1. Spirit Fanfics >
  2. Vigenére >
  3. Capítulo Dois

História Vigenére - Capítulo Dois


Escrita por: YsBelieber

Capítulo 2 - Capítulo Dois


Fanfic / Fanfiction Vigenére - Capítulo Dois

 

09 horas e 12 minutos.

Local do Crime em Nova York.

Justin Bieber Point Of View.

----------------------------

 

— Oi, minha pequena? Tá tudo bem?

— Justin, cadê você? — A voz de Jazzy era sonolenta, o que indicava que ela tinha acabado de acordar.

— Eu recebi um novo caso no trabalho, meu amor. — Tentei explicar. — Vou ficar fora quase o dia todo, então não faça bagunça, tá bom?

— Tá bom. — Riu fraco. — Eu tô com fome.

— Cadê a tia Pattie? Ela devia estar fazendo o café da manhã para vocês. 

— Ela tá tomando banho, Boo. 

Olhei para Ryan que assobiava para mim e balancei a cabeça assentindo para seu sinal. Fechei a porta do meu carro o trancando, e conferi antes de me afastar para passar por baixo da faixa amarela que cercava o local. Fazia um pouco de frio naquela manhã, o que ajudava as árvores a se moverem para os lados por causa do vento gélido que além de balançá-las, deixava gotículas de gelo em suas folhas.

— Quando for a hora do almoço eu darei um jeito de ir aí, tudo bem?

— Tá bom. — Do outro lado da ligação era possível ouvir seu sorriso enquanto falava. — Bom trabalho. 

— Obrigado, princesa.

Desliguei a ligação após me despedir da minha irmã e pus o celular no bolso da calça, esticando a mão logo depois para cumprimentar os poucos policiais envolvidos no caso, que estavam ali para reforços, caso precisássemos de ajuda em alguma coisa. Dois deles vigiavam o local garantindo que não seria contaminado por terceiros. Chaz que também oferecia apoio, logo se aproximou e me acompanhou para dentro da casa. Observei toda a sala que nos recepcionava já na entrada, tendo Ryan do meu lado observando o batente da porta.

— Alguma coisa? 

— Unhas. — Ele comenta, ainda olhando as marcas deixadas na madeira velha.

— Sinal de luta.

Me afastei olhando ao redor atento aos detalhes da casa. Imaginando que estava exatamente do jeito que os policiais encontraram logo após o crime, a casa estava uma verdadeira bagunça. As janelas estavam fechadas, com as cortinas cobrindo os vidros, entretanto, havia um abajur caído no chão com sua lâmpada e escudo quebrados, imaginando eu que pelo impacto. Na mesa que separava o sofá da televisão, havia revistas sobre celebridades e alguns pratos com restos de comida e copos de vidro. No chão, ainda com as plaquinhas amarelas e enumeradas, havia algumas canetas e papéis espalhados, alguns deles com vestígios de pegadas por algum sapato sujo de terra.

Me aproximei, observando atentamente a porta que levava ao quarto onde Morgan fora encontrada. Nenhum sinal de arrombamento. Iluminei a maçaneta com luz ultravioleta tentando encontrar impressões digitais. Sem sucesso.

Deixei Ryan conversando com Charles a respeito de algum detalhe e caminhei para dentro do quarto, direcionando meu olhar para o chão onde parei e reparei em uma linha branca que traçava o piso no formato de um corpo, certamente mostrando como o corpo da vítima foi encontrado. Havia sangue na linha branca que formava a cabeça, e me abaixei para olhar de perto, examinando e tentando simular o estudo do próprio corpo à minha frente, como se de fato estivesse.

— Morta a tiro. — Ouvi uma voz fina. Olhei pra cima vendo Hailey. — Isso não é mais novidade.

— Pode me emprestar? — Me referi à sua maleta.

— Claro.

Sorri pegando a maleta de Hailey e coloquei sobre o vinil abaixo de nós. Abri a mesma pegando um par de luvas azuis descartáveis e as coloquei seguido da máscara no rosto. Procurei pelos objetos na pequena caixa revestida de tecido reforçado e apanhei um cotonete, tentando passar pelo sangue no chão com a ajuda de um soro que amolecia o líquido para coleta de provas.

— Quer coletar amostras? 

— Não vai dar certo. — Falei. — O sangue já secou, então as cascas que constituem do sangue não ajudarão em muita coisa no que pretendo fazer.

Coloquei o cotonete perto do meu olho pra melhor visualização e observei que o algodão quase não tinha se manchado de sangue. Me levantei junto a Hailey e observamos juntos o resto do quarto.

— Hailey, me faz um favor? — Aproveitei que estava com a câmera. — Quero que tire fotos de todo o quarto está bem? Eu vou marcar alguns cantos mas mesmo assim você tira de todo o cômodo. Não quero nenhum canto sem tirar, tire umas duas ou três fotos de cada canto.

— O departamento já tem as fotos.

— Eu sei, já pedi acesso a elas. Mas preciso tirar assim mesmo, para certificar-me de que não mexeram em nada do local.

