1. Spirit Fanfics >
  2. Vier Monde >
  3. Última Noite

História Vier Monde - Última Noite


Escrita por: bullshift e markie

Notas do Autor


MILAGRES ACONTECEM E O DE HOJE É ESSA ATUALIZAÇÃO MARAVILHOSA DE VIER MONDE
QUE INCLUSIVE ALCANÇOU SEUS 1K DE FAVORITOS VOCÊS ESCUTARAM NOSSOS BERROS??????
MUITO OBRIGADA A GENTE NAO SABE NEM AGRADECER NEM COMO CHEGAMOS AQUI MAS O QUE IMPORTA É QUE ESTAMOS JUNTOS
PERDOEM A DEMORA, NÃO DESISTAM, E VÃO LER O CAPÍTULO!
BOA LEITURA <3333

Capítulo 21 - Última Noite


Fanfic / Fanfiction Vier Monde - Última Noite

Nenhum dos meninos poderia acreditar que aquilo estava realmente acontecendo. Tudo porque era, de fato, algo um tanto surreal. Estavam todos bem dispostos ao redor da fogueira na areazinha destinada aos acampamentos, onde Jeongguk e Hoseok precisaram arquitetar todo um  plano para fazê-lo sem resmungos do patrão. Não poderiam fazer aquilo sempre que desejavam, eram somente empregados afinal, ainda levando em consideração que a fumaça não era aconselhável para a floresta.

No entanto, sobretudo, lá estavam eles. O som da lenha queimando lentamente acalmava parte das mentes que pensavam em tantas coisas. Os marshmallow eram preparados no próprio ritmo, mas mesmo que levasse alguns instantes, o tédio não reinava pois apesar de pensativos situavam-se bem comunicativos naquela noite. Bem comunicativos e, diga-se de passagem, bem criativos até.

Afinal de contas não era todo dia que um Taehyung começava a cantarolar uma música aleatória e era seguido por Jin, acabando por Hoseok se incluir e os três formarem a trilha sonora daquele acampamento até que Namjoon arriscou pôr seu vocal para funcionar e ocasionou uma explosão de gargalhadas.

As cenas que eram passadas na frente das íris totalmente castanhas de Jimin lhe deixavam com uma mistura boa de sentimentos. Ele se sentia amado e seguro naquele meio. Se sentia especial em saber que tudo aquilo era por ele. Afinal, a lua que enxergavam era a última do ciclo da pequena ninfa e nada era mais justo do que todos ficarem juntos naquela última noite. Eles precisavam estar presente assim como necessitavam de certo autocontrole porque…

Bom, porque era a última noite.

Se fosse preciso sinceridade, diriam que não estavam preparados para aquela conclusão que Jimin teria em sua transição. Haviam se apegado, claro que era difícil, porém sabiam que não era certo serem egoístas ao ponto de não incentivarem aquele momento tão especial do Chim. O momento de voltar para a casa, rever seus pais, seus amigos, viver no ambiente que ele era habituado e destinado a viver.

Park Jimin queria muito aquilo, eles sabiam disso, por mais que também quisesse a companhia de cada um dali. E caso se colocassem no lugar dele, desejariam o mesmo provavelmente.

Então os sentimentos melancólicos foram deixados de lado enquanto desejavam aproveitar da última noite, da última lua. As vozes vez ou outra voltavam a cantar enquanto Jimin tentava acompanhar, mesmo que acanhado vez ou outra. Era tão gostoso poder fazer o que queria, como queria sem ter ninguém o julgando ou disciplinando. Jimin sentia-se verdadeiramente livre com aqueles ao seu redor.

