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História Vier Monde - Bolo de Nozes


Escrita por: bullshift e markie

Notas do Autor


OI AMORES! Dessa vez não demoramos tanto, certo?!
Esperamos que vocês gostem do capítulo que foi escrito com muito carinho!
Leiam com calma, ok? Ele é mais grandinho <3

Perdões por possíveis erros desde já e boa leitura!

Capítulo 17 - Bolo de Nozes


Fanfic / Fanfiction Vier Monde - Bolo de Nozes

Mesmo que tentasse se distrair com a televisão, ainda estava preocupado.

As cenas da noite em que ele e Jungkook aprofundaram mais seus toques não saíam de sua mente e, por isso, ficava desconfortável. Quer dizer, ao que tudo indicava o Jeon estava um pouco chateado consigo? Parecia que Jimin havia passado dos limites, mesmo que não os conhecesse ainda.

E por isso estava tão acanhado, quieto, olhando vagamente para a televisão da sala de seu amigo, Seokjin. Era seu dia de fazer um item de sua lista de desejos com ele e, por isso, estava ali, esperando que o mesmo terminasse alguns assuntos pessoais. Tomou aquele tempo então para pensar e refletir, mais uma vez, nos acontecimentos daquela mesma noite. Seus pelos se eriçaram só de se recordar do modo como estava próximo de Jeongguk, a velocidade com que seu corpo se esquentava.

Nunca havia se sentido tão… quente. E era como se não fosse o suficiente o que faziam, Jimin sentia que precisava de mais. Céus, era tão estranho.

— Chim? — ouviu a voz baixa do dono da casa, fazendo-o virar-se, sentindo as bochechas que estavam quentes por culpa dos pensamentos se tornarem mais vermelhas ainda. — Tudo bem?

— Sim… Sim! — respondeu, se levantando de imediato. — Já terminou de resolver suas coisas, Jin?

— Hm… Sim! Você tá preparado? Acho que vai achar divertido. — comentou, risonho. Seokjin parecia mais animado que a própria ninfa. — Venha, vamos ajeitar os preparativos.

Desde o dia que Jimin contou que gostaria de aprender a cozinhar, Jin prometeu a si mesmo que ensinaria o mais novo. Então, quando a ideia de lista do alaranjado surgiu, não houve outra:

 

2. Cozinhar junto com o Jin.

 

Foram até a cozinha, o loiro cantarolava qualquer música enquanto vestia seu avental cor-de-rosa, sorrindo. Buscou entre seus vários até que achasse um menor, de flores, passando-o pelo pescoço do Park. Um avental florido para um ser da floresta, fazia sentido, certo? Ambos então lavaram as mãos e, juntos, apoiaram-se como duas meninas sobre o balcão da mesa, folheando o livro de receitas antigo do mais velho.

— O que você tem em mente, ChimChim? — Jin apoiou o queixo na mão, sorrindo. — Doce ou salgado? Pode até levar para casa depois!

Continuou olhando as imagens coladas nas folhas do caderno velho até que uma luz se acendeu sobre sua cabeça, fazendo-o quase sorrir. Poderia levar para casa, então… Poderia dar de presente para Jeongguk, certo? Quer dizer… Ele ficaria menos bravo consigo, não?

— Kook gosta de doces, não é? — perguntou, era como se pensasse alto. Deslizou seus dedos pelo queixo, encarando o caderno de receitas antes de fitar Jin. — E se… E se fizéssemos um bolo?

— Para o Jungkook? Você quer fazer um bolo para ele? — o loiro questionou, vendo o rosto do mais baixo ficar ainda mais vermelho. Jimin então assentiu freneticamente. — Você é tão fofo, ChimChim…

Fez um bico quando viu o mais alto rir do modo como ficou ainda mais vermelho. Era possível? Deveria parecer um tomate, então. Estava tão… envergonhado? Sim, essa era a palavra que o ensinaram. Estava envergonhado por tudo o que pensara, por tudo o que Jin dizia e, principalmente, por querer agradar Jeongguk.

Resolveu ignorar o calor em suas bochechas, seguindo os passos muito bem colocados pelo Kim. Deveria lavar as mãos, erguer as mangas de sua camisa listrada até os cotovelos e tentar, ao máximo, manter seu cabelo longe de todo e qualquer tipo de ingrediente. Até aí lhe parecia fácil, Jimin já havia visto seus amigos cozinhando, era como se já tivesse aprendido algo enquanto apenas observava.