— Certo.

Peguei alguns marcadores da maleta e me aproximei da cama a observando. Ela estava perfeitamente arrumada, nada bagunçado. Passei a mão pelos travesseiros olhando em baixo dos mesmos sem encontrar nada. No criado mudo havia uma moldura deitada e com o vidro quebrado. Coloquei o marcador de número um sobre a mesma. Me abaixei vendo um abajur quebrado e coloquei o segundo marcador. O terceiro ficou sobre o desenho no chão para marcar a cabeça onde estava o sangue.

Ignorei o barulho dos flashes da câmera da Hailey e continuei marcando algumas coisas. Me aproximei da janela abrindo um pouco das cortinas e olhei para as casas à minha frente. Quando voltei para a maleta, tirei um pequeno bloco de notas preso ao bolso da capa e com a caneta anotei algumas coisas a respeito do quarto e da visão que me era entregue da janela do quarto de Morgan para as casas vizinhas, quem quer que tenha feito isso com ela, se tivesse acesso às casas ao lado, teria uma grande visão dela em suas atividades de rotina no quarto, o que daria um bom ângulo para atirar pela janela se o vidro não estivesse intacto, o que já descartaria essa opção. 

Quando desviei a atenção para os meus pés, franzi o cenho abaixando-me e observando os papéis ali espalhados. Havia um carteira com a identidade e ao pegá-la vi que era de Morgan Sparks. Me levantei com o documento em mãos e saí do quarto passando pelos peritos que ainda estavam investigando a sala, suas conversas se resumiam a problemas em casa e jogos no fim de semana para distração. Eu precisava da ajuda do Dean. Esperei que chamasse duas vezes até ele atender.

— Dean? Preciso de sua ajuda. 

— Trabalho para isso.

Dean trabalhava na área dos policiais do departamento, encarregado na descoberta de informações pelas pistas que se encontravam no local do crime, assim como a decifração de detalhes que aos olhos pareciam plausíveis. Por ser dois anos mais velho que eu, com sua barba aparada e os olhos que lhe davam uma aparência mais juvenil, ele era um gênio da internet super vantajoso no ramo, assim como tinha sua facilidade na conquista de mulheres que passavam e ganhavam sua atenção dentro e fora da área de trabalho. 

Segurei o celular com o ombro e peguei a carteira de Morgan olhando para a identidade dela. Nenhum documento tinha sido roubado, o que então também descartava a opção de que se tratava de um latrocínio.

— Kelly Khloe Sparks. — Falei. — Mãe de Morgan Sparks, pesquisa pra mim.

— Beleza.

— Vai demorar?

— Um pouco, estou meio ocupado aqui, mas até o meio-dia já tenho os dados.

— Te encontro na hora do almoço então. — Me despedi.

Guardei o celular no bolso da calça e suspirei olhando para a carteira de Morgan. Algumas pessoas olhavam o local do crime curiosas e tentavam de alguma maneira adquirir informações ao forçar amizade com os policiais que os impediam de passar pela fita. Assimilando aos poucos as informações contidas na identidade da mulher que fora morta, assim como sua carteira de motorista e os poucos dólares que estavam amassados, era como se alguma força a mais me observasse de longe.

Eu levantei a cabeça, virando o rosto para encarar com atenção os vizinhos curiosos que ainda questionavam os policiais. Nenhum deles estava com sua atenção direcionada fixamente a mim, assim como também não havia do porque me preocupar com alguém dentro da casa. Se quisessem falar comigo, falariam. Disso eu podia ter certeza. Passei a mão no rosto suspirando e virei o olhar de novo, vislumbrando então as árvores que cercavam o local. Os pássaros saíam vez ou outra das folhas voando e pulando para outros galhos mais longes à procura - supunha eu - de comida ou atenção para seus ninhos. Cantavam frenéticos, tirando o foco de alguém que estivesse procurando por um local calmo na tentativa de esvaziar a mente cheia. 

Quando desci a visão para os troncos grossos e velhos das árvores, fixei em cada um deles como se estivesse prestes a contá-los, embora fosse impossível. O chão estava sujo de folhas que tinham caído na estação passada e não foram levadas por bichinhos ou pelo vento passageiro, entretanto, estavam cobertas de pequenas partículas de gelo que indicavam o começo do inverno, avisando-nos de preparar a lareira e os agasalhos para o frio que nos aguardava em menos de uma semana.

— Você tá bem?

Fui pego de surpresa por Hailey, que apareceu assim que me virei, e soltei um ar pesado pela boca a olhando, sorri sem jeito me recuperando do pequeno susto.

 — Sim. — Respondi, mais calmo agora. — Só não ando dormindo bem.

— Você precisa de férias. — Sugeriu.

— Precisamos voltar ao trabalho. 

Ela riu com minha resposta, e em um aceno de cabeça concordou e me seguiu para dentro novamente.


 

12 horas e 47 minutos.

Departamento Forense da Polícia de Nova York. 