— Jungkook, canta também! — Hoseok o alfinetou mesmo que de longe, vendo o outro sair de um transe engraçado em que estava enquanto fitava Jimin ao seu lado. — Jiminie, mande o Kook cantar, ele canta tão bem~

A ninfa logo ergueu o olhar em sua direção, sorrindo enquanto os olhos cintilavam, era justo jogar sujo daquele jeito? O guarda ainda tentou resistir, negou e abraçou o corpo ao seu lado, fazendo carinhos nos fios que agora estavam cada vez mais negros, tão escuros quanto os de Yoongi costumavam ser antigamente. Acreditava que aquilo fizesse parte da transição, afinal, agora Jimin se tornaria adulto, certo?

— Por favor, Kook… — ele pediu baixinho, ainda fitando o guarda. — Sua voz deve ser linda cantando e… Hoje é meu último dia. Digamos que é meu presente de aniversário!

Jeongguk fitou-o então, ainda relutante com os olhinhos brilhantes. Um golpe baixíssimo.

— O que vocês querem que eu cante?

Uma comemoração, talvez exagerada em outros ambientes mas perfeita para o momento, surgiu logo depois. Nem o moreno conseguiu conter um risonho com o nível de idiotice que seus amigos atingiam.

— Aquela do cantor magrinho! Como era mesmo o nome dele, Tae? — Hoseok pronunciou-se.

— Troye Sivan?

— Aquela do Troye Sivan!

Jeon, portanto, respirou fundo. Não poderia mentir, estava meio acanhado com os olhares fixados em si com tanta expectativa. Porém, era como Jimin havia dito: seria seu presente de aniversário.

Ajeitou-se onde estava sentado e fechou os olhos, começando a cantar baixinho antes de elevar sua voz.

E, de fato, Jeongguk tinha uma voz surreal. Jimin não compreendia a letra, mas assim como os outros ele ficou o olhando até que cessasse o trecho e abaixasse a cabeça por causa da timidez. Ouvir o moreno cantar lhe trouxe uma calmaria inexplicável, e Jimin com certeza guardaria aquele tom em sua mente para repeti-los quantas vezes necessário. Seu coração batia quente, calmo e… satisfeito.

— Se Jeon Jeongguk não é o melhor cantor da Coreia, eu não sei quem é. — Taehyung concluiu com palmas, sendo seguido pelo restante dos garotos, aumentando aquela timidez que o citado sentia.

— Sim… — Jimin concluiu, fitando-o. — É realmente o melhor.

Ele encarava Jungkook que, quando percebeu, sorriu para ele. Nesta altura, Taehyung já estava com a sua câmera semi-profissional (comprada em prol apenas do seu hobby) em mãos, fotografando seus amigos interagindo naquele dia inesquecível. Sabia que tinha de guardar memórias e não mediria esforços para serem as melhores possíveis.

Ele planejava deixar um mural para Jimin, queria que ele pudesse encontrá-los na floresta mesmo depois de tudo. Sabia que aquilo estava doendo na ninfa e não podia imaginar como doía em seu amigo, Jeongguk. Era nítido o modo como se gostavam, o modo como sentiriam muito a falta um do outro. Ele e Hoseok até mesmo já haviam conversado sobre apoiar o amigo quando tudo passasse e a última lua finalmente chegasse.

Seokjin logo estava cantando também, sorrindo com Namjoon ao seu lado que tentava aquecer os marshmallows na fogueira sem queimá-los de vez. E o Kim mais novo entre os três capturava tudo, gravava as risadas dos amigos e o modo como todos se olhavam, principalmente Jungkook e Jimin. Até mesmo conseguiu um momento em que Jeon cantava baixinho, rente ao rosto da ninfa que só sabia encará-lo.

O ruivinho se aproximou, parecendo só lembrar da presença dos outros quando já estava próximo demais do guarda. Então ele virou o rosto de Jungkook, beijando sua bochecha antes de sorrir, envergonhado. Taehyung ao menos conseguia controlar seu próprio sorriso vendo aquilo, vendo o modo como Jeongguk parecia feliz perto de Jimin.

Sabia que aquele espírito deixaria saudades.