— Acho que um bolo pode fazer ele mais feliz e voltar a falar comigo direito… — o baixinho pensou alto enquanto perdia-se nas ilustrações do livro – afinal não entendia nada daquelas letrinhas –, mas somente o notou quando enxergou o semblante interrogativo do mais velho.

— Vocês brigaram? O que aconteceu?

— Eu… só não quero que ele pare de me amar. — o tom foi baixo, a expressão se tornando preocupada e melancólica. — Ele não me deixou marcá-lo, Jin… Fazemos isso com pessoas que amamos, não? Ele não me ama mais? Aliás,  ele nunca me amou?  Afinal, ele vive por aqui e conhece tudo o que se faz quando se ama alguém… Acabo sempre descobrindo a maioria das coisas pelos outros.

Seokjin, ao escutá-lo, respirou fundo virando seu corpo em sua direção.

— Não é bem assim, Jimin, e você sabe disso… — respondeu devagar, cauteloso, por não querer parecer grosso ao corrigi-lo. — Você está vivendo tudo o que aprende principalmente com ele. Há algo que você precisa entender sobre essa relação, ChimChim. Não é apenas você que está aprendendo por aqui, sabia?

— Não?  — existia um bico nos lábios róseos.

— Claro que não… Pense bem, você é uma ninfa; nós nunca vimos uma ninfa antes além de algumas imagens por livros ou ainda quem sabe pelo celular. Jeongguk sempre foi um garoto mais tranquilo e meio tímido,  talvez o que ele sinta possa ser grande demais,  assim ele precisa se afastar para pensar ou coisas do tipo. Mas, uma pergunta, da onde você tirou isso de marcá-lo?

— Foi o Nam hyung que me explicou...  — Jin se arrependeu no minuto de pergunta, havia se esquecido do fato constrangedor do chupão em sua pele. Não sabia se deveria bater ou tentar discutir mais tarde.

— Bem, o que eu quero dizer é que do mesmo jeito que você sente coisas novas, toques diferentes, existem pessoas que sentem receio. Você é muito bonito e Jeongguk talvez só esteja com medo de se comportar mal com algo parecido, de dar ensinamentos dos quais talvez você não necessitasse. O nosso mundo não é tão puro quanto o seu, Jimin…

Daquela forma, parou para absorver as palavras como de costume. Tentava colocar as frases em ordem, de uma maneira mais simples. Um mundo que não é puro… Mas… por qual razão? Tudo por ali era tão bonito; um universo claro, com comidas deliciosas, pessoas legais, atividades legais, uma imensidão de dúvidas… Era difícil imaginar a presença de impurezas. No entanto, por outro lado, até que conseguiu entender o que Seokjin queria dizer perante Jeongguk. Deveria ser como a primeira vez que tentou beijá-lo. Quando avançou sobre ele, o moreno também afastou-se e lhe perguntou o que estava fazendo, justificando-se por ser algo inesperado. Jimin teria que avisá-lo antes?

— Mas, hm, veja, não precisa ficar pensando nisso, o amor é algo muito forte para acabar de uma hora pra outra, ok? Além disso, vocês são novos, há tempo para resolver tudo… Apenas eu que sou velho, e estou ficando cada vez mais velho, que preciso me preocupar com coisas assim… — Jimin não pôde ignorar a mudança repentina do humor de Jin.

— Você não gosta de se ver envelhecer? — indagou curioso, pendendo a cabeça para direita.

— Não é bem isso… Na verdade nem eu sei explicar. É estranho ver que daqui a pouco eu estarei com uns trinta anos, não sei quantos ciclos isso fica pra você, mas…  Fico pensando se o Nam me largaria por eu ser velho. Chega a ser um pouco… assustador.

O amor é algo muito forte para acabar de uma hora pra outra, não foi como você disse? E… Envelhecer é algo que todos nós fazemos, ora! Eu estou envelhecendo agora mesmo e quando minha lua terminar eu já vou estar um ciclo mais velho! Mamãe e Papai sempre disseram que eu poderia aperfeiçoar minha caça quando eu ficasse mais velho e isso é tão legal!

