê? – perguntei calmo.

- De nunca mais voltar ao normal – ele falou olhando para o lado de fora.

Quando eu ia falar alguma coisa o Ashton entrou no carro. Logo ele me deu o endereço da casa dele e nós chegamos rapidamente ao local, era só duas quadras depois da casa do Zayn.

- Boa noite Neox e... Victor? – ele falou.

- Eu ainda tenho o mesmo nome cara – ele falou dando um soco no braço dele.

- Ainda continua com a mão pesada. Tchau gente – ele falou passando a mão no braço.

- Tchau – falamos juntos e ele entrou em casa.

Dei partida no carro e fui direto pra casa. No caminho eu e Victor conversávamos coisas paralelas até chegar em frente de casa. Assim que nós descemos ele olhou para a sua casa e suspirou pesado.

- Vamos Vic – falei puxando ele pra minha casa. Ele puxou as calças dele que estavam caindo também.

Já passavam das 2 da manhã e nós tínhamos que fazer o mínimo de barulho possível... Assim que eu tranquei a porta do meu quarto as calças dele caíram. Olhei para as suas pernas, elas estavam mais femininas, mas continuavam grossas.

- Calças malditas – ele falou tirando as calças dele e jogando assim como seus tênis, parecia que o pé dele ficou um pouco menor.

- Victor... Ér, o seu – apontei para a sua cueca boxer preta – Ainda está inteiro? – perguntei curioso e ele arregalou os olhos. Acho que ele ainda não tinha pensado nisso.

Ele puxou o elástico da boxer um pouco pra frente, percebi que ele ia gritar. Peguei uma almofada e pulei em sua direção, fazendo com que nós dois caíssemos no chão em cima de uma pilha de roupas. Assim com a almofada no rosto ele gritou contra ele abafando o som estridente. Assim que ele parou de gritar eu tirei a almofada do seu rosto. Ele tinha uma expressão de pânico petrificada em seu rosto e estava meio vermelho.

- Acho que isso é um não – falei e ele ficou boquiaberto olhando para o meu rosto. As suas mãos ainda se encontravam no cós da sua boxer e eu estava sentado em suas coxas segurando a almofada perto de seu rosto.

- Sumiu! Ele sumiu! Eu não tenho mais ele! – ele falou chocado.

- O que você tem então? – perguntei inutilmente.

- Eu. Tenho. Uma. Xana. – ele falou pausadamente me chocando.

- O que? – falei alto. Ele pegou a almofada e enfiou na minha cara.

- Cala a boca! Se sua mãe acordar e me ver aqui ela vai me expulsar pensando que eu sou uma das tuas negas – ele falou bravo.

- Tá, tá – falei tirando a almofada da minha cara.

- Eu só não entendo – ele falou e eu olhei com um olhar interrogativo – Eles disseram que não iam fazer uma troca de sexos completa, mas agora eu tenho uma xana. Cadê o meu pau? – ele perguntou me olhando.

- Cara não olha pra mim, eu nem sei onde eu coloco o meu celular as vezes – falei levantando as mãos em sinal de rendição.

- Tá Neox. Agora sai de cima de mim, você está me esmagando com essa sua bunda dura – ele falou e eu bufei saíndo de cima dele.

- Minha bunda não é dura – eu argumentei e ele deu de ombros.

- Vai colocar o seu pijama... E me empresta outra blusa, essa tá com cheiro de suor – ele falou e eu joguei a minha camiseta do Ramones para ele.

- Se troque seu travesti – falei fechando a porta do banheiro.

Coloquei a minha cueca boxer branca e sai bagunçando os meus cabelos.

Victor já estava deitado com a minha blusa emprestada, na minha cama.

Deitei-me também e virei-me para si e ele aninhou-se a mim.

Sentia sua respiração calma bater contra o meu pescoço, suas pernas se enroscavam mais com as minhas e ele me apertava mais contra si.

- Boa noite Neox – ele falou beijando a minha bochecha.

- Boa noite Eagle – eu falei beijando os seus cabelos.

[...]