— Namjoon, se você continuar queimando todos os marshmallows, vamos morrer de fome. — Yoongi dizia preguiçoso, estava com a cabeça escorada em Hoseok enquanto se enrolava em um cobertor. — Sei que você gosta de comer coisas torradas, mas isso daí já deixou de ser comida faz tempo.

Todos viraram a atenção para o Kim, rindo baixinho do modo como o doce branquinho estava queimado, murcho e praticamente irreconhecível.

— Nem tá tão queimado assim… Né? — ele se pergunta, aproximando o doce da boca e fazendo uma careta. — Ok, tá sim.

— Jin, salva o nosso jantar antes que a gente fique sem comida, por favor. — Yoongi pediu, vendo o loiro ficar no comando dos marshmallows.

Hoseok, por sua vez, ficava apenas encarando as fotos no display da câmera de Taehyung, os dois conversavam sobre como as fotos estavam bonitas enquanto Jungkook entrelaçava seus dedos com os de Jimin, rindo baixinho quando viu as bochechas coradas.

Achava que após o que vinha acontecendo entre ambos, Park não sentiria tanta vergonha assim. Isto é, os dois haviam repetido as doses de beijos e carinhos desde a primeira vez em que aconteceu. A cada dia que se passava, aquela vontade maluca de estarem juntos aumentava, os beijos se aprofundavam e o sentimento crescia. Óbvio, não haviam passado para o sexo propriamente dito, mas chegaram a praticar oral dias atrás e não conseguiam exprimir as sensações que passaram juntos. Jungkook simplesmente não sabia descrever o quão bom era estar com Jimin. Mesmo que não tivessem praticado o ato carnal em si, sentia-se sempre satisfeito, explodindo emoções e desejando ter a ninfa consigo para sempre. Era diferente de tudo o que ele experimentara antes, melhor do que qualquer pessoa.

E, pensando nisso, seu coração doeu um pouco. Só de imaginar que nunca mais teria o ruivinho em seus braços, sorrindo para si, perguntando o que era isso ou aquilo, Jeon entristecia. Queria ter um pouco mais de tempo que fosse, um mês pelo menos. Sentia que não havia ensinado a Jimin tudo o que poderia e precisava. Ele sabia que uma hora teria de deixá-lo ir, mas não estava preparado ainda.

Na verdade, Jeongguk nunca estaria.

Por isso, ele e os outros fariam daquela noite a melhor de Jimin. Haviam rido muito, Taehyung tirara muitas fotos e comeram até não se aguentarem mais. E, no fim, Park estava grato. Tinha plena certeza de que sentiria falta dos seis meninos que o ensinaram tudo o que sabiam sobre a vida humana, jamais os esqueceria. A ninfa os visitaria sempre que tivesse a oportunidade.

— Vamos entrar? Tá ficando frio. — Jungkook perguntou baixinho, meio triste.

— Sim… Eu vou só me despedir.

Então, mesmo que eles estendessem a noite o máximo possível, tudo chegaria ao fim. Jimin se ergueu meio lento, meio não querendo que as coisas acabassem. Apesar de tudo, as vezes não sentia vontade de voltar para casa.

— Tchau, Nam, boa noite. — abraçou o corpo mais alto, suspirando fundo. — Obrigado por me levar na ponte. Obrigado por cuidar de mim e por ser incrível. Venha na floresta me visitar às vezes, sim? Estarei te esperando.

— Tudo bem, ChimChim. Se cuide aqui que nós nos cuidamos lá. — apertou o corpo menor, sorrindo triste. — Obrigado por tudo.

Não queriam separar o abraço, mas Jimin ainda tinha que se despedir dos outros. Jungkook apenas assistia tudo de longe, triste e mudo.

— Espero que sua vida adulta seja tão divertida quanto a minha vida enquanto você esteve por aqui, sim? E, se quiser, me visite lá na loja. — Yoongi dizia rente ao ouvido do mais baixo enquanto se abraçam. — Não sei como funcionam os ouvidos das raposas, mas música é sempre bem-vinda, não?