O Park deu risada, notou que fora acompanhado pelo maior, mas ainda assim não era aquilo que ele precisava ouvir. Tentou imaginar-se frustrado à medida que envelhecia, porém não compartilhava do mesmo pensamento. Para ele, observar os anos passando era um tanto gratificante e não algo chato e fontes de expressões tristes. Mordeu o lábio inferior conforme Jin voltava a passar as páginas em busca de algo interessante, pensativo.

Observava atentamente o que ele fazia, vendo-o ler as receitas que passavam. Jimin sabia que Jin entendia a ordem das letras, até mesmo queria saber como eles faziam aquilo, mas Hoseok o explicou o quão demorado poderia ser para se compreender realmente. Então ele deixou de lado, ansioso para saber o que Jin poderia escolher para que fizessem.

— O que você acha deste, Chim? — o mais velho apontou para uma das folhas onde havia uma imagem de como o bolo deveria ficar. — Tem castanhas, chocolate e chantilly, mas é simples de fazer... Jungkook gosta bastante de bolos deste tipo.

A ninfa então pareceu pensar. Esfregou o polegar no queixo e suspirou, a foto era muito bonita, parecia extremamente apetitoso. E… Se Jin dizia que Jungkook gostaria, por que não tentar?

— Eu gostei desse, Appa. — sorriu, passando os fios de cabelo para trás da orelha. — Quero fazer esse.

Seokjin gostou da determinação vinda do mais baixo, acabando por sorrir. Achava muito fofo o modo como ele se empenhava para agradar o guarda-florestal, sabia que ambos nutriam o mesmo sentimento apesar de todos os desentendimentos.

E, bem, isso o lembrava do modo como ele e Namjoon eram. Continuavam assim, na realidade, mas todo o fogo da paixão era algo que já acalmava dentro de ambos, dando espaço para todo o amor que sentiam. Porém, não conseguia deixar de sentir o medo que a idade lhe trazia. Não conseguia simplesmente fingir que ser mais velho do que o outro Kim era algo tranquilo para si. Quase arrancava os próprios cabelos quando pensava nisso.

— Aqui nessa tigela nós vamos quebrar quatro ovos. — apontou para onde estava o recipiente fundo. — E depois é só adicionar as quantias certas de xícaras e colheres de trigo, óleo, açúcar.

Jimin olhava tudo atentamente, como se memorizasse aquilo.

— Certo, mas… é seguro usar ovos? — questionou, Jimin ainda possuía suas dúvidas. — Eles estão quase chocados ou…

— Não, não! — Kim soltou uma risada, havia esquecido que para o Park tudo era diferente. — Eles estão crus, então não iremos matar pintinhos e nem nada do gênero. Não se preocupe. Céus… Em pensar que Namjoon já me perguntou isso um dia.

Jimin acabou sorrindo, estava envergonhado, mas adorava quando via um de seus amigos citando o outro na conversa com um sorriso quente como aquele nos lábios.

— Você gosta muito dele, hyung. E eu sei que ele gosta de você também, então… Não precisa ter medo. — falou baixo, repetindo o que Jin fizera com o primeiro ovo. Não era tão difícil quanto parecia.

Melou a ponta dos dedos, mas quebrou o resto dos ovos (juntando as cascas que às vezes caíam junto) e correu até a pia, limpando-se.

— Eu sei, mas… Ah, estou confuso. — preparou uma xícara de trigo, virando-a onde estavam os ovos. — Aqui onde moramos, é quase um costume achar que ser velho é ruim, entende? E… Bem, nós ficamos cansados e fracos, muitas vezes as pessoas mais velhas e cansadas são trocadas por outras mais novas, amorosamente falando.

Adicionaram o trigo e, enquanto Jin mexia, Jimin tentava ligar as informações em sua mente.

— Trocadas amorosamente? — perguntou, sua cabeça quase fez um nó.

— Sim… Algumas pessoas se cansam de ficar apenas com uma, sabe? Elas param de se amar e vão tentar amar outras. — encheu a mesma xícara com açúcar, o despejando junto na mistura. Checou quantas colheres de óleo deveria colocar e ergueu o talher, esperando que o Park colocasse a quantia certa ali. — Por ficar mais velho, tenho medo que isso aconteça comigo e Namjoon. Sabe, ele é mais novo, é tão inteligente… Namjoon poderia arranjar qualquer pessoa neste mundo, ele é perfeito.