Me remexi na cama e não senti o corpo quente de Eagle embaixo das cobertas. Abri os olhos na hora e olhei para o local onde o pequeno corpo estava antes, havia apenas os lençóis. Olhei para o relógio, eram 7:00... Eu dormi só 3 horas. Que maravilha! Nem a minha mãe acorda tão cedo num S-Á-B-A-D-O. Olhei em volta e não o achei. Levantei-me e coloquei uma bermuda que estava jogada no chão.

Comecei a procurar ele pela casa, quando eu cheguei na cozinha estava ele sentado na bancada tomando café com bolacha.

- Você não faz ideia do susto que você me deu – eu falei colocando a mão no peito.

- Desculpa, eu tava com fome – ele falou levantando um pacote de biscoitos.

- Tudo bem – falei me sentando ao seu lado.

Comemos as bolachas e o café, assim que terminamos de comer nós voltamos ao meu quarto. Ele se jogou na minha cama e eu ri.

- Minha cama é confortável? – perguntei me jogando ao seu lado.

- Super – ele falou se levantando e subindo em cima de mim.

- Eu sou mais confortável? – perguntei olhando para ele deitando sobre meu peito.

- Mais do que você imagina – ele falou se aninhando mais ao meu peito.

Ficamos um bom tempo sem falar nada, eu pensei até que ele tinha dormido em cima de mim, quando ele apoia o queixo em meu peito e me olha nos olhos.

- Neox, eu estava pensando, onde é que eu vou ficar agora? – ele perguntou se sentando na minha barriga.

- Como assim? Você não vai contar pra sua mãe que você, er, virou uma... – ele me interrompeu.

- Você viu a reação do Ashton... E parcialmente do Zayn? Eles quase tiveram um ataque cardíaco! A minha mãe já tá velha, quando ela ver que eu virei uma mulher ela vai ter um infarte! – ele argumentou. É, a primeira reação deles foram dizendo que eu estava drogado, depois de uma boa e longa discussão eles perceberam que era o Eagle mesmo... Aí eles tiveram um AVC.

- Isso não seria nada bom – eu falei – Fique aqui então – falei sorrindo de canto.

- Imagino que a tia Lottie não vai gostar de ver uma “amiga” sua todo dia na sua casa, eu teria que ficar para dormir e ela perceberia que tem alguma coisa errada – ele argumentou e eu concordei.

Acho que a minha mãe só não fala que eu tenho um caso com os meus amigos porque eles já não vêm muito na minha casa, porque se viessem eu ia ter amantes para dar e vender.

- E o que você tem em mente? – perguntei e ele encolheu os ombros – Vamos pensar – falei colocando a mão no queixo. Ficamos uns 10 minutos apenas no silêncio, pensando numa solução, quando...

- Já sei! – falei e ele até se assustou.

- Fala – ele pediu com a mão no coração. Sorri travesso e ele me arqueou uma das sobrancelhas.

[...]

- O galpão da sua casa? Isso é sério? – ele perguntou puxando os shorts jeans que eu tinha emprestado pra ele.

- Tem alguma ideia melhor? – perguntei tirando a minha bandana e dando pra ele usar ela de cinto.

- Não e... Você não tem nenhum cinto? – ele perguntou amarrando a bandana nos shorts.

- Não. Agora vamos arrumar essa budega, que às 15:30 isso já tem que estar pronto – falei destrancado o cadeado da porta do galpão.

Assim que a porta foi aberta, eu juro pra vocês que só faltava um mendigo sair de lá correndo e gritando “Liberdade!!”, porque até os restos mortais de um rato saiu de lá carregado por aranhas e baratas. Eu olhei boquiaberto para porta e depois para o Victor, que se encontrava na mesma situação.

- É, tô indo! Vou lá pra praça virar um mendigo – ele falou fechando a boca e dando meia volta. Agarrei seu braço e puxei ele de volta.

- Vamos Vic – falei fazendo cara de cachorrinho.

- Cara ali de dentro só falta sair o espírito da minha bisavó Doroti, pelo amor de Deus! – ele falou apontando para a porta.