— Sim, eu vou visitar vocês sempre que puder. Venha me visitar também, hyung. — respondeu risonho, sentia seu interior frustrado. — Venha até a floresta quando puder… Traga o Adoçante junto.

— Pode deixar. — se separaram finalmente. — Eu e ele nunca vamos esquecer você.

Jimin já sentia vontade de chorar, mas sabia que não deveria. Queria que a despedida fosse algo bom, feliz e memorável. Queria que seus amigos se lembrassem daquele momento sem que sentissem tristeza.

Antes que pudesse ao menos pensar, Hoseok o abraçou com forma, esfregando a bochecha na do mais baixo ao mesmo tempo com que choramingava.

— Você promete se cuidar e ir até o casarão me ver? Eu vou estar todos os dias por aqui. Então promete, Jimin, me promete. — Jung dizia meio choroso, os braços apertando os ombros da ninfa. — Promete também que não vai esquecer nunquinha da gente e que vai se alimentar direito!

— Eu prometo! Prometo que vou fazer tudo o que você pediu, mas com uma condição. — respondeu tentando manter o humor. — Promete que vai cuidar de todo mundo sem esquecer de se cuidar também? E me promete também que vai amar muito o Tae, tá bom?

— Você não precisava nem pedir. — ele beijou a testa de Jimin, sorrindo. — Obrigado por tudo, Jiminie.

Taehyung foi o próximo a voar no pescoço do mais baixo, fazendo-o rir antes de retribuir o abraço. Sabia que seria a última vez que sentiriam Jimin tão perto, deveriam aproveitar até o fim.

— Minha vida virou uma bagunça desde que eu descobri que seres místicos existem, mas você foi a mais importante descoberta. Não sei se as nossas vidas teriam tanta graça sem você, Chim, e na verdade eu nem queria saber. — espremeu o baixinho entre os braços fortes. — Se cuide e viva bem, coma bem e sinta muito. Nós sempre vamos lembrar de você, ok? Amanhã cedo eu vou deixar umas fotos nossas aqui que eu tirei hoje, pra você não esquecer da gente nunca.

Jimin esfregou o rosto conta o ombro do mais alto, segurando as lágrimas. Não achava que sentiria tanto medo e dor por deixar seus amigos para trás. Sabia que esse dia chegaria, por que tinha de doer tanto?

— Cuide deles pra mim, Tae, cuide do Hobi e do Kook, por favor. — secou uma lágrima solitária. — Eu nunca vou me esquecer de vocês.

— A gente também nunca vai se esquecer de você, viu?

Virou-se, vendo Jin sorrindo para si com os braços abertos. Assim que o abraçou, sentiu um carinho gostoso nos fios e pôs-se a suspirar, tentando acalmar o coração conturbado.

— Espero que você faça comidas gostosas por aqui também. Eu adorei passar esse tempo com você, Jimmi. Sou eternamente grato e vou sentir saudades. — beijou o topo da cabeça dele, suspirando fundo também. — Irei te visitar sempre.

— Eu vou sentir falta de vocês também. Nunca vou esquecer esse tempo que nós passamos juntos. — ditou baixinho, se afastando aos poucos. — Obrigado por tudo, tudo mesmo.

E mesmo com poucas palavras, Jimin sentia todo o amor que aqueles garotos possuíam por si. Ele mesmo sentia seu peito doer, o sentimento amável que tinha pelos outros querendo expandir-se e aquecer cada um. Doía ter de ir embora, porém, sabia que era o certo para si e para eles. Era como a natureza acontecia, pensava.

Então, lentamente, após cada um deles ter entrado em sua própria barraca, seguiu para a sua com Jeongguk. Este que afagava seus fios preocupado, afinal, sabia que a ninfa deveria estar triste com a partida. O guarda logo deitou-se, esperando que o ruivinho se ajeitasse em seu colo, abraçado consigo. Deixou alguns beijos em seu rosto, dizendo baixinho que tudo ficaria bem.