O rapaz de fios alaranjados sorriu, gostava do amor palpável de Seokjin.

Ficou em silêncio, digeria tudo o que o outro falara e, bem, era um pouco confuso. Não sabia que o amor poderia acabar, na verdade Jimin acreditava que fosse eterno, assim como era dito na floresta. E então focou nas coisas que o loiro falara depois, vendo que ele estava com medo de que o amor entre ele e Namjoon acabasse. Jimin, particularmente, achava ser impossível.

— Sabe, Jin. — começou, entregando o resto dos ingredientes que ele pedia. — Na floresta costumava existir um ancião e, tipo, ele era muito, muito velho. Todos nós somos considerados crianças por lá, sabe? Mas ele tinha a idade de Papai e Mamãe juntos! Ou mais! Shinji era realmente muito legal. Quando nós tínhamos alguma dúvida, era mais fácil perguntar a ele, assim como agora eu pergunto para vocês. — viu a atenção de Jin colada em si, ele até mesmo parara de cozinhar. — Shinji era tão inteligente que às vezes nós apenas queríamos ouvir as aventuras que ele viveu e, nossa, ele é uma tartaruga! Ele sempre nos dizia que a vida pode não ser eterna, mas os momentos que nós vivemos são, as pessoas que passam por nós são, pois cada uma deixa um pedacinho grudado na gente, perto do coração.

O mais velho ficou sem palavras, apenas encarava o outro com um meio sorriso nos lábios e um aperto no peito. Como podia ser tão… bobo? Sentir medo de envelhecer era extremamente bobo, oras, todo mundo fica velho um dia.

— Devemos agradecer por termos experiências boas ao decorrer da vida, né? Envelhecer é natural! — Jimin sorriu e seus olhos se tornaram dois pequenos riscos. — E, bem… Se você está velho, hyung, continua muito bonito. Nam-hyung com toda certeza também deve achar isso.

A ninfa então voltou sua atenção para a tigela, misturando a pasta que estava ali com alguns pedaços de castanhas que apareciam vez ou outra. O cheiro era maravilhoso.

Por sua vez, o loiro ao seu lado sorria abobado, quase arrependido de ter pensado daquela forma. Jimin era tão precioso e, sim, ele estava certo no final das contas. Não tinha porque temer tanto, não é?

— Está quase pronto! — falou animado, despejando a massa na forma onde assariam. — Você vai me ajudar com a decoração depois?

Viu o alaranjado sorrir, estava feliz por vê-lo feliz, diferente de quando chegou em sua casa.

— Sim! — sorriu abertamente, abraçando Jin logo depois. — Muito obrigado, Appa!

— Obrigado você, ChimChim, de verdade.

Jimin achava que eram os rapazes o ajudando a entender o mundo humano, mas… com sinceridade, era ele quem os ajudava a entender o próprio mundo.

Logo, já fazia um tempo que Jimin e Seokjin terminaram o bolo escolhido e passaram a vez para uma torta alemã. O alaranjado havia se interessado por todas aquelas coisinhas redondas das quais se chamavam de bolachas. Aparentavam ser gostosas na mente dele e, como determinou que o bolo seria exclusivamente para Jeongguk, sugeriu que fizessem outra coisa para comerem também. Até porque todo o esforço deveria ser recompensado e alguns garotos marcariam presença, mesmo que por poucos minutos, no apartamento onde, agora, Namjoon e Seokjin moravam. Depois do grande debate que tiveram outrora, o loiro resolveu arriscar suas fichas naquela proposta e morar com o namorado. Até que, no fim, não obteve o tanto de problemas que imaginou que teria, mesmo que ainda não fossem inexistentes.

Aquele dia com o mais velho havia sido mais um para se relembrar, sem sombra de dúvidas. Jimin não tinha passado tanto tempo a sós com o maior antes e fazer doces com o mesmo já tornou-se uma das melhores coisas que pudesse ter colocado em sua lista. Naquele minuto em especial estavam acomodados na cozinha, deleitando-se com o sabor do chocolate derretido. Jin avisou segundos atrás que Yoongi, Namjoon, Jeongguk e Hoseok já estavam próximos e que não demoraria para baterem à porta, trazendo, simultaneamente, um nervosismo assustador ao âmago da ninfa.