----------------------------

 

Entrei no salão onde Dean estava, acelerando os passos para chegar em sua mesa, atravessando todas as pessoas que eu esbarrava no caminho e dispersava a atenção vez ou outra pelos papéis que alguns deles imprimiam, apressados para tirar logo o intervalo de almoço que lhes era garantido.

— Conseguiu? — Perguntei ao chegar em sua mesa.

Dean estava concentrado em seu computador que apresentava uma enorme quantidade de números aleatórios, com combinações entre letras do alfabeto mostrando dados que aos meus olhos eram irreconhecíveis. Ele apertou mais algumas teclas e logo o barulho da impressora ecoou pelo salão pouco movimentado.

— Como você pediu. — Disse, entregando-me as folhas após grampear.

Peguei-as sentindo a quentura de um material que tinha acabado de sair do forno e li os dados junto à foto da mulher. 

— Você é o melhor. — Sorri, agradecendo.

Me retirei do salão indo para a pequena sala onde os policiais descansavam, observando alguns médicos se distraindo enquanto comiam do seu almoço comprado ou aquecido. Dois homens bebiam café conversando sobre um caso desvendado e eu aproximei-me da mesa onde Ryan estava sentado com os pés sobre a enorme tábua de madeira que os sustentava, junto a revistas femininas e alguns enfeites como uma pequena jarra preenchida por flores.

— Você falou com Jake? 

— A respeito do quê?

— Do caso. Você vai me ajudar na investigação fora do laboratório. — Explicou. — Seus casos serão transferidos, pelo menos os que você decidir repassá-los. 

— Tudo bem, vou resolver isso mais tarde. 

— A propósito, sua irmã está aqui.

O olhei. Jazzy?

Franzi o cenho umedecendo os lábios e me levantei deixando as coisas sobre Morgan com Ryan, e fui para a entrada do departamento. Havia pouquissimas pessoas ali dentro e isso facilitou para que eu encontrasse a criança de oito anos sentada em uma das cadeiras balançando as pernas ansiosa. Ela abraçava seu ursinho de pelúcia favorito quando eu me aproximei abaixando para ficar do seu tamanho, vendo que ela já sorria por ter me visto chegar.

Jazzy usava um vestido vermelho com detalhes brancos, simples. No pé um sapatinho para deixá-la confortável enquanto andava, e seu cabelo estava solto, penteado perfeitamente repartido ao meio e jogado por seus ombros, presos por uma tiara de laço branco na cabeça. Ela cheirava a sabonete infantil com um toque especial de alguma colônia feminina própria para meninas da idade dela. Quando beijei seu rosto, senti-a me abraçar.

— Boo!

— Quem te trouxe aqui? — Nos separei. 

— A tia Pattie. — Disse baixo, como se temesse que outra pessoa ouvisse. — Ela disse que ia te chamar.

— Sabe que não pode ficar aqui, certo? O Boo precisa trabalhar e se meu chefe ver você aqui, ele pode me dar um sermão.

— Igual a tia Pattie faz? — Imitou, puxando minha orelha rindo.

Me levantei a pegando nos braços e beijei novamente sua bochecha antes de caminhar de volta para a sala de descanso.

— As vezes ela faz coisas piores. 

Jazzy agarrou-se a meu pescoço com seu ursinho de pelúcia entre nós dois, e permaneceu em silêncio enquanto eu me aconchegava com ela em meus braços no sofá extenso que rodeava a mesa de centro.

— Oi, menininha fofa.

Levantei o olhar vendo Hailey aproximar-se e sorri pelo carinho que as duas tinham entre si. Apesar da pequena intimidade entre as moças, Jazzy escondeu-se em meu pescoço com vergonha, fazendo-me arrepiar e sentir cócegas pela respiração que se chocava em minha pele. Peguei a sacola que a loira tinha me oferecido e agradeci, apoiando na madeira da mesa podendo assim abrir a embalagem de alumínio e tirar com a colher partes do alimento ali dentro, dando para Jazzy se alimentar enquanto eu segurava. Por mais que a criança estivesse perto dos nove anos de idade, ela era desastrada feito uma criança de dois.

Sacudi a caixinha de suco pondo o canudinho e entreguei para que bebesse enquanto eu me alimentava junto, distraído nas conversas dos poucos homens ali dentro, certificando-me de que tinham encerrado o assunto quando Ryan sentou-se ao meu lado com Charles para terminar de observar o caso de Morgan nos papéis que eu tinha impresso.

— Preciso que ligue para Kelly Sparks. — Disse a ele, levantando-me deixando Jazzy sentada no sofá enquanto eu limpava a pequena bagunça que fizemos sobre a mesa. — Preciso levar minha irmã para ficar com a babá dela, pode fazer esse favor para mim?

— Sem problemas.

— Ótimo. 

Joguei as coisas fora, limpando minhas mãos depois na pequena pia e lavei as de Jazzy secando em seguida, a pegando no colo depois que se despediu do meu colega de trabalho. 

— Peça que me espere na sala de interrogatório.


Notas Finais


Espero que tenham gostado. Comentem, até o próximo , Xoxo Ys ♡


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...