- Vamos logo Victor, para de ser mulherzinha – falei sem nem pensar e ele me olhou sarcasticamente.

- Não dá – falou apontando para si mesmo.

- Para de frescura e vamos – falei empurrando ele para dentro do galpão.

Começamos tirando tudo que estava jogado e espalhado pelo galpão. Assim que ele tirou um tapete enorme lá de dentro uma quantidade enorme de pó se espalhou e subiu pelo ar.

- Poeiraa ahaaa! Poeiraaa-aaa! Poeira! Levantou poeiraaa! – ele cantarolou no meio da fumaça de poeira. Comecei a tossir um pouco, mas logo a poeira abaixou e voltamos a arrumar tudo.

- Toma! Leva esses pedaços de madeira lá pra fora e acabamos com as coisas aqui, aí é só tirar o restante do pó e pintar as paredes – ele falou me entregando uma pequena pilha de madeiras velhas.

Eu estava terminando de colocar as madeiras no chão na frente da porta do galpão quando eu ouço alguém me chamar.

- Olá Neox! Fazendo faxina? – ela me perguntou com um cesto de roupas na mão perto da porta da lavanderia de sua casa.

- Ah, oi tia Key. Sim, eu tô limpando o galpão com a minha melhor amiga – eu tinha ensaiado esse discurso para caso da minha mãe ou a Lara viessem me perguntar o que eu estava fazendo.

- Oh, sua amiga? Cadê ela? – ela me perguntou.

- Ah, ela está aqui – eu falei olhando para dentro. O Eagle fazia uns movimentos estranhos, tipo, pular, balançar as mãos... Será que ele estava tendo um chilique?

- Chame ela quero conhecê-la – ela pediu. Foi aí que eu entendi... O Eagle ainda estava com o rosto meio masculino, se a Key viesse ela provavelmente perceberia que ela era ele.

- Ela está ocupada – falei olhando para dentro do galpão de novo, ele estava fazendo um sinal positivo. Acho que era isso que eu tinha que falar.

- Vamos, por favor – ela pediu com a carinha de cachorrinho.

- Tá, só um minuto – falei para ela que assentiu. Eu entrei no galpão.

- Você tá louco! Se ela me vir assim ela vai ter um treco! – ele sussu-gritou.

- Ela tá fazendo a carinha de cachorrinho! Eu não sei como driblar a sua mãe! – sussurrei para ele que bufou. Ele olhou pro lado e sorriu.

- O que foi? – perguntei baixinho.

Ele foi até a prateleira de ferramentas, lá no alto tinha uma lata de tinta com a tampa meio aberta. Ele tirou a tampa e colocou a lata na beirada da estante, e simplesmente, puxou de proposito e toda a tinta branca caiu sobre ele.

- Agora vai lá – ele sussurrou apontando para o lado de fora.

- Tia essa é a minha melhor amiga... Er... Victoria – falei e eu senti o olhar do Victor me queimar.

Ele apareceu na porta, todo sujo de tinta. A Key olhou para ele de olhos arregalados.

- Meu seus o que aconteceu com você querida? – ela perguntou impressionada.

- Hãn... E-Eu estava tirando as latas de tinta da estante e aí uma delas caiu em cima de mim – falou numa desculpa impressionante.

- Nossa, você não vai se limpar? – ela perguntou um pouco curiosa.

- Não precisa, nós já estávamos terminando aqui, aí eu tomo um banho depois... Não é Neox? – perguntou para mim e eu assenti.

- Hum... Tudo bem. Ah! Neox você viu o Eagle? – ela me perguntou. Eu o senti ofegar um pouco ao meu lado.

- Não, ele deve estar bem, não se preocupe. Tchau tia – falei e ela sorriu entrando na casa.

- A gente tá fudido – ele confirmou ao meu lado limpando o rosto na camiseta velha que eu emprestei pra ele.

- Vamos terminar logo de arrumar esse galpão – falei empurrando ele pra dentro do galpão de novo.

Depois de limparmos e pintarmos o galpão (quando eu digo pintamos, foi na base de guerrinha de tinta... A parede ficou linda toda respingada de tinta de várias cores, mas tudo bem, ninguém entra lá mesmo) Nós entramos, principalmente ele, completamente sujos de tinta.