Jeongguk voltaria ao normal com um bolo? Ele lhe trataria com tanta simplicidade como das outras vezes? Talvez continuasse com aquela expressão boba novamente… Jimin não poderia prever, não possuía deste poder – por diversos momentos sentiu-se frustrado por não ser uma ninfa aos níveis dominantes de magia, mas era obrigado a contentar-se com tal –, somente aguardar e torcer para que tudo desse certo. Não queria que aquele clima estranho os pairasse mais um dia.

Como anteriormente dito, realmente não tardou para que chegassem praticamente juntos. Avistou Namjoon aparecer primeiro, cumprimentando-lhe e beijando o loiro, sendo seguido por Yoongi que bagunçou seus fios suavemente, Hoseok do qual abraçou seu torso rapidamente, todos reagindo calorosamente ao verem o doce completamente decorado acima da mesa. A risada do Park repercutiu o ambiente com as reações exageradas, mas ainda havia Jeongguk para chegar.

— O Kook não veio com vocês? — indagou, aceitando um guardanapo do rosado, indicando-lhe a boca suja de chocolate.

— O chefe o telefonou, disse para irmos na frente. Daqui a pouco ele aparece.

Ao ouvir, o menor abaixou o olhar, mordendo seu inferior sem reparar de fato. Conseguia ouvir as batidas incessantes de seu coração por todo o corpo, as mãos começavam a suar. Em algum momento oportuno deveria perguntar para Suga se existia um modo de amenizar aquelas reações involuntárias causadas pelo amor, por ora apenas contentou-se em balançar a cabeça positivamente ao loiro – ele dizia que tudo daria certo, que o Jeon gostaria do bolo – e respirar fundo. Pela janela já enxergava a escuridão da noite, tendo alguns flashbacks da floresta, lembrando-se da vez em que seu pai lhe acompanhou numa caça pelos vilarejos no auge da lua cheia. Sentir falta dele, sentia falta do seu mundo em si, mas estava tentando passar mais tempo com os garotos pois após a transição não teria como comunicar-se da mesma forma e teria o restante de sua vida para viver ao lado de sua família. Não faria mal algum esforço, não?

— Essa torta está uma delícia, Jin Hyung. — Hoseok elogiava ainda de boca cheia, tampando-a com sua destra. Ele sentava-se ao lado do Kim enquanto o Min repousava ao lado do ruivo alaranjado. Eles pareciam cansados.

— Eu sei, ela foi feita por mim e pelo Jimin, não poderia estar diferente. — respondeu convencido, fazendo pose e arrancando uma risada do acastanhado. Os olhos âmbar observavam a maneira natural pela qual puxavam assunto, tamborilando inquietamente seus dedos sobre a mesa.

— Não dá tempo nem de trocar de roupa que esses esfomeados devoram tudo. — Namjoon surgiu de repente, trajando vestimentas simples para ficar na própria casa, proferindo suas palavras num tom brincalhão. — A sorte é que ainda tem esse bolo; é aquele de castanhas, não é, amor?

Foi como um furacão. Jimin saiu de onde repousava e pôs-se à frente da bancada onde o doce situava-se. Suas movimentações bruscas calaram todos no recinto, congelando Namjoon onde estava.

— Não! Isso é pro Kook! Não pode mexer… — repreendeu em alto e bom som, surpreendendo os garotos pela entonação de sua voz.

— O que é pra mim?

O alaranjado somente não imaginava que ele pudesse aparecer exatamente naquele minuto. Foi descontrolável, seu rosto ficava quente e cada vez mais quente. Estava envergonhado outra vez e bem mais do que a última. Encontrou a estatura alta e bonita usando suas botas pretas, aquelas roupas de costume – caso não estivesse enganado chamavam aquilo de uniforme, já ouvira Hoseok dizer algo semelhante –, vestindo um semblante curioso e meio sério, com seus fios negros suavemente bagunçados pelo vento. Jimin percebeu que nunca havia o olhado daquele jeito e julgou o ato um tanto intrigante, estranho, mas não possuía mentalidade para refletir sobre. Apenas abaixou a cabeça e entrelaçou os seus dedos, mordiscando o lábio.