Mesmo que para si não ficasse.

— Sabe que vai poder visitá-los quando quiser, não é? — disse baixinho. — Eu e Hoseok vamos trazê-los aqui para te encontrar.

— Eu sei, mas… — esfregou a bochecha no peitoral de Jungkook. — Não é a mesma coisa. Você sabe… Eu queria ter mais tempo.

— Ei, relaxe. — sentou-se, ajeitando o outro em seu colo. — Você tem a sua casa, você não estava com saudades?

— Sim, só que… Kook… Não sei explicar. — choramingou, sentindo as mãos do outro em seu rosto, erguendo-o. — Eu… Eu nunca mais vou poder ficar perto de você.

— Claro que vai… — selou os lábios dele lentamente. — Eu irei te visitar sempre, todos os dias.

A ninfa logo deixou os braços deslizarem até o pescoço alheio, abraçando-o.

— Mas… — disse baixo, quase que em um sussurro. — Não vai ser a mesma coisa.

O guarda ergueu seu olhar, encontrando Park com os olhos marejados e perto demais do seu rosto. Acariciou as bochechas vermelhas com os polegares, aproximando seus lábios dos dele para um beijo calmo e cheio de sentimento. Jungkook sabia que trocariam seus últimos beijos durante aquela noite, seria a última noite com ele e todos os sentimentos bagunçados que ambos possuíam um pelo outro. Sabia que Jimin seria seu apenas mais uma vez antes de… Antes de tudo voltar a ser como antes.

Chato e monótono.

Então deixava o mais baixo comandar tudo, desde o beijo até onde Jungkook deveria depositar suas mãos. O que tinha seus fios em degradê levava tudo com calma, como se a cada estalo daquele ósculo significasse uma memória pela qual deveria ser guardada com muito, muito carinho. Os braços cincurdavam o pescoço do moreno novamente e Jungkook achava adorável a forma que a cada beijo vinha um abraço seguido de outro tão forte quanto. Jimin agarrava-se, demonstrando exatamente aquele apego e aquela saudade antecipada. E claro, Jeon apertava-o na mesma proporção, dando a certeza de que ele estava ali.

Estava ali para ele e somente isso.

— Você quer se deitar agora? — o guarda perguntou baixinho, mas sabia ser o suficiente para que o outro lhe entendesse.

Vagarosamente Jimin levantou a cabeça até então repousada na curvatura do pescoço alheio e deixou seus olhos viajarem dentro dos olhos escuros de Jeongguk. Sabia que ele via a quantidade de água presa em seus orbes, mas o sentimento estava mais forte do que nunca. Estava doendo. Porém, mesmo assim abriu um sorriso de canto, selando inúmeras vezes a boca avermelhada de Jeon Jeongguk.

— Eu ainda quero te beijar muito, Jeonggukie. — deixava-se deitar por cima dos sacos de dormir, jazendo ao lado do mais alto usando o cotovelo como apoio e depositando a cabeça em uma das mãos. — Muito mesmo.

— Você pode me beijar o quanto quiser, Jiminie. — ajeitou-se igualmente, ficando praticamente na mesma posição que o outro, porém um pouco mais perto.

— Você não irá cansar de me beijar? — suas digitais arrastavam-se pela bochecha macia do moreno.

— É claro que não. — riu breve, permanecendo com resquícios nos lábios. — Você estaria sendo bobo em pensar dessa forma.

Jimin riu soprado, com o coração martelando no peito, aproximando-se para tomar-lhe os lábios pela milésima vez. Sentia-se tão vivo com aquele turbilhão em seu peito, tudo o que habitava seu interior era incrivelmente perfeito. Os minutos corriam conforme usufruía da presença de Jeon Jeongguk, a cada beijo era uma mistura de calmaria e saudade.