- Tem tinta até dentro no meu nariz – ele falou assoando o nariz com um lencinho... O lencinho branco ficou roxo.

- Eca! Tem tinta dentro do meu ouvido! – falei tentando tirar a tinta de lá de dentro.

- Vocês dois estão sujos de tinta! Agora os dois para o banho, se arrumem e venham almoçar! – minha mãe gritou da janela da cozinha.

Entramos dentro de casa com muito cuidado pra não esbarrar em nada. Nós dois já estávamos indo para o meu quarto, quando a Lara chama o Victor.

- Querida, vem tomar banho aqui. Eu te empresto algumas roupas minhas – ela falou com um sorriso simpático. Ele me olhou e eu assenti.

- Vamos, vamos! Somos mulheres você não vai querer ficar com o tapado do Neox – ela falou puxando o Eagle pro quarto dela. Ele me olhou suplicante e mexeu os lábios num “socorro” silencioso. Apenas dei tchauzinho pra ele e entrei no meu quarto rindo da cara dele.

[...]

Já fazia quase duas horas que o Eagle estava com a Lara dentro daquele quarto. Caralho! Porque mulher demora tanto pra se arrumar? É algum tipo de segredo entre elas?

Eu já tinha até almoçado e estava esparramado pelo sofá assistindo “Um Maluco no Pedaço”. Eu estava rindo da dancinha do Carlton, quando eu ouço o barulho que a escada faz quando tem gente descendo ela. Olhei em direção a escada e a cena que eu vi fez o meu coração acelerar.

Estava o Eagle na sua versão feminina 2.0. Ele estava com um moletom preto, uns shorts e de touca. Tudo bem feminino, tudo tão simples e fofo.

- Neox?!! – a Lara gritou do meu lado, enquanto eu ainda encarava o Eagle.

- Que é?!! – gritei de volta e ela cruzou os braços.

- Eu já te chamei três vezes!! – ela gritou.

- Que é então?!! – gritei.

- Tá babando – ela falou fingindo limpar a boca. Apenas revirei os olhos – A Victoria ficou linda não é? – Lara falou toda alegre. Victoria? Ele tinha usado o nome que tinha inventado pra enganar a minha irmã também... Que maneiro!

- Sim – eu falei sem pensar e a Lara me lançou um olhar malicioso, apenas ignorei isso.

- Então... Eu tô com fome – o Victor se pronunciou pela primeira vez.

- Claro. Vamos comer – a Lara arrastou ele para a cozinha.

Depois que voltaram, nós três ficamos assistindo TV até a minha mãe chamar a Lara pra ela ajudar com não sei o que. Olhei para o Eagle e ele sorriu de canto.

- Como foi com a minha irmã? – perguntei e ele sacudiu a cabeça.

- Descobri que eu e ela temos o mesmo número de roupa e sapato, que verde com rosa é brega, que se você não pode usar duas estampas num mesmo conjunto e que unicórnios combinam com a minha cara – ele falou tentando não rir e eu comecei a rir.

- Awn que fofo! – falei e ele riu junto comigo – Posso te chamar como ela ou de Victoria? – falei e ele me deu um tapa na cabeça.

- Ainda bem que ela me emprestou essas roupas as minhas e as suas ficam caindo – ele falou meio triste.

- Vem, vamos! – falei me levantando do sofá.

- Vamos aonde? – ele perguntou se levantando do sofá também.

- Mãe, eu e a Victoria estamos indo no shopping voltamos antes das 20:30. Não precisa fazer a janta pra gente, a gente vai jantar lá! – gritei pegando a chave do carro, a minha carteira e carteira dele.

- Tudo bem – ela gritou de volta. Abri a porta e dei espaço para ele.

- Você ainda não me respondeu. Eu posso te como ela ou de Victoria? – perguntei novamente enquanto ele ia pra fora.

- Tá, tá! Pode! – ela falou.

- Então vamos, Victoria – falei e ela revirou os olhos.