— Eu… Eu vi que a gente está meio afastado e… achei que seria legal te dar um presente. — respondia meio trêmulo, dando um passo para a esquerda, mostrando um bolo devidamente decorado. Namjoon já havia saído do caminho, estacionando atrás da cadeira onde seu namorado residia, resultando num caminho livre entre ele e Jeongguk. — Fiz com a ajuda do Appa. Fiquei sabendo que você gosta de castanhas, então… Não fique bravo comigo, eu gosto de você. Me desculpa.

— Eu não estou acreditando no que estou ouvindo. — O mais pálido da casa manifestou-se de súbito, chamando a atenção de todos, antes até mesmo que Jeongguk abrisse a boca. — Jeongguk, você já voltou a fazer besteira, é isso mesmo? Eu não acredito que está bravo com o Jiminie.

— Jeongguk, olha pro Jimin, como você pode ficar bravo com ele? Se ele está até mesmo se desculpando foi porque acabou sendo grosso! — Hoseok acompanhava o rosado nas provocações, seguido então de Namjoon e, claro, Jin.

— Aish, eu não estou bravo com ele! — defendeu-se, olhando na direção dos Hyungs a princípio, retornando ao pequeno à sua frente. Umedeceu os lábios, deixando que suas palavras desprendessem mansamente. — Eu não estou bravo com você, Jiminie. De verdade.

— Então por que você não gosta de me beijar mais…? — encarou-o, como se ninguém mais existisse ao redor. — Eu beijo mal?

— Jeon Jeongguk, no que você está pensando? Jimin deve ter o melhor beijo do mundo. — foi a vez de Jin soltar a brincadeira mesmo sabendo que o certo era manter-se calado, sem estimular aquela cena. Recebeu um olhar fuzilante e como resposta sorriu-lhe, olhando vagamente os outros que não conseguiam evitar de rir baixinho.

E, certo, Jeon Jeongguk estava morrendo de vergonha. Inteiramente constrangido, embaraçado ou qualquer sinônimo que coubesse nesse contexto.

— Acho melhor nós conversarmos sobre isso em casa, Jiminie. — tocou no ombro do mais baixo, falando baixinho. Encarava seus amigos sempre que os mesmos riam, como se os repreendesse silenciosamente. — Tá com fome? Vamos comer antes de ir embora, que tal?

O alaranjado assentiu sorridente, afinal, sentia fome, apesar de tudo. Ele e Jin cozinharam a tarde toda, mas não haviam comido nada neste meio tempo. Fora divertido, mas precisava comer algo antes que devorasse o que aparecesse em sua frente.

O bolo de Jeongguk não estaria a salvo, então.

Sentaram todos na mesa, Hoseok e Namjoon já comiam enquanto afagavam os fios de Jimin e Jin, alegando ser uma das melhores tortas que já comeram na vida. Yoongi queria negar, se fazer de orgulhoso, mas a reação facial do mesmo não o deixava mentir. Estava realmente delicioso, Seokjin era um bom professor.

Tão bom que já queria convidar o mais baixo para voltar ali e cozinhar mais, a companhia do mais baixo era realmente maravilhosa.

— Vocês acabaram com tudo! — Jimin comentou assim que viu o prato vazio, era possível terem comido tudo?! — Estava boa mesmo? Appa cozinha tão bem!

Yoongi suspirou, sorrindo com a sensação gostosa que era ter o estômago cheio (ele adorava, pelo menos).

— Não teria ficado tão gostoso se você não ajudasse, Chim. — Namjoon comentou, sorridente. — Você se divertiu hoje? Jin te tratou bem?

— Óbvio que tratei! — desprendeu um tapa no braço do outro Kim. — Espero que volte mais vezes, temos que cozinhar outras coisas!

Naquele momento, Park sorriu envergonhado. Seu coração estava quente e sentia-se bem vindo na casa dos Kim. Encarou Jungkook e o viu sorrindo também, deixando-o ainda mais feliz.

— Eu volto sim! Foi muito divertido! — respondeu, animado.

— Aposto que você vai gostar mais de sair comigo. — Namjoon piscou, brincando. Jin e Hoseok o encararam, emburrados. — O que? Vocês fizeram coisas legais, mas sair comigo é sempre melhor.

— Você é chato, Nam. — Min respondeu ao amigo, dando de ombros. — Comigo será mais divertido, abraços.

Jeon riu, desacreditado. Estavam mesmo se alfinetando para ver quem era melhor? Não poderia ser possível, céus! Levantou-se, ainda rindo da pequena discussão enquanto juntava suas coisas, já caminhando na direção da porta.