— Mas, huh, sabe Jimin… — esperava o outro aconchegar-se de barriga para cima, de modo a receber um carinho em seus fios bicolores. — Eu acho que o fim dessa transição, a volta para a sua forma natural, rever seu mundo… Vai ser algo legal. Você se lembra como foi difícil te levar para casa? Você disse que este era o seu lugar…

— Eu me lembro disso. — respondeu depois de alguns segundos, suspirando por fim. — Eu vou ver os meus pais… Vou voltar a brincar com meus amigos e caçar com meus pais… Talvez eu tenha irmãos no próximo ciclo. — pensava alto, imaginando cada cena.

— Nós nos divertimos muito por aqui, durante esses quatro meses, mas… Gosto de acreditar que tudo tem uma causa. Então se nossa relação terminar e você ter que ir embora, não vai ser por nada… — Jeongguk praticamente murmurava, ele não era muito bom em confortar as pessoas, mas pelo menos tentava mostrar o seu ponto de vista. — Você conseguiu aprender bastante coisa, e esse era o propósito, não era?

— Ah… Era. Eu aprendi bastante coisa com você e os meninos, tenho certeza que meus pais ficarão orgulhosos. Mas... — mordia os lábios. — Eu não esperava que se apaixonar e sentir amor pudesse causar essa confusão toda dentro de vocês, humanos. Como vocês lidam com isso?

— Na verdade não existe uma receita… Cada um tem um jeito diferente. — prestava atenção nas expressões da pequena ninfa. — Depois que nos apegamos e no momento que enxergamos que uma distância muito grande está por vir, nós ficamos com medo. É como se aquilo fosse necessário para nossa sobrevivência. Os humanos precisam do concreto para verem que existe. — ele sinceramente não sabia o que dizia exatamente, mas decidiu que permitir as palavras de saírem de seu peito era a melhor opção. Por isso respirou fundo antes de continuar. — Mas eu tenho um pedaço no seu coração só pra mim, e você tem um no meu somente pra você. E ninguém pode mudar isso. — pausou brevemente. — Nós ficaremos juntos, Jiminie. Consegue entender?

— Eu… Eu acho que sim. — voltou a se virar, para assim encarar o maior. — É como se as pessoas que amamos ficassem para sempre conosco?

— Isso. É tipo isso. Afinal, nós levamos nossos ensinamentos adiante, e a cada momento que nos lembramos de algo que aprendemos com determinada pessoa, essa pessoa estará conosco. — acariciou o rosto da ninfa, encontrando compreensão e um brilho peculiar em seus olhos. — Todos vão estar com você. Pra sempre.

Jimin então sorriu. Seu coração batia forte, sentia-se melhor depois das palavras do Jeon. Ter Jeongguk naquele momento tão marcante era essencial, e com certeza sempre teria-o em seu peito, ocupando um lugar somente dele, assim como cada um dos meninos; cada um possuindo um lugar com seus gostos, características e sentimentos.

Deixou-se ser envolvido pelos braços alheios, num abraço quente e protetor, com diversos tipos de beijos. Enquanto recebia os carinhos de Jeongguk percebia que quatro luas aparentavam ser um tempo curto para o que desejava viver naquele mundo mas, quem sabe, assim como ouviu do guarda, aquilo fosse o suficiente.

Com aquela linha de pensamentos ele se acalmou, visando encontrar sua família e seus amigos. Deveria se preocupar com eles igualmente, sabia que possuía uma importância imensurável aos outros seres mágicos. Caso fosse sincero, estava até mesmo curioso para reconhecer-se no reflexo dos lagos e notar as diferenças que sua transição traria. Ansiava conferir a cor de seus pelos outra vez, mover as orelhas e retornar com seu faro apurado cujo sempre lhe auxiliava nas caçadas.

Jimin talvez conseguisse conciliar os dois mundos, e ainda que não fosse a mesma coisa, deveria considerar que somente a presença de cada um era relevante. Poderia dar certo.