— Vocês estão realmente competindo para ver quem é o melhor? — falou alto, puxando a atenção para si. Jimin já entendia o recado de que estavam indo, deixando um beijo na bochecha de cada um deles. — Não se esqueçam que quem vai decidir é o próprio Jiminie, então parem logo de passar vergonha.

— Você diz isso porque tem vantagem! — Hoseok acusou. — Vamos competir o segundo lugar, então.

 

[...]

 

Ambos os rapazes se encontravam sonolentos assim que entraram no apartamento de Jeongguk. Voltaram em um silêncio confortável dentro do carro e, durante todo o tempo que até ali, ninguém ousou voltar ao assunto que fizera Jimin confeitar um bolo para o outro.

Estava ansioso, o alaranjado encontrava-se escorado no balcão da cozinha, seus olhos observavam cada mísero movimento alheio. Havia colocado o bolo ali, servindo em um prato para o guarda-florestal enquanto sorria, tímido. Seria mentira se dissesse que não se importava com o que o Jeon diria, seu interior gritava e queria, de uma vez, resolver-se com o mais alto.

Mas era impossível Jungkook disfarçar – mesmo que não tivesse – qualquer reação facial sua. Fechou os olhos enquanto comia, levantando os lábios em um sorriso satisfeito com o gosto daquele doce. Colocava uma garfada atrás da outra na boca, acabando até mesmo por repetir antes de fitar o mais baixo.

— Nossa, Jiminie… É tão gostoso! — apertou os olhos, se deliciando com outro pedaço. — Você cozinha tão bem! Obrigado por fazer esse bolo só para mim… Quer um pedaço?

— Já comi doces demais hoje, Kook, obrigado… — apoiou-se no balcão, sonolento. — Eu fiz com muito carinho, você ainda está bravo comigo?

O guarda terminava de comer, fitando o mais baixo com certo receio. Não entendia o motivo pelo qual ele achava estarem brigados. Não havia feito nada, havia?

Lavou sua louça, vendo o mais baixo sonolento sobre o balcão. Só não deixou-o ir direto para a cama porque precisava tomar banho ainda, e assim o fez. Jimin vestiu seu pijama e se deitou, ficava sorridente pensando em onde iria com Namjoon, gostava muito da companhia dos outros. Neste tempo, Jungkook também se banhou e não demorou a deitar, deixando que o mais baixo se deitasse sobre o seu peito.

Ficaram ali durante algum tempo, mas ambos não conseguiam dormir. Fazia carinhos nos fios alaranjados, sentia o rosto alheio quente em seu peito coberto pela camiseta branca e larga.

— Jimin? — chamou antes que pudesse se policiar.

— Hmn. — ele respondeu, ainda de olhos fechados.

— Eu não estou bravo com você. — seu coração disparou de repente, tímido. — Por que acha isso? Por que pensa que eu estou bravo com você?

Então a ninfa abriu os olhos, seu coração também começou a bater mais forte. Levantou sua cabeça apenas para fitar o de fios castanhos, mordendo o lábio inferior enquanto pensava no que dizer.

Achava que aquela conversa jamais chegaria, não estava esperando por isso.

— Então… Por que você ficou estranho desde que nós… Nós… Fizemos aquilo? Eu não fiz por mal, Kookie, eu só queria te beijar porque eu te amo. — respondeu sem o olhar direito, estava com uma das mãos apoiadas no peito do outro. — Eu só queria te beijar… É tão bom, mas parece que você não gosta.

Jeongguk se sentiu um monstro naquele momento. Fitava os olhos tristes da ninfa, acabando por sentar-se no colchão por impulso. Passava os dedos nos fios dele ainda, vez ou outra descendo até as bochechas macias.

— Eu… Me desculpe, Jiminie. Eu também te amo. Eu não soube lidar com tudo aquilo, sabe? Você faz com que eu me sinta tão bem e… Tenho medo de fazer o que eu não devo. — puxou Jimin pelo rosto, beijando sua testa antes de sorrir minimamente. — Eu gosto de beijar você, gosto muito. Mas nós precisamos ir com calma, certo? Você ainda é um ser especial e…

— Você gosta de me beijar, Kook? — cortou-o, sentado, observando os olhos negros de Jeongguk.

— Sim, Jiminie, mas…

— Então me beije. — chegou mais perto, fitando os lábios rosados do Jeon. Sua boca quase roçava na dele, mas não conseguia parar, queria muito sentir tudo aquilo de novo. — Me beije, Kookie-ah.

Jimin não havia dito seu nome, mas parecia ser como daquela vez. Seu corpo se movimentou rápido, sentia-se necessitado de ter o mais baixo consigo novamente. Seus dedos compridos logo alcançaram a nuca alheia, puxando o alaranjado para mais perto enquanto sentia o mesmo abraçar seu pescoço, os lábios se chocando com certa força. Tentou acalmar-se conforme sentia a língua macia de Jimin na sua, não poderia perder o controle, não poderia afastá-lo daquela forma simplesmente porque sentia-se quente demais.

E, sinceramente, a cada vez que repetiam aqueles atos segredados, Park tornava-se ainda melhor. Os lábios carnudos dele se encaixavam tão bem nos seus, os sons estalados que ouvia sempre que se afastavam. Céus, era demais para si.

Desceu uma de suas mãos até a cintura de Jimin, inclinava-se na direção dele e aproveitou o momento que se afastaram atrás de ar para deitá-lo na cama, já ofegante. Jungkook se xingou com a visão que possuía: Jimin suspirava com as mãos caídas ao lado da cabeça, os lábios vermelhos e a camiseta um pouco levantada. Queria tanto poder fazer tudo o que desejava com ele, mas sabia que era praticamente um pecado, algo inaceitável.

Ele era puro demais para isso.

Voltou a beijá-lo e sentiu os dedos curtos contra seus fios, arranhando sua nuca, apertando sua epiderme por onde passava. E antes que percebesse, já estava entre as pernas dele, Jimin até mesmo tentava entrelaçar as suas na cintura alheia, sentia algo tão bom quando apenas se encostava em Jungkook…

— O seu beijo… — o moreno começava baixinho, de repente, a milímetros dos lábios carnudos. Jimin o encarava, visualizando-o ofegante acima de si, num estado semelhante ao seu. — É bom demais… Nunca deveria ter pensado que eu não gosto de te beijar. — a voz meio rouca e o olhar distinto causavam sensações novas na ninfa.

— Aqui ‘tá ficando quente, Kook… — o alaranjado sussurrou, umedecendo os lábios, sentindo o gosto alheio sobre eles. Era gostoso.

— Sim, eu sei... — mostrou um sorriso de canto, tocando a tez de Jimin antes de puxar a blusa do pijama para baixo, escondendo a palidez. Precisava se acalmar. — Acho que deveríamos continuar em outra hora. — dizia isso já que temia a estabilidade de seu autocontrole.

Só mais um... Por favor. — pedia manhoso, arrastado, não perdendo tempo para roubar os lábios dele calando qualquer resposta. Não entendia porque daquela vez as sensações que Jeongguk lhe causavam estavam tão fortes, nem como a vontade por mais estava cada vez mais presente. Era como se pudesse beijá-lo para sempre.

Daquela forma persuadiu Jeongguk a todos os beijos que queria até que seus lábios se tornassem sensíveis demais.  Sentiu como se um friozinho passasse pelo seu corpo a cada momento que os dígitos longos prendeu-se em suas madeixas ou que os dentes mordiam o seu lábio inferior. Outra sensação gostosa, como se à medida que ficasse com Jeongguk descobrisse mais coisas, desvendando então um lado que até então era tão escuro.


Notas Finais


Bom, esperamos que vocês possam acompanhar as mudanças do Jimin sem demais confusões e guardar com carinho as cenas do passado que ele retrata! Vamos apreciar também esses beijos que estão subindo de nível? Jimin está realmente mudando... Jikook bom demais, nossos pais são maravilhosos mesmo. Muito amor em Vier Monde, muito amor em Jikook, certo? <3

Para quem tiver interesse, formamos uma playlist para a fanfic! Segue o link: https://open.spotify.com/user/12149980489/playlist/2iolZmuGE9ZJZXflBpA86I Façam um login rapidinho para conferir, é possível ouvir direto no navegador também e tal. Torcemos para que as músicas agradem vocês. ✿◕ ‿ ◕✿

Bom... Alguém chuta o próximo da lista do Jimin?
Até o próximo! Amamos vocês! ❤


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