Dessa forma respirou fundo, inalando o aroma de Jeongguk, deixando que o sono, gradativamente, tomasse conta de si. Não possuía arrependimentos, somente coisas boas preenchiam seu peito. Era ciente de que com todas aquelas emoções ele teria bons sonhos, acordando então em sua forma natural.

 

Eu te amo, Jeonggukie.

 

E que aquele sussurro repleto de sentimentos embolados e fortes significasse um adeus gracioso.

 

[...]

 

Sentir aquela brisa fresca e o cheiro gostoso da grama era, de longe, a coisa que Jimin mais gostava de fazer quando acordava.

Tentou levantar-se e, só então percebeu que estava em seu corpo natural. Jimin era uma mescla de sentimentos e sensações, mas não deixava de estar feliz ao ver-se raposa novamente. Era seu aniversário, afinal, o ciclo estava finalizado.

Logo, caminhava lentamente nas quatro patas e assistia sua floresta amanhecer, o coração batia forte e animado com tudo ao redor. Já havia tanto tempo… A ninfa sentiu falta.

Quatro meses haviam se passado desde que possuía aqueles pelos alaranjados sob o corpo, as flores cheirosas perto de seu focinho e sua antiga vida de volta. Em pensar que até mesmo acreditara que nunca mais estaria novamente daquela forma… Sentiu tanto medo. Porém, agora tudo estava bem e Park conseguia respirar fundo.

Estava genuinamente feliz.

Sabia que sentiria saudades do tempo em que passara ao lado de Jungkook e os outros, mas era de sua natureza estar ali, daquela forma. Sentia como se algo faltasse dentro de si, porém Jimin sabia que era seu destino, sua vida e sua real forma. Entendia que tudo do que realmente precisava estava dentro daquela floresta.

Com isso em mente, saiu andando. O acampamento de seus amigos já não estava mais ali e, por isso, achou melhor ir atrás de sua família e sua antiga vida. Caminhava lento, sentindo cada mísera emoção apossar de seu corpo por estar ali novamente.

Farejando sutilmente, podia sentir uma de suas frutas prediletas por perto. Embora tivesse uma diversidade imensa de alimentos pelo Bosque, reconhecia o aroma dos damascos como ninguém. Ligeiramente encontrou a árvore e nos pés dela algumas frutas caídas. Era nostálgico comer daquela maneira, tão diferente dos humanos. Mas estar dentro daquela nostalgia lhe deixava inexplicavelmente feliz.

Deixou-se levar pelos galhos e folhas pela terra e, já de barriga cheia, estabeleceu o objetivo de encontrar seus pais – até porque aquele era sua maior ambição. Na verdade estava cheio de ansiedade em ver todos com quem vivia, porém precisava de calma. A floresta era tão grande, não conseguia imaginar onde é que estariam todos os seus entes.

Conforme pulava por cima de um tronco, lembrou-se daquele ambiente em específico. Estava perto de sua árvore; a que lhe serviu como ponto de partida para sua transição e onde encontrou Jeongguk pela primeira vez. Seu pensamento imediatamente fez sentido e correu até ela sem hesitar.

Era claro. Eles estavam ali.

O peito encheu-se de ar, de calor, e foi de encontro aos seus pais que lhe viram no segundo seguinte. Cheirou-os, notando o quão eles lhe fizeram falta. Esfregou-se a eles abanando seu rabo, expressando aquela felicidade quase que sufocante. Suas emoções por pouco não cabiam em seu corpo.

 

Com aquilo Jimin poderia finalmente dizer que estava em casa.

 


Notas Finais


E ASSIM FOI O FIM DO CAPÍTULO, NOS DIGAM O QUE ACHARAM OK?
JIMIN ENCONTROU A FAMÍLIA DELE, ESTAMOS MORRENDO DE AMORES porém
Desculpem a demora novamente, mas esperamos que tenham gostado! Continuem compartilhando Vier Monde por ai ❤

Aqui segue o link pra playlist da fanfic: https://open.spotify.com/user/12149980489/playlist/2iolZmuGE9ZJZXflBpA86I